Noruega, parte 4: Stavanger e Preikestolen, o epílogo perfeito!
Texto & Fotos de Mário Menezes
STAVANGER
Ao início da tarde, despedia-me destes 3 dias maravilhosos por Bergen, que tão boas memórias me deixaram e o meu ferry boat “MS Stavangerfjord” fazia-se ao mar, e durante seis horas navegou para sul, rumo a Stavanger, a parte final da minha tournée pelo País dos Fiordes. O ciclo fechar-se-ia dois dias mais tarde em Oslo de onde regressaria a casa. Tromsø e o sol da meia-noite foram momentos altos, mas Bergen e Stavanger foram mesmo o mais importante.
Stavanger é a 4ª maior cidade da Noruega, possuindo cerca de 130 mil habitantes. Foi fundada no ano de 1125, o mesmo em que a sua Catedral foi construída sendo a mais antiga do país. Sobressai pelos seus estilos românico gótico, inicialmente construído em um deles, depois tendo sofrido danos resultantes de um incêndio, foi reconstruída em outro. É um templo Evangélico Luterano, à semelhança de uma outra existente nas proximidades, a Igreja de S. Pedro que se destaca pela sua cor avermelhada. Junto da Catedral existe um parque público, Byparken, contendo um lago,
o Lago Breiavatnet, encontrando-se junto das suas margens a Estação Central, local de partida e chegada a Stavanger. Dali segui para Oslo de comboio noturno.
Stavanger
Stavanger, vista da colina da Torre Valberget
Stavanger, vista da colina da Torre Valberget
Stavanger, Vågen (zona portuária)
Stavanger, Vågen (zona portuária)
Stavanger, Torre Valberget
Stavanger, Ponte da cidade vista do mar
Stavanger, Lago Breiavatnet e parque Byparken
Stavanger, Igreja de S. Pedro
Stavanger, Gamle Stavanger, o centro histórico
Stavanger, Catedral
Os pontos principais de Stavanger são facilmente calcorreados em algumas horas, as ruas com os seus edifícios a fazem lembrar um pouco Bergen, nas imediações da Vågen sua zona portuária, sendo também um local de animação noturna com bares e restaurantes. No lado oeste da Vågen encontramos o que eles chamam de Gamle Stavanger, o centro histórico, contendo 173 casas de madeira que foram construídas entre finais do século XVIII e início do século XI. No lado oposto, subindo pelas ruas existe numa colina uma antiga torre de vigia, a Torre Valberget. Obra da autoria do arquiteto Chr. Grosch, construída entre 1850 e 1853. Foi a antiga torre de observação de Stavanger, onde permaneciam vigias, cujas funções eram alertar a população da cidade quando ocorresse um incêndio. Tobias Sandstøl foi o último guarda de vigia durante 18 anos até o ano de 1922. O famoso autor de livros infantis Torbjørn Egner, refere nas suas obras a Torre Valberget.
Stavanger
Stavanger
Stavanger
Stavanger
Stavanger
Stavanger é considerada a Capital do Petróleo, não só porque ali perto se deu início à sua exploração, mas também por decisões políticas, pois na cidade estão sediadas as grandes empresas petrolíferas, muitas delas estatais, estando assim este setor da economia descentralizado da capital. A Noruega é um dos países produtores de petróleo, porém a sua exploração só se iniciou na segunda metade do século passado. Os noruegueses foram pioneiros na sua exploração em alto mar. Atualmente a Noruega é um dos países mais ricos do mundo, tendo no petróleo uma enorme fonte de riqueza. O país tem tido um enorme desenvolvimento, sendo a construção civil um dos seus indicadores. Dizem que a Noruega tem problemas em decidir como investir os lucros provenientes do petróleo, uma indústria que representa 14% do PIB do país, mais de 40% das suas exportações e gera mais de 160 mil postos de trabalho. Os seus gasodutos existentes no Mar do Norte alimentam as Ilhas Britânicas e também os países da Benelux. Paradoxalmente, a gasolina mais cara do mundo é a norueguesa, pois o país tem uma carga fiscal altíssima, sobretudo para manter o seu Estado Social, como é comum nos países nórdicos, que provavelmente possuem o melhor e mais eficiente Serviço Nacional de Saúde do mundo, facilmente sustentável por altos impostos, altos ordenados e os níveis reduzidos de fraude e evasão fiscal.
Stavanger, barco turístico que percorre o Høgsfjorden e o Lysefjord rumo ao Priekestolen
Stavanger vista do mar, Museu Norueguês do Petróleo
Stavanger
Stavanger
Stavanger
OMuseu Norueguês do Petróleo colocou Stavanger no rol das cidades com os melhores museus que visitei pelo mundo fora. Este museu foi criado em 1999, localiza-se na zona portuária da cidade, só pelo seu edifício é uma atração turística, com uma arquitetura inspirada numa plataforma petrolífera. A visita ao seu interior permite-nos obter conhecimentos sobre este mineral existente no interior das rochas sedimentares, formado há milhões de anos, sobre a história da exploração petrolífera do país e também observar muitos objetos impressionantes como as brocas para perfuração dos poços, uma delas com 90 cm de diâmetro e 1700 Kg de peso, modelos de sinos de mergulho e embarcações de segurança usados para o trabalho no fundo do mar. É possível escorregar por uma réplica de um tubo de evacuação de uma plataforma petrolífera e sentir um pouco da adrenalina do que é a vida desses trabalhadores, assim como experimentar os seus fatos especiais.
Stavanger, Museu Noruegês do Petróleo
Stavanger, Museu Noruegês do Petróleo
Stavanger, Museu Noruegês do Petróleo
Stavanger, Museu Noruegês do Petróleo
Destaque para a área dedicada ao terrível acidente de 27 de março de 1980 no campo petrolífero de Ekofisk no Mar do Norte. A plataforma semi submersível Alexander Kielland virou repentinamente durante uma tempestade, após o rompimento de uma de suas cinco colunas verticais que a suportavam, tendo essa falha sido atribuída a uma soldadura defeituosa. Das 212 pessoas a bordo, 123 morreram. Visitar um museu desta natureza é também uma lição de engenharia. Importante para todos pois são os engenheiros que fazem a ponte entre a ciência e a tecnologia, colocando-a ao serviço da nossa evolução e melhoria da nossa qualidade de vida.
Stavanger, Museu Noruegês do Petróleo
Stavanger, Museu Noruegês do Petróleo
Stavanger, Museu Noruegês do Petróleo
Stavanger, Museu Noruegês do Petróleo
Stavanger, Museu Noruegês do Petróleo
PREIKESTOLEN (passeio de um dia desde Stavanger)
A Noruega é pródiga em maravilhas da natureza. É um país onde os amantes de caminhadas cénicas encontram o paraíso. Além dos fiordes, o seu cenário envolvente também é apaixonante, onde os púlpitos marcam presença. OPreikestolen é talvez o mais importante, famoso e icónico púlpito da Noruega, felizmente o mais fácil de aceder, pois são apenas 2 horas de caminhada, cerca de 4 km, em cada sentido, podendo ser feita de forma livre. Trolltunga e Kjerag são os outros dois púlpitos famosos. O ponto de acesso, ou seja, o centro de visitantes, de Trolltunga localiza-se a cerca de 200 Km de Stavanger e a partir daí, serão necessárias entre 8 e 12 horas de caminhada. Já Kjerag localiza-se a cerca de 150 Km, sendo necessárias entre 6 a 10 horas para completar o seu trilho. Para explorarem estes dois trilhos será necessário acrescentarem mais dias ao vosso itinerário, e também possuírem uma boa condição física, obviamente dada as distâncias a percorrer em montanha, é necessário marcar passeios organizados com guia.
Trilho de acesso ao Priekestolen
Trilho de acesso ao Priekestolen, Lago Tjødnane
Trilho de acesso ao Priekestolen
Trilho de acesso ao Priekestolen
Trilho de acesso ao Priekestolen
Trilho de acesso ao Priekestolen
Trilho de acesso ao Priekestolen
Trilho de acesso ao Priekestolen
Navegando rumo ao Priekestolen
Navegando rumo ao Priekestolen, Ponte Lysefjord
Navegando rumo ao Priekestolen, Ponte Lysefjord
Preikestolen cujo nome em língua norueguesa se traduz por “púlpito do pregador ou “púlpito de rocha” é uma falésia com de 604 m de altura sobre o Lysefjord, assim chamado pois o seu nome significa “fiorde da luz”, devido ao granito que lhe dá cor. O local foi cenário do filme “Mission: Impossible – Fallout” com Tom Cruise ali fazendo escalada! É possível aceder ao mesmo de autocarro expresso, cujo percurso atravessa o Túnel Ryfylke, com 14 Km e a cerca de 300 m abaixo do fundo do mar, e nos deixa no centro de visitantes, no entanto recomendo marcar um tour de um dia, fazendo um cruzeiro pelo Lysefjord durante a manhã, observando-o desde a sua base, e depois pela tarde a caminhar até ao topo, e regressar de autocarro ao final do dia a Stavanger. Com um pouco de sorte, apanham o “Fanan”, um português, da margem Sul do Tejo, que vive em Stavanger e a sua atividade profissional é conduzir estes autocarros, com a sua simpatia e bom profissionalismo, sempre disponível para explicar aos turistas diversos dados acerca do Túnel Ryfylke, pois ao momento da sua travessia ninguém fica indiferente.
Priekestolen, fotos da praxe
Priekestolen visto desde o Lysefjord
Priekestolen visto desde o Lysefjord
Priekestolen
Priekestolen
Priekestolen
Priekestolen
Priekestolen
Navegando rumo ao Priekestolen
Navegando pelo Lysefjord, podemos observar o Preikestolen desde a sua base, no entanto é do seu alto que as vistas são de cortar a respiração, daí já ter sido considerado como o melhor miradouro do mundo. A subida ao topo é um passeio maravilhoso, relativamente fácil de ser feito pois os trilhos estão bem marcados e existem passadiços de acesso. No percurso é possível observar diversas cascatas e o Lago Tjødnane onde muitos turistas aproveitam para nadar.
Lysefjord
Lysefjord, Fantahålå
Lysefjord
Lysefjord
Lysefjord
Em Bergen livrei-me da chuva, já na tarde que passei no Preikestolen ela foi minha companheira, assim como alguma trovoada. Os “raios que o partam”, mas com a viagem quase no fim, a grande molha que apanhei foi uma forma muito poética de encerrar a visita às maravilhas naturais da Noruega.
Sem dúvida que a Noruega é um encanto, julgo que nos 12 dias que lá passei vi o principal, pois visitei as 4 maiores cidades, incluindo a capital, vi o Sol da Meia-Noite e os Fiordes marcaram para sempre as minhas memórias de viajante. Quem sabe se em breve estas maravilhosas paisagens do teto do mundo terão seguimento em próximas viagens por essa zona geográfica!
Comer e beber:
O custo da alimentação na Noruega é o maior entrave a quem visita o país e representa uma enormíssima fatia do nosso orçamento. Mesmo a comida rápida não é barata, e quanto a bebidas alcoólicas, preparem-se para desembolsar cerca de 100kr por uma imperial!
Por exemplo, uma refeição com um menu no Burger King ronda os 20€. Donner kebab, pizzas e os cachorros do 7-Eleven foram o meu manjar quase diário. Estes últimos começam nos 5€! Mesmo ir ao supermercado temos garantida uma conta grande na caixa, por exemplo, em Oslo, por uma garrafa de água de 1,5 l paguei cerca de 3,5€. Passar tanto tempo alimentado com estas coisas fez com que o melhor bacalhau à braz, que fora de casa, comi na vida, foi ao almoço, no dia seguinte ao meu regresso, no refeitório onde vou regularmente durante a semana laboral.
Stavanger, charcutaria norueguesa
À Noruega todos associamos o bacalhau que é rei nas nossas mesas. Bacalhau é o nome comum de cerca de 60 espécies migratórias do género “Gadus”, pertencente à família “Gadidae”. O bacalhau original, o tal que conhecemos, é da espécie “Gadus morhua” sendo encontrado por aqueles mares frios do norte da Europa. É geralmente de tamanho pequeno, embora alguns exemplares possam atingir os 100 kg de peso e quase dois metros de comprimento. No país do bacalhau, o mesmo atinge preços exorbitantes, um simples rabo de bacalhau na peixaria custa cerca de 10€!
O salmão também não foge à regra, a Noruega é o maior seu maior produtor mundial, sendo este peixe ali criado, apreciado nos quatro cantos do mundo.
Nestes dias carne de baleia entrou no meu portfólio gastronómico internacional. A Noruega é o único país do mundo em que o seu consumo é permitido.
Por falar em cachorros, em relação a salsichas existem uma enorme variedade, basta passar por uma banca de um talho. No verão é tradicional as pessoas se deslocarem para as ilhas para alegres churrascos de convívio entre familiares e amigos.
Stavanger, peixaria
Stavanger, peixaria, rabos de bacalhau
Stavanger, peixaria, carne de baleia
Souvenirs:
O Troll é o souvenir tradicional. Trata-se de uma criatura mítica com poderes humanos, podendo aparecer tanto sob a forma de um gigante horrendo como na forma de pequena criatura. Diz-se que habita nas florestas e nas montanhas, em cavernas ou grutas subterrâneas, possui cauda como os animais, sendo também maldoso e estúpido. Na literatura nórdica o troll aparece em diversas formas, a mais conhecida com orelhas e nariz enormes, sendo-lhe atribuídas características, tais como a sua transformação em pedra quando exposto à luz solar, e ainda a sua perda de poder ao ouvir o badalar de sinos das igrejas.
Stavanger, Vågen (zona portuária)
Voos:
ATAP voa diretamente de Lisboa para Oslo. A viagem dura cerca de 4 horas. Com antecedência é possível adquirir voos a preços interessantes. A minha viagem foi comprada em dezembro de 2022. Ida e volta por cerca de 200€, apenas com bagagem de cabine. Oslo é uma porta de entrada, ou saída, da Noruega.
Viajei de Oslo para Trondheim de comboio, de Trondheim para Tromsø de avião, e de Tromsø para Bergen, também de avião, de Bergen para Stavanger de barco e finalmente de Stavanger para Oslo de comboio
Viagens de comboio pela Noruega:
A plataforma Vy, permite a marcação de viagens de comboio de longo curso e também nos suburbanos, e também no comboio turístico Flåmsbana.
Os comboios noturnos são limpos, seguros e confortáveis, sendo possível encontrar preços em conta com antecedência, chegar cedo aos locais e não pagar estadas em hotéis.
Viagem de Oslo para Trondheim, de comboio noturno, em 2º classe paguei 205 kr, marcada em março de 2023.
Viagem de Stavanger para Oslo, de comboio noturno, em 2º classe paguei 431 kr, marcada em março de 2023.
Viagem de Bergen para Stavanger:
A minha escolha foi a via marítima. A empresa Fjord Line AS efetua esse percurso. Dura cerca de 5 horas e meia e proporciona maravilhosas vistas desde o mar.
A viagem custou 39 Kr, marcada em abril 2023.
Mar do Norte, Loddefjord. Ponte Askoy, com o maior vão livre da Noruega
Tour de Stavanger ao Preikestolen:
ARødne Fjord Cruise proporciona tours desde Stavanger. O que fiz ao Preikestolen, inclui um cruzeiro pelos fiordes e regresso de autocarro. Paguei 1.150 Kr
Ferry boat MS Stavangerfjord, que efetua o percurso entre Bergen e Stavanger
Circuito do barco turístico que desde Stavanger percorre o Høgsfjorden e o Lysefjord rumo ao Priekestolen
Voos internos:
A Widerøe, uma companhia aérea regional, proporciona viagens pelo país. Com antecedência conseguem-se preços em conta.
Voo de Trondheim para Tromsø e de Tromsø para Bergen, cada voo custou 1107 Kr, marcados em janeiro de 2023.
Transportes públicos em Stavanger:
A companhia Kolumbus AS assegura transporte na cidade, nomeadamente desde o terminal de chegada da companhia “Fjord Line” que se localiza a cerca de 15 Km do centro. É necessário instalar a aplicação “kolumbus ticket”, existente gratuitamente nas Play Stores, no smartphone e com ela através do cartão de crédito, adquirir os bilhetes, que são gerados num código QR.
Viagem de autocarro pelo Túnel Ryfylke, com 14 Km e a cerca de 300 m abaixo do fundo do mar
Alojamento:
A Noruega é um dos países mais caros do mundo, no entanto é possível encontrar alojamento em conta. Dormindo em quartos partilhados, por exemplo, por algumas noites, não é mau de todo, e com um orçamento médio de 40€ conseguem-se encontrar muitas opções.
Ao longo destes dias, em questões de alojamento, fiz um equilíbrio entre dormir em quartos individuais com wc e duche, quartos partilhados e as duas noites passadas em viagens nos comboios noturnos.
OStavanger Bed & Breakfast foi a minha escolha para estas duas noites. Localizado a cerca de 1,5 Km da zona portuária, oferece bom acolhimento e um bom serviço de alojamento, relativamente económico com pequeno-almoço. Pelas duas noites paguei 1240 kr.
O sonho começou por Oslo e Trondheim, depois Tromsø e finalmente a melhor parte: Bergen, uma cidade encantadora, conhecida como a Capital dos Fiordes, a cidade mais chuvosa da Europa, mas acreditem, nem uma gota caiu nestes 3 dias! Sol com fartura, não o da Meia-Noite, mas ainda raiava para lá das 23 horas, temperaturas de 23ºc, contrastando com o Verão polar vivido nos dias anteriores. Até tive tempo de fazer praia, em Kyrkjetangen, estância balnear localizada a cerca de 14 Km do centro da cidade. Kyrkjetangen, um nome estranho, não sei escrever (só copy n ́paste) nem pronunciar, mas marca o local mais a norte onde me banhei! Um local verdejante com uma pequena praia com areia e pedras, mais pedras que areia, por incrível que pareça, a água do mar não é mais fria que no Algarve, talvez até seja menos que em alguns dias de Verão mas é muito menos salgada, bom para relaxar a meio da tarde, de um dia passado na montanha. Na entrada para o areal, junto ao estacionamento, as casas de banho públicas chamam a atenção, não pela sua tecnologia como no Japão mas pelo facto de serem construídas em madeira, latrinas inclusive! Há cerca de 60 anos por estes lados cada casa tinha a sua casa de banho exterior, e eram assim construídas, em madeira, algo que abunda por aqueles lados. Agora é só para fins turísticos! Ainda sobre o tema, casas de banho, que muito me atrai, a Noruega possui as mais belas do mundo devido à sua localização, e que proporcionam vistas panorâmicas de sonho, basta pesquisarem um pouco e encontrarão. Não esquecer que a 19 de Novembro, celebraremos o World toilet day, o Dia Mundial da casa de banho, por mais estranho que pareça, é um dia importante para a Humanidade, pois no Mundo uma casa de banho é algo a que cerca de 2.500 milhões de pessoas não têm acesso.
Bergen e Stavanger, a estada que se seguiu, são as cidades mais visitadas, qualquer itinerário turístico na Noruega incluirá obrigatoriamente as mesmas, por serem pontos de partida para explorar muitos fiordes, fazendo cruzeiros turísticos ou utilizando carreiras marítimas regulares. Os fiordes são algumas das maravilhas da natureza que existem em abundância na Noruega, paisagens sublimes, cascatas, rios e montanhas completam o quadro. Quando voamos pelo país, e neste caso quando nos preparamos para aterrar no Aeroporto de Bergen, se tivermos a sorte de nos calhar um lugar à janela e um dia com céu limpo, o que facilmente acontece em Junho, desfrutaremos de paisagens soberbas, que são apenas uma pequena amostra daquilo que o país e particularmente esta região têm para oferecer.
Bergen, Torgallmenningen, a praça central
Bergen, Sjøfartsmonumentet, o Monumento aos Marinheiros na Torgallmenningen, a praça central
Bergen, rømmegrøt vendido na rua
Bergen, Praia de Kyrkjetangen, típico WC ao estilo nórdico retro
Bergen, Praia de Kyrkjetangen
Bergen, Praia de Kyrkjetangen
Bergen, Praia de Kyrkjetangen
Bergen, Palco Nacional, sala de espetáculos
Bergen, Lago Lille Lungegårdsvannet
Bergen, Igreja de Santra Maria
Bergen, Igreja de Santa Maria
Bergen, Fortaleza de Bergenhus, Torre Rosenkrantz
Bergen, Fløyebanen (funicular)
Bergen, antigo Tribunal Distrital
Bergen, Antiga Câmara Municipal
Bergen, a sua ´Lombard street´
Bergen vista do alto da Montanha Fløyen
Bergen
Bergen
Bergen
Bergen
Bergen
As Montanha Fløyen e Ulriken são duas das sete montanhas que circundam Bergen e são dois dos pontos prediletos para aceder e a observar lá do alto, bem como toda a sua envolvente natural, o seu povoado, onde os recortes costeiros, lagos, fiordes, com o mar a perder de vista completam o quadro. É possível aceder ao cimo das mesmas caminhando por trilhos, o que é gratuito, já que os meios de transporte, respetivamente o Fløyebanen (funicular) e o Ulriksbanen (teleférico) custam exorbitâncias. Fi-lo caminhando, tal como muitos turistas, e como já o havia feito dias antes, na Montanha Storsteinen em Tromsø. Fløyen é a mais próxima do centro da cidade, o seu ponto de observação fica a 400 metros durando a escalada, cerca de uma hora. Já Ulriken, que é a montanha mais alta de todas as 7, o ponto de subida, localiza-se perto de Montana, a 5 Km do centro da cidade, onde se acede de autocarro de carreira regular, e daí até ao seu ponto de observação, localizado a 643 metros faz-se uma escalada com cerca de 1 hora e meia que inclui 1.333 degraus.
Bergen, subida à Montanha Fløyen
Bergen, trilhos das montanhas
Bergen, trilhos das montanhas
Fløyen e Ulriken estão ligadas por trilhos, constituindo uma caminhada com cerca de cerca de 14 km. Dizem que fazê-la no Verão ao pôr do sol é uma experiência memorável. Será necessário tempo, condição física e motivação para fazer uma caminhada que dura algumas horas, que recomendo aos amantes deste tipo de atividade, que encontrei na Pampilhosa da Serra e em Castanheira de Pera, pois na Noruega vão ter o seu habitat natural. Os pontos de observação das montanhas de Floyen e Ulriken, complementam-se e são ambos de visita obrigatória, sendo de fácil acesso quer subindo aos mesmos, as escaladas, no verão, não são tidas como de grau de dificuldade elevado, ou mesmo utilizando os meios de transporte de acesso caso o tempo seja curto ou orçamento seja mais folgado. Fica a dica, se forem a Bergen, não deixem de subir a estas duas montanhas.
Bergen vista na subida à Montanha Ulriken
Bergen vista na subida à Montanha Fløyen
Bergen vista do alto da Montanha Ulriken
Bergen vista do alto da Montanha Ulriken
Bergen vista do alto da Montanha Ulriken
Bergen vista do alto da Montanha Ulriken
Bergen vista do alto da Montanha Ulriken
Bergen vista do alto da Montanha Fløyen
Bergen vista do alto da Montanha Fløyen
Bergen é a segunda cidade da Noruega, foi fundada em 1070 e foi sua capital até 1299. É uma cidade pequena onde exploram facilmente a pé os seus pontos principais. Num dia conseguimos percorrer as ruas mais importantes, com casas tradicionais, e degustar o melhor da gastronomia norueguesa, pois a cidade também é um destino gastronómico. Peixe, obviamente, é impossível ficar indiferente ao Mercado do Peixe, um conjunto de bancas que servem diversos manjares, ao estilo “street food”, localizado em plena zona portuária. Local de grande romaria, sobretudo de turistas, onde provar a famosa carne de baleia é obrigatório! A Noruega é talvez o único país do mundo onde é consumida esta iguaria e diga-se de passagem, é muito saborosa. Grelhada na chapa com manteiga e alho picado, os seus aromas, à distância, fazem-nos crescer água na boca. A Noruega é um país caro, não me canso de dizer, pelo que o prazer gastronómico no Mercado do Peixe não foge à regra, mas não deixa de ser obrigatório experimentar algo tradicional ali, mesmo que não seja carne de baleia. A grande maioria dos vendedores são de origem estrangeira, contei espanhóis e até mesmo sul coreanos, e todos têm uma delicadeza com o visitante fora do normal, permitindo amavelmente que façamos fotos.
Bergen
Bergen, zona portuária
Bergen, zona portuária
Bryggen é a parte mais importante da cidade fazendo parte da lista do Património Mundial da UNESCO, assim como a própria cidade de Bergen. A Liga Hanseática, palavra derivada de “die Hanse” da língua alemã, que significa “banda” ou “tropa”, foi uma organização político-económica criada em finais do século XII na Alemanha, sendo uma aliança entre as cidades livres mercantis do norte da Europa, nomeadamente as situadas junto do Mar do Norte e do Mar Báltico, por onde se faziam as rotas comerciais. Bergen era uma dessas cidades. O antigo cais e os edifícios hanseáticos por lá existentes, fizeram de Bergen uma das áreas urbanas mais conhecidas na Idade Média em toda a Noruega. Em 1360, a Liga Hanseática Alemã criou uma das suas sedes de importação e exportação em Bryggen, dominando o comércio durante quase 400 anos.
Ao passearmos por aquelas ruas, vielas estreitas e galerias suspensas viajamos no tempo, até ao século XIV. Os primeiros edifícios de Bergen apareceram em Bryggen, pelo que ao longo dos séculos esta tem sido uma área vibrante e importante da cidade. Os edifícios de madeira condicionaram com que Bryggen fosse devastada por muitos incêndios, nomeadamente o grande incêndio de 1702 que reduziu a cidade a cinzas. Muitos edifícios de Bergen desapareceram para sempre, mas aquela área de Bryggen, foi reconstruída sobre as fundações que existiam desde o século XII, sendo esta a razão que Bryggen tem permanecido inalterada ao longo dos tempos. Em Bryggen pode ser visitado o Museu Henseático cujo exposição retrata esses tempos na cidade.
AFortaleza de Bergenhus encontra-se muito perto de Bryggen. Ali residiu o monarca e foi o centro administrativo quando Bergen era a capital da Noruega. A fortaleza contém edifícios datados que remontam a 1240, embora a maior parte das construções sejam dos tempos pós II Guerra Mundial, constituindo assim a maior parte dessa área do complexo, datada do século XIX. As instalações da fortaleza cobrem as áreas da cidade denominadas de Koengen, Bradbenken, Festningskaien e Bontelabo. Em 2005, foi inaugurado no seu interior um Museu de Guerra que ilustra, entre outras coisas, o período da Noruega sob ocupação Nazi. A Torre Rosenkrantz é um dos edifícios constituintes do complexo da Fortaleza de Bergenhus, construída no século XIII, onde residia o Rei Eric Magnusson, possuindo uma exposição com relíquias diversas e proporcionando lá do alto vistas da cidade e sua zona portuária.
Pelas imediações da zona portuária podemos encontrar por exemplo a Igreja de Santa Maria, um templo católico, o único que resta das 12 igrejas e 3 mosteiros, construídos no início do século XXII, tendo sofrido danos devido diversas catástrofes ao longo da história e sucessivamente reconstruída, o edifício atual da Câmara Municipal e também o antigo, o Antigo Tribunal Distrital, o Palco Nacional, uma sala de espetáculos. Quanto às ruas, destaca-se uma muito parecida com a famosa Lombard street de São Francisco, que se localiza entre as ruas Strandgaten e Nordnesveien, a praça central,Torgallmenningen, onde se encontra desde 1950, rodeado por uma fonte, o Sjøfartsmonumentet, o Monumento aos Marinheiros, cujo escultor norueguês Dyre Vaa levou 6 anos para construí-lo, possui 7 metros de altura sendo composto por 12 homens e placas de bronze em relevo.
Bergen, Câmara Municipal
Não poderia deixar de falar de Bergen sem uma recomendação cinematográfica. Uma comédia italiana, uma sátira, que teve muito sucesso, “Quo Vado”, filme em parte rodado na Noruega e pelas ruas de Bergen. Qualquer funcionário público deve ver, aqui fica a trailer! Como juridicamente sou equiparado a funcionário público, não deixei de procurar os spots e tirar uma foto em um deles! Já temos a fama, ao menos tenhamos o proveito e sejamos felizes assim, a viajar nos tempos livres! Aqui fica a banda sonora.
Bergen, casa que se vê no filme ´Quo Vado´
Bergen, casa que se vê no filme ´Quo Vado´
Bergen, Bryggen
Bergen, Bryggen
FLÅM e MYRDAL (passeio de um dia desde Bergen)
E finalmente chegou o dia mais importante, o mais memorável passado na Noruega e um dos mais importantes da minha vida de viajante. Um cruzeiro de um dia desde Bergen até Flåm e o regresso de comboio. Tudo transcendeu as minhas expectativas! Navegar por fiordes é ler um poema a três dimensões, é ser atingido por uma seta do cupido. Aqueles cenários possuem uma mística e uma magia que é impossível descrever por palavras, só mesmo vivendo na primeira pessoa os acontecimentos, podemos ter ideia da grandiosidade do local.
A manhã foi passada navegando pelos fiordes. Balestrand, Vik, Noreide, Leikanger e Aurland foram algumas das passagens.
Dos diversos fiordes, o Sognefjord é tido como o rei, sendo a passagem pelo mesmo ponto alto. Trata-se do fiorde mais profundo (1,308 m) e mais comprido (205 Km) do país. A amizade feita durante o cruzeiro com uma moça “Chicana”, ou seja, americana de origem mexicana, completou essa manhã na perfeição e tornou-a ainda mais inesquecível. A Micha é uma celebridade a nível mundial, trabalha nas artes, percorre o mundo dando palestras e ensinando nas universidades as artes do espetáculo, vive em Phoenix, estado do Arizona (EUA) e com ela partilhei as minhas experiências de viagens e dos espetáculos que tenho visto pelo mundo fora. O mundo é tão pequeno que ela também assistiu à Tosca na Ópera de Oslo, poderíamos nos ter encontrado no foyer, mas quis o destino que o viéssemos a fazer no meio dos fiordes noruegueses!
Em Flåm desembarquei mais a minha amiga Micha, demos um passeio junto do cais e fomos beber um copo de vinho juntos, brindando à nossa amizade, ali no bar do Fretheim Hotel, bonito local para marcar o momento, com vista para o Aurlandsfjord, afluente do Sognefjord, que nos deram tão boa inspiração e tão boas memórias. Despedimo-nos calorosamente e esperamos um dia nos reencontrar, quem sabe no Arizona. Ela seguiu depois para a Bélgica, bonito destino que já visitei, eu regressei a Bergen. Os nossos bilhetes de comboio tinham horários diferentes.
Cruzeiro de Bergen a Flam, Vik, Sogn
Cruzeiro de Bergen a Flam, Ponte Hagelsund no Kvernafjord
Cruzeiro de Bergen a Flam, junção do Aurlandsfjord com o Nærøyfjord
Cruzeiro de Bergen a Flam, em pleno Sognefjord, com a Micha. Amizades que vou fazendo pelo mundo fora
Cruzeiro de Bergen a Flam, Cascata de Laegdafossen no Næroyfjord
Cruzeiro de Bergen a Flam, Cascata de Laegdafossen no Næroyfjord. Com a Micha. Amizades que vou fazendo pelo mundo fora
Cruzeiro de Bergen a Flam, Balestrand no Sognefjord
Cruzeiro de Bergen a Flam, Balestrand no Sognefjord
Cruzeiro de Bergen a Flam, Balestrand no Sognefjord
Cruzeiro de Bergen a Flam, Aurlandsfjord
Flåm é uma pequena vila muito concorrida em termos turísticos, a avaliar pelos navios de cruzeiro que lá atracam. Não vai ser por muito tempo, pois os Noruegueses são obcecados pelo ambiente, e aquela romaria de navios de grande porte em nada beneficia os ecossistemas que compõem aquelas maravilhas da natureza. Existe um local onde se pode ter uma panorâmica de Flåm e toda a zona envolvente, o Stegastein, à semelhança de outros que visitei, fica a cerca de 17 Km sendo necessário caminhar cerca de 4 horas ou apanhar um táxi, tudo depende do tempo e orçamento para isso, ambos me faltaram, sobretudo o primeiro.
Flåm
Flåm, Museu Ferroviário
Flåm, Museu Ferroviário
Flåm, Museu Ferroviário
Flåm, Museu Ferroviário
Flåm, Museu Ferroviário
Flåm, Museu Ferroviário
Flåm
Flåm é conhecido por ser um destino de uma linha de comboio turística, “Flåmsbana“, internacionalmente conhecida como “The Flåm Railway“ considerada por muitos como a viagem de comboio mais bela do mundo. Depois de ter experimentado na Argentina o “Tren del Fin del mundo” voltei a juntar mais uma viagem de comboio memorável ao meu palmarés. Viagens memoráveis de comboio que na minha vida começaram ainda na infância, na Costa da Caparica com o famoso “Transpraia”, infelizmente já extinto, e que já pude reviver, em 2020, perto de Tavira na Praia do Barril.
Flåmsbana, The Flåm railway
Flåmsbana, The Flåm railway, paisagens sublimes na viagem entre Flåm e Myrdal
Flåmsbana, The Flåm railway, paisagens sublimes na viagem entre Flåm e Myrdal
Flåmsbana, The Flåm railway, paisagens sublimes na viagem entre Flåm e Myrdal
Flåmsbana, The Flåm railway, paisagens sublimes na viagem entre Flåm e Myrdal
Flåmsbana, The Flåm railway, paisagens sublimes na viagem entre Flåm e Myrda, Cascata Kjosfossen
Flåmsbana, The Flåm railway, chegada à estação de Myrdal
Flåmsbana, The Flåm railway, a simpática revisora que acedeu a tirar uma foto comigo
Flåmsbana, The Flåm railway
Flåmsbana, The Flåm railway
Enquanto esperamos pelo comboio, atenção que dada a enorme afluência, é necessário reserva prévia, podemos visitar o Museu Ferroviário de Flåm, que nos faz lembrar o do Entroncamento… Ficaremos a saber muito acerca da construção desta ferrovia, a segunda mais íngreme do mundo, os desafios e soluções técnicas encontradas para construir esta obra de engenharia que teve início em 1924. Implicou a construção de 20 túneis, totalizando estes 5.692 metros, 18 deles manualmente! A construção da ferrovia durou mais de 15 anos, totalizando quase 70 anos desde o projeto até a conclusão da obra, em 1940. O museu oferece diversa informação sobre os operários que construíram a linha, material circulante ao longo dos tempos e também da cultura rural em Flåm e na sua região.
Flåmsbana liga Flåm a Myrdal, estação que se situa a cerca de 866 metros de altitude, na linha que liga Oslo a Bergen, também ela uma das mais belas do mundo. O percurso tem cerca de 20 Km, durando aproximadamente 50 minutos a percorrê-lo, sendo uma viagem de cariz turístico. De Myrdal apenas conhecemos a estação e foi ali que esperei pelo comboio que me levou de volta a Bergen, mas a viagem em si atravessa paisagens de cortar a respiração, com montanhas, cascatas e fiordes, desta vez observados por via terrestre, tendo o seu ponto mais alto com a paragem junto da Cascata Kjosfossen. Trata-se de uma queda de água com cerca de 225 metros, sendo a sua energia em parte aproveitada para alimentar essa ferrovia. Recebe anualmente quase 900 mil visitantes, o que a torna num dos locais mais visitados da Noruega. Não sou nenhum fotógrafo profissional, de fotografia pouco ou nada percebo, viajo com um smartphone que custa pouco mais de 200€, mas a foto que tirei com a queda de água fazendo efeito de arco-íris foi das mais bem conseguidas da viagem e é digna de capa de revista.
O dia terminou, poderia dizer de noite, pois passava das 23 horas quando desembarquei na estação central de Bergen. Era sexta-feira, e a minha felicidade era tanta que andava aos saltos pelas ruas a gritar coisas que só para mim faziam sentido!
Stavanger foi o destino seguinte!
Comer e beber:
O custo da alimentação na Noruega é o maior entrave a quem visita o país e representa uma enormíssima fatia do nosso orçamento. Mesmo a comida rápida não é barata, e quanto a bebidas alcoólicas, preparem-se para desembolsar cerca de 100kr por uma imperial!
Por exemplo, uma refeição com um menu no Burger King ronda os 20€. Donner kebab, pizzas e os cachorros do 7-Eleven foram o meu manjar quase diário. Estes últimos começam nos 5€! Mesmo ir ao supermercado temos garantida uma conta grande na caixa, por exemplo, em Oslo, por uma garrafa de água de 1,5 l paguei cerca de 3,5€. Passar tanto tempo alimentado com estas coisas fez com que o melhor bacalhau à braz, que fora de casa, comi na vida, foi ao almoço, no dia seguinte ao meu regresso, no refeitório onde vou regularmente durante a semana laboral.
À Noruega todos associamos o bacalhau que é rei nas nossas mesas. Bacalhau é o nome comum de cerca de 60 espécies migratórias do género “Gadus”, pertencente à família “Gadidae”. O bacalhau original, o tal que conhecemos, é da espécie “Gadus morhua” sendo encontrado por aqueles mares frios do norte da Europa. É geralmente de tamanho pequeno, embora alguns exemplares possam atingir os 100 kg de peso e quase dois metros de comprimento. No país do bacalhau, o mesmo atinge preços exorbitantes, um simples rabo de bacalhau na peixaria custa cerca de 10€!
Bergen, Mercado do Peixe
Bergen, Mercado do Peixe, sopa de peixe
Bergen, Mercado do Peixe, refeição de carne de baleia, provando a iguaria pela primeira vez
Bergen, Mercado do Peixe, pasteis de bacalhau
Bergen, Mercado do Peixe, lombos de bacalhau, vejam o preço
O salmão também não foge à regra, a Noruega é o maior seu maior produtor mundial, sendo este peixe ali criado, apreciado nos quatro cantos do mundo.
Em Bergen juntei a carne de baleia ao meu portfólio gastronómico internacional. A Noruega é o único país do mundo em que o seu consumo é permitido. O mercado de peixe de Bergen é um paraíso gastronómico, do género “street food”, de peixe e marisco, mas também de outras iguarias como por exemplo hamburgers de alce ou mesmo paella! Além da carne de baleia, ali provei uma sopa de peixe e um bolo de bacalhau, que em nada tem a ver com os nossos pastéis de bacalhau. Foi um local onde tirei muitas fotos, e tive oportunidade de falar com muitos dos seus vendedores das bancas de comida, arrisco-me a dizer que nenhum é norueguês, mas a simpatia para com os visitantes, mesmo os que mais fotografam e menos consomem, é extraordinária!
Por falar em cachorros, Flåm marcou o local no mundo onde paguei mais por um cachorro, fazendo as contas ao câmbio, foram 9,5€. Um record que mereceu uma foto para a posteridade!
Flåm, 9,45€ por um cachorro, é um record que merece registo fotográfico!
Quanto à doçaria, juntei ao meu portfólio o rømmegrøt, que é tido como um dos pratos tradicionais. “Rømme” significa azedo. É feito com creme azedo, leite integral, farinha de trigo, manteiga e sal, sendo assim uma papa que depois é polvilhada de canela, com consistência grossa e sabor adocicado. Aprendi o nome, provei, mas não fiquei apreciador!
Bergen, Mercado do Peixe, a paella é internacional!
Bergen, Mercado do Peixe
Bergen, Mercado do Peixe
Souvenirs:
O Troll é o souvenir tradicional. Trata-se de uma criatura mítica com poderes humanos, podendo aparecer tanto sob a forma de um gigante horrendo como na forma de pequena criatura. Diz-se que habita nas florestas e nas montanhas, em cavernas ou grutas subterrâneas, possui cauda como os animais, sendo também maldoso e estúpido. Na literatura nórdica o troll aparece em diversas formas, a mais conhecida com orelhas e nariz enormes, sendo-lhe atribuídas características, tais como a sua transformação em pedra quando exposto à luz solar, e ainda a sua perda de poder ao ouvir o badalar de sinos das igrejas.
Bergen, Troll existente na Montanha Fløyen
Voos:
ATAP voa diretamente de Lisboa para Oslo. A viagem dura cerca de 4 horas. Com antecedência é possível adquirir voos a preços interessantes. A minha viagem foi comprada em dezembro de 2022. Ida e volta por cerca de 200€, apenas com bagagem de cabine. Oslo é uma porta de entrada, ou saída, da Noruega.
Viajei de Oslo para Trondheim de comboio, de Trondheim para Tromsø de avião, e de Tromsø para Bergen, também de avião.
Paisagens Norueguesas, observadas do ar na viagem de Tromsø para Bergen
Paisagens Norueguesas, observadas do ar na viagem de Tromsø para Bergen
Cruzeiro de Bergen a Flåm:
A Norled proporciona viagens de barco pelos fiordes.
O cruzeiro de Bergen a Flåm, custou 1015 Kr (só ida), marcada em Maio de 2023.
Linha de comboio Oslo-Bergen, paisagens sublimes
Viagens de comboio pela Noruega:
A plataforma Vy, permite a marcação de viagens de comboio de longo curso e também nos suburbanos, e também no comboio turístico Flåmsbana.
Os comboios noturnos são limpos, seguros e confortáveis, sendo possível encontrar preços em conta com antecedência, chegar cedo aos locais e não pagar estadas em hotéis.
Viagem de Oslo para Trondheim, de comboio noturno, em 2º classe paguei 205kr, marcada em março de 2023.
A viagem que fiz entre Flåm e Bergen (só ida), via Myrdal, custou 739 Kr, marcada em maio de 2023
Viagem de Bergen para Stavanger:
A minha escolha foi a via marítima. A empresa Fjord Line ASv efetua esse percurso. Dura cerca de 5 horas e meia e proporciona maravilhosas vistas desde o mar.
A viagem custou 39 Kr, marcada em abril 2023.
Bergen, Catamarã com destino a Flåm. Poderia ser o barco do amor
Voos internos:
A Widerøe, uma companhia aérea regional, proporciona viagens pelo país. Com antecedência conseguem-se preços em conta.
Voo de Trondheim para Tromsø e de Tromsø para Bergen, cada voo custou 1107 Kr, marcados em janeiro de 2023.
Transportes públicos em Bergen:
A companhia Skyss assegura transporte dentro da cidade. É necessário instalar a aplicação “Skyss billett”, existente gratuitamente nas Play Stores, no smartphone e com ela através do cartão de crédito, adquirir os bilhetes, que são gerados num código QR.
Transporte desde o aeroporto para o centro da cidade:
O Aeroporto de Bergen é servido por carreiras de autocarros e existe uma linha de metropolitano de superfície Bybanen que efetua este percurso, sendo esta a forma mais fácil. É possível adquirir o bilhete nas máquinas automáticas ou instalando a aplicação “Skyss billett” existente gratuitamente nas Play Stores, no smartphone e com ela através do cartão de crédito, adquirir os bilhetes, que são gerados num código QR.
Alojamento:
A Noruega é um dos países mais caros do mundo, no entanto é possível encontrar alojamento em conta. Dormindo em quartos partilhados, por exemplo, por algumas noites, não é mau de todo, e com um orçamento médio de 40€ conseguem-se encontrar muitas opções.
A minha escolha recaiu no City Hostel Bergen. Trata-se de hostel que oferece alojamento económico no centro de Bergen, em quarto partilhado com casa de banho coletiva e uso da cozinha, pelo que poderão adquirir mantimentos nos supermercados e cozinhar, caso tenham essa disponibilidade. O ambiente é jovem, multinacional e descontraído, o que tornou a estada agradável. Paguei 1.323 kr por 3 noites, reserva feita em abril de 2023.
Bergen, Ulriksbanen chegando ao topo da Montanha Ulriken
Noruega, parte 2: Tromsø, a capital do Ártico ao Sol da Meia Noite
Texto & Fotos de Mário Menezes
Oslo e Trondheim ficavam para trás, ou melhor para o sul, e a beleza do país, o melhor que tinha para oferecer ainda estava para vir. Depois do Verão Austral em 2020, vinha algo parecido, mas desta vez, Setentrional.
A região encanta-nos logo que nos preparamos para aterrar no Aeroporto de Tromsø, se tiverem a sorte de vos calhar um lugar à janela, irão desfrutar de paisagens sublimes que se coadunam com o que vemos nos postais turísticos acerca desta região. Neve, montanhas e claro, fiordes. A Noruega é pródiga nestas maravilhas da natureza.
Vista desde a Montanha Storsteinen-Sydspissen parte oeste da Ilha de Tromsøya
Subida à Montanha Storsteinen, vista para o centro de Tromsø, Tromsdalen e Tromsøbrua (Ponte de Tromsø)
Subida à Montanha Storsteinen, vista para o centro de Tromsø, Tromsdalen e Tromsøbrua (Ponte de Tromsø)
A cidade de Tromsø, localiza-se cerca de 350 km a norte do Círculo Polar Ártico, por conseguinte, devido à inclinação do Eixo da Terra, em junho, altura do ano em que a visitei, a luz solar dura 24 horas por dia. Pela mesma razão, se viajarem numa altura invernal, o sol nunca aparece, é noite durante as 24 horas do dia, e terão fortes possibilidades de observarem as famosas “Northern lights”, as Auroras Boreais, um fenómeno que ocorre devido ao vento solar, emissão contínua de partículas carregadas, provenientes da coroa solar, com a alta atmosfera da Terra, canalizadas pelo campo magnético terrestre, que causam um fenómeno ótico composto por um brilho que ao longo dos séculos tem encantado a Humanidade, e também causado apreensão, nomeadamente pelos Vikings, que atribuíam este fenómeno aos Deuses.
Subida à Montanha Storsteinen, vista para os Fiordes e Tromsdalen
Saber quando é possível ver o Sol da Meia-Noite, ou melhor, a luz solar 24 horas por dia, é fácil, basta introduzir no site “Time and Date” quais as datas que pretendem, portanto se viajarem para estas latitudes nesses dias, entre finais de Maio e finais de Julho, é garantido que irão presenciar este fenómeno. Para ver Auroras Boreais, terão de se deslocar em período de Outono ou Inverno, entre outubro e março, e se tiverem a sorte de encontrarem o céu limpo nesses dias. Querer o Sol da Meia Noite e Auroras Boreais, não é possível, é como querer o “Sol na eira e a chuva no nabal”! Para ver Auroras Boreais terei de voltar ao Ártico no Inverno. Espero que seja para conhecer Rovaniemi, a Terra do Pai Natal, na vizinha Finlândia, país que apenas conheci Helsínquia ou quando visitar a Islândia, que será no Inverno..
Vista de Sydspissen para os fiordes
Tromsø
Tromsø Kunstforening, centro de arte contemporânea
O Ártico é uma região definida nos compêndios de Geografia, de duas formas: toda aquela região acima do Círculo Polar Ártico, ou a que se localiza no Hemisfério Norte e é circunscrita pela linha fechada, que circunda o Círculo Polar Ártico, onde a temperatura média do mês mais quente é inferior a 10ºc. Esta linha isotérmica que delimita esta região, coincide aproximadamente com a linha das árvores árticas, portanto para lá desta linha é impossível existirem árvores, sendo a Tundra o bioma constituinte. Tromsø localiza-se pertíssimo dessa linha, talvez por isso por lá, se encontrem árvores, nomeadamente junto do Lago Prestvannet, a cerca de 2 Km do centro da cidade, é um dos locais prediletos para observar o Sol da Meia Noite! Ele apareceu, mas encoberto pelas nuvens. Passava da meia-noite, mas era dia, e o único ruído audível era o chilrear dos pássaros.
Lago Prestvannet, à meia noite
Lago Prestvannet, à meia noite
Deixemos os preciosíssimos geográficos para quem é entendido no assunto, facto é que Tromsø é conhecida como a Capital do Ártico, do Sol da Meia Noite e das Auroras Boreais! É uma cidade universitária, jovem e muito cosmopolita, possuindo cerca de 70 mil habitantes, e uma vida noturna animada, que não deixava de o ser mesmo quando os bares fechavam ainda de dia, às 2 horas da manhã! Em 3 dias conseguimos conhecer os pontos mais importantes nas imediações do centro da cidade, por nós próprios, caminhando e apanhando muito frio, mesmo em junho quando as temperaturas não ultrapassam os 12ºc, vento gélido e chuviscos completam o quadro meteorológico. Ali num dia facilmente vivemos as 4 estações do ano. Os 3 dias que passei em Tromsø foram os dias de junho mais frios que vivi na vida!
Tromsø Domkirke, a Catedral de Tromsø
Tromsø
O centro de Trømso localiza-se na Ilha de Tromsøya, que se encontra ligada a outras ilhas bem maiores, circundada por diversos fiordes, através de túneis e pontes. A ponte mais famosa, é aquela por onde acedemos a Tromsdalen, a Tromsøbrua (Ponte de Tromsø) sendo o centro do seu tabuleiro outro dos locais prediletos para observar o Sol da Meia Noite. Desta vez ele apareceu à hora marcada, apesar de se esconder logo no imediato pois o céu não estava limpo, e assim fiz uma grande celebração, afinal no dia seguinte ia embora!
Vista desde a Montanha Storsteinen-centro de Tromsø, Tromsdalen e Tromsøbrua (Ponte de Tromsø)
Vista desde a Montanha Storsteinen-centro de Tromsø, Tromsdalen e Tromsøbrua (Ponte de Tromsø)
Tromsøbrua (Ponte de Tromsø)
Tromsøbrua (Ponte de Tromsø)
Tromsøbrua (Ponte de Tromsø)
Tromsøbrua (Ponte de Tromsø)
Toda esta envolvente natural, com os fiordes, a Ilha de Tromsøya, Tromsøbrua e as montanhas, pode ser observada do alto da Montanha Storsteinen que contém uma plataforma de observação a 421 metros, acessível de teleférico no entanto o preço é bastante elevado, sendo a escalada a alternativa, além do mais, proporciona lindas vistas e existem muitos turistas a fazê-la. Ao longo do percurso com cerca de 1300 degraus que se percorre em cerca de 1 hora e meia, por trilhos, alguns deles mesmo em junho ainda contêm neve, chegamos ao local mais pitoresco de todos, sendo também outro dos pontos prediletos para observar o Sol da Meia Noite.
Tromsøbrua (Ponte de Tromsø), meia noite
Montanha Storsteinen
O início da subida para a montanha começa a cerca de 2Km do centro de Trømso, nas ruas junto à Tromsdalen, conhecida por Catedral do Ártico, igreja luterana cuja sua arquitetura a torna como um dos pontos mais “radicais” da cidade, com a sua fachada de vidro e alumínio.
Tromsdalen (Catedral do Ártico)
Tromsdalen (Catedral do Ártico)
Tromsdalen (Catedral do Ártico)
Na parte oriental da Ilha de Tromsøya encontramos Sydspissen, local predileto para observar o pôr do Sol, ou quando ele não se põe, é o Sol da Meia Noite que marca presença. Basta caminhar cerca de 4 Km desde o centro de Trømso.
Ali funcionou um campo de concentração Nazi durante a II Guerra Mundial, encontrando-se o mesmo totalmente desmantelado, existindo apenas no local um muro em ruínas. Foi o principal campo de prisioneiros no norte da Noruega, construído para albergar 100 prisioneiros, suspeitos de serem comunistas, e a população judaica masculina da área de Tromsø foram os primeiros. Mais tarde, passou a albergar intelectuais, professores e membros da Esquerda política norueguesa. Funcionou como um campo de trânsito que libertava prisioneiros após uma curta estadia ou os enviava para outros campos de concentração, mas rapidamente ficou superlotado, tendo os prisioneiros sido transferidos para o campo de detenção de Tromsdalen, a curta distância. As condições de vida eram péssimas, o clima rigoroso, com os prisioneiros a serem submetidos a jornadas de trabalho de 14 horas, abusos físicos, exercícios punitivos e degradantes e alimentação deficiente. No pós guerra, após a rendição da Alemanha nazista, que levou à libertação da Noruega, foi usado para deter colaboradores nazistas noruegueses, que enfrentavam julgamento por acusações de traição. A maior parte da força policial em Tromsø tinha sido suspensa por colaborar com os Nazis, logo o campo era composto principalmente por guardas militares treinados na Suécia. Visitar campos de concentração Nazis que se mantêm intactos, não tenho coragem de voltar a fazer, pois nas minhas viagens já tive a minha conta.
Sydspissen
Sydspissen, praia
Sydspissen, local do antigo campo de concentração Nazi
Sydspissen
Sydspissen
Sydspissen
Sydspissen
Sydspissen
A zona de Sydspissen possui diversos trilhos e passadiços junto ao mar onde podemos efetuar bonitos passeios, praias (para quem for corajoso de se banhar) e outros locais onde podemos desfrutar de lindas vistas para as ilhas e seus fiordes. A zona é fria, ventosa e chuvosa o que impede de lá permanecermos por muito tempo.
Ali por perto podemos visitar a instituição mais antiga do norte da Noruega, o Norges arktiske universitetsmuseum o Museu da Universidade de Tromsø, um museu de ciência relativo à região do Ártico, fundado em 1872 e incorporado nesta universidade em 1976, recebe anualmente cerca de 90 mil visitantes. Ficaremos a saber mais sobre as Auroras Boreais, geologia, zoologia e ciências culturais relativas à região Ártica, bem como duas exposições relacionadas com a cultura Sámi, uma etnia que constitui os únicos povos indígenas da Europa. A sua maioria vive no norte da Noruega, mas também na vizinha Suécia, Finlândia e Rússia, países onde são cidadãos com direito à educação, serviços sociais, liberdade religiosa e participação no processo político, ao mesmo tempo que preservam e defendem sua identidade étnica e cultural.
Este museu é visitado em conjunto com o Polarmuseet, o Museu Polar, localizado no centro da cidade que expõem artefatos relacionados com expedições, vida quotidiana e aventuras na região Ártica desde o século XVII até ao presente.
Polarmuseet, o Museu Polar
Polarmuseet, o Museu Polar
Polarmuseet, o Museu Polar
Polarmuseet, o Museu Polar
Polarmuseet, o Museu Polar
Polarmuseet, o Museu Polar
Polarmuseet, o Museu Polar
Polarmuseet, o Museu Polar
Polarmuseet, o Museu Polar
Norges arktiske universitetsmuseum, o Museu da Universidade de Tromsø
Norges arktiske universitetsmuseum, o Museu da Universidade de Tromsø
Norges arktiske universitetsmuseum, o Museu da Universidade de Tromsø
Norges arktiske universitetsmuseum, o Museu da Universidade de Tromsø
Norges arktiske universitetsmuseum, o Museu da Universidade de Tromsø
Norges arktiske universitetsmuseum, o Museu da Universidade de Tromsø
Norges arktiske universitetsmuseum, o Museu da Universidade de Tromsø
Norges arktiske universitetsmuseum, o Museu da Universidade de Tromsø
Norges arktiske universitetsmuseum, o Museu da Universidade de Tromsø
Norges arktiske universitetsmuseum, o Museu da Universidade de Tromsø
Norges arktiske universitetsmuseum, o Museu da Universidade de Tromsø
Norges arktiske universitetsmuseum, o Museu da Universidade de Tromsø
Norges arktiske universitetsmuseum, o Museu da Universidade de Tromsø
O centro da cidade, sendo a Storgata, a rua comercial principal com diversas lojas e restaurantes, existindo pelas imediações diversos bares, restaurantes e locais de animação noturna, possui diversos edifícios construídos com fachadas de madeira coloridas, como é tradicional nesta parte do mundo. Destaca-se a Polaria, o aquário mais a norte do mundo, a Tromsø Domkirke, a Catedral, uma igreja evangélica luterana, a Biblioteca Central, que se destaca pela sua arquitetura, às curvas, o Tromsø Kunstforening, um centro de arte contemporânea, e a Marina de Tromsø.
Polaria
Biblioteca Central
Marina de Tromsø
Marina de Tromsø
Os 3 dias que passei em Tromsø e ver pela primeira vez o Sol da Meia Noite marcaram para sempre a minha vida, mas o melhor da Noruega estaria reservado para os próximos dias. Bergen foi o destino seguinte!
Comer e beber:
O custo da alimentação na Noruega é o maior entrave a quem visita o país e representa uma enormíssima fatia do nosso orçamento. Mesmo a comida rápida não é barata, e quanto a bebidas alcoólicas, preparem-se para desembolsar cerca de 100kr por uma imperial!
Por exemplo, uma refeição com um menu no Burger King ronda os 20€. Donner kebab, pizzas e os cachorros do 7-Eleven foram o meu manjar quase diário. Estes últimos começam nos 5€! Mesmo ir ao supermercado temos garantida uma conta grande na caixa, por exemplo, em Oslo, por uma garrafa de água de 1,5 l paguei cerca de 3,5€. Passar tanto tempo alimentado com estas coisas fez com que o melhor bacalhau à braz, que fora de casa, comi na vida, foi ao almoço, no dia seguinte ao meu regresso, no refeitório onde vou regularmente durante a semana laboral.
À Noruega todos associamos o bacalhau que é rei nas nossas mesas. Bacalhau é o nome comum de cerca de 60 espécies migratórias do género “Gadus”, pertencente à família “Gadidae”. O bacalhau original, o tal que conhecemos, é da espécie “Gadus morhua” sendo encontrado por aqueles mares frios do norte da Europa. É geralmente de tamanho pequeno, embora alguns exemplares possam atingir os 100 kg de peso e quase dois metros de comprimento. No país do bacalhau, o mesmo atinge preços exorbitantes, um simples rabo de bacalhau na peixaria custa cerca de 10€!
O salmão também não foge à regra, a Noruega é o maior seu maior produtor mundial, sendo este peixe ali criado, apreciado nos quatro cantos do mundo.
Em Tromsø é possível provar pratos de rena, como por exemplo o finnbiff, um género de ensopado que tradicionalmente se consome no Inverno. A minha escolha recaiu no fritert fisk med fries é assim que se chama ao peixe frito, o bacalhau, com batata frita. Posso recomendar o restaurante Egon. Nestes primeiros dias passados na Noruega, foi a primeira vez que fui a um restaurante e assim consegui acrescentar algo novo ao meu palmarés gastronómico internacional.
Fritert fisk med fries
Fritert fisk med fries
Souvenirs:
O Troll é o souvenir tradicional. Trata-se de uma criatura mítica com poderes humanos, podendo aparecer tanto sob a forma de um gigante horrendo como na forma de pequena criatura. Diz-se que habita nas florestas e nas montanhas, em cavernas ou grutas subterrâneas, possui cauda como os animais, sendo também maldoso e estúpido. Na literatura nórdica o troll aparece em diversas formas, a mais conhecida com orelhas e nariz enormes, sendo-lhe atribuídas características, tais como a sua transformação em pedra quando exposto à luz solar, e ainda a sua perda de poder ao ouvir o badalar de sinos das igrejas.
Tromsø possui lojas onde poderão encontrar souvenirs muito interessantes, como é exemplo esta loja na localizada na Storgata. Tudo depende do vosso orçamento, e os limites da tarifa aérea para a bagagem, em peso e em volume.
Voos:
A TAP voa diretamente de Lisboa para Oslo. A viagem dura cerca de 4 horas. Com antecedência é possível adquirir voos a preços interessantes. A minha viagem foi comprada em dezembro de 2022. Ida e volta por cerca de 200€, apenas com bagagem de cabine. Oslo é uma porta de entrada, ou saída, da Noruega.
Viajei de Oslo para Trondheim de comboio e de Trondheim para Tromsø de avião, deixei Tromsø com destino a Bergen, também de avião.
Vista desde a Montanha Storsteinen-centro de Tromsø
Viagens de comboio pela Noruega:
A plataforma Vy, permite a marcação de viagens de comboio de longo curso e também nos suburbanos, nomeadamente de e para os aeroportos de Oslo e Trondheim.
Os comboios noturnos são limpos, seguros e confortáveis, sendo possível encontrar preços em conta com antecedência, chegar cedo aos locais e não pagar estadas em hotéis.
Viagem de Oslo para Trondheim, de comboio noturno, em 2º classe paguei 205kr, marcada em março de 2023.
Voos internos:
AWiderøe, uma companhia aérea regional, proporciona viagens pelo país. Com antecedência conseguem-se preços em conta.
Voo de Trondheim para Tromsø e de Tromsø para Bergen, cada voo custou 1107 Kr, marcados em janeiro de 2023.
Aproximação ao Aeroporto de Tromsø
Aproximação ao Aeroporto de Tromsø
Transportes públicos em Trømso:
A companhia Bussring assegura transporte de autocarro, “shuttle” desde o aeroporto para o centro da cidade.
Existem também autocarros de carreira regular, fica mais barato que o “shuttle”. O site Troms Fylkestrafikk informa acerca de todos os transportes de carreira regular existentes, também entre o aeroporto e o centro da cidade. É necessário instalar a aplicação “Troms Billett “, existente gratuitamente nas Play Stores, no smartphone e com ela através do cartão de crédito, adquirir os bilhetes, que são gerados num código QR.
Transporte marítimo na região de Trømso:
O terminal marítimo localiza-se na zona do centro da cidade. Destinos como Finnsnes, Skjervøy, Lysnes, Harstad estão entre algumas das rotas marítimas desde Trømso. Certamente proporcionarão lindas viagens pelos fiordes circundantes. O site Troms Fylkestrafikk informa acerca de todos os transportes de carreira regular existentes, incluindo de via marítima. Precisaria de mais dias por Trømso para explorar a região e os seus fiordes. Essa parte deixei para Bergen e Stavanger, destinos que seguiram.
Alojamento:
A Noruega é um dos países mais caros do mundo, no entanto é possível encontrar alojamento em conta. Dormindo em quartos partilhados, por exemplo, por algumas noites, não é mau de todo, e com um orçamento médio de 40€ conseguem-se encontrar muitas opções.
A minha escolha recaiu noTromsø CoCo Apartments. Trata-se de uma residência que oferece alojamento económico no centro de Tromsø, em quarto partilhado com casa de banho coletiva e uso da cozinha, pelo que poderão adquirir mantimentos nos supermercados e cozinhar, caso tenham essa disponibilidade. O ambiente é jovem, multinacional e descontraído, o que tornou a estada agradável. Paguei 1350 Kr por 3 noites. O sistema de check in e check out é totalmente automático, logo estejam atentos às instruções que receberão por mensagem na plataforma.
É possível marcar tours através do web site no entanto o preço é muito elevado, tudo o que fiz foi por minha conta.
Noruega, parte 1: Oslo e Trondheim, prelúdio da minha viagem ao País dos Fiordes
Texto & Fotos de Mário Menezes
Quando assistimos a um espetáculo de ballet, ópera ou mesmo um musical, ele começa com o prelúdio, uma ária em geral, conhecida por todos, que faz a introdução do enredo que se segue. Carmen, as Bodas de Fígaro, La Traviata, Onegin, Tosca, Nikola Šubić Zrinski, o Lago dos Cisnes, o Quebra Nozes ou o Fantasma da ópera são exemplos de excelentes espetáculos que já assisti nas minhas viagens pelo mundo fora. Comparar música com viagens e nomeadamente com viagens pela Noruega não é de todo despropositado. Se observarmos a beleza do país ao som de qualquer peça musical destas, de certeza que nos iremos emocionar ao recordar os dias maravilhosos vividos por aqueles lados. A música fez parte desta minha viagem, pois durante a mesma fiz amizade com alguém intrinsecamente ligado ao mundo do espetáculo. A moça é mesmo uma celebridade e uma querida!
Visitar a Noruega era um dos meus objetivos, por motivos óbvios não estaria previsto para a altura do meu aniversário. Teria de ser num período em que os dias fossem longos e as temperaturas amenas. Aproveitando a altura dos feriados do mês de junho e tendo adquirido a passagem aérea por um bom preço, a escolha de passar 12 dias a viajar pela Noruega não poderia ter sido mais perfeita.
A Noruega é tida como um país do primeiro mundo, limpo, ecológico, com povo civilizado, onde reina a prosperidade, a boa qualidade de vida e acima de tudo é seguro, à semelhança dos seus congéneres do Norte da Europa. É um país que recebe muito bem quem o visita, seja para fins turísticos como para outros relacionados com emprego. As cidades por isso, nomeadamente a capital, é bastante cosmopolita. Dado o crescente número de postos de trabalho criados, não só mas também, pela indústria do petróleo, os altos salários que são praticados (3.000€ é tido como um baixo salário) atraem a emigração de vários pontos do mundo e muitas vezes de pessoas com hábitos muito diferentes do povo norueguês. A Noruega é um país limpo, em tempos era impensável ver lixo ou beatas de cigarros no chão, e hoje isso já não é bem assim.
Trondheim, Gamle bybro, a Ponte da Cidade
OSLO
Oslo foi o prelúdio também o epílogo desta viagem maravilhosa de 12 dias no passado mês de junho. Já que falamos de música, posso citar o epílogo do musical Tina que no ano anterior assisti em Londres um tema que se poderá adequar na perfeição a estes dias maravilhosos que passei no País dos Fiordes.
Oslo tem uma excelente oferta cultural, daí a minha escolha em iniciar esta crónica falando de música. O majestoso edifício da Ópera de Oslo, o mais icónico da cidade, localizado na margem do Mar do Norte, junto do Fiorde de Oslo, o tal que certo dia ao pôr do sol inspirou Edvard Munch para pintar a sua obra mais famosa, “O Grito“. Inaugurado em 2008, projetado pelo estúdio de arquitetura Snøhetta revolucionou a arquitetura da cidade, onde abundam muitos edifícios retilíneos um tanto desinteressantes e descaracterizados da maior parte das cidades do país, dos que vemos em postais turísticos. Os milhões do petróleo são investidos na construção civil, e consta-se que o país tem dificuldade em decidir onde investir tanto dinheiro! Talvez por isso se dizia que Oslo era um estaleiro a céu aberto dado o número de modernos edifícios que têm vindo a ser construídos…
A sede da Ópera e do Ballet de Oslo é o principal centro cultural da cidade. Possui um auditório principal, com capacidade para 1.360 pessoas cujo palco está 16 metros sob o nível do mar, e um segundo auditório que pode abrigar aproximadamente 400 pessoas.
Se viajarem para Oslo e pretenderem conhecer o edifício por dentro, e não estiverem dispostos a pagar por um tour, procurem com alguns meses de antecedência, assim que começam a ser vendidos online os bilhetes, sendo os mais baratos 100Kr (NOK-Coroas Norueguesas) fazendo o câmbio, são menos de 10€, para os poucos lugares em pé disponíveis e que permitem assistir a preços simbólicos a enormes produções artísticas. Em pé, lá do alto mas com visibilidade perfeita para o palco, vi a Tosca, grandiosa ópera de Puccini e ouvi emocionadamente a sua mais conhecida ária “Recondita armonia”. O meu “dress code” nesse dia não era o mais indicado, mas como fiz questão de me informar, isso não levantaria qualquer problema! Questões relacionadas com logística de um viajante não me permitiram trajar-me com mais cuidado para um ato tão solene. O meu prelúdio norueguês acabou na Tosca e vestido como um tosco! A seguir ao espetáculo, tinha um comboio noturno para apanhar rumo a Trondheim, não sem antes passar pelo hostel para trazer a bagagem lá guardada.
Oslo, Fiorde de Oslo visto desde o Edifício da Ópera
Oslo, Fiorde de Oslo visto desde o Edifício da Ópera
Oslo, Edifício da Ópera
Oslo, Edifício da Ópera
Oslo, Edifício da Ópera
Oslo, Edifício da Ópera, interiores
Oslo, Edifício da Ópera, interiores
Oslo, Edifício da Ópera, auditório principal
Oslo, Edifício da Ópera, auditório principal, espetáculo ´Tosca´, vista dos lugares de pé
Oslo, Edifício da Ópera
Engraçado que antes da ópera ainda tive tempo de fazer praia. Ali ao lado é possível, o tempo e temperatura da água, acreditem ou não, eram bem favoráveis. Foi uma ida à ópera precedida de praia, algo sui generis!
Oslo, praia junto do Edifício da Ópera
Foi com cultura que deixei Oslo para percorrer o país e dias depois, foi com cultura que deixei Oslo para regressar a casa, após visitar o Museu Nacional que entrou na minha lista dos melhores museus que visitei na Europa. Este museu possui a maior coleção de arte da Escandinávia, com mais de 6500 peças, que engloba escultura, arte antiga contemporânea e claro, a pintura de famosos artistas, onde se destaca “O Grito”. Ir a Oslo e não ver o “Grito” é talvez como ir a Paris e não ver a Mona Lisa! A pintura representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero. Trata-se de uma série de 4 pinturas, estando as outras 3 expostas no Museu Munch. A pintura inclusivamente serviu de inspiração à personagem da famosa série de filmes de terror “Scream”. Além desses dois museus de arte, Oslo possui mais museus que despertam o nosso interesse em visitar, como por exemplo o Museu dos Barcos Vikings ou o Museu Marítimo Norueguês, ou não se trate a Noruega do país dos Vikings, um povo sanguinário, tendo a sua Era marcado o primeiro milénio. Os Vikings irromperam pelos mares à conquista da Europa! A Noruega não é um país barato e a entrada nos museus não foge à regra, logo por razões de “tempo e de dinheiro” a minha escolha recaiu somente em ver ao vivo “O Grito”!
Oslo, Museu Munch
Oslo, Museu Nacional
Oslo, Museu Nacional
Oslo, Museu Nacional , A menina doente de Edvard Munch
Oslo, Museu Nacional, ´O Grito´ de Edvard Munch…ninguém resiste a estas poses!
Oslo, Museu Nacional, Autoretrato de Vincent van Gogh
Oslo, Museu Nacional, Homem sentado de Paule Cézanne
Oslo, Museu Nacional, Paisagem na Bretanha de Paul Gauguin
Oslo, Museu Nacional, réplica da Mona Lisa
Oslo, Museu Nacional
Oslo não é de todo um portento de beleza, aliás para a conhecer, nem merece muito tempo lá despendido. Com Estocolmo e Copenhaga à cabeça, no tocante a beleza das capitais Escandinavas, Oslo está no patamar de Helsínquia neste aspeto. Sou um privilegiado pois já visitei lindas cidades pelo mundo fora e por isso sou forçado a colocar Oslo no rol daquelas que considero as menos interessantes o que não significa que Oslo não seja um excelente ponto de passagem para outros locais, sobretudo para partir à descoberta dos Fiordes e de maravilhas da natureza que aquela parte do mundo possui. Oslo perde em beleza para as outras cidades, mas em oferta cultural, minha modesta opinião, supera qualquer uma dessas que referi. E precisarão de lá passar alguns dias se quiserem desfrutar da cidade nesse âmbito. Obviamente quem viaja para a Noruega, não procura cultura, procura sobretudo as belíssimas paisagens naturais, pelo que quer queiramos quer não, Oslo é o parente pobre do país! “Leave Oslo. There is nothing to see! Go north…“, foi um dos comentários que recebi no Facebook, por sinal muito elucidativo…
Oslo
Oslo, Storting, Parlamento Norueguês
Oslo, modernos edifícios na zona central
Oslo, guarda do Palácio Real
Oslo, estátuas espalhadas pela cidade
Oslo, estátuas espalhadas pela cidade
A cidade possui modernos meios de transporte onde se incluem autocarros, metropolitano, elétricos rápidos e carreiras de barco para as ilhas. Estas últimas necessitam de vários dias para serem exploradas e são de uma beleza e paz extraordinárias, com planícies verdejantes (no Verão) a contratarem com o azul do mar que as cerca. Utøya entrou para a ribalta pelos piores motivos, em 2011 com uma carnificina de motivações xenófobas e radicais, levada a cabo por um delinquente, é uma das 40 ilhas que existem nos limites da cidade de Oslo. Langøyene é uma das outras, e foi a minha escolha para um fim de tarde na praia. No Verão, com dias longos, a altura onde o sol se põe perto das 23 horas e as noites são curtas e em lusco-fusco, é tradicional as famílias comprarem braseiros e se deslocarem para as ilhas para fazerem churrascos. A água do mar não é mais fria que no Algarve, talvez até seja menos que em alguns dias de Verão no Algarve, mas é muito menos salgada! O primeiro dia passado na Noruega, foi um dos três que teve ida à praia com sol e mar, quem diria!
Oslo, elétrico rápido
Oslo, metropolitano
Oslo, dia de praia na Ilha de Langøyene
Oslo, dia de praia na Ilha de Langøyene
Oslo, Ilha de Langøyene
Junto da Estação central, encontramos uma praça com modernos edifícios, onde salta à vista oTigre que é o símbolo de Oslo, sendo por isso um dos locais mais fotografados. Foi oferecido pela Eiendomsspar, uma companhia do ramo imobiliário, no ano 2000, para celebrar o milésimo aniversário da cidade. A obra é da autoria da artista Elena Engelsen. Oslo é conhecida como a Cidade do Tigre, desde 1870, quando o poeta norueguês Bjørnstjerne Bjørnson, no seu poema “Sidste Sang” descreveu uma luta entre um cavalo e um tigre. O tigre representa a cidade perigosa e o cavalo o campo seguro. Quem chega a Oslo o encontrará e quem parte fará sempre questão de se despedir dele. Não deixei de o fazer quando parti de Oslo à descoberta da Noruega e quando parti de Oslo no regresso a casa! E quando regressei a Oslo após concluir o meu tour, fiz questão de dar um grande abraço no Tigre!
Oslo, Tigre
O centro da cidade percorre-se facilmente caminhando, por lá se situam muitas das atrações turísticas principais. Destaco as que visitei e que são gratuitas:
O Forte de Akershus, é uma fortaleza localizada junto ao mar, com vista para a cidade e para o Fiorde de Oslo, logo com uma posição estratégica no domínio e controlo da cidade. Ao longo dos anos funcionou como prisão albergando criminosos e presos políticos. Durante a II Guerra Mundial e no seu final, ali foram levadas a cabo execuções. Atualmente, é um edifício com interesses militares, sendo também usado em eventos oficiais.
Oslo, Forte de Akershus
Oslo, Forte de Akershus, exposição
Oslo, Forte de Akershus, exposição
Oslo, Forte de Akershus, visto desde o Fiorde de Oslo
Oslo, Forte de Akershus
Oslo, vista desde o Forte de Akershus
Oslo, vista para o Fiorde de Oslo desde o Forte de Akershus
A Rådhuset, assim é chamada a Câmara Municipal. Projetada pelos arquitetos Arnstein Arneberg e Magnus Poulsson, abriga o conselho e a administração da cidade e várias outras organizações municipais. Os trabalhos de construção ocorreram entre 1931 e 1950, sendo interrompidos durante a II Guerra Mundial. Destaca-se pelos tijolos vermelhos nas fachadas, pela sua volumetria e pelas suas duas torres, uma com 63 metros e outra com 66 metros de altura. A torre oriental possui um carrilhão com 49 sinos, sendo o seu interior utilizado para eventos e cerimónias, com destaque para a do Prémio Nobel da Paz, que acontece nos meses de dezembro. Na visita ao interior, podemos observar as paredes do hall principal decoradas com murais que relatam cenas relacionadas com a história e cultura do país, e também da II Guerra Mundial. Podemos visitar a sala da Câmara do Conselho e outras salas onde existe inclusivamente uma pintura de Edvard Munch, a Sala Munch. Ao subir a escadaria deparamos com uma vista para o Fiorde de Oslo.
Oslo, Rådhuset, Câmara Municipal
Oslo, Rådhuset, Câmara Municipal, murais interiores, Sala Munch
Oslo, Rådhuset, Câmara Municipal, Hall Principal, murais
Oslo, Rådhuset, Câmara Municipal, Hall Principal, murais
Oslo, Rådhuset, Câmara Municipal, Câmara do Conselho
Oslo, Rådhuset, Câmara Municipal, fachada
Oslo, Rådhuset, Câmara Municipal vista desde o Fiorde de Oslo
A Domkirke, a catedral, também chamada de Igreja de Nosso Salvador, é um templo de estilo barroco construído na segunda metade do século XVII. No interior destacam-se os vitrais e os murais dos tetos, no exterior, junto da mesma existe um cemitério histórico, onde estão sepultados restos mortais de importantes personagens da história da cidade.
Oslo, Domkirke, Catedral
Oslo, Domkirke, Catedral, interior
Oslo, Domkirke, Catedral, interior
Oslo, Domkirke, Catedral, interior
Oslo, Domkirke, Catedral, interior
Oslo, Domkirke, Catedral
OPalácio Real com os seus jardins que podemos percorrer, localizado no cimo de uma pequena colina, a curta distância do Storting, o Parlamento Norueguês e também da Universidade da Oslo.
Oslo, Palácio Real
Oslo, jardins do Palácio Real
Oslo, guarda do Palácio Real
Oslo, Storting, Parlamento Norueguês
Oslo, Universidade
Passeando por Oslo encontramos muitas estátuas e mais afastado do centro, encontramos o Vigeland Park, o famoso Parque das Estátuas com mais de 200 esculturas que mostram figuras humanas capazes de transmitir diversos estados de ânimo em diferentes momentos da vida, sendo um verdadeiro museu ao ar livre. Podemos passear gratuitamente, pelos seus cerca de 32 hectares, onde sobressai a Grande Fonte de Bronze, composta por seis gigantes que seguram uma vasilha de onde surge a água, e uma ponte de granito decorada por 48 figuras de bronze, e também o Sinntaggen (Menino zangado), uma das figuras mais controversas. Trata-se de uma criança que está a chorar com a boca aberta enquanto esperneia. A pobre estátua já sofreu atos de vandalismo…
Oslo, Vigeland Park
Oslo, Vigeland Park
Oslo, Vigeland Park, Grande Fonte de bronze
Oslo, Vigeland Park
Trondheim foi o destino seguinte!
TRONDHEIM
A pequena e bonita cidade de Trondheim, fica localizada junto ao Fiorde de Trondheim, no centro do país, a cerca de 500 Km a norte de Oslo, de onde cheguei num comboio noturno, ainda de madrugada. Já o sol raiava há algumas horas, mas as ruas estavam vazias e ouviam-se os pássaros a chilrear! Deixei a bagagem na estação central à chegada, passei uma parte do dia (naquelas latitudes, nessa altura do ano, à meia-noite ainda é dia) a percorrer as ruas da cidade, e fui para o hotel descansar, coisa que o corpo já pedia. O hotel que escolhi, localiza-se em Stjørdal, a cerca de 30 Km de Trondheim, acessível de comboio suburbano, e nas proximidades do aeroporto que serve a cidade. Trondheim foi o ponto de passagem para chegar a Tromso, para onde voei no dia seguinte.
Trondheim, Torvet, Estátua de Olav Tryggvason
Trondheim, Stiftsgården
Trondheim, Quilómetro Zero
Trondheim, Kunstmuseum, museu de arte
Trondheim, Gamle bybro, a Ponte da Cidade Velha, 7 da manhã
Stjørdal, meia noite
O Fiorde de Trondheim e a região envolvente podem ser observados do alto da colina onde se situa a Fortaleza de Kristiansten, uma antiga estrutura defensiva construída entre 1682 e 1684 no âmbito da reconstrução da cidade após um incêndio sofrido em 1682.
Trondheim colina da Fortaleza de Kristiansten
Trondheim vista para o Fiorde desde a colina junto da Fortaleza de Kristiansten
Trondheim, Fortaleza de Kristiansten
Trondheim, Fortaleza de Kristiansten
Trondheim, colina junto da Fortaleza de Kristiansten
Trondheim, Fortaleza de Kristiansten, interior
Não obstante se tratar de uma cidade bastante antiga, fundada no ano de 997, pertencente a uma região habitada há milhares de anos, onde existem pinturas rupestres, e ter sido capital da Noruega de 1030 até 1217, e atualmente ser a terceira maior cidade do país, a primeira vez que ouvi falar em Trondheim foi já idade adulta, e por causa do futebol!
O Rosenborg Ballklub, ali sediado, é o clube mais titulado da Noruega e muito provavelmente o mais conhecido. Os nomes de Trondheim e Rosenborg saltaram para a ribalta em finais dos anos 1990 pela via do desporto rei. O Rosenborg, sendo um outsider, fez excelentes participações na Champions League, onde era um dos habituais nas fases de grupos, em finais do século passado e início do presente. Era um osso duro de roer, pois além da equipa da casa ser muito aguerrida e com jogadores de qualidade, a viagem para a maioria dos adversários era longa e Trondheim nessa altura do ano é gelada, nevosa e escura, quase não existindo luz solar. Muito diferente da que encontrei em junho.
O Estádio Lerkendal é um dos que me engrandece o palmarés e visitá-lo era um desejo antigo!
Trondheim, Estádio Lerkendal
Trondheim, Estádio Lerkendal
Trondheim, Estádio Lerkendal
Trondheim, Estádio Lerkendal, loja do Rosenborg
Certo dia, ainda não se usavam muito os telemóveis, numa escola em Móstoles, cidade dos arredores de Madrid, o diretor interrompeu uma aula de desenho e disse a um aluno: “Iker, é urgente. Tu tens de ir já para a Noruega”. O rapaz ainda teve tempo de ir a casa trocar de roupa e falar com os pais e de lá apanhou um táxi para o Aeroporto de Barajas, onde embarcou com as estrelas ) da companhia: Roberto Carlos, Hierro, Morientes, Raul, Seedorf, Davor Šuker ou Predrag Mijatović, entre outras. O Secretário deve ter ficado em terra…O resto é história! Foi assim que Iker Casillas se estreou internacionalmente, em 1997, tinha apenas 16 anos e foi suplente não utilizado. Santiago Canizares foi titular, mas o Real Madrid perdeu 2-0. Viria, contudo, a sagrar-se campeão Europeu nessa época.
Nesse dia o ainda desconhecido Casillas brilhou no banco, mas no relvado do Lerkendal com a camisola do Rosenborg, já brilharam nomes como Sigurd Rushfeldt, o tal que o Benfica contratou em 1999 mas só vestiu a camisola encarnada na sala de imprensa quando foi apresentado, o dinheiro para o pagar não apareceu e o mesmo rumou ao Racing Santander. John Carew, que brilhou no Valéncia e na Premier League e atualmente é ator. Azar Karadas que vestiu o manto sagrado e foi campeão nacional em 2005, e depois nunca mais se ouviu falar dele. Mais recentemente Casper Tengstedt foi contratado pelo Benfica ao Rosenborg, tendo deixado muitas saudades por lá.
O estádio situa-se no bairro de Lerkendal, um bairro moderno, a cerca de 2Km do centro da cidade. Possui cerca de 21.000 lugares e é por isso o segundo maior do país. Foi inaugurado em 1947, sendo inicialmente um complexo construído com bancadas em madeira, material de construção de casas que é tradicional por estas paragens. Ao longo dos anos sofreu remodelações, fruto dos lucros das vendas de jogadores e dos milhões oriundos das participações na Champions League. Por isso, em 2016 foi palco da final da Supertaça Europeia, ganha pelo Real Madrid perante o Sevilha.
Na entrada é impossível não reparar na Estátua de Nils Arne Eggen, que foi jogador e mais tarde treinador, sendo reconhecido como o de maior sucesso, pelos títulos de campeão nacional que conquistou e pelas boas presenças na Champions League. O homem deve ter levado o nome de Trondheim a todo o lado, a mim também! Infelizmente já partiu para a eternidade, mas deixou obra feita e até me fez ir conhecer Trondheim!
Trondheim, Estádio Lerkendal, Estátua de Nils Arne Eggen
O Lerkendal ostenta o título de estádio mais a norte que visitei, e nessa visita tive a sorte de tirar uma selfie com jogadores do plantel do Rosenborg, da época de 2022/23, que ainda decorria. Interessante que nesse dia jogava-se a final da Champions League de 2023, e exatamente um ano antes tinha estado em Londres, com o Idalécio, um centralão que brilhou nos nossos relvados! Futebol não é cultura, mas as minhas viagens são muito em seu torno!
Trondheim, Estádio Lerkendal, com jogadores do plantel do Rosenborg
A Cidade e a sua região, tem muito mais para oferecer do que futebol. Em poucas horas explora-se facilmente o seu centro. Passear pelas suas ruas, pelas margens do Rio Nidelva que atravessa a cidade e pelos seus jardins, não deixa de nos encantar, sobretudo porque deixamos para trás Oslo, e encontramos finalmente uma cidade com traços característicos das do Norte da Europa. Das várias pontes que atravessam o Rio Nidelva, destaca-se a Gamle bybro, a Ponte da Cidade Velha, local de grande passagem durante o dia, mas tive a sorte de a encontrar vazia pelas 7 da manhã.
Trondheim, Rio Nidelva com vista para o telhado da Catedral de Nidaros
Trondheim, Rio Nidelva
Trondheim, Rio Nidelva, 7 da manhã
Trondheim, Rio Nidelva visto desde a Gamle bybro, a Ponte da Cidade Velha
Trondheim, Rio Nidelva, 7 da manhã
Trondheim, Rio Nidelva visto desde a Gamle bybro, a Ponte da Cidade Velha
A Catedral de Nidaros é o edifício mais emblemático de Trondheim, que em tempos foi chamada de Nidaros, sendo considerada como a igreja mais importante do país, tendo ao longo dos anos sido palco de eventos e cerimónias reais como coroações e casamentos. A sua construção durou cerca de 200 anos e teve início no ano de 1031, após a morte do Rei Olavo II e por altura da sua santificação, substituindo um pequeno santuário de madeira erigido no local onde o rei havia sido sepultado. O santuário foi ponto de grande romaria, tendo atraído muitos peregrinos, pois o local é considerado sagrado, devido aos milagres atribuídos a Santo Olavo, patrono da Noruega. Ali mesmo existe o Quilómetro Zero, que marca o ponto de destino das rotas desses peregrinos.
Trondheim, Catedral de Nidaros
Trondheim, Catedral de Nidaros
Trondheim, Rio Nidelva com vista para o telhado da Catedral de Nidaros
Desde a Catedral de Nidaros facilmente se acede ao coração de Trondheim, à Torvet, uma praça central dominada pela Estátua de Olav Tryggvason, o fundador da cidade. Ao caminharmos nessa direção afastada da zona ribeirinha, podemos encontrar o Kunstmuseum, um museu de arte, o Stiftsgården que é uma das residências oficiais dos Monarcas, a Kommunen, que é a Câmara Municipal e a Igreja de Nossa Senhora por exemplo.
Trondheim, Torvet, Estátua de Olav Tryggvason
Tromso foi o destino seguinte!
Comer e beber
O custo da alimentação na Noruega é o maior entrave a quem visita o país e representa uma enormíssima fatia do nosso orçamento. Mesmo a comida rápida não é barata, e quanto a bebidas alcoólicas, preparem-se para desembolsar cerca de 100kr por uma imperial!
Por exemplo, uma refeição com um menu no Burger King ronda os 20€. Donner kebab, pizzas e os cachorros do 7-Eleven foram o meu manjar quase diário. Estes últimos começam nos 5€! Mesmo ir ao supermercado temos garantida uma conta grande na caixa, por exemplo, em Oslo, por uma garrafa de água de 1,5 l paguei cerca de 3,5€. Passar tanto tempo alimentado com estas coisas fez com que o melhor bacalhau à Bráz, que fora de casa, comi na vida, foi ao almoço, no dia seguinte ao meu regresso, no refeitório onde vou regularmente durante a semana laboral.
À Noruega todos associamos o bacalhau que é rei nas nossas mesas. Bacalhau é o nome comum de cerca de 60 espécies migratórias do género “Gadus”, pertencente à família “Gadidae”. O bacalhau original, o tal que conhecemos, é da espécie “Gadus morhua” sendo encontrado por aqueles mares frios do norte da Europa. É geralmente de tamanho pequeno, embora alguns exemplares possam atingir os 100 kg de peso e quase dois metros de comprimento. No país do bacalhau, o mesmo atinge preços exorbitantes, um simples rabo de bacalhau na peixaria custa cerca de 10€!
O salmão também não foge à regra, a Noruega é o maior seu maior produtor mundial, sendo este peixe ali criado, apreciado nos quatro cantos do mundo.
Nestas cidades, posso dizer que tipicamente norueguês, provei a elgpølse, a chamadas salsicha de alce pois contem esta carne na sua composição e o fritert fisk med fries é assim que se chama ao peixe frito, o bacalhau, com batata frita.
Oslo, Fritert fisk med fries, o peixe frito com batata frita
Oslo, elgpølse, a salsicha de alce
Noruega, Oslo, elgpølse (salsicha de alce)
Oslo, comida de rua, banca de salsichas onde se destaca a elgpølse, salsicha de alce
Souvenirs
O Troll é o souvenir tradicional. Trata-se de uma criatura mítica com poderes humanos, podendo aparecer tanto sob a forma de um gigante horrendo como na forma de pequena criatura. Diz-se que habita nas florestas e nas montanhas, em cavernas ou grutas subterrâneas, possui cauda como os animais, sendo também maldoso e estúpido. Na literatura nórdica o troll aparece em diversas formas, a mais conhecida com orelhas e nariz enormes, sendo-lhe atribuídas características, tais como a sua transformação em pedra quando exposto à luz solar, e ainda a sua perda de poder ao ouvir o badalar de sinos das igrejas.
Troll, numa loja de souvenirs
Boneca tradicional norueguesa
Voos
A TAP voa diretamente de Lisboa para Oslo. A viagem dura cerca de 4 horas. Com antecedência é possível adquirir voos a preços interessantes. A minha viagem foi comprada em dezembro de 2022. Ida e volta por cerca de 200€, apenas com bagagem de cabine.
Transfer do aeroporto para o centro de Oslo
O Aeroporto Gardermoen, o qual é servido pela TAP, localiza-se a cerca de 50 Km da cidade, sendo acessível de comboio.
Após aterrarmos, a forma mais económica de viajar para Oslo é de comboio suburbano, que termina a marcha na estação central, efetuando várias paragens intermédias. Há, contudo, um serviço de comboios Flytoget mais caro, sendo considerada a única linha de alta velocidade do país, atingindo 210Km/h.
Trondheim, Gamle bybro, a Ponte da Cidade Velha, 7 da manhã
Transportes públicos em Oslo
A companhia Ruter opera na cidade. É necessário instalar a aplicação, existente gratuitamente na play Store, no smartphone e com ela através do cartão de crédito, adquirir os bilhetes, que são gerados num código QR.
Viagens de comboio pela Noruega
A plataforma Vy, permite a marcação de viagens de comboio de longo curso e também nos suburbanos, nomeadamente de e para os aeroportos de Oslo e Trondheim.
Os comboios noturnos são limpos, seguros e confortáveis, sendo possível encontrar preços em conta com antecedência, chegar cedo aos locais e não pagar estadas em hotéis.
Viagem de Oslo para Trondheim, de comboio noturno, em 2º classe paguei 205kr, marcada em março de 2023.
Trondheim, Igreja de Nossa Senhora
Voos internos
AWiderøe, uma companhia aérea regional, proporciona viagens pelo país. Com antecedência conseguem-se preços em conta.
Voo de Trondheim para Tromso, 1107kr, marcado em Janeiro de 2023.
Alojamento
A Noruega não é um país barato, no entanto é possível encontrar alojamento em conta. Dormindo em quartos partilhados, por exemplo, por algumas noites, não é mau de todo, e com um orçamento médio de 40€ conseguem-se encontrar muitas opções.
Oslo encontra-se entre as cidades mais caras do Mundo. O alojamento atinge preços exorbitantes, porém é possível encontrar alojamento económico, em hostel, nesse sistema de quarto partilhado e WC coletivo. Recomendo o Anker Hostel. Localizado a curta distância do centro da cidade, bom serviço e staff atencioso.
Paguei por uma noite cerca de 32€ .
Em Oslo apenas dormi uma noite. O tempo que despendi para visitar a cidade foi a tarde do dia da chegada, todo o dia seguinte, e a manhã do último dia passado na Noruega, no regresso de Stavanger.
Em Trondheim não é fácil encontrar alojamento económico. Dado no dia seguinte ir viajar para Tromso de avião, a minha escolha recaiu no Sure Hotel by Best Western Trondheim Airport que se localiza a cerca de 2 Km do centro de Stjørdal, nas proximidades do aeroporto.
O centro de Stjørdal é acessível de comboio desde Trondheim, cerca de 35 Km, e de autocarro desde o aeroporto, cerca de 4 km. Uma noite, em quarto individual, com wc privativo e com pequeno almoço buffet, paguei 671,24kr, que pode ser tido como um preço excelente.
Produtos de primeira necessidade de fácil esquecimento
Na Noruega não há “Lojas do Chinês”, pelo menos eu não as consegui encontrar. Os artigos que eventualmente nos possamos esquecer de colocar na bagagem e lá tenhamos de adquirir, são caros pois só praticamente só encontramos marcas de renome. Paguei caro os esquecimentos:
– Um par de chinelos de banho, os mais baratos que encontrei, marca Adidas, cerca de 20€
– Um cabo de carregamento do smartphone, cerca de 20€
– Um guarda-chuva, de marca Samsonite, cerca de 30€
Fica o registo que na Noruega nós, cidadãos da União Europeia podemos usar o sistema “fax free”, e no respetivo balcão no aeroporto podemos receber o que pagamos de IVA.
Descobrir cidades (sobretudo na Europa) que estejam a emergir nas rotas turísticas, ou que embora já sendo conhecidas não as primeiras na lista na maioria dos turistas, e que não estão tão massificadas, é algo que gosto bastante
Na continuação do excelente artigo do meu amigo Mário Menezes que também escreve para este site, onde fez anteriormente um artigo sobre alguns monumentos na Europa, trago então este artigo com alguns monumentos em cidades “menos famosas” na Europa, vou colocar também Kiev, a qual o Mário também fez alusão (contudo com outros monumentos), um simbólica homenagem à capital da Ucrânia, que além de ter gostado bastante de visitar, penso que dada a situação merece.
São apenas algumas sugestões de alguns dos monumentos em algumas de várias cidades encantadoras na Europa, que a maioria pode não conhecer ou não ter no topo da lista, mas que podem facilmente surpreender.
Palácio Kadriorg, Tallin
SKOPJE (Macedónia do Norte)
A capital da Macedónia, é uma agradável surpresa, com um contraste enorme com uma cidade em desenvolvimento com edifícios públicos grandes e imponentes, de beleza significativa, que se destacam na cidade, desde o old bazar ou da sua fortaleza, temos do outro lado do rio Vardar, no centro histórico, além da bela praça da Macedónia, temos um punhado de edifícios Públicos de relevo.
Não posso deixar de falar de Skopje (Escópia, nome em Português), sem falar de um local que é de visita obrigatória, embora não seja um monumento é um local de beleza incontornável e que merece visita, o Desfiladeiro Matka (Matka Canyon), este local relaxante e belo fica a cerca de 16km da cidade de Skopje.
Igreja S. Clemente
Esta é a maior catedral ortodoxa do país, tem um design interessante com umas cúpulas redondas (em forma de arcos) sendo ela mesma de formato arredondado; esta igreja de estilo moderno foi criada pelo arquiteto Slavko Brezoski , foi iniciada a construção em 1972, tendo sido posteriormente consagrada em 1990.
A igreja principal, que é dedicada a S. Clemente de Ohrid, tem sob a sua cúpula principal um trono arcebispal com cerca de 3.5 metros, de resto tem um interior muito bonito, tem além da igreja principal tem uma segunda igreja mais abaixo desta, mais duas pequenas capelas e um campanário com cerca de 45 metros de altura.
Igreja S. Clemente – Skopje
Millenium Cross
No topo do monte Vodno fica a Milenium Cross, a zona de acesso ao topo do monte Vodno onde fica a millenium cross, fica a cerca de 7 km da cidade, desde a paragem central de bus podem apanhar o bus nº 25 que termina a rota aqui.
Esta cruz de estrutura metálica tipo treliça, tem cerca de 66 metros de altura e foi construída (terminada) em 2009, foi uma forma de celebração dos 2000 anos do Cristianismo, fica no topo do monte vodno, este local chamado de “Krstovar”, eleva-se a pouco mais de 1.000 metros; quando fui não estava a funcionar, mas existe um pequeno elevador que subia dentro da torre.
Podemos subir (e descer) desde o monte Vodno (onde fica uma parque de estacionamento e onde pára o bus), num moderno teleférico, não consegui aceder ao site, mas na altura em que fui (2018) paguei cerca de 2€.
Millenium Cross – Skopje
Ponte de pedra
Embora tenhamos várias pontes bastante bonitas ao longo do rio Vardar, como por exemplo a ponte das artes (que achei muito bonita), a ponte mais famosa e uma que é quase cartão postal da cidade é a ponte de pedra, sendo dos monumentos mais importantes da cidade; também conhecida como ponte do imperador Dusan, é uma ponte pedonal revestida com pedra e com vários arcos, foi construída no século XV (embora pelo que li hajam duas versões sobre a sua origem), liga a praça da macedónia ao outro lado do rio, junto do “Old bazar”, ficando deste lado da ponte o brasão de armas da cidade tem pouco mais de 200 metros de comprimento e cerca de 6 metros de largura.
Estive duas vezes na capital Lituana, além do centro desta simpática e bonita cidade, em que o rio Neris dá uma beleza fantástica à cidade ( aliás creio que uma cidade se torna sempre mais bonita quando tem um rio), temos ainda um contraste entre edifícios vanguardistas e modernos com esta parte antiga da cidade, onde temos alguns outros monumentos de interesse, além dos que vou referir; além de percorrer este centro histórico acolhedor, deixo um breve destaque para o bairro alternativo de Uzupis.
Já numa outra povoação, a de Trakai, localidade esta que fica a cerca de 30 km de Vilnius onde fica o belíssimo Castelo de Trakai, é facilmente alcançável de bus ou comboio (depois, uma não muito longa caminhada, que leva até este castelo junto de um lago bem bonito); um local a visitar caso tenham um tempo de sobra depois de conhecer Vilnius.
Catedral de Vilnius
Esta bonita catedral branca, com a sua torre sineira separada da igreja, é a principal igreja católica da Lituânia; a Basílica de S. Estanislau e S. Ladislau. Esta catedral que conta com cerca de 600 anos de história, foi já reconstruída várias vezes devido a alguns incêndios, tendo atualmente um estilo neoclássico; na sua parte frontal conta com 6 enormes colunas redondas.
A sua torre sineira de formato cilíndrico e que é um dos símbolos da cidade, tem cerca de 57 metros de altura.
Catedral de Vilnius
Igreja Stª. Ana
Esta bela igreja de estilo gótico, foi construída entre 1495 e 1500; sendo uma das obras-primas do estilo gótico, além da famosa sagrada família;
Uma das lendas é que Napoleão se apaixonou por esta bela obra de arte, Não é certo qual o arquiteto deste projeto, mas acredita-se que seja Michael Enkinger.
Uma fachada simétrica, com os pilares ornamentados, e no interior onde no seu altar principal fica uma pintura da Bem-Aventurada Virgem Maria e de Santa Ana, são alguns dos ingredientes que tornam esta igreja deslumbrante.
Igreja Sta. Ana, Vilnius
Torre do Castelo Gediminas
A torre Gediminas é uma referência da cidade, num dos pontos mais elevados da cidade, virada para o rio Neris, que dá uma beleza ainda maior à capital Lituana.
Daqui temos uma bela vista sob a cidade, quer sobre a parte mais antiga, bem como da que emerge com edifícios mais vanguardistas (ideal por exemplo para contemplar um pôr de sol); A torre faz parte do Museu Nacional da Lituânia, e conta com exposições no interior da mesma.
Esta torre de tijolos alaranjados, é o que sobra do castelo superior; o Grão-Duque Vytautas terminou o primeiro castelo em 1409, sendo que a torre chegou a ser depois o primeiro edifício telegráfico de Vilnius em 1839; a bandeira da Lituânia já está no topo da torre há mais de um século.
Estive por poucas horas em Bratislava, mas deu para sentir uma boa atmosfera nesta capital; gostei bastante da cidade, embora seja pequena, é uma agradável visita, que facilmente irá encantar qualquer um; acho que um dia, ou mesmo uma manhã/tarde completa, será suficiente; podendo depois desfrutar do rio Danúbio, indo por exemplo num pequeno cruzeiro até Viena, que são as duas capitais europeias mais próximas, eu fiz de bus de Bratislava até à capital austríaca, a viagem demora pouco mais de 1h, e custa em torno de 10€, temos pela flixbus, embora haja mais operadores a fazer este trajeto, o comboio também é uma opção, com tempos e preços semelhantes.
Gostei bastante da cidade, boa comida, sem muita confusão, fui bem recebido, e ótimos preços; (daqui segui depois para Praga) e achei uma bela cidade.
Novy most (Most SNP)
A ponte Nacional Eslovaca, vulgarmente chamada como novy most (ponte nova), onde no topo fica um espaço na forma semelhante de um “ovni”, onde além de um miradoura alberga um restaurante, foi um monumento que me despertou muito interesse, com um design vanguardista.
no topo desta torre com cerca de 95 metros de altura, de onde temos uma vista privilegiada sobre a cidade, aqui deixo o link do site, onde podem reservar a entrada para subir à torre, que custa em torno do 10€ (épocas alta e baixa diferem um pouco), bem como reservar mesa para o restaurante.
Novy most (Most SNP)- Bratislava
Castelo de Bratislava
O castelo de Bratislava é um dos seus ícones principais, este castelo branco, com quatros torres nos cantos. fica situado numa das colinas da cidade tendo uma altura de cerca de 47 metros, alberga o Museu Nacional Eslovaco e Museu de História Eslovaco, a entrada custa 12€; além de museu e de ser um local com muita história e de importância da cidade, daqui temos vistas fantásticas sobre a cidade e fica em frente a Novy Most, tendo também um cartão-postal desta com o Danúbio como pano de fundo.
Castelo Bratislava
Palácio Grassalkovich
Também conhecido como a “casa branca da Eslováquia”, pois desde 1996 é a sede oficial do presidente da República da Eslováquia.
Um palácio de estilo Rococó, foi construído em 1760, é um local bastante agradável, com a praça Hodzovo, tem uma fonte com um globo ao centro em frente ao palácio e várias bandeiras do país alinhadas em frente ao palácio, uma foto que também pode ficar bem para posterior memória.
Palácio Grassalkovich – Bratislava
Além destes monumentos, destaque ainda para algumas estátuas de arte urbana, onde se destaca o “man at work”; a Catedral de St. Matin; a antiga câmara municipal, na principal praça da cidade, ou a igreja azul (st. Elizabeth) são alguns dos exemplos que podemos explorar no centro histórico da cidade, com mais tempo, podemos ainda sair um pouco do centro e ver por exemplo o castelo de Devon, que fica a cerca de 12km da cidade, a entrada custa 8€.
Esta Linda cidade, que nos faz viajar no tempo, trazendo-nos de volta ao tempo medieval, merece uma visita, o encanto do seu centro histórico é fantástico, sendo um deleite percorrer todas estas ruas e ruelas, entre as muralhas, as portas de entrada como a Viru Gate, uma outra porta junto do museu Marítimo, a Igreja S. Olavo, a catedral Santa Maria, algumas de várias torres, miradouros, as praças e todo este cenário medieval, é simplesmente fantástico; saindo da parte amuralhado, além do contraste com a parte mais moderna cidade, com bairros modernos e uma arquitetura totalmente diferente, temos ainda mais um punhado de atrações, como o memorial Rusalka, a Praça da liberdade, onde fica a igreja S. João e a cruz da liberdade (monumento à guerra da independência), o museu marítimo Lennusadam, além claro do Palácio Kadriorg, são exemplos do que podemos visitar, pode ser uma opção para descobrir num fim de semana, esta bela capital do Báltico.
Catedral Alexander Nevsky
O cartão-postal da cidade, é sem dúvida um local de excelência, esta catedral ortodoxa situada numa colina na zona de Toompea (no centro da cidade), foi construída entre 1894 e 1900, e é sem dúvida um monumento de elevada beleza, uma fachada recheada de belos detalhes e bem ornamentada, tem cinco cúpulas negras; o conjunto de sinos que conta com 11 exemplares, sendo que o maior pesa 15 toneladas
Esta catedral, que é património mundial da Unesco desde 1997, é de visita obrigatória (entrada gratuita).
Catedral Alexander Nevsky, Tallinn
Câmara municipal de Tallinn
Outro local de destaque pela sua envolvência e beleza que dá na praça principal da parte antiga da cidade é a Câmara Municipal de Tallinn, que é a mais antiga do norte Europeu, tendo atingido os impressionantes 700 anos (celebrados o ano passado, em 2022); um belo edifício com vários arcos de estilo gótico ao nível térreo, o telhado com “duas águas”, com uma acentuada inclinação e um bonita torre que tem cerca de 64 metros de altura.
O interior, que conta com várias obras de arte pode ser visitado (5€), bem como subir á torre (4€), para poder ter uma vista soberba sobre a parte antiga da cidade.
Câmara municipal de Tallinn
Palácio Kadriorg
O palácio Kadriorg, bem como os seus jardins, ficam já fora do centros histórico desta bela capital medieval, sendo também outra imagem de marca da cidade, este belo palácio foi fundado em 1718 pelo Czar Russo Pedro I, e foi projetado pelo arquiteto Nicola Michetti; este imponente e belo palácio de estilo barroco romano, com o telhado esverdeado e fachadas brancas e acastanhado (cor de tijolo), tem ainda ao seu redor belos jardins bem ornamentados e com algumas fontes; do palácio faz parte também o Museu de Arte Kadriorg, o bilhete de entrada é de 9€.
Embora tenha sido algo complexo entrar na Bielorrússia, a verdade é que foi uma agradável surpresa, a cidade muito limpa e arranjada (talvez devido ao clima mais opressor, pois muitas vezes este país é chamado de a última ditadura da Europa.)
Embora o estilo soviético esteja muito presente, com as largas e extensas avenidas, vários edifícios militares e estatais ainda com a arquitetura típica soviética, a verdade é que Minsk é interessante e tem vários locais para visitar; desde o Victory park( com uma bela e imponente porta de entrada), aqui junto do parque, um obelisco e o Museu da Grande Guerra Patriótica, a praça da Vitória, a Ópera Nacional ou o Circo nacional, são alguns dos exemplos do que ver, estive 3 dias, mas acho que dois dias será o ideal para visitar a capital Bielorrussa.
Catedral do Espírito Santo, Misnk
Biblioteca Nacional
Este edifício de formato peculiar, que se assemelha a um pequeno rubi, a biblioteca tem um formato rombicuboctaedro, um edifício que além do seu formato também se destaca pelo seu estilo mais vanguardista que a maioria dos demais existentes na cidade, tem cerca de 73 metros de altura e conta com 23 andares.
A Biblioteca Nacional foi fundada em 1922, tendo este edifício sido fundado em 16 de junho de 2006; tem um ponto de observação e conta com grandes coleções de livros sobretudo em Bielorusso e em Russo, sendo o principal centro cultural do País.
A Biblioteca fica a cerca de 5km da cidade, sendo que é facilmente alcançada de metro.
Biblioteca Nacional, Minsk
Catedral do Espírito Santo
Esta bonita catedral de fachadas brancas e telhado esverdeado de estilo barroco, é a principal igreja ortodoxa do País, foi construída entre 1633 e 1642, sendo que esta igreja tem uma vasta história, pois já foi católica e mosteiro, tendo sido em 1860 devolvida à igreja Ortodoxa.
A sua fachada branca embora pouco ornamentada é interessante, tendo lado a lado duas torres sineiras, o interior é mais bonito, tem três naves e conta com várias relíquias.
Catedral do Espírito Santo, Minsk
Igreja S. Simão e S. Helena (Igreja vermelha)
Conhecida de forma comum, como a igreja vermelha, esta igreja de estilo neorromânico, foi projetada por dois arquitetos Polacos, tendo sido construída entre 1905 e 1910; as paredes são de tijolo e com as telhas da mesma cor, dão à igreja uma predominância avermelhada, dai o seu nome.
Esta igreja Católica, de forma assimétrica, conta com 3 naves, no interior tem vitrais e lustres de cobre. A entrada na igreja é gratuita, é uma visita agradável, acho que sendo um país maioritariamente ortodoxo, torna-se mais interessante.
Estive na capital ucraniana em 2019, e foi uma das cidades que mais me encantou, é sem dúvida uma cidade lindíssima; os seu vários e bonitos mosteiros, o rio dnipro pinta esta cidade de forma soberba esta cidade, tendo aqui uma harmonia fantástica, várias praças e monumentos que me surpreenderam, uma cidade com muito para ver;
O mosteiro das cúpulas douradas (S. Miguel), o Mosteiro de Kiev-Pechersk, a Catedral de Santa Sofia, O Museu de Chernobyl, a praça da Independência; a igreja St. Andrew, a Casa do Governo, a fortaleza de Kiev, a catedral Volodymyr, o bairro Podil ou o Palácio Mariyinsky, são alguns dos locais que merecem destaque, estive três dias em Kiev, e acho o ideal, podem ainda por exemplo passear junto ao rio, ou mesmo num pequeno passeio de barco.
fortaleza Kiev
Uma vez que o meu amigo Mário Menezes (que também escreve para o site), também falou de dois monumentos aqui em Kiev, vou falar de outros, pois esta cidade é rica em história e monumentos, bem como acho que seja um singela homenagem a um país que sofre com algo que não devia, e todos nós esperemos que todos os inocentes posam brevemente voltar à normalidade, bem como de que não conheça, possa visitar e conhecer a capital Ucraniana e ajudar de alguma forma a reerguer este povo que achei muito acolhedor.
Friendship of Nations Arch
Talvez por ter sido dos primeiros monumentos que vi na cidade, ou pela sua envolvência fantástica num ponto elevado com uma vista fantástica, foi dos locais que mais gostei; este arco metálico com uma estátua em granito e outra em bronze debaixo deste; tem um charme fantástico, foi inaugurado em novembro de 1982, sendo que dada a sua imponência é visível a vários metros de distância, bem como a sua imponência nesta praça, onde outrora muitos vinham para passear e desfrutar de um local tranquilo.
Pelo que li em 2022 foi desmontada uma das estátuas, pois esta representava um trabalhador ucraniano e outro russo.
Friendship of Nations Arch, Kiev
Golden Gate
Este bonito portão da fortificação da cidade, que era uma torre militar, é também um ícone de Kiev; esta estrutura da idade média, foi desmantelada e reconstruída mais tarde em 1982, embora haja várias versões sobre a sua reconstrução.
Um local bem interessante, independentemente da sua reconstrução terem cumprido ou não o original, este pedaço de história de uma antiga fortaleza, é lindíssimo.
Golden Gate, Kiev
Estátua da Mother Land
Também chamada como o monumento à pátria, esta imponente estátua é um dos cartões-postais da cidade, a obra é do escultor Vasyl Borodai, a estátua tem 62 metros de altura, ficando num pedestal com 40 metros, totalizando assim 102 metros deste ícone da cidade, que se destaca em muitos pontos da mesma.
A majestosa estátua de estrutura metálica, enverga numa mão uma espada e na outra um escudo com o brasão de armas da Ucrânia; esta faz parte do Museu Nacional de História da Ucrânia.
Conhecer os recantos de Portugal é sempre um enorme prazer. Já visitei quase 60 países estrangeiros e em Portugal há muitos recantos que ainda não conheço.
A minha vida de viajante tem sido composta por vários ciclos, onde se destacam o das viagens de aniversáriode 2005 a 2020 e o das viagens no início de Outono, curtas escapadelas outrora feitas em terras Gaulesas e Monegascas, retomadas em 2021, com estadas mais prolongadas, “à maneira Maltesa” e “profundamente Maltesa“, e pelos Balcãs em 2022: da Eslovénia ao interior da Croácia e sua costa até ao Montenegro.
Escapadelas em Portugal também constam no meu currículo, com destaques para as que fiz no tempo de desconfinamento do COVID, pelo Alentejo, Algarve, onde vou regularmente e Trás os Montes por exemplo. Em finais de Maio de 2022 a Pampilhosa da Serra foi o meu destino e no início de Outubro 2023 chegou a vez da Castanheira de Pera, pelos mesmos motivos: participar num Festival de caminhadas que como sabemos é muito além do ato ou efeito do verbo caminhar!
Serra da Lousã, nas proximidades do Poço da Neve e da Capela de Santo António da Neve
Poço da Neve
Na zona Centro, pertencente à província da Beira Litoral, encontramos a pequena vila de Castanheira de Pera. O seu Município possui uma área com pouco mais de 65 km² e 2500 habitantes, portanto menor que o da Pampilhosa da Serra. Concelhos vizinhos de Pedrógão Grande, pelo que recordar os incêndios de 2017 que causaram inúmeros danos, materiais e humanos, nunca é demais. Sobretudo para que coisas dessas não se repitam! Pelo caminho podemos fazer uma paragem junto ao Memorial às vítimas dessa tragédia. Obra da autoria de Eduardo Souto Moura, famoso arquiteto da nossa praça, que a viveu de perto pois a mesma ceifou a vida de uma das funcionárias do seu gabinete.
Pedrógão Grande, Memorial às vítimas dos incêndios de 2017
Pedrógão Grande, Memorial às vítimas dos incêndios de 2017
Pedrógão Grande, Memorial às vítimas dos incêndios de 2017
Castanheira de Pera
Castanheira de Pera
Castanheira de Pera
Castanheira de Pera
Castanheira de Pera, edifício da Câmara Municipal, de momento em remodelação
Castanheira de Pera como qualquer localidade do interior do país tem sofrido ao longo dos anos com os problemas relacionados com a sua localização geográfica. Hoje, o turismo é uma das atividades económicas mais importantes da região. Os diversos AL´s e hotéis que vão sendo criados, atraem cada vez mais visitantes, a boa rede de estradas de acesso, desde as grandes cidades do litoral, atualmente existente, também contribui para isso. No coração da vila, a Praia das Rocas aberta de junho a meados de setembro é uma das mais famosas atrações turísticas, trata-se de uma praia artificial, com ondas. Dado o Município de Castanheira de Pera se encontrar inserido na bacia hidrográfica do Rio Zêzere, afluente do Rio Tejo, possui outros locais onde nos podemos banhar na natureza, com destaque para uma praia fluvial, no Poço de Corga a cerca de 4Km do centro da vila.
Castanheira de Pera, Rota Botânica, o guia da Prazilândia
Castanheira de Pera, Rota Botânica, o guia com que trabalha há quase 50 anos na Câmara Municipal
Castanheira de Pera, Praia das Rocas
Castanheira de Pera, Praia das Rocas
Castanheira de Pera, Praia das Rocas
Castanheira de Pera, Praia das Rocas
Castanheira de Pera, Jardim Bissaya Barreto
Castanheira de Pera, Jardim Bissaya Barreto, sessão de Ioga
Castanheira de Pera, Igreja Matriz
Hoje o turismo, outrora a indústria dos têxteis dominava a região. Sobre este tema obter mais informação ao visitar a Casa do Tempo no centro da vila. Lá podemos ver expostos diversos artefactos históricos relacionados com estes tempos. Ficaremos todos a saber que os famosos barretes que usam os campinos do Ribatejo e que vemos nas touradas, são oriundos desta região, situando-se no concelho o único atelier do país que produz estes tradicionais barretes de lã. O tradicional barrete de Castanheira de Pera é inclusivamente candidato a património imaterial da Humanidade, seguindo o exemplo do chocalho alentejano. Quem visita o nosso país poderá levar para casa lindos souvenirs de recordação, tal como nós fazemos quando viajamos para o estrangeiro.
Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição temporária
Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, relativa à antiga indústria têxtil
Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, relativa à antiga indústria têxtil
Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, relativa à antiga indústria têxtil
Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, relativa à antiga indústria têxtil
Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, relativa à antiga indústria têxtil
Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, relativa à antiga indústria têxtil
Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, barretes de lã
Castanheira de Pera, Casa da Criança Rainha Dona Leonor
Castanheira de Pera, encontra-se na rota das Aldeias do Xisto, com a aldeia de Mosteiro a integrar esta lista, e da Serra da Lousã, sobretudo esta última, é a sua “marca” vai sendo vendida pois trata-se de um dos maiores tesouros do Centro de Portugal. O Presidente da Câmara, engenheiro civil de profissão, António Henriques Antunes, homem da terra, reconhecido e acarinhado por todos pelo seu trabalho, pessoa afável, acessível e de sorriso fácil, desportista, pois foi guarda-redes no clube de futebol da terra, juntamente com os seus colaboradores, é um dos responsáveis pela projeção de Castanheira de Pera no mapa do turismo nacional, e em breve além-fronteiras. Kat Piwecka fotógrafa polaca que recentemente conheci pessoalmente, tem um livro publicado com milhares de fotos sobre o nosso país, “In love with Portugal”, que tem corrido de norte a sul, ao longo de várias visitas desde Poznan, sua terra natal, na Polónia, de onde conduz milhares de quilómetros até nós. Já passou pela região, mas está nos seus planos voltar para aprofundar esse conhecimento, e certamente aquelas pessoas a receberão muito bem.
Uma terra pequena e uma câmara pequena, onde todos se conhecem, sendo como uma família, estando por isso considerada entre as que melhor ambiente e condições de trabalho proporcionam aos seus funcionários.
Castanheira de Pera, Praia das Rocas
Independentemente das cores políticas de ambos, cientes da sua oferta turística de enorme qualidade, os Municípios vizinhos de Pampilhosa da Serra e de Castanheira de Pera, uniram esforços numa parceria estratégica muito inteligente: promover o melhor que a região tem para oferecer, embora se pareçam idênticos, são dois “produtos” que se complementam, e também por se tratar de eventos em estações do ano diferentes. Se na Pampilhosa da Serra, na Primavera, com paisagens verdejantes, em Maio temos há vários anos e já com datas para 2024, a “Walking Weekend“, em Outubro 2023, em pleno Outono com temperaturas “anormalmente” acima de 30ºc, com o amarelo a aparecer na paisagem, em Castanheira de Pera, temos o “Festival de Caminhadas“ cuja sua edição inaugural ocorreu recentemente, e certamente será a primeira de muitas. A receita é a mesma, e ao participar, é-nos garantido um fim de semana inesquecível e memorável, de pura diversão, cultura, atividade física, convívio, passeios e boa comida. Por experiência própria, posso assegurar-vos que ambos justificam largamente lá irem!
Castanheira de Pera, Festival de caminhadas, cartaz do evento
Festival de caminhadas, cocktail de boas vindas
A Câmara Municipal de Castanheira de Pera juntamente com a Prazilândia, empresa municipal que atua na área do turismo, teve uma excelente organização, com colaboradores de excelência, enormes embaixadores da vila e da região. Foi um enorme prazer ter convivido com eles. O Presidente da Câmara fez questão de receber os participantes logo no primeiro dia e estar presente em todas as fases do evento: das caminhadas, às refeições e convívios, como aquele em que se assaram castanhas ao borralho. Castanheiros é coisa que não falta no município de Castanheira de Pera, e ao longo das caminhadas encontramos muitos, e com os ouriços a darem fruto, após serem espremidos. Com os pés, entenderão bem porquê! Sou uma pessoa de cidade, e reconheço a minha ignorância! Isto, e muito mais, aprendi nestes dias…castanheiros, carvalhos, pinheiros, também não faltam por aqueles lados!
Musicas tradicionais junto na zona da Capela de Santo António da Neve
O Sábado teve início pela manhã junto à Biblioteca Municipal, onde na noite anterior nos foi servido um cocktail de boas-vindas pela organização, e daí seguimos de autocarro em direção a Coentral Grande, localidade situada em plena Serra da Lousã, onde se deu início à caminhada da Rota dos Neveiros e Vale Silveira, cerca de 9 Km, aquela que escolhi, pois tem uma distância e um nível de esforço intermédio.
Rota dos Neveiros
Rota dos Neveiros e Vale Silveira, uma alminha
Rota dos Neveiros e Vale Silveira, guia da Prazilândia explicando o significado da alminha
As casas construídas de granito, com cantarias contendo inscrições seculares, são a imagem de marca da aldeia do Coentral Grande, o que a torna numa das povoações mais antigas do concelho. A sua fundação, segundo documentos históricos remonta a o ano de 1135, quando Afonso Henriques a terá doado a uns fidalgos em termo de terras de Pedrógão
O percurso seguiu por trilhos de montanha com o cenário envolvente da Serra da Lousã, sempre a subir até ao Poço da Neve junto da Capela de Santo António da Neve, onde nos aguardava um abastecimento reconfortante, e uma cantora que interpretou músicas tradicionais. Um com paisagens deslumbrantes, passando por alminhas, que são pequenos monumentos na berma de um caminho que representam em geral almas do Purgatório, frequentemente construídos em homenagem ou em memória de entes queridos, ou como cumprimento das promessas.
Coentral Grande
Coentral Grande
Coentral Grande
Capela de Santo António da Neve
Capela de Santo António da Neve
Abastecimento junto da Capela de Santo António da Neve
Fazer a Rota dos Neveiros e Vale Silveira apesar de ser um divertimento, recorda-nos os tempos em que se trabalhava no duro. Este percurso era feito pelos neveiros, uma profissão que existiu no século XVII, quando D. Maria reinava. A neve que ali caía no inverno era recolhida e colocada dentro daquele poço, depois de pisada por forma a ser compactada e perder o ar, transformando-se em gelo, ficava armazenada no seu interior. Os blocos de gelo eram depois transportados para as aldeias com recurso a trabalho de animais puxando carroças. Subir desde Coentral Grande até ao Poço da Neve era o caminho feito por muitos para o trabalho, note-se que nesses tempos não se reconheciam direitos dos trabalhadores, horários de trabalho eram de “sol a sol”, mal pagos, as doenças profissionais e os acidentes de trabalho não eram reconhecidos, movimentos e lutas que só muito mais tarde vieram a surgir pelo mundo, por exemplo, em Manchester com Revolução Industrial por exemplo. Numa altura em que não existiam frigoríficos e máquinas produtoras de gelo, para a rainha comer um gelado, imagine-se o tipo de produto concebido com muito sangue e suor de gente humilde e paupérrima!
No regresso a Coentral Grande destacou-se a passagem por antigas casas, na montanha, centenárias, supõem-se que pertenceram a pessoas com muito dinheiro e muita influência política.
Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande, um castanheiro
Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande, antigas casas
Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande, antigas casas
Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande
Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande
Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande
Serra da Lousã, nas proximidades do Poço da Neve e da Capela de Santo António da Neve
Serra da Lousã, nas proximidades do Poço da Neve e da Capela de Santo António da Neve
Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande
Após a caminhada seguiu-se o almoço tradicional junto ao Poço de Corga, lautas refeições não faltam nestes eventos. Seguiu-se uma tarde com várias atividades junto dessa praia fluvial, isto para quem não se deixou adormecer à sombra nas margens! Para quem teve uma semana de trabalho, uma viagem de 200 Km, um cocktail de boas-vindas, uma noite mal dormida, acordou cedo, passou uma manhã a calcorrear quilómetros na montanha e estava a fazer a digestão de um almoço de torresmos, não deve ter sido fácil manter-se acordado…mas ao final da tarde lá estavam todos para comer castanhas, assadas ao borralho com o Presidente da Câmara, acompanhado com jeropiga. O jantar veio mais tarde, a gastronomia serrana voltou a marcar presença, desta vez, com música ao vivo, e o dia terminou já perto das 23 horas.
Poço de Corga
Poço de Corga, jeropiga tradicional
Poço de Corga, com o Presidente da Câmara Municipal de Castanheira de Pera, António Henriques Antunes
Poço de Corga, assando castanhas
Poço de Corga
Poço de Corga
Poço de Corga
O Domingo começou novamente à mesma hora e local de Sábado. Desta vez a minha escolha foi para uma caminhada mais suave, de 4 km pelas ruas da vila, ruas carregadas de História política dos tempos Republicanos e do Estado Novo. Acompanhados por guias, da Prazilândia e um que é funcionário da Câmara Municipal há quase 50 anos, onde nos foi dada uma enorme explicação sobre as várias plantas que ali podemos encontrar, percorrendo a Rota Botânica de Castanheira de Pera. Liquidambar, ulmeiro, azevinho, falso-cipreste, magnólia, castanheiro da Índia, sabugueiro, bétula, tulipeiro, tília e até mesmo o ginkgo, podem ser encontrados passeando por aquelas ruas e também pelo Jardim Bissaya Barreto, junto da Casa da Criança Rainha Dona Leonor, uma instituição criada para que as crianças ficassem ocupadas durante o horário de trabalho dos pais na indústria têxtil. Foi naquele jardim, com um chá e uma sessão de Ioga que demos esta manhã bem ativa por terminada.
Fernando Bissaya Barreto, um nome que ficará na memória de quem visita Castanheira de Pera. Ali nascido, formou-se em Filosofia e Medicina na Universidade de Coimbra. Republicano convicto, viveu intensamente a Greve académica de 1907. Foi médico, professor universitário, político e o criador do Portugal dos Pequeninos, um dos locais mais famosos de Coimbra. Admirador de Salazar, acabou exonerado dos seus cargos depois do 25 de Abril de 1974. Uma pessoa que deu um enorme contributo à nossa Educação, sendo a sua memória preservada numa Fundação, à qual deixou em testamento todos os seus bens.
Castanheira de Pera, Casa da Criança Rainha Dona Leonor, busto de Bissaya Barreto
Seguiu-se um almoço de porco no espeto na Praia das Rocas, que, apesar de encerrada ao público, estava reservada para este momento solene: a sessão de encerramento onde marcaram presença, o vereador Rui Simão, em representação do Município da Pampilhosa da Serra, juntamente com Miguel Lemos e Gonçalo Lima, técnicos do Departamento de Turismo, responsáveis pela organização do próximo evento neste concelho, em maio do próximo ano, para o qual já estão todos convidados! E assim se deu por encerrado este excelente fim de semana, degustando beijos de peralta e medronho!
Praia das Rocas, almoço de porco no espeto
Praia das Rocas, almoço de porco no espeto
Praia das Rocas, almoço de porco no espeto
Praia das Rocas, almoço de porco no espeto
Tal como na Pampilhosa da Serra, em Castanheira de Pera, também passei um fim de semana para sempre recordar. Não sei se pelas caminhadas, se pelas paisagens ou pela comida. E eu que sou um grande comilão só posso dizer: mas que bem se come por aqueles lados!!!!!
Desta vez posso acrescentar os torresmos, diferentes do que conhecemos do Alentejo, estes são confecionados com carne de porco, nomeadamente o entrecosto e as miudezas, nomeadamente o fígado. A carne depois de marinada com vários temperos e vinho branco, é alourada em banha, sendo tradicionalmente confecionada em louça de barro. É cozinhado com castanhas, sendo acompanhado com as tradicionais papas de milho, semelhante às migas, mas com milho. A tibornada de bacalhau, um dos muitos pratos de bacalhau que existem no nosso país, muito semelhante ao bacalhau à lagareiro. Obviamente os beijos de peralta, inspirados em Peralta, uma princesa lendária que deu o nome a Castanheira de Pera, tornou-se um bolo regional em 1989, um género de pudim com ovos, amêndoa ou castanha.
E é comendo um beijo de peralta dou por terminada esta crónica de viagem!
Torresmos com castanha
Tibornada de bacalhau
Papas de milho
Beijos de Peralta (de castanha e de mel), doce tradicional de Castanheira de Pera
Alojamento:
O Hotel Lagar do lago, oferece alojamento económico de qualidade, com pequeno almoço, no centro da vila, a pouca distância da Praia das Rocas. A marcação deverá ser por telefone.
Medronho e licor de medronho, dois néctares da região
Algumas das cidades menos interessantes que visitei…
Texto & Fotos de Mário Menezes
Bonito e feio são conceitos subjetivos. Fazer um texto de viagens, onde é suposto contar sonhos lindos, e locais paradisíacos, sobre cidades feias, é estranho!
Há cidades que nos deixam loucos pela sua beleza, outras que não sendo bonitas nos transmitem magia e vida, outras que mesmo sendo feias têm algo que nos atrai, até mesmo por isso, por serem feias! Outras não têm grande interesse em serem visitadas, mas acabamos por o fazer de passagem.
Sejam feias ou bonitas, todas elas tornaram memoráveis os momentos lá passados, pois viajar, seja para onde for, se a felicidade estiver no nosso íntimo, é sempre um enorme prazer. De todos os locais que visitei não me arrependo de o ter feito!
Bratislava, Eslováquia
A Eslováquia é tida como uma nação bonita, mas a sua capital não merece grande perda de tempo. Situada nas proximidades das mais belas cidades do centro da Europa: Viena, Budapeste e Praga torna o seu interesse em visitá-la apenas como de passagem entre as mesmas e pelo capricho de colocar mais uma bandeira no nosso mapa. Se lá passarem recomendo subir ao miradouro da Most Slovenského národného povstania e desfrutarem da vista sobre a cidade e sobre o Rio Danúbio. Sendo o tempo curto, ficarão com uma ideia formada da cidade.
Bratislava, Eslováquia
Bratislava, Eslováquia
Pisa, Itália
A torre mais famosa de Itália merece uma visita, por fora (por dentro custa uma exorbitância) e uma foto da praxe. A Torre de Pisa situa-se no Campo dei Miracoli, onde jazem outros edifícios, todos eles inclinados, porém ela chama-nos a atenção porque a sua inclinação é mais acentuada. Além do Campo dei Miracoli a cidade pouco ou nada de interesse tem. Atenção que a Itália é um país soberbo e monumental e Pisa fica numa encruzilhada de estradas e linhas férreas que levam a vários pontos importantes e também é servida por um aeroporto muito utilizado pelas companhias aéreas low cost.
Pisa- Itália
Pisa- Itália
Nápoles, Itália
Apelidada de capital do sul de Itália, associada à Camorra, crime organizado, máfia. De tantas cidades e países onde estive, só em Nápoles me senti inseguro. Quem viu os filmes italianos em finais dos anos 80 e início dos anos 90 “Mery per sempre” e “Ragazzi fuori”, e mais recentemente o filme e a série “Gomorra”, ao chegar à cidade sente que entrou nesses cenários e com as personagens incluídas. Viajar no comboio suburbano “Circumvesuviana” ao cair da noite, é uma experiência aterradora, ao nível da Linha de Sintra nos anos 90. O verdadeiro “comboio dos duros”! Piscinola, Scampia, Secondigliano, Argine e Ponticelli são bairros a evitar. Nápoles é uma cidade pitoresca ao longe, ao perto é estranha, suja, assustadora e desorganizada. Esse ar sinistro também fascina muitos visitantes que chegam à cidade e acabam por lá permanecer. Outros fogem rapidamente para outros destinos na região de Campânia, nomeadamente Sorrento, Pompeia, Ilha de Capri e Costa Amalfitana.
Nápoles, Itália
Nápoles, Itália
Nápoles, Itália
Nápoles, Itália
Helsínquia, Finlândia
A capital Filandesa é muitas vezes apelidada como “Feíssima capital”. Localizada num ponto da Europa onde a curta distância estão cidades como São Petersburgo e as capitais dos Países Bálticos não poderia deixar de ser o seu parente pobre. E se a compararmos com capitais Nórdicas, como Estocolmo ou Copenhaga ainda mais feia Helsínquia se torna! A Finlândia é chamada de “País dos mil lagos”, é o país do Pai Natal, tem uma enorme oferta turística, apesar dos preços elevados, mas Helsínquia por si só não merece viajar 4 horas de avião desde Lisboa. Se visitarem Helsínquia façam-no de passagem, dêem um rápido passeio até junto da Catedral. O povo é muito acolhedor, educado e civilizado,
Helsínquia, Finlândia
Helsínquia, Finlândia
Oslo, Noruega
Mais um país de sonho cuja capital é o seu parente pobre! É contudo uma cidade com uma enorme oferta cultural, com excelentes museus, num deles onde podemos observar a famosa obra “O Grito” de Edvard Munch, pintor Norueguês, e um edifício soberbo, a Ópera de Oslo, onde podemos assistir a excelentes espetáculos, por incrível que pareça, com antecedência conseguem-se bilhetes a preços bem simpáticos.
Dito por uma amiga finlandesa quando passeava por Oslo, fez-me o seguinte comentário no Facebook: “Leave Oslo. There is nothing to see! Go north“!
Oslo em si, à semelhança de Helsínquia, não merece que tenhamos de voar 4 horas desde Lisboa, mas sendo a porta de entrada para conhecer este país maravilhoso, é sem dúvida imperdível. Se passarem por Oslo, apanhem um barco e conheçam as ilhas, onde podem fazer excelentes dias de praia, em Junho, pois claro!
Oslo, Noruega
Oslo, Noruega
Malmö, Suécia
Embora visitar esta cidade sueca não tenha grande interesse, atravessar a Ponte do Øresund em direção a Malmö é obrigatório para quem visita Copenhaga. Esta obra de engenharia é uma das mais fantásticas que existem na Europa, foi inaugurada em 2000 e une os dois países: Dinamarca e Suécia. Do lado dinamarquês é isso mesmo, uma ponte, do lado Sueco, é um túnel. As duas partes unem-se no meio do Estreito de Øresund que liga o Mar Báltico ao Estreito de Categate a caminho do Mar do Norte.
Chegando a Fullriggaren na zona nova de Malmö, de onde se avista a ponte, até parece que estamos em Alcochete a olhar o nosso Rio Tejo e para a Ponte Vasco da Gama. A zona é composta por edifícios modernos, sem grande interesse, onde destaca-se o Turning Torso projetado por Santiago Calatrava. Um edifício de negócios, que não permite visitantes turistas. Visto de fora, podemos ver a sua fachada “em giro”, uma torção de 90 graus, desde o piso térreo até ao topo. Uma obra de elevada complexidade técnica pois os cálculos estruturais na fase de projeto e da sua execução em obra tiveram em conta a sua localização, a região de ventos fortes e temperaturas que chegam a –20 ºC.
Malmö possui um centro histórico, que não tive oportunidade de conhecer e também vários bairros sociais perigosos, onde vive a classe mais pobre da sociedade Sueca, muitos emigrantes, sobretudo dos países oriundos da antiga Jugoslávia, como por exemplo o bairro de Rosengard, onde foi criado Zlatan Ibrahimovic.
Malmö, Suécia
Malmö, Suécia
Malmö, Suécia
Roterdão, Países Baixos
Amesterdão é a capital e, é uma cidade encantadora, sobretudo pelos seus canais e edifícios plantados à beira destes. A oferta cultural e de deboche também atrai muitos visitantes. Mas Roterdão tem pouquíssimo interesse. Parece Miraflores, fiquei com essa sensação! Os Neerlandeses dizem que parece San Diego! A cidade sofreu enormes danos na II Guerra Mundial e foi reconstruída. “Onde fica o centro histórico?” é uma anedota que se costuma contar acerca de turistas Americanos que visitam a cidade.
Varsóvia, Polónia
A cidade também foi arrasada e reconstruída pois sofreu danos durante a II Guerra Mundial. Russos e Alemães encarregaram-se de destruírem as suas partes. Uns mais que outros, conforme a ideologia de quem conta…O Centro Histórico foi reconstruído tal como era antes. O gueto é um local de visita obrigatória. A cidade é grande, moderna e possui vários jardins, mas a sua zona central fez-me lembrar os edifícios da Portela de Sacavém!
A Polónia é um país soberbo, com lindas cidades, sendo Cracóvia a mais importante para ser visitada, mas a sua capital não merece muito tempo despendido, nem tão pouco fazer um voo de 4 horas com esse propósito.
Varsóvia, Polónia
Varsóvia, Polónia
Chisinau, Moldávia
No início do século contávamos pelos dedos duma mão um português que conseguisse localizar a Moldávia no mapa, e que soubesse qual o nome da sua capital. A cidade não tem muito interesse, no entanto é um paraíso cultural. Ali podemos assistir a espetáculos grandiosos, o Ballet Nacional da Moldávia, por pouquíssimo dinheiro! O país é pequeno, em breve vai entrar na União Europeia e tem muito potencial turístico. Passar um dia em Chisinau num tour por esta parte da Europa, por exemplo entre a Ucrânia e a Roménia só nos enriquece. Ouvir falar das Minas de Cricova, com mais de 100 Km e mais de um milhão de garrafas de vinho, que constituem a maior adega do Mundo, por exemplo, faz crescer água na boca. Tal como a mamaliga e a zeama, nomes que no prato não iremos esquecer.
Chisinau, Moldávia
Chisinau, Moldávia
Vaduz e Schaan, Liechtenstein
A capital deste pequeno principado não é de todo um local interessante. É uma cidade pequena e onde a calma prevalece, sobretudo ao fim de semana, com seu minúsculo centro junto da Câmara Municipal. A visita vale sobretudo pela subida até junto do Castelo que é residência oficial do Príncipe soberano e pelas vistas que dali se podem observar sobre os Alpes. Schaan é a maior cidade, e ainda menos interesse tem, no meu caso pelo capricho de tirar uma foto à sede da Hiti…
Ao Liechtenstein acedemos de comboio desde a cidade Helvética de Zurique, que é lindíssima mas em poucas horas visitamos quase tudo. Zurique, Vaduz e Schaan foi um passeio de fim de semana perfeito e o capricho de colocar mais uma bandeira no currículo ficou satisfeito
Vaduz, Liechtenstein
Dortmund, Alemanha
A cidade além do seu Borussia e do seu Estádio, o Signal Iduna Park, um dos mais importantes que visitei pelo mundo fora, nada mais tem para ver! Possui um aeroporto servido por companhias aéreas low cost, logo uma porta de entrada para visitar várias cidades da Alemanha, Colónia ou Dusseldorf por exemplo, bem mais interessantes.
Dortmund, Alemanha
Toulouse, França
A França é um país que dispensa apresentações, mas de tantas cidades que visitei, a Cidade Rosa não me despertou interesse. Só a visita ao Museu Aeronáutico e à Airbus, atrações turísticas soberbas justifica uma ida a Toulouse.
Toulouse, França
Cidade do Luxemburgo, Luxemburgo
O Grão Ducado do Luxemburgo com voos acessíveis desde Lisboa é uma boa escolha para curta escapadela de fim de semana. Localizado numa zona geográfica da Europa onde a Bélgica, Países Baixos, Alemanha e França marcam forte presença, com lindissimos locais, a capital Luxemburguesa torna-se de longe o menos interessante. Localizada no topo de um rochedo, os seus vales fundos, atravessados por várias pontes e viadutos proporcionam várias vistas emblemáticas sobre o edificado. Chemin de la Corniche, é a principal. Em poucas horas percorremos praticamente todas as suas ruas e ruelas e ficamos com uma ideia suficiente do que interessa. À noite recomendo a zona da Claussen, local de muita animação. Explorar o Grão Ducado, único país do mundo onde os transportes públicos são gratuitos, é a escolha mais que acertada para o tempo sobrante.
Cidade do Luxemburgo-Chemin de la Corniche
Cidade do Luxemburgo-Praça de Clairefontaine
Podgorica, Montenegro
O Montenegro, é um país novo, mas tem coisas lindíssimas para conhecer. Quem o visita, jamais esquecerá os gatos de Kotor. A sua capital, Podgorica é a capital menos visitada da Europa, facilmente se percebe. Tem pouquíssimo interesse. Além dos edifícios governamentais e as pontes, pouco mais a registar do que a vida noturna animada, ali paredes meias com o Parlamento!
Podgorica possui um aeroporto servido por companhias aéreas low cost e por isso é um ponto de entrada e saída muito importante. Os hotéis da cidade são baratos e num curto passeio de duas horas pelas ruas, visitamos o essencial.
Podgorica, Montenegro
Podgorica, Montenegro
Łódź, Polónia
Quem conheceu Wrocław, Cracóvia, Gdansk, Poznan, e mesmo o Centro Histórico de Varsóvia, vai achar Lodz horrivel! A cidade tem pouquíssimo interesse, apesar de ter uma boa oferta cultural, relacionada com o cinema, pois é chamada de “HollyŁódź”, por ser considerada a cidade do cinema polaco e por aquelas ruas terem sido filmados diversos filmes e séries nacionais.
Possui uma rua, a maior rua comercial da Europa, a Piotrkowska, que mede 4,2 Km, liga as Praças da Independência e da Liberdade. Ela constitui o centro da cidade! Lodz, alcunhada como a Manchester da Polónia, foi em tempos um fortíssimo polo industrial do setor têxtil. A queda do Regime Soviético, muitas exportações eram para a URSS, e a Indústria Asiática com mão de obra ainda mais barata que estes países do Centro e Leste Europeu, trouxe o declínio do setor industrial, a partir da década de 1990 as unidades industriais foram fechando. Hoje as fábricas, alguns edifícios estão ao abandono, outros transformados em shoppings, como é exemplo o “Manufaktura”, outras em cafés e bares, a “OFF Piotrkowska” etc..Pela cidade abundam prédios novos que contrastam com outros que fazem lembrar o Antigo Regime. A sua Catedral e o Ghetto são os pontos de visita obrigatórios. Sobretudo o último para que a História não se repita.
Łódź, OFF Piotrkowska
Łódź, Polónia, Ghetto, estação de comboio de Radegast
Łódź, Polónia, Manufaktura
Charleroi, Bélgica
As cidades da Região da Valónia em beleza são incomparáveis com as suas congéneres Flamengas. Charleroi é o exemplo mais que perfeito! É sobretudo um ponto de entrada no país, pois nas suas proximidades situa-se um aeroporto utilizado pelas companhias aéreas “low cost”, chamado de “Bruxelas-Charleroi”. A cidade em si é pequena, possui na sua “parte alta”, a zona central, a Praça Charles II, onde podemos visitar a Catedral de São Cristóvão de Charleroi, ao lado da Câmara Municipal. Junto à estação de comboio, onde chegamos desde o aeroporto, temos a chamada “parte baixa”, a sua zona ribeirinha com diversas pontes próximo da zona comercial, de restaurantes e bares.
A cidade localiza-se numa área onde abundam jazidas de hulha, daí possuir uma forte componente industrial, de siderurgia, metalúrgica e de maquinaria, o que justifica a sua envolvente arquitetónica que nos fazer lembrar a Revolução Industrial.
Charleroi, Bélgica
Charleroi, Bélgica
Rabat e Casablanca, Marrocos
Visitei Marrocos em 2001, altura em que contava pelos dedos duma mão os países estrangeiros visitados, hoje preciso de quase 12 mãos para o fazer! Marrocos é um país sublime, não só pelas cidades, dizem que quem vai uma vez, vai regressar certamente. Assim espero! As cidades Imperiais de Fès, capital cultural e Marrakesh, talvez a capital turística, que tive oportunidade de visitar, são um encanto, mas Rabat, a capital política e Casablanca, a maior cidade e capital económica, têm pouquíssimo interesse.
Casablanca, é isso mesmo, uma cidade branca como o nome indica, com muitos prédios altos, e a famosa Mesquita Hassan II, tida como o principal ponto turístico a dominar a paisagem junto ao mar. A cidade foi eternizada num famoso filme em 1942, que não consegui ver até ao fim…
Rabat, além do Palácio Real e do Mausoléu de Mohammed V, que são vistos de fora, nada mais tem parece ter de interessante.
Casablanca, Marrocos
Nova Delhi, Índia
Goa, Mumbai e o Taj Mahal são para mim as únicas razões para viajar para este país. Goa, com as suas praias paradisíacas escapa, mas as cidades estão longe de serem consideradas bonitas! O Taj Mahal fica em Agra, mas essa cidade, com cerca de 2 milhões de habitantes, além do monumento, nada mais de interesse tem! Mumbai, uma megalópole superpovoada e Jaipur, têm coisas interessantes para visitar, mas a poluição e sujidade predominam.
Nova Delhi é mesmo ruim! Além da poluição e sujidade altíssimas, é uma terra de aldrabões e preguiçosos! Estão deitados no chão e com os pés em cima das mesas e nem se levantam para atender os clientes! Fui vítima de um famoso “tourist scam” nesta cidade. Aliás, desde que saem do aeroporto,na estação de comboio, na famosa Connaught Place, eles andam lá. Nem precisam de lá ir, vão ao youtube! Passei aqui pouco tempo, visitei a
Rajpath junto ao Parlamento, avenida onde foi filmada a cena do funeral de Gandhi com 300 mil figurantes. A minha maior pena foi não ter visitado o Sulabh International Museum Of Toilets, sim porque quem viaja para a Ásia ficará com o fascínio das casas de banho! Até morrer não consigo deixar de pensar…
Nova Delhi, Índia
Nova Delhi, Índia
Varanasi, India
Se Delhi é ruím que dizer de Varanasi! Cidade com muita carga espiritual, mas cada vez mais se torna local a evitar. Quando cai a noite, a cidade fica escura, com ruas labirínticas vazias, sujas e malcheirosas. Os transeuntes são estranhos, paupérrimos, sem abrigo e a mendigar. Muito assédio ao turista que circula junto ao Ganges. E muitas “máfias” com esquemas para extorquir dinheiro junto ao crematório principal, no ghat Manikarnika.
O Rio Ganges, uma atração da natureza que banha a cidade, é um rio carregado de excrementos, onde desaguam esgotos, inclusive a partir de um hospital que atende tuberculosos, assim como detritos de diversas fábricas. Também é recorrente por lá, aparecerem cadáveres humanos a boiar, pois segundo a religião Hindu, muitos deles não deverão ser cremados e devem ser assim jogados ao rio. Isso não impede os locais de beberem a sua água e se banharem por lá. E até alguns turistas bebem chá com água do Rio Ganges. Convencidos que por ser proveniente de um rio sagrado não faz mal, pelo contrário! E convencidos que a fervura torna aquela água própria para consumo.
A prova que as religiões atrasam o desenvolvimento humano.
Varanasi, Índia
Varanasi, Índia
Ciudad del Este, Paraguai
Viajar para a Argentina é um encanto e visitar as Cataratas de Iguazu é obrigatório. Desde Puerto Iguazu, na Argentina, podemos passar um dia no Paraguai viajando cerca de 20 Km. Tem interesse sobretudo pela visita à Usina de Itaipu, ou se quiserem fazer compras. A cidade em si, tem pouco interesse e não aparenta ser segura. Ali as fotos em que apareço, são selfies. Infraestruturas degradadas, ruas sujas onde circulam autocarros de estilo retro. Um contraste com as outras cidades fronteiriças: Puerto Iguazu na Argentina e Foz do Iguaçu no Brasil.
O Paraguai é tido como um país onde a natureza é ponto alto, mas a sua cidade mais visitada não tem muito interesse. É contraditório…
Ciudad del Este, é uma “cidade dos duros” ao jeito dos estereótipos sul-americanos que vemos nos filmes. Cresceu por ser um paraíso de compras “tax free”. Tornou-se a capital mundial das falsificações e uma das capitais do contrabando, tráfico de drogas e de armas. Pistolas vendem-se em lojas nos shoppings como outra coisa qualquer. Saindo para a rua somos logo abordados por gente muito estranha que se encontra encostada às paredes. A cidade gira à volta de uma grande avenida carregada de lojas, bancas de venda ambulante e diversas ruas transversais dedicadas ao comércio tradicional e também de enormes armazéns e shoppings com vários pisos. Naquelas bancas de rua que nos fazem lembrar a Feira do Relógio, vendem-se muitas marcas de luxo e também camisolas de clubes de futebol, tudo material contrafeito!
O capricho de colocar mais uma bandeira no mapa foi satisfeito, mas nem sempre quantidade é qualidade.
ALGUMAS DAS MAIS INTERESSANTES ATRAÇÕES TURÍSTICAS PELO MUNDO
Texto & Fotos de Mário Menezes
Não se enquadrando no grupo dos museus nem dos monumentos, existem outras atrações turísticas que também são alguns dos ex-libris das cidades, dos países, dos continentes, até mesmo do Mundo, pois algumas são consideradas Património da Humanidade. São por isso locais bastante procurados e de romaria de milhões viajantes à escala global. Quem as visita, fá-lo independentemente de ser ou não perito em arte, política, história, arquitetura ou em qualquer outra área científica, tecnológica ou artística. Fá-lo muitas vezes para passar uns momentos divertidos ou mesmo de reflexão.
Dos mais de 50 países que visitei, tive a oportunidade e o privilégio de ter visitado algumas das mais importantes atrações turísticas. Seria impensável mencionar todas. No meu currículo de viagens faltam muitas de vital importância, como por exemplo um Parque Disney, um estúdio de Hollywood e obviamente Alcatraz que é um sonho de infância consecutivamente adiado!
Aqui segue uma lista daquelas que considero como as mais importantes que visitei. Atenção que me refiro aos locais onde temos de entrar, e não as que encontramos nas ruas por onde passeamos.
Há coisas que só o homem consegue fazer ao seu semelhante. Para percebermos isso teremos de visitar um destes locais, que abundam pelo centro da Europa, para que a memória do povo nunca se apague e para que estas atrocidades não se repitam. É preciso coragem e determinação para o fazer. Todos os cidadãos do mundo deveriam visitar Auschwitz, que é de todos, o mais doloroso, e por se tratar do mais importante! Aqui tudo permanece praticamente igual ao que era nos tempos do Holocausto. Mal cruzamos a placa ”Arbeit macht frei”, veremos que a mesma é apenas a primeira de muitas manifestações de sadismo por ali existentes. Uma placa que existe à entrada em todos os campos de concentração. Trabalhando até morrer, de doenças e subnutrição, é a única forma de escapar dali, é esse o significado. A visita ao local é uma experiência que nos amedronta e nos marca para sempre. Um local que é horrível, um verdadeiro inferno. Cada objeto, cada descrição do mesmo, cada pavilhão em que entramos nos deixa mais fracos e cada vez mais fracos. A quantidade de visitantes que choram é impressionante. Muitos deles tiveram antepassados que fizeram parte dos mais de um milhão de seres humanos que morreram ali.
A cerca de 3Km e acessível de autocarro temos Birkenau. A fábrica da morte onde ainda existe a linha de comboio que conduzia ao seu interior. Uma cena do filme “A lista de Schindler” é ali passada, gravada numa réplica montada na entrada, e mostra como era o procedimento.
Para visitarmos esta atração turística necessitamos de um dia inteiro, sendo Cracóvia, a cerca de 80 Km, o local de onde normalmente se acede. No regresso estamos completamente estupefactos, cansados física e psicologicamente, atónitos, revoltados e com um profundo sentimento de culpa pois quem arquitetou semelhantes locais, afinal foram seres vivos como nós. Nesse dia ainda ficaremos a ter mais apreço pelos animais!
É o local mais visitado de Amsterdão. A vida de Anne Frank é uma das histórias mais marcantes da II Guerra Mundial. O seu “Diário de Anne Frank ” é um dos livros mais lidos em todo o Mundo, sendo traduzido para várias línguas, foi escrito no interior daquela casa. Anne Frank cujos pais possuíam negócios próprios, durante a Ocupação Alemã dos Países Baixos, foram perseguidos pelos Nazis devido às suas origens Judaicas. A família escondeu-se ali em compartimentos secretos, até serem traídos e denunciados, sendo capturados pelas “SS” e levados para campos de concentração. Anne Frank viria a falecer com apenas 15 anos. O único sobrevivente foi o seu pai que no final da Guerra regressou a Amesterdão e descobriu o diário que a filha escrevera.
A visita ao interior da casa traz uma grande carga emocional. Não é permitido fotografar.
Uma viagem para Berlim é também uma viagem temporal que nos leva aos tempos da Guerra Fria e da II Guerra Mundial.
Este é um dos locais mais aterradores da cidade. A STASI, uma organização policial secreta da República Democrática Alemã, possuía uma prisão secreta, que nem nos mapas existia mencionada como tal, para onde os dissidentes eram transportados. Raptados no meio da rua, forçados a entrar numa carrinha fechada, que nada se parecia com um carro celular, até poderia possuir autocolantes publicitários, fazia um percurso de várias horas aos círculos pelas ruas da cidade para que eles pensassem que estavam a ser transportados para bem longe de casa. Ali chegados eram submetidos a diversas técnicas de tortura física, mental e psicológica com vista a revelarem informações necessárias às suas “más” ações e também à detenção de outros dissidentes.
É possível visitar as celas de encarceramento, sem vista para o exterior, onde o isolamento, sem qualquer atividade, era constante e indeterminado, locais de tortura como por exemplo celas exíguas onde era impossível esticar as pernas, ou os locais dos interrogatórios que poderiam surgir a qualquer hora, do dia ou da noite e por tempo indefinido. Interrogatórios com recurso a tortura psicológica referindo por exemplo que um familiar próximo tinha sofrido uma doença súbita ou um acidente
Uma das atrações mais visitadas em Belfast. A construção desta infame prisão de estilo Vitoriano, ocorreu entre 1843 e 1845 e somente 1996 foi desativada. Assassinos, prisioneiros políticos e até mesmo crianças presas por roubo ali cumpriram pena, alguns aguardando execução ou deportação para a Austrália. No edifício em frente, atravessando a rua (Crumlin Road) encontra-se o antigo tribunal, onde após os julgamentos, os condenados eram levados do banco dos réus diretos para a prisão, através de um túnel subterrâneo, escuro, estreito e frio, que fazia antever a “luz ao fundo” do mesmo, o que era. A parte mais aterradora da visita é a zona das execuções. Albert Pierrepoint, ficou famoso por ser um eficiente carrasco, ter executado algumas centenas de condenados, e ter sido enviado para a Alemanha para executar condenados nazis por crimes de guerra, foi assistente de algumas execuções. Deve ter iniciado ali a sua “brilhante carreira”…
O dia 11/9/2001 foi uma data que mudou para sempre o mundo. Um ataque terrorista sem precedentes destruiu o antigo World Trade Center. Dois aviões comerciais, numa missão suicida, embateram nas torres. As televisões mostraram tudo!
No local onde outrora existiam as famosas “Twin towers”, um ícone de Nova Iorque, existe agora um museu, um memorial às vítimas e um edifício, o WT1, One World Trade Center, que se tornou um ícone da cidade.
A zona pode ser visitada ao perto, e o edifício pode ser visto de vários pontos da cidade, com destaque para o DUMBO, em Brooklyn.
Os turistas que visitam a capital britânica gastam pequenas fortunas no London Eye a famosa Roda do Milénio, que vai atraindo cada vez mais turistas junto à margem sul do Rio Tamisa, e de onde se desfruta de maravilhosas vistas panorâmicas.
Se quiserem economizar, tirem belas fotos com a London Eye desde as margens do Rio Tamisa e corram para o Sky Garden. Localizado no 35º andar, a 160 metros de altura, num dos prédios do centro financeiro londrino. Trata-se de um jardim de onde se pode desfrutar de uma vista panorâmica da cidade de Londres de forma gratuita. É recomendado ir ao pôr do Sol e também fazer marcação antecipada é fundamental.
Longe de serem considerados grandes monumentos, pois não carregam História, como os que existem no “Velho Continente”, ir a Nova Iorque e subir a estes prédios emblemáticos para desfrutar da vista sobre a imensidão da “Big Apple” é obrigatório.
Empire State Building, Nova Iorque, EUA. vista para a cidade
Empire State Building, Nova Iorque, EUA. vista para a cidade
Empire State Building, Nova Iorque, EUA. vista para a cidade
Fora da Europa os arranha céus marcam forte presença, este em Chicago, com 527 metros de altura, proporciona belíssimas vistas e também das suas plataformas de vidro podemos fazer fotos maravilhosas.
A moderníssima cidade de Toronto tem aqui o seu local mais emblemático, o seu maior símbolo, sendo também considerado como o edifício mais icónico do Canadá! Trata-se de uma torre de comunicações que se encontra entre os mais altos edifícios do mundo, onde é possível subir e desfrutar das vistas maravilhosas da cidade e do Lago Ontário.
CN Tower, Toronto, Canada
CN Tower, Toronto, Canada, Lago Ontário visto do alto
No Japão uma casa de banho pública pode ser uma atração turística, quem visitar o país perceberá o motivo. Consta-se que os Japoneses foram um povo que nada inventaram, copiaram as invenções dos outros e melhoraram-nas, talvez por isso tenham inventado a washlet! A Torre Eiffel de Paris, em Tóquio há uma semelhante, a Tokyo Tower. Mais alta que a obra de Gustave Eiffel. É outra torre de TV e que funciona igualmente como atração turística. Subir ao alto e desfrutar das vistas com as últimas horas de sol e depois ao cair noite, o efeito das luzes daquela imensidão urbana a acenderem lentamente, é único, com a Baía de Tóquio em grande destaque e as luzes da Ponte Arco íris, uma ponte do tipo suspensa, a acenderem ao mesmo tempo. Outra torre famosa é a Tokyo Skytree. Ambas são atrações turísticas caras, no entanto, a sede do TMG-Tokyo Metropolitan Government, em Shinjuku, é um complexo que engloba um arranha-céus com 243 metros de altura, cujo seu observatório é local de passagem obrigatória, a entrada é gratuita e a vista quer de dia quer de noite é maravilhosa.
É no momento o mais alto edifício do mundo com 828 metros de altura, e 160 pisos habitáveis, sendo um dos ex libris da maior cidade dos Emirados Árabes Unidos. O edifício em si bate vários records, a visita ao seu interior e à plataforma de observação localizada no 125º piso custa uma pequena fortuna, no entanto cá de fora é possível observar todo o enquadramento, visitar gratuitamente o seu complexo envolvente que inclui uma fonte e assistir a diversos shows de água, luzes e som.
Santiago é uma cidade de conceção americana e este arranha céus é disso exemplo. Os seus 300 metros de altura, tornam-no no edifício mais alto da América do sul. É um local maravilhoso para desfrutar de bonitas vistas sobre a cidade e sobre as montanhas da Cordilheira dos Andes que a cercam.
Sejamos ou não engenheiros, o turismo industrial é fascinante. Pena estas visitas terem uma componente mais turística que técnica, pois a espionagem industrial é uma realidade que as marcas fazem tudo para evitar! E por isso não é permitido tirar fotografias dos seus complexos industriais.
Em Hamburgoterão de se deslocar cerca de 20 Km para Finkenwerder. Em 2011 ali era executada a montagem final dos modelos A-319 e A-320. A visita entrava por dentro da linha de produção da fábrica e até rebites me ofereceram. Este enorme complexo industrial foi alargado para receber linhas de produção de peças do A-380. Esse alargamento causou enorme polémica nos defensores do Ambiente, pois foi necessário drenar parte do leito dos rios, para fazer essa ampliação da zona industrial que foi ocupar parte desse ecossistema. À custa disto, algumas espécies de aves se extinguiram. O tour englobava a passagem por essa zona. Com sorte, ainda é possível ver o “Beluga”, o famoso avião de carga, cruzando os céus!
A visita guiada fornece imensa informação sobre aeronáutica e por isso a visita à Airbus de Hamburgo é tecnicamente muitíssimo superior à da sua congénere Francesa de Toulouse. Esta localiza-se em Blagnac, perto do aeroporto. Os tours não vão muito além do interior dos edifícios fabris. Vemos lá do alto, através de um vidro e pouco mais. De autocarro percorrem-se vários pontos do complexo industrial. Podem ser vistos os A-330-NEO prontos para entrega assim como os A-350 que podem efetuar voos de 20 horas sem escala, ligando assim a Europa à Oceânia num voo direto. Na altura o A-380 era a “menina dos olhos”, a “jóia da coroa” da Airbus. Recentemente deixou de ser fabricado. A Fly Emirates, o maior cliente, cancelou as encomendas. Um avião que revolucionou a indústria aeronáutica, as cadeias de logística do transporte das várias peças fabricadas em vários países e cuja montagem final era em Toulouse. Ali chegavam diversas peças, motores, asas e a fuselagem central, por terra, por via fluvial ou por via aérea, com recurso ao “Beluga”.
É a maior barragem do mundo em produção de energia. Só perde em tamanho para a Barragem das 3 Gargantas da China, no entanto esta última não consegue produzir a quantidade de energia de acordo com o seu potencial. Em Itaipu é produzida ecologicamente 90% da energia elétrica do Paraguai, o que corresponde apenas a 15% da sua capacidade de produção. O resto alimenta uma ínfima parte do Brasil que é um país bem maior.
Localiza-se na fronteira entre esses dois países, sendo possível visitá-la desde ambos, mas para o fazermos gratuitamente teremos de viajar cerca de 20Km desde a Ciudad del Este para Hernandarias, no lado paraguaio. Aos visitantes, depois do seu registo na receção, é-lhes entregue um cartão e são encaminhados para um auditório onde é apresentado um filme promocional. Os números apresentados de tamanha obra de engenharia valem por mil palavras. Posteriormente de autocarro é iniciado o tour panorâmico pelo exterior das instalações, com uma paragem para fotos no miradouro com vista para o Rio Paraná e para o vertedouro, local que serve para descarregar o excesso de água acumulada numa barragem. Daí, continua sem mais paragens. Percorre os cerca de 8Km do comprimento total da barragem, até ao lado brasileiro, pelo seu lado inferior onde se observam as condutas com mais de 10m de diâmetro por onde flui a água caindo a grande altura e que faz girar as turbinas. Regressa depois novamente ao lado paraguaio, pela parte superior, cujo desnível ronda os 200 metros, observando-se daí a gigantesca bacia hidrográfica.
É possível efetuar visitas técnicas mais detalhadas, sob marcação onde é mostrado o interior das instalações, os equipamentos mecânicos (turbinas) e elétricos (alternadores) produtores e transformadores de energia, a sua estrutura construída em betão, túneis e galerias técnicas, salas de comando e controlo cuja principal tem marcada a linha da fronteira.
Nantes deu ao mundo Júlio Verne, escritor associado, não só mas também, a viagens!
Visitando a Ilha de Nantes, onde existiam os antigos estaleiros da cidade, desativados desde os anos 80, podemos encontrar este parque temático. Um conjunto de máquinas que resultam da união das obras de Júlio Verne com as invenções de Leonardo da Vinci, projetadas e adaptadas ao nosso mundo atual. Criaturas que ganham vida de forma artificial, através de diversos sistemas elétricos, mecânicos, pneumáticos e hidráulicos, que podem ser vistas no parque a passear, como por exemplo um elefante ou o “Carrossel do Mundo Marinho” possuindo 35 criaturas em três níveis, “saídas” das obras de Júlio Verne.
Numa galeria interior, existem outras máquinas também grandiosas, apesar da sua grandeza dimensional ser bem menor, como por exemplo uma aranha mecânica gigante, colocadas a funcionar pelos colaboradores do local e também com a ajuda do público.
Aqui os amantes de comboios e do modelismo encontram aqui o seu perfeito habitat!
Hamburgo possui a maior pista de comboios do mundo. Trata-se de uma cidade em miniatura, onde o dia dura 15 minutos, pois as luzes acendem e apagam! Tudo é feito à escala como todos os milhões de elementos que compõem este mundo em miniatura com réplicas de comboios e automóveis. Las Vegas, cidades suíças e alemãs estão ali retratadas, e um aeroporto funciona, onde até há um avião a levantar o voo. 200 mil figurantes em pequena escala, como por exemplo esquiadores, um pai natal, um mercado agrícola em pleno funcionamento, um par recém-casado em Las Vegas. Tudo é controlado remotamente permitindo pôr em funcionamento camiões de bombeiros e polícias de trânsito. A exposição levou cerca de 500 mil horas a completar, e ocupa cerca de 4 mil metros quadrados. 40 computadores controlam as suas atividades podendo algumas serem comandadas pelos visitantes. Nem o Google maps se esqueceu de lá passar!
Mini wonderland, Hamburgo, Alemanha
Mini wonderland, Hamburgo, Alemanha
Mini wonderland, Hamburgo, Alemanha
São Petersburgo tem uma atração do género, de menores dimensões e cujo tema se centra na Rússia. País com maior número de fusos horários do mundo. É possível ir a pé desde o Kaliningrado até Vladivostok, atravessando a Sibéria, e observando pelo caminho a noite cair e também o romper da aurora!
O metropolitano de Madrid é um dos maiores e mais antigos da Europa. A linha 1, que passa em Chamberí, é a mais antiga e essa estação foi uma das primeiras, tendo sido inaugurada em 1919. Foi inspirada nas charmosas estações do metropolitano de Paris, ainda mais antigo que o madrileno. Em 1966 deixou de ser utilizada e permaneceu abandonada, tornando-se uma “estação fantasma” até 2008. Os comboios passam por ali em alta velocidade, mas nenhum passageiro se apercebe da passagem por Chamberí. Atualmente é um dos locais “secretos” de Madrid, os comboios continuam a passar a alta velocidade sem ali pararem, é uma sui generis atração turística, apenas para visitas guiadas. A estação de Chamberí, mantém a sua ancestralidade, sobretudo os azulejos das paredes, os cartazes, as bilheteiras, o mobiliário, o sistema de controlo de acessos e os cartazes publicitários, tornando a visita numa autêntica viagem no tempo.
Visitar bunkers é um dos objetivos de uma viagem a Berlim. Um dos locais que relata a História da cidade é o The Story of Berlin. A visita a este museu inclui a entrada num bunker civil previsto para uma eventualidade de um ataque nuclear. O sistema de renovação de ar, os dormitórios e os WCs permanecem intactos.
Túneis subterrâneos da cidade, que foram locais utilizados durante a Guerra Fria, também podem ser visitados em Berliner Unterwelten que proporciona vários tipos de visitas a vários túneis. Uma delas, termina na estação de metropolitano (U-bahn) “Pankstrasse” que estava preparada para ser usada como bunker e albergar inúmeros civis em caso de ataque nuclear.
Inaugurado em 1998, este enorme complexo arquitetónico, cultural e de entretenimento é obra de Santiago Calatrava e Félix Candela. É composto pelo “L’Oceanogràfic“, o oceanário, “L’Hemisfèric“, um edifício que possui um cinema IMAX, um planetário, pelo “El Museu de les Ciències Príncipe Felipe“, um museu interativo de ciências, pelo “El Palau de les Arts Reina Sofía“, contendo uma sala de ópera e apresentações de artes, e 4 salas para espetáculos.
O complexo contém também a ‘Umbracle“, uma trilha de caminhada com plantas selvagens, e com uma galeria de arte com esculturas de artistas contemporâneos, a Praça Principal, as Torres de Valência, Castellón e Alicante parte de um projeto que consiste na construção de três arranha-céus, a ponte “El Puente de l’Assut de l’Or ” que liga o lado sul com a rua Menorca, cujo pilar de 125 metros de altura é o ponto mais alto da cidade.
Para conhecer todo o complexo, é necessário um dia completo.
Localizado no complexo da Cidade das Artes e das Ciências é o maior aquário oceanográfico da Europa, e que constitui a sua principal atração. Lá dentro podemos ver retratado por exemplo, o Mar Vermelho, o Mar Mediterrâneo, as Terras húmidas, representadas por manguezais e pântanos, mares tropicais e temperados, todos os oceanos, a Antártida, diversas ilhas, um dolphinarium, um dos maiores aquários de golfinhos do mundo e um jardim com mais de 80 espécies de plantas. Podemos atravessar o maior túnel subaquático da Europa, que torna possível o passeio sob os dentes afiados dos tubarões, belugas e outros animais marinhos de grande porte. Para visitar o L’Oceanogràfic, são necessárias no mínimo 4 horas.
Um zoo é atração turística em quase todas as grandes cidades. Este tem a particularidade de albergar a maior coleção de espécies do mundo. O destaque vai para os famosos ursos polares que no Inverno estão no seu perfeito habitat. Muitos animais encontram-se resguardados em jaulas no interior, mas mesmo assim, é possível se forem no inverno, ver elefantes a passear na neve! Uma das zonas é dedicada a animais noturnos, outra a felinos onde os gatos selvagens estão presentes, como é exemplo de um, em adulto que pesa apenas 1,6Kg. Também é imperdível a visita ao Aquário e aos seus répteis em exibição como é o caso do temível crocodilo com mais de 6m de comprimento!
A pouca distância do Monte Saint Michel situa-se um reptilário que alberga o maior conjunto de jacarés (alligators) da Europa! Ali se expõem uma enorme variedade de répteis, sobretudo os letais predadores, espécies vieram de bem longe pois o “Velho Continente” não é seu habitat natural. Tartarugas de vários tamanhos, iguanas, dragões e lagartos, cobras, incluindo as temíveis anacondas, jacarés e crocodilos, com estes últimos a justificarem em pleno a visita. Jacarés, crocodilos e gaviais, que podemos ver de perto, com distanciamento e aprender a distingui-los. Temíveis predadores, que são descendentes diretos dos dinossauros!
Bares de gelo há muitos pelo mundo fora, até em Viseu e em Goa existem, mas este na capital sueca é um daqueles que temos mesmo que visitar pois é original! Ali o gelo é translúcido e incolor, pois provém da natureza, do norte da Suécia, transportado em blocos como de cimento se tratasse, e depois colocado ali como tijolos, uns por cima dos outros. Não se trata de gelo fabricado em máquinas frigoríficas industriais, pois esse é branco e opaco.
Atrações turísticas sobre o tema da cerveja há várias espalhadas pelo Mundo. Há países que produzem milhares de marcas de cerveja, mas provavelmente nenhuma é tão famosa como a Guinness.
A Guinness Storehouse, é a sua a sede e o local mais visitado em Dublin. A cerveja ali produzida, é quase única e exclusivamente com matéria-prima da região: a água do Rio Liffey, das suas nascentes nas Montanhas Wicklow, o malte e a levedura. Apenas o lúpulo é importado da República Checa.
Ali funciona a fábrica, mas a visita não é às instalações industriais. É um edifício adjacente, onde ao longo dos vários pisos aprendemos imensas coisas sobre o fabrico daquela cerveja, a sua história, a temperatura a que deve ser armazenada (9ºc) e a temperatura que deve ser servida (6ºc). A visita termina no topo do edifício onde existe um bar, o Gravity Bar, onde nos é oferecido um “pint” que podemos saboreá-lo desfrutando da vista panorâmica sobre a cidade. “Cheers”!!!!!
Se visitarem a Escócia poderão visitar várias destilarias, pois o whisky é a bebida nacional, existindo por lá, cerca de 140 marcas. Não é barato e por isso não o fiz, e também porque anos antes visitei a destilaria Old Jameson em Dublin, capital da Irlanda. O whisky irlandês também é famoso no mundo.
É um “must” para os apreciadores desta bebida. Um local que nos mostra a forma como o whisky é produzido, desde a sua fermentação, processo semelhante ao fabrico da cerveja na fase inicial, à posterior destilação, sendo que o whisky irlandês é destilado por 3 vezes. A prova de vários whiskies faz parte do pacote e a certificação de presença também é a recordação dada aos turistas para guardarem no seu curriculum vitae para a posteridade. Eu descobri qual dos whiskies era o irlandês de entre outros, o americano e o escocês, que sofrem menos destilações, e sou portanto um expert!
Hollywood trouxe o Popeye para a tela em 1980, e foi junto à Baía Anchor, em Malta a cerca de 30 Km da capital Valeta foi construída uma vila onde foram realizadas as filmagens: Sweethaven. A construção foi financiada pela Paramount Pictures, e esteve para ser demolida após as filmagens, o que não aconteceu porque os habitantes de Mellieħa se insurgiram. Então, a Paramount Pictures e a Walt Disney desistiram dessa ideia, e permitiram manter em Malta a Sweethaven. O governo local realizou as obras para a transformar num parque temático e hoje é uma das principais atrações turísticas do país, que encanta miúdos e graúdos.
As casas que constituem Sweethaven recriam o ambiente vivido no filme e exibem no interior adereços utilizados nas filmagens. As cenas dentro do barco foram filmadas no interior de uma delas. Existe um bar e um restaurante, lojas, um cinema que apresenta um documentário sobre a construção de Sweethaven e o “making of” do filme. Existe também uma praia, uma piscina e esteiras para apanhar banhos de sol. As personagens, Popeye, Olívia Palito e o Brutus andam por lá e inclusive interagem com o público e fazem atuações.
Diversos parques temáticos existem pelo mundo fora, e são garantia de um dia bem passado. Este nos arredores de Madrid, não foge à regra. Montanhas russas ao estilo do que vimos no filme “Atração Fatal”, cowboys, shows de duplos de cinema com automóveis, e muitos dos nossos heróis da Banda Desenhada não faltam por lá.
Parque Guell, vista para a cidade, Barcelona, Espanha
Parque Guell, vista para a cidade, Barcelona, Espanha
Parque Guell, vista para a cidade, Barcelona, Espanha
Visitar Barcelona é ter uma grande aula de arquitetura. Passeando pelas ruas, além da Sagrada Família, que já referenciei em outro artigo, a Casa Vicens Gaudí, a Casa Batlo e a Casa Milà são alguns dos locais que dispensam apresentações, assim como preço pedido para visitá-las!
Com preço de entrada bem mais acessível, o Parque Guell, é um local de grande romaria na Cidade Condal. Inscrito como Património Mundial da Unesco desde 1984, foi concebido pelos arquitetos Eusebi Güell e Antoni Gaudí, possuindo uma enorme quantidade de obras arquitetónicas espalhadas por uma encosta no Monte Carmelo. Destaque para as bonitas vistas sobre a cidade desde a Gran Plaza.
Parque Guell, vista para a cidade, Barcelona, Espanha
Viena, juntamente com Nova Iorque, Genebra e Nairobi, é um dos principais locais de instalação da ONU. Aquela zona localizada na parte moderna da cidade e com aparência futurista, onde acedemos depois de cruzarmos o Rio Danúbio de metro à superfície, é como um enclave estrangeiro dentro da cidade. Para entrar é necessário mostrar o cartão de cidadão ou o passaporte e passar por um controle de segurança. A visita guiada é em inglês, a língua oficial ali praticada, inclui passagens pelo auditório, pela sede da Agência Internacional de Energia Atómica. No interior encontra-se exposta uma pedra lunar e no exterior, existe o sino da paz japonês que toca duas vezes por ano.
Sejamos ou não jogadores ninguém fica indiferente a nomes como Monte Carlo, Macau, Las Vegas nem tão pouco a este luxuoso edifício. Provavelmente o casino mais charmoso em todo o mundo. Localizado em plena Cote d´Azur, em frente ao Mar Mediterrâneo é uma das mais belas obras do tempo da Belle Époque. Além do Casino, o complexo inclui a Ópera de Monte Carlo, e a sede do Ballet de Monte Carlo. Junto da entrada podem ser apreciados os seus interiores sumptuosos e a estátua da “Fortuna”.
O poeta e dramaturgo britânico, William Shakespeare, escolheu Verona para sediar uma das suas tragédias: Romeu, de 17 anos, da família Montecchio, apaixona-se por Julieta, de 12 anos, oriunda de uma família inimiga, os Capuleto. Um amor proibido. O casal convenceu um frade a realizar o casamento em segredo para depois fugirem. Mas os pais de Julieta descobrem os planos. O final é trágico…Romeu e Julieta foi escrito entre 1591 e 1595 mas permanece imortal até aos nossos dias. Não se sabe ao certo se a história foi inspirada em factos reais.
Casa de Julieta, Verona, estátua de Julieta, Itália
Verona é chamada de “Pequena Roma”, tal a quantidade de monumentos que possui, um coliseu também, mas é na Via Cappello, em pleno centro histórico que se situa o principal ponto de romaria da cidade: a Casa de Julieta, com a sua famosa varanda que eternizou a cena em que Julieta está no alto e Romeu declama as suas juras de amor. É possível visitar o interior da casa que contém diversos adereços usados em vários filmes “Romeu e Julieta”. Destaque da estátua de Julieta junto da entrada. Ela foi criada nos anos 60 pelo escultor Nereo Costantini e colocada ali em 1972. Diz-se que quem tocar seu seio direito terá sorte no amor. Mas, de tão gasta por conta dessa tradição, foi substituída por uma réplica apenas dois anos depois da sua instalação. A escultura original, encontra-se no interior da casa.
Casa de Julieta, Verona, Itália
Casa de Julieta, Verona, Itália
Visitei o interior da casa, durante uns segundos tive aquela varanda só para mim, e graças a uma turista alemã que muito amavelmente me tirou uma foto com o seu smartphone e me fez chegar por email, o momento ficará marcado para sempre!
O Sobreiras Alentejo Country Hotel é um verdadeiro oásis de tranquilidade e lazer, inserido plenamente na Natureza, proporcionando uma experiência única a todos os visitantes.
Localizado num cenário deslumbrante, inspirado na paisagem alentejana, este hotel combina um design simples e elegante com uma infraestrutura moderna, destacando-se como um refúgio perfeito para quem procura uma escapadela inesquecível. Uma das características mais notáveis deste estabelecimento é o acesso rápido à internet via fibra ótica, tornando-se o único hotel com essa infraestrutura no Litoral Alentejano, uma verdadeira raridade na região.
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Apenas a uma hora de Lisboa, o Sobreiras Alentejo Country Hotel oferece um ambiente que contrasta harmoniosamente com o ritmo frenético da cidade. Situado nos arredores da vila de Grândola, os hóspedes têm o privilégio de desfrutar do contexto puramente rural da serra, enquanto a costa alentejana encontra-se a poucos minutos de distância, repleta de praias intocadas e paisagens deslumbrantes.
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
A localização deste hotel é verdadeiramente privilegiada, situada na Herdade do Vale das Sobreiras. Aqui, os visitantes podem vivenciar o charme e a beleza de um típico monte alentejano tradicional, sem abrir mão do conforto e das comodidades necessárias para uma estadia perfeita com a família ou amigos. Os quartos foram cuidadosamente projetados para oferecer todo o conforto e privacidade, permitindo que os hóspedes desfrutem da serenidade da paisagem alentejana. Para garantir a comodidade de todos os hóspedes, o hotel disponibiliza acesso à internet via fibra ótica em todos os quartos e suítes, assegurando que você esteja sempre conectado, se assim o desejar.
Além disso, o Sobreiras Alentejo Country Hotel possui quartos adaptados para pessoas com mobilidade condicionada e quartos comunicantes, para aqueles que desejam manter a família por perto. Essas comodidades tornam o hotel uma excelente escolha para famílias que procuram um local onde todos possam desfrutar de uma estadia confortável e agradável.
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Uma característica notável do Sobreiras Alentejo Country Hotel é o fato de ser um hotel “Pet-Friendly”. Isso significa que pode trazer o seu animal de estimação para partilhar essa experiência única consigo. O hotel está equipado para garantir que o seu amigo de quatro patas também tenha uma estadia perfeita, proporcionando comodidades e áreas específicas para animais de estimação.
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Os 22 quartos e 2 suítes do Sobreiras Alentejo Country Hotel 4* oferecem todo o conforto e privacidade necessários para criar memórias inesquecíveis e desfrutar deste retiro especial. O design simples e elegante, inspirado na natureza envolvente e na riqueza das paisagens e sabores do Alentejo, cria uma atmosfera única e singular. Os quartos foram cuidadosamente decorados para refletir a tranquilidade e o charme da região, proporcionando aos hóspedes um ambiente acolhedor para relaxar após um dia de exploração.
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Ao passear pelos 25 hectares da Herdade do Vale das Sobreiras, é impossível não se apaixonar pela simbiose perfeita entre a Natureza e a sofisticada arquitetura que respeita e se adapta ao ambiente. A paisagem natural envolvente é simplesmente deslumbrante, com colinas verdes, sobreiros majestosos e uma sensação de paz que envolve cada visitante. Este é o cenário perfeito para aqueles que desejam se reconectar com a natureza e encontrar um refúgio longe do stress da vida cotidiana.
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
O Sobreiras Alentejo Country Hotel oferece uma experiência completa, que vai além do simples alojamento. Para aqueles que desejam explorar a gastronomia local, o restaurante do hotel é um verdadeiro tesouro culinário. Aqui, os hóspedes podem saborear pratos tradicionais alentejanos preparados com ingredientes frescos e locais, garantindo uma experiência gastronómica autêntica. A vasta seleção de vinhos regionais complementa perfeitamente cada refeição, permitindo que os visitantes apreciem os sabores característicos da região.
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Além disso, o Sobreiras Alentejo Country Hotel oferece uma variedade de atividades e experiências para os hóspedes. Desde passeios a cavalo nas colinas alentejanas até degustações de vinhos, a equipe do hotel está à disposição para ajudar a planejar e organizar atividades que atendam aos interesses de cada hóspede. A piscina do hotel é um local ideal para relaxar e se refrescar nos dias quentes de verão, enquanto o spa oferece tratamentos relaxantes para quem deseja se mimar.
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Se você está planeando uma escapadela romântica, uma reunião de família, ou simplesmente deseja fugir da agitação da cidade e se reconectar com a natureza, o Sobreiras Alentejo Country Hotel é o destino perfeito. A hospitalidade calorosa da equipa, o ambiente sereno e a beleza natural da região farão com que a sua estadia seja verdadeiramente inesquecível.
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Sobreiras Alentejo Country Hotel- Portugal
Em resumo, o Sobreiras Alentejo Country Hotel oferece uma experiência única no coração do Alentejo, onde a tranquilidade, a beleza natural e o conforto se unem para criar um refúgio perfeito.
Belfast (Irlanda do Norte): cidade de muros, murais e muito mais
Texto & Fotos de Mário Menezes
A minha última incursão pelas Ilhas Britânicas durou nove dias, terminou em Belfast onde fiquei os últimos três. Edimburgo e Glasgow na Escócia completou o passeio. Consciente que esses países têm muito mais para explorar que as capitais, voltar um dia a estes territórios insulares não está descartado.
Sendo menor, com menos pubs, e muito menos divertida que Dublin, capital da República da Irlanda, Belfast, a capital da Irlanda do Norte não deixa de ser uma cidade muito interessante. É normalmente visitada desde Dublin, pois daí facilmente se acede por via terrestre, de comboio ou de autocarro, sendo neste último o percurso feito em auto estrada, sem paragens. Cerca de 180 Km, dois diferentes regimes (republicano e monárquico), duas religiões predominantes (Católica e Protestante), duas moedas em circulação (Euro e Libra), e mais recentemente o BREXIT, Reino Unido e União Europeia, separam as capitais dos dois países que constituem a Ilha da Irlanda.
Belfast, zona da Cathedral Quarter, vida noturna
Belfast, zona central, Scottish Provident Institution building
Belfast, zona central, John Bell House, residência universitária
Belfast, vitral de homenagem à série ´War of thrones´ , filmada na cidade
Belfast, vista da Colina de Cavehill junto ao Castelo
Belfast, exterior da Câmara Municipal, Cenotáfio de Belfast e Jardim da Memória
Belfast, Connor´s corner
Belfast, avisos ao estilo britânico. Quem prevarica, paga pela medida grande!
Belfast, avisos ao estilo britânico. Quem prevarica, paga pela medida grande!
Belfast, acesso ao Castelo pela Colina de Cavehill
Belfast vista desde a Colina de Cavehill
Belfasrt, Tribunal ´Crumlin Road Courthouse´
A história desta ilha remonta a tempos pré-históricos, por volta do ano 8000 a.C que se julga ter sido o início da sua ocupação humana. Mais tarde, foram constituídas diversas tribos nas regiões de Ulster, Connacht, Meath, Leinster e Munster. Os primeiros povos invasores, os Celtas, chegaram pelo ano de 1600 a.C. No primeiro milénio sofreu outras invasões, de povos Vikings, mas é a Ocupação Britânica, iniciada no século XII, a mais conhecida pois esta implicou rompimentos com a religião católica em detrimento de outras (Protestante e Anglicana). Devido aos sentimentos nacionalistas e às religiões, as “Irlandas” após muitos conflitos (todos já ouvimos falar do IRA) acabaram por se separar no século passado, mas os conflitos entre católicos e protestantes mantêm-se mesmo nos dias de hoje.
Belfast, uma das ruas da zona de Cathedral Quarter
Belfast, Shankill Road
Belfast, Fonte Jaffe, homenageando Daniel Joseph Jaffe, um mercador de linho
Belfast possui bairros separados por muros, chamados de Muros da paz, ou da vergonha dependendo dos pontos de vista. Por tudo isso, diversas cidades da Irlanda do Norte, tal como Belfast são verdadeiros “barris de pólvora”, pois conflitos e atentados com motivações nacionalistas e religiosas são recorrentes. Percorrendo as ruas da cidade, encontram-se diversos memoriais a vítimas que sucumbiram a esses conflitos, muitos com datas bem atuais. Belfast tem cerca de 34 Km destes muros, com mais de 5 metros de altura, distribuídos pela zona oeste sendo Cupar Way e Lanark Way as ruas mais conhecidas por este motivo. Muros contendo várias mensagens políticas e de apelo à paz, através de pinturas ou cartazes. Nessa zona oeste da cidade, encontramos Shankill Road, uma rua com cerca de 2,5 km. O nome homenageia a classe trabalhadora, associada a sindicatos com ligações à religião Protestante, conhecida como “The Shankill”. Por essa rua encontramos diversos cartazes associados às lutas dos trabalhadores.
Belfast, Muros da paz (ou da vergonha…)
Belfast, Muros da paz (ou da vergonha…)
Belfast, Muros da paz (ou da vergonha…)
Belfast, Muros da paz (ou da vergonha…)
Belfast, mural dedicado à Elizabeth II
Belfast, muirais de cariz religioso
Belfast, memorial a vítimas dos conflitos
Belfast, memorial a Robert Dougan, uma das vítimas dos conflitos, e a George Best, natural de Belfast
Belfast, memorial a Alex Higgins, natural de belfast, brilhou nas mesas de snooker
No cruzamento com Northumberland Street encontramos Connor´s corner, um memorial a William Connor, um pintor, nascido ali perto em 1881, tendo nas suas obras retratado o modo de vida da cidade com várias cenas de rua. No cruzamento com Crimea street, existe um mural dedicado à rainha Elizabeth II, personalidade que muito contribuiu para a paz na cidade, construído em 2022, altura em que a monarca comemorava o Jubileu de Platina. Murais há imensos espalhados pelas maiores cidades da Irlanda do Norte, com mensagens políticas, religiosas, de apelos à paz ou mesmo revolucionárias, tornando-se património cultural e atrações turísticas. Qualquer percurso por Belfast terá obrigatoriamente de passar por estas ruas e transpor os muros da paz, através dos portões que permitem a passagem para outro lado, onde se encontram os bairros onde prevalece o catolicismo, e também a visita à Catedral de São Pedro.
Belfast, Catedral de São Pedro (Católica)
Belfast, Catedral de São Pedro (Católica)
Belfast, Catedral de São Pedro (Católica)
Tendo ficado alojado em plena zona Oeste, num dos bairros ligados à religião Protestante, em Crimea Street, esta foi a parte da cidade que obrigatoriamente ao início e final dos dias calcorreava. A zona central dista pouco mais de 1 Km. Caminhando, acede-se primeiro a zona da Cathedral Quarter, constituída por diversas ruas circundantes da Catedral de Santa Ana, templo religioso da Igreja Protestante, locais prediletos da vida noturna.
Belfast, Catedral de Santa Ana (Protestante)
O edifício da Câmara Municipal é o mais emblemático da cidade, dominando a sua zona central, mesmo encontrando-se na proximidade de outros de arquitetura muito interessante, edifícios e ruas de negócios em sintonia com edifícios e ruas de comércio. Localiza-se em Donegall Square onde diversas ruas, inclusivamente as ruas pedonais de comércio, confluem. O impressionante edifício foi construído em 1898 para substituir o antigo localizado em Victoria Street, que não era considerado suficientemente imponente pelos políticos. Belfast vivia um período de expansão económica, devido ao comércio do linho, tendo a Rainha Vitória lhe dado o estatuto de cidade. Belfast chegou mesmo a ultrapassar Dublin como a cidade mais populosa da Ilha da Irlanda.
No seu exterior encontra-se o Cenotáfio de Belfast e o Jardim da Memória que homenageia as vítimas da I Guerra Mundial, diversos memoriais de guerra e não só.
Belfast, Câmara Municipal
Belfast, Câmara Municipal
A visita ao seu interior é gratuita e o tour organizado que dura cerca de uma hora leva-nos a diversas salas localizadas no piso superior, pois o piso inferior é de livre acesso, onde existem salas com bonitos vitrais que mostram cenas da história da cidade e também uma exposição. O hall de entrada, a escadaria e os corredores, a abóbada, a Sala dos Trajes onde estão os se expõem diversos trajes cívicos e as jóias da Presidente, usadas desde 1897 incrustadas com diamantes e pedras preciosas, usadas desde 1897, a Sala do conselho onde os 60 membros eleitos da Câmara Municipal se reúnem mensalmente, que inclui diversos artefatos como os dois tronos reais, construídos no início do século XIX, usados por Jorge V e pela Rainha Maria durante a inauguração deste edifício, ambos oriundos de Portugal, do Palácio das Necessidades, “despachados” para o Reino Unido pelos Republicanos, após a revolução de 1910 e uma Sala dos Eventos onde ocorrem mais de 500 eventos anualmente. Destaca-se um dos quadros, Sr Edward Harland, antigo presidente da Câmara e fundador da Harland & Wolff, companhia que construiu o Titanic.
Belfast, Câmara Municipal
Belfast, Câmara Municipal, vitrais
Belfast, Câmara Municipal, vitrais
Belfast, Câmara Municipal, vitrais
Belfast, Câmara Municipal, vitrais
Belfast, Câmara Municipal, vista da abóbada no interior
Belfast, Câmara Municipal, Sala dos Eventos
Belfast, Câmara Municipal, Sala do conselho
Belfast, Câmara Municipal, Sala do conselho, tronos reais oriundos de Portugal
Belfast, Câmara Municipal, piso superior
Belfast, Câmara Municipal, piso inferior, hall de entrada e escadaria
Belfast, Câmara Municipal, exposição do piso inferior
Belfast, Câmara Municipal, Edward Harland, antigo presidente e fundador da Harland & Wolff
Belfast é banhada pelo Rio Lagan, a sua zona ribeirinha fica localizada a curta distância do coração da cidade. Zona ribeirinha que carrega história pois por ali existiram os estaleiros da companhia Harland & Wolff onde o Titanic foi projetado e construído. Titanic Quarter é uma nova zona da cidade, já afastada do seu centro, em tempos onde existiam estaleiros navais, encontra-se em constante remodelação, sendo o Titanic Belfasta sua maior atração. Trata-se de um edifício, construído entre 2005 e 2012, ano em que abriu ao público, cuja arquitetura é inspirada no navio. Nele funciona o museu dedicado à história desse famoso transatlântico, que acabou em tragédia. Infelizmente e com muita pena minha, o mesmo encontrava-se encerrado para reformulação. Terei um dia de regressar a Belfast, irei aguardar que essa zona da cidade, esteja totalmente reconstruída e modernizada, o que se julga que ocorra até ao ano 2030. De certeza que um museu desta natureza e envergadura entrará direto na lista dos melhores que tenho visto pela Europa. Em relação ao Titanic, de momento tenho de me contentar com o que vi acerca dele em Liverpool e também uma exposição, Titanic Exhibition que percorre vários países e em 2009 passou por Lisboa.
Pelo Titanic Quarter foram feitas filmagens da série “Game of thrones”, mais concretamente no “Paint Hall Studio” que aí se localiza.
Belfast, Rio Lagan
Belfast ,Titanic Quarter
Belfast ,Titanic Experience, museu
A cerca de 6 km da zona central encontramos o Castelo de Belfast. Situa-se na Colina de Cavehill, a uma altitude de 120 metros e vale sobretudo pelas vistas panorâmicas sobre a cidade, zona portuária e marítima. O edifício sobressai pelos seus jardins e pela sua arquitetura romântica em estilo baronial escocês. Ao longo da história, Belfast teve várias fortificações semelhantes, mas a sua construção remonta a finais da década de 1860, ordenado pela III Marquesa de Donegall para substituir outro que havia sido destruído por um incêndio. Em 1934 foi doado à cidade sendo um local de exposições.
Belfast, Castelo
Belfast, Castelo
Obrigatório visitar oMuseu Ulster, o museu nacional, localizado nas imediações da Universidade. À semelhança de outros, expõem artefatos de arte, história natural, ciências e arqueologia. Não falta uma múmia do Antigo Egipto, algo normal em museus britânicos. A entrada é gratuita. Um passeio pelo Jardim Botânico completa a visita.
Belfast, Museu Ulster
Belfast, Museu Ulster, múmia do Antigo Egipto
Belfast, Museu Ulster
Belfast, Museu Ulster
Belfast, Museu Ulster
Belfast, Museu Ulster
Belfast, Museu Ulster
Belfast, Universidade
Belfast, Universidade
Uma das atrações mais visitadas na cidade é a Prisão de Crumlin Road. A construção desta infame prisão de estilo Vitoriano, ocorreu entre 1843 e 1845 e somente 1996 foi encerrada, funcionando de momento como atração turística e centro de conferências. Assassinos, prisioneiros políticos e até mesmo crianças presas por roubo ali cumpriram pena, alguns aguardando execução ou deportação para a Austrália. No edifício em frente, atravessando a rua (Crumlin Road) encontra-se o antigo tribunal, Crumlin Road Courthouse, onde após os julgamentos, os condenados eram levados do banco dos réus diretos para a prisão, através de um túnel subterrâneo, escuro, estreito e frio, que fazia antever a “luz ao fundo” do mesmo o que era.
Belfast, Prisão de Crumlin Road
No início da visita podemos observar diversos objetos expostos que nos causam pesadelos, como algemas, chaves, chicotes, cassetetes e outros usados em castigos corporais e nas execuções.
Belfast, Prisão de Crumlin Road, exposiçãom chaves e algemas
Belfast, Prisão de Crumlin Road, cela
Belfast, Prisão de Crumlin Road, cela
A visita além de passar junto do túnel de acesso, inclui a sala onde os prisioneiros deixavam seus pertences, recebiam um uniforme e um número, como seriam identificados dali em diante, os corredores, as alas e algumas das celas, onde cumpriram pena muitos famosos, por bons, porque lutaram por valores democráticos, ou por maus motivos, porque cometeram crimes hediondos! A parte mais aterradora da visita é a zona das execuções, composta por uma antecâmara onde era servida a última refeição ao condenado e onde este poderia fazer a última oração. Dali abria-se uma porta, camuflada por uma estante de madeira, para acesso à sala final, adjacente, onde o alçapão ainda permanece aberto, com um piso de vidro através do qual podemos ver o andar em baixo, onde os corpos inertes eram recebidos por guardas, um padre e um médico. Dali eram enviados para o pátio da prisão, onde termina a visita, para serem enterrados junto do muro, sem qualquer identificação. À família não lhe era permitido sequer ver o corpo nem receber os seus pertences. Ali foram levadas a cabo 17 execuções e vários condenados não sabiam para que dia elas estavam programadas. Robert Andrew McGladdery, a 20 de dezembro de 1961 foi o último executado, sentenciado à morte por assassinato. À “boa maneira britânica” as execuções eram efetuadas por enforcamento, sendo este método ainda nos dias de hoje utilizado em países desenvolvidos, como Singapura, devido à influência colonial, para punir crimes como tráfico de droga. Foi William Marwood, na segunda metade do século XIX, que desenvolveu e aprimorou esta técnica de execução, através de enforcamento por queda longa, supostamente indolor e de morte instantânea, sendo o comprimento e o diâmetro da corda calculado em função do peso do condenado, com recurso a uma tabela. Já no século XX, após a II Guerra Mundial Albert Pierrepoint, ficou famoso por ser um eficiente carrasco, ter executado algumas centenas de condenados, e ter sido enviado para a Alemanha para executar condenados nazis por crimes de guerra. A sua vida foi retratada no filme ” The Last Hangman”. Pierrepoint não chegou a exercer a sua atividade em Crumlin Road, mas foi assistente de algumas execuções. Deve ter feito ali um género de estágio profissional…
Belfast, Prisão de Crumlin Road
Belfast, Prisão de Crumlin Road, um dos guardas
Belfast, Prisão de Crumlin Road, torre de vigia
Na cadeia e no hospital todos temos um lugar, pois nada nos garante que estamos a salvo de um problema de saúde, de um acidente grave, ou de sermos acusados injustamente de algo que não fizemos, ou mesmo porque o crime é como o sol, quando nasce é para todos. Ter gosto de visitar este tipo de atrações existentes pelo mundo pode ser um caso de psicologia ou mesmo psiquiatria. Contra mim falo. Visitar Alcatraz tem sido um estranho sonho adiado. Entretanto já visitei no Fim do mundo, em Ushuaia algo que não deve ficar atrás, mas talvez por ficar no Fim do Mundo e não em São Francisco, Hollywood ainda não se lembrou de a colocar no mapa, e Clint Eastwood já passou dos 90 anos de idade!
Mas deixemos essas coisas deprimentes de lado e pensemos em viajar que é dos melhores prazeres que a vida nos dá!
Belfast, Prisão de Crumlin Road, sala de execução, forca e alçapão
Belfast, Prisão de Crumlin Road, pátio
Belfast, Prisão de Crumlin Road, ala
Belfast, Prisão de Crumlin Road , túnel subterrâneo, de acesso desde o tribunal
Belfast, Prisão de Crumlin Road , exposição no pátio
VIAJAR PARA BELFAST
Ryanair eEasyjetvoam diretamente de Portugal para Belfast. Porém, desde Lisboa essa rota não existe. É possível de Lisboa voar para o aeroporto de Dublin pela Ryanair ou pela Aer Lingus e daí para Belfast de autocarro pela companhia Air Coach. Fiz esse trajeto no regresso a casa, pois a minha viagem iniciou-se na Escócia.
Entre Glasgow (Escócia) e Belfast, existe a National express, uma companhia de autocarros que serve as Ilhas Britânicas. Podem adquirir-se online as passagens de autocarro com ligação ao ferry da companhia Stena Line em Cairnryan. A viagem (barco e ferry) dura cerca de 6 horas. A viagem de ferry é muito agradável, pois no mesmo podemos desfrutar de inúmeras salas de entretenimento, bares, restaurantes, casino e até lojas duty free. Em Belfast, entre o terminal marítimo e o terminal rodoviário Europa Buscentre, existem carreiras de autocarro.
Para viajar para Belfast, desde Dublin, também é necessário passaporte.
Recomendo a estada no Crimea Street Townhouse Belfast. Económico e com uma localização,face aos principais pontos turísticos, e também do terminal rodoviário Europa Buscentre, num raio inferior a 2 Km.
Pode ser marcado pelo Booking. Trata-se de um alojamento particular, totalmente automatizado em relação a check in e check out. Cerca de 50€/noite em quarto individual com WC coletivo. Não possui serviço de guarda de bagagem.
Belfast, Relógio Albert em Queen’s Square, visto de uma das ruas da Cathedral Quarter
Belfast, Jardim Botânico
DESLOCAÇÕES EM BELFAST
A cidade é pequena, a pé conhecem-se todos os pontos principais. A rede de transportes é eficiente, sendo possível pagar as viagens diretamente ao motorista com cartão de crédito. As minhas deslocações foram praticamente todas a pé, apenas utilizei uma vez o autocarro, para ir do Castelo até Donegall Square.
Ferry que faz a ligação entre a Escócia e a Irlanda do Norte
Ferry que faz a ligação entre a Escócia e a Irlanda do Norte
A Irlanda do Norte, à semelhança da República da Irlanda, em termos gastronómicos possui alguns pratos típicos que são um regalo provar. “A Good Day Starts with a good Breakfast” é uma expressão popular por aqueles lados e todos sabemos bem o seu significado. Ao pequeno-almoço é consumido o prato mais emblemático do país. O Ulster fry, a fritada de Ulster, a região mais a norte do país. É constituído por toucinho, ovos, salsichas, sendo tradicionalmente tudo frito em banha. Acompanha com tomate, pedaços triangulares de pão com fermento e pão de batata, um pão achatado preparado numa fritadeira, com batata, farinha e soro de leite coalhado. Pode também incluir batata frita, feijão, cogumelos, outros tipos de pão, panquecas e um tipo de morcela, conhecida localmente como black pudding. Se estiverem por Belfast, para provarem o Ulster fry, aconselho vivamente o Maggie Mays mas preparem-se para esperar pela mesa pois o local é muito concorrido. Serão amavelmente recebidos por uma jovem e simpática equipa que vos tratará muito bem, sobretudo se forem portugueses, país cujos proprietários da casa têm bastante apreço.
Belfast, a simpática equipa do Maggie Mays, onde é tradicional tomar o pequeno almoço, obviamente o Ulster fry
O Belfast ham. É fabricado com a perna do porco desossada, salgada, depois fumada sobre turfa ou zimbro o que lhe confere um sabor picante e caraterístico. Belfast ham and cabbage é um prato que poderá ser pedido, trata-se do presunto servido com repolho. Sopa de legumes, ensopado de borrego também é tradicional, assim como o fish and chip, pratos consumidos em larga escala na Irlanda e na Grã-Bretanha.
A cadeia de lojas Carrolls Irish Gifts existe em Dublin e em Belfast, sendo os souvenirs bastante comuns às duas cidades. De Belfast nada trouxe, apenas de Dublin, uma boneca tradicional com vestes Irlandesas faz parte do minha coleção de souvenirs.
Se tem aquela ideia estereotipada da Escócia, dos castelos, dos lagos e dos fantasmas, Glasgow vai desiludi-lo! Isto não significa que Glasgow não mereça ser visitada. Normalmente é uma das “portas” de entrada ou saída do país, não sendo por isso o objetivo principal de uma viagem à Escócia.
Sair de Edimburgo e viajar para Glasgow, são cerca de 80 km, os suficientes para deixarmos para trás a mística e assombrada Escócia, a tal que os turistas procuram e se encantam. Entramos então numa cidade que nos lembra em parte, Manchester, pois tal como esta, não sendo uma cidade bonita, conjuga na perfeição zonas onde abundam edifícios de arquitetura moderna, nomeadamente nas margens do Rio Clyde, com outras onde os edifícios de arquitetura tradicional britânica dominam a paisagem.
Glasgow, zona central
Glasgow, zona central, sala de concertos
Glasgow, zona central Teatro Tron
Glasgow é a maior cidade da Escócia, a terceira maior do Reino Unido, com cerca de 600 mil habitantes, mais de 1 milhão na sua área metropolitana. Tal como Edimburgo, localiza-se na região das Lowlands, as Terras Baixas. A sua formação remonta ao século VI, um pequeno povoado, tendo na Idade Média se transformado num Bispado, o Bispado de Glasgow.
A sua universidade, Universidade de Glasgow fundada no ano de 1451 é a quarta mais antiga do Mundo. O seu edifício é um dos locais de visita obrigatória. A sua construção contribuiu para um movimento ocorrido no século XVIII chamado de Iluminismo Escocês, semelhante ao que aconteceu em Paris, com o aparecimento de intelectuais e obras científicas na cidade, numa altura em que o país se encontrava entre os mais pobres e era considerado um dos mais atrasados da Europa Ocidental. A partir do século XVIII a cidade transformou-se num dos principais centros do comércio transatlântico com o continente americano. A Revolução Industrial, com os fenómenos de êxodo rural, fez com que a cidade e a sua região crescessem, tornando-se num dos principais centros de engenharia e construção naval. Em Glasgow foram construídas diversas embarcações famosas e revolucionárias. Na era vitoriana, Glasgow foi conhecida como a “Segunda cidade do Império Britânico”. A sua ligação ao mar tornou-a num centro de importação de tabaco das colónias americanas. Os lucros obtidos com comércio de tabaco no século XVIII foram investidos na indústria no século XIX, mas também na educação e na ciência ao longo do tempo. Mesmo quando o comércio de tabaco abrandou, Glasgow manteve-se um importante centro económico, o que acontece até aos nossos dias.
Investir na Educação é fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade. Glasgow é exemplo disso. Muitos alunos da Universidade de Glasgow eram filhos de comerciantes e industriais da cidade. Ilustres personalidades passaram pelo campus daquela universidade. James Wilson, um dos signatários da Declaração de Independência dos Estados Unidos, Andrew Bonar Law, William Lamb, Henry Campbell-Bannerman que foram primeiros-ministros do Reino Unido (estes não tiraram o curso ao Domingo…), Nicola Sturgeon e Donald Dewar, que primeiros ministros escoceses, o economista Adam Smith, o filósofo Francis Hutcheson, o físico William Thomson, conhecido por Lord Kelvin (os graus Kelvin da Física…),John Maclean, um socialista revolucionário, e também James Watt, um engenheiro escocês que com a sua invenção mudou o mundo para sempre. Visitar o campus da Universidade de Glasgow a ter entrado no pavilhão de engenharia foi um dos momentos altos da minha passagem pela cidade. Existe lá o modelo da famosa máquina a vapor, impresso em 3D, um tributo dos estudantes a James Watt. Neste pavilhão é impossível ficar indiferente a uma placa com os nomes de diversos estudantes de engenharia, alguns já formados, que perderam a vida nas duas Grandes Guerras Mundiais.
Glasgow, Universidade
Glasgow, Universidade
Glasgow, Tolbooth
No coração da cidade encontramos uma grande praça, a George Square, uma verdadeira sala de visitas. Dominada pelo edifício da Câmara Municipal (Glasgow city chambers) é um excelente ponto de partida para explorar a zona central, constituída pelas ruas nas suas imediações. Muitas ruas pedonais, lojas, restaurantes e pubs, Glasgow é famosa pela sua vida noturna, por isso é um dos locais mais concorridos, de dia e de noite ao final da semana, como é exemplo a área chamada de Merchant City. Mais afastado, podemos encontrar a Catedral de Glasgow, templo religioso Católico, a catedral mais antiga da Escócia continental e o edifício mais antigo da cidade. Ao lado a Necrópole de Glasgow local de grande romaria, um cemitério vitoriano, com mais de 50 mil pessoas sepultadas, incluindo escoceses famosos, muitas lápides e túmulos por lá concentrados ao longo da colina. A outra catedral, a Catedral Metropolitana de Santo André fica próxima da zona ribeirinha, onde facilmente acedemos caminhando.
Glasgow, Catedrale e Necrópole
Glasgow, Catedral
Glasgow, Catedral
Por Clyde Waterfront , a zona ribeirinha pode fazer um passeio com cerca de 10 Km, desde Glasgow Green, no centro da cidade, até Dumbarton, ao longo do leito Rio Clyde, observando diversas pontes, onde se destaca a Ponte Finnieston Road também chamada de Clyde Arc, e a Ponte Gateshead Millennium e outras semelhantes a algumas existentes em cidades Europeias como Berlim, Londres, Paris ou Budapeste! A zona conhecida por Porto de Glasgow, carrega a história da cidade, foi modernizada, à semelhança de outras zonas ribeirinhas de várias cidades como Liverpool ou mesmo a Zona Oriental da nossa Lisboa.
Glasgow, Clyde Waterfront, Catedral Metropolitana de Santo André
Glasgow, Clyde Waterfront, Catedral Metropolitana de Santo André
Glasgow, Clyde Waterfront , Riverside museum
Glasgow, Clyde Waterfront , Ponte Suspensa Southportland Street
Glasgow, Clyde Waterfront , Ponte City Union
Glasgow, Clyde Waterfront , Ponte Albert
Ali encontramos modernos edifícios junto das suas margens como por exemplo o Glasgow Science Centre, uma enorme área didática e interpretativa dedicada às ciências e direcionada para os mais novos, a Clydebank College , uma instituição de ensino médio, o Sage Gateshead, uma sala de concertos, a OVO Hydro, uma sala de espetáculos multiusos, o SEC Armadillo, um auditório, a BBC Pacific Quay, estúdios de televisão da BBC escocesa, e o Riverside Museum, um museu acerca dos transportes públicos da cidade, que possui inclusivamente no seu interior o modelo de uma estação de metropolitano. Muito interessante e com entrada gratuita.
Glasgow, Riverside museum
Glasgow, Riverside museum
Glasgow, Riverside museum
Glasgow, Riverside museum
Glasgow, Riverside museum
Glasgow em 1990 foi designada como Capital Europeia da Cultura, uma boa oferta cultural, com museus e galerias de arte de entrada gratuita.
O GoMA (Gallery of Modern Art), localizado em pleno sobressai pelo seu edifício localizado na zona central. Arte moderna e contemporânea para quem é apreciador!
Kelvingrove Art Gallery and Museum é sem dúvida o mais importante. Um museu à semelhança do Museu Nacional da Escócia de Edimburgo, que exibe artefatos relacionados com a História Natural, antiguidades egípcias e múmias (como qualquer museu britânico que se preze), armas e arsenais medievais, e com história do país e da cidade. A galeria de arte, os quadros podem destacar-se o “Cristo de São João da Cruz” de Salvador Dali e “Alexander Reid” de Van Gogh.
Glasgow, Kelvingrove Art Gallery and Museum
Glasgow, Kelvingrove Art Gallery and Museum , ´Cristo de São João da Cruz´ de Salvador Dali
Glasgow, Kelvingrove Art Gallery and Museum , ´Alexander Reid´ de Van Gogh
Glasgow, Kelvingrove Art Gallery and Museum
Glasgow, Kelvingrove Art Gallery and Museum
Glasgow, Kelvingrove Art Gallery and Museum
O People ‘s Palace localiza-se no Parque Glasgow Green, o parque mais antigo da cidade. À semelhança do Kelvingrove Art Gallery and Museum, o seu edifício também é emblemático. No seu interior existe uma exposição que documenta a história social de Glasgow, o seu modo de vida desde 1750 ao século XX. Não faltam referências a John Maclean, estando exposta a sua secretária onde terá passado para o papel as suas ideias revolucionárias marxistas, que sem êxito tentou implementar no país.
Glasgow, Clyde Waterfront
Glasgow, Clyde Waterfront
(agora venha o futebol)
A minha estada em Glasgow foi de três noites. Mais de metade desse tempo útil foi dedicado ao futebol. Aliás, desde a tenra idade que o futebol me incutiu o desejo de visitar Glasgow. Desta vez a cultura veio por acréscimo! Futebol não é cultura, pelo que consegui a proeza de escrever tantas linhas acerca de Glasgow, sem falar de futebol! Ainda há poucos anos de Glasgow só conhecia o Rangers e o Celtic…
Se não for entusiasta, não tiver interesse por visitar estádios míticos, um gosto que se paga muito caro por estes lados, passar um dia em Glasgow é suficiente. Se for amante de futebol, então chegou ao local certo! De râguebi também, mas este último não é o meu caso…Visitar estes estádios de futebol, só é possível em visita guiada e aconselha-se marcação antecipada pois há muita gente a fazê-lo! Os escoceses são um povo de fino trato. O tratamento dado aos visitantes é de enorme cordialidade, sendo recebidos à porta do estádio por um guia trajado de fato e gravata, e no final o mesmo faz questão de se despedir individualmente de cada um.
Glasgow é uma das capitais do futebol mundial. O primeiro jogo oficial de futebol foi jogado por aqueles lados, perto de Hampden Park. A 30 de novembro de 1872, Inglaterra e Escócia empataram sem golos, num jogo que deveria ter sido bem “rasgadinho” pois as regras eram apenas 14 e diferentes das atuais 17.
Glasgow, Ibrox Stadium, sala de troféus
O Museu do Futebol Escocês localiza-se no Estádio Hampden Park. Inaugurado em 1994, trata-se do primeiro museu dedicado ao desporto rei. Exibe uma enorme coleção de artefatos relacionados com o futebol escocês, e muitas relíquias, incluindo a Taça da Escócia, o troféu oficial mais antigo da história do futebol.
Glasgow, Museu do Futebol Escocês
Glasgow, Museu do Futebol Escocês,Taça da Escócia, troféu oficial mais antigo da história do futebol
Glasgow, Museu do Futebol Escocês, área dedicada ao futebol feminino
Glasgow, Museu do Futebol Escocês, Alex Fergusson e Richard Gough
Glasgow, Museu do Futebol Escocês
Glasgow, Museu do Futebol Escocês
Glasgow, Museu do Futebol Escocês
Hampden Park é a casa do Queen ‘s Park Football Club é conhecido por ser o estádio nacional e palco dos jogos da Seleção escocesa de futebol. É palco em todas as épocas das finais da Taça da Liga e da Taça da Escócia. Sediou a final da Champions de 2002 onde Zidane pintou um poema, aquele que é considerado por muitos como o melhor golo da história das finais dessa competição, que garantiu ao Real Madrid ser campeão europeu pela 9ª vez. Em 2007 foi palco da final da Taça UEFA ganha pelo Sevilha (sem batota) perante o Espanyol no desempate por penaltis, a segunda do seu historial. Sediou também jogos do Euro 2020, disputado no ano seguinte devido à Pandemia.
Foi o maior estádio do mundo até 1950, quando o Estádio Maracanã no Rio de Janeiro foi inaugurado, tendo com record de assistência de cerca de 157 mil espetadores, em 1937 num jogo entre Inglaterra e Escócia. Atualmente a sua lotação é cerca de um terço. Só é possível visitá-lo em visita guiada sendo conveniente marcação prévia.
A mesma percorre locais como balneários, incluindo o da equipa de arbitragem, onde podemos tocar usada para que os jogadores compareçam na boca do túnel para entrarem em campo. As bancadas, incluindo os lugares da família real, o relvado, o banco de suplentes e a sala de imprensa, sala de aquecimento que é usada para montar os camarins quando ali são levados a cabo espetáculos musicais, são alguns dos outros locais incluídos na visita.
A visita a Hampden Park ocupou-me toda manhã do último dia passado na Escócia.
Glasgow, Hampden Park
Glasgow, Hampden Park, com a réplica da Taça da Escócia
Glasgow, Hampden Park
Glasgow, Hampden Park
Celtic Parktambém chamado de “Parkhead” e alcunhado de “Paradise” devido a uma frase proferida por um jornalista aquando da sua construção em 1892 , “mudança de um cemitério para o paraíso”, pois o anterior estádio ficava do lado contrário da rua, é a casa do Celtic Football Club, uma das duas equipas com maior palmarés no país. Possui adeptos dos mais fervorosos do Reino Unido, comparáveis aos do Liverpool devido ao apoio incansável à equipa em todos os jogos, e também por entoarem a música “We will never walk alone”. Assistir a um jogo em Celtic Park é tida como uma das maiores experiências que um adepto de futebol pode viver. Muitos dos adeptos do Celtic são de origem irlandesa, assim como o seu fundador, Andrew Kerins, conhecido por Brother Walfrid. À porta encontramos a sua estátua e também a do antigo treinador Jock Stein, campeão europeu em 1967, e as dos jogadores que fizeram parte dessa equipa, Jimmy Johnstone, a maior figura de sempre e Billy McNeill, guarda-redes e capitão.
A visita inicia-se na sala de troféus com a mostra de taças conquistadas pelo clube com destaque para a Taça dos Campeões Europeus ganha em 1967 ao Inter de Milão no nosso Estádio Nacional. A zona é um mini museu, os clubes escoceses não são ecléticos como os nossos 3 grandes. Pouco ou nada mais têm que futebol. A visita prossegue para as bancadas, balneários, túnel de acesso, relvado, banco de suplentes e a sala de imprensa, entre outros locais.
Glasgow, Celtic Park
Glasgow, Celtic Park, túnel de acesso
Glasgow, Celtic Park, Taça dos Clubes Campeões Europeus conquistada em Portugal
Glasgow, Celtic Park, sala de troféus
Glasgow, Celtic Park, sala de troféus, quadro alusivo à final de Lisboa (afinal é Oeiras)
Glasgow, Celtic Park, estátua de Jock Stein
Glasgow, Celtic Park, estátua de Billy McNeill
Glasgow, Celtic Park, banco de suplentes
Glasgow, Celtic Park, balneário e vestiário do Celtic FC
Glasgow, Celtic Park
Glasgow, Celtic Park
Glasgow, Celtic Park
Glasgow, Celtic Park
Glasgow, Celtic Park
Glasgow, Celtic Park
Ibrox Stadium, é a casa do Rangers Football Club conhecido internacionalmente como Glasgow Rangers, o grande rival do Celtic FC. Apesar do seu historial com mais de 150 anos, em 2012, entrou numa situação de falência tendo sido relegado para escalões inferiores. Em 9 anos, renasceu das cinzas, subiu vários escalões e tornou-se campeão da Scottish Premiership, a liga principal. Ali ocorreram duas tragédias, uma em 1902, devido ao desmoronamento de uma bancada de madeira e outra em 1971, quando um linxamento foi causado pela queda de uma multidão que descia uma escada para sair do estádio ainda antes do jogo terminar. Devido a isso, foram ao longo dos tempos levadas a cabo diversas remodelações, tendo em 1997 o recinto a forma atual. Um memorial a essa tragédia existe no exterior do estádio. A bancada principal, é denominada Bill Struth, em homenagem a um dos maiores dirigentes do clube, com a sua fachada em tijolos vermelhos é considerada como um edifício classificado. A visita centra-se sobretudo na bancada Bancada Bill Struth, pois na mesma encontram-se os balneários em estilo retro com várias madeiras, a sala de troféus, o gabinete do antigo administrador e a sala azul, um género de salão nobre. As bancadas, os balneários, o túnel de acesso, o relvado, o banco de suplentes e a sala de imprensa são alguns dos outros locais incluídos na visita.
As visitas ao Ibrox Stadium e ao Celtic Park ocuparam praticamente um dia inteiro!
Glasgow, Ibrox Stadium
Glasgow, Ibrox Stadium, Souness, túnel de acesso
Glasgow, Ibrox Stadium, Souness, jogador famoso, em Portugal não deixou saudades
Glasgow, Ibrox Stadium, sala de troféus
Glasgow, Ibrox Stadium, sala de troféus, os títulos nacionais conquistados
Glasgow, Ibrox Stadium, sala de troféus
Glasgow, Ibrox Stadium, sala de imprensa
Glasgow, Ibrox Stadium, Sala Azul
Glasgow, Ibrox Stadium, banco de suplentes
Glasgow, Ibrox Stadium, balneário do Rangers FC, com estilo retro
Glasgow, Ibrox Stadium, balneário da equipa visitante, com estilo retro
Glasgow, Ibrox Stadium
Glasgow, Ibrox Stadium
De Glasgow segui para Belfast (Irlanda do Norte)
COMER E BEBER
A gastronomia das ilhas britânicas não deixa saudades. É sobretudo tipo de comida de pub, que é basicamente o mais consumido no Reino Unido, certamente é feita com produtos congelados. Um pub foi obviamente concebido para servir bebidas alcoólicas, e as refeições que por lá são servidas, é natural que a matéria-prima seja à base deste tipo de produtos, fáceis de armazenar por longos períodos de tempo e para confecionar aqueles pratos adequa-se na perfeição. Ir a um pub para comer uma refeição também é um ritual, mesmo sabendo de antemão o que nos irá ser servido, e não deixa de ser um enorme prazer para qualquer turista que visite o Reino Unido.
Haggis é o prato nacional da Escócia. Trata-se de bucho de ovelha cozido, recheado com as suas miudezas (coração, fígado e pulmões) ligadas com farinha de aveia, sebo, cebola, sal e especiarias. É proibida a importação de pulmões de ovelha nos EUA, para enorme desgosto dos americanos de origem escocesa lá residentes, que ficam por isso privados de desfrutar a sua iguaria predileta! Haggis pode aparecer como topping de outros pratos, hamburgers por exemplo, ou servido em cima de puré de nabos ou de batata, haggis, neeps and tatties assim chamado. “Address to a haggis”, é um famoso poema de Robert Burns que homenageia esta iguaria. Haggis aparece no recheio do chicken balmoral, um peito de frango, depois envolto em bacon e servido com whisky ou molho de pimenta.
Gastronomia escocesa, scotch pie
Gastronomia escocesa, scotch pie
Gastronomia escocesa, scotch broth
As tartes são outras da especialidade, onde se destaca a Scotch pie, uma tarte recheada com carne de carneiro picada, carne bovina ou mesmo carne de cordeiro. Stovies, é um guisado de carne e batata. O verbo “to stove” é o equivalente na língua local, a “to stew” na língua inglesa, que significa estufar. É confeccionado lentamente numa panela fechada com gordura (banha ou manteiga) e com outros líquidos, como leite, caldo ou geleia de carne.
Além da sopa de tomate, a scotch broth é uma das sopas mais tradicionais, feita geralmente com cevada, carne de cordeiro, de carneiro ou de vaca, batatas, leguminosas secas, repolho e alho francês.
Gastronomia escocesa, neeps and tatties
O whisky é a bebida nacional, existindo por lá, cerca de 140 marcas. Quem viajar para a Escócia convencido que por lá o whisky se vende ao “preço da uva mijona”, esqueça! A bebida alcoólica é taxada de forma altíssima, por questões de saúde pública e assim evitar que os mais novos consumam. Uma garrafa pode custar alguns milhares de Libras, mas em algumas destilarias, é possível provar um copo por muito menos.
Gastronomia escocesa, hamburger com haggis forma de topping
Gastronomia escocesa, chicken Balmoral
SOUVENIRS
Impossível não falar da Escócia sem referir as suas tradicionais vestes. O kilt, é imediatamente associado. É um traje usado em ocasiões especiais, festas e cerimónias, apesar disso não é de todo incomum nos cruzarmos na rua com homens assim trajados, sobretudo em locais turísticos. É possível adquirir essas vestes em lojas típicas de produtos escoceses, se pretendemos qualidade e estivermos dispostos a pagar por ela, pois o tecido fabricado no país é muito diferente do que se encontra em lojas de souvenirs, onde abundam os produtos de origem asiática, obviamente mais baratos. Viajei para a Escócia, mas voltei com o desejo antigo de tirar uma foto trajado dessa forma. É possível fazê-lo, mas custa caro! Dos muitos souvenirs existentes, o Kilt é um deles, mas limitei-me a trazer comigo um boneco assim trajado. O Nessie é um souvenir tradicional, um boneco de pano que nada nos assusta!
Glasgow, George Square, Câmara Municipal
VIAJAR PARA A ESCÓCIA
A Easyjet e a Ryanair, voam diretamente de Portugal para a Escócia, para Edimburgo e para Glasgow, sendo possível com antecedência encontrar tarifas muito simpáticas.
Glasgow, metropolitano
Glasgow, estação de metropolitano
VIAJAR PELA ESCÓCIA
Entre Edimburgo e Glasgow, a forma mais fácil de o fazer é de comboio, existindo mais de 180 ligações diárias. As companhias Cross Country, ScotRail e London North Eastern Railway. A viagem dura cerca de uma hora. O preço varia consoante a hora e a antecedência, podendo ser adquirido online ou na bilheteira. De comboio também se pode percorrer o país, ou não tenha sido na Grã-Bretanha que este meio de transporte foi inventado.
A Glasgow cheguei de Edimburgo e de Glasgow segui para Belfast (Irlanda do Norte). A National express é uma companhia de autocarros que serve as Ilhas Britânicas. Podem adquirir-se online as passagens entre Glasgow e Belfast, de autocarro com ligação ao ferry Stena Line em Cairnryan. A viagem (barco e ferry) dura cerca de 6 horas.
A cidade é bem servida de transportes públicos da companhia SPT-Strathclyde Partnership for Transport. Metropolitano e autocarros fazem parte da oferta. A zona central e a zona ribeirinha facilmente se percorrem caminhando. Os estádios de futebol ficam mais distantes da zona central (cerca de 5Km), sendo o metropolitano a melhor forma de aceder ao Ibrox Stadium, descendo na estação “Ibrox”. Hampden e Celtic Park acedem-se de autocarro. Se optarem por caminhar desde o centro da cidade até Celtic Park, são cerca de 4 Km e poderão passar pelo Parque Glasgow Green e visitar o People ‘s Palace. Eu fiz isso. Note-se que as visitas aos estádios além de muito concorridas têm horários marcados.
DORMIR
A Escócia é um país caro, o alojamento não foge à regra, apesar de Glasgow ser mais em conta que em Edimburgo.
Recomendo ficar no Hampton Court Guesthouse. Boa localização, a cerca de 1Km de George Square, oferece alojamento económico com boa relação qualidade/preço, inferior a 50€/noite (viajei no mês de fevereiro) em quarto individual com casa de banho privativa. Inclui pequeno-almoço ao estilo britânico.
Escócia assombrada e encantadora – Edimburgo e Terras Altas
Texto & Fotos de Mário Menezes
Quando na tenra idade começamos a estudar a língua inglesa, os livros mencionam que o Reino Unido alberga um conjunto de ilhas, sendo a Grã-Bretanha a maior de todas. Ela encontra-se entre as ilhas mais visitadas do Mundo. Essa grande ilha alberga a Inglaterra cuja capital é Londres, o País de Gales, localizado a sudoeste, cuja capital é Cardiff e a Escócia localizada a norte, cuja capital é Edimburgo.
A Escócia é um dos países pertencentes ao Reino Unido, embora se julgue que muito em breve venha a deixar de o ser! Em 2014 os seus habitantes rejeitaram em referendo essa possibilidade, mas com a saída do Reino Unido da UE-União Europeia, o “BREXIT”, em 2020, essa hipótese cada vez é mais real para os escoceses e também para os galeses. Tudo se resume a interesses políticos, as relações com a UE, e económicos, pois a Escócia possui recursos importantíssimos, só o facto de ser banhado pelo Mar do Norte, onde existe petróleo, diz muito…
Edimburgo, Colina do Castelo e início da Royal Mile
A história da Escócia remonta aos tempos da ocupação romana no sul da Grã Bretanha, pois à parte norte da ilha, nessa altura chamada de Caledónia, os romanos nunca conseguiram chegar. Essa parte mais tarde deu origem ao Reino da Escócia, fundado, julga-se que no ano 843, tendo existido até 1707. Durante esse período, duas guerras entre Escoceses e Ingleses foram travadas, as “Guerras de Independência da Escócia”, tendo a Escócia mantido a sua soberania. William Wallace um nobre cavaleiro, um herói nacional, é um nome associado a este período, imortalizado no filme “Braveheart”.
O Reino da Escócia em 1707 juntou-se ao Reino da Inglaterra formando o Reino da Grã-Bretanha que existiu até 1800. Em 1801, os reinos da Grã-Bretanha e da Irlanda uniram-se para formar o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. Em 1922, a Irlanda saiu deixou de pertencer ao Reino Unido, formando a República da Irlanda cuja capital é Dublin. Já a outra parte da Ilha da Irlanda, onde se situa a Irlanda do Norte, cuja capital é Belfast, manteve-se no Reino Unido. Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte assim chamado desde 1927, até aos dias de hoje.
Edimburgo, Princes Street, Monumento a Scott
A Escócia é um país maravilhoso, necessitando de vários dias para ser explorado. Da sua capital, podemos seguir para as Highlands (Terras Altas) com as suas cidades mais pequenas, castelos, paisagens verdejantes com montanhas, vales e lagos, assim como as suas mais de 800 ilhas, 93 delas habitadas.
A Escócia é um país bastante acolhedor com um povo muito afável e divertido.
EDIMBURGO (3 noites)
A capital que é desde 1999 sede do Parlamento Escocês, sediado num novo edifício, inaugurado em 2004, que podemos visitar o seu interior. O seu autor, o arquiteto espanhol Enric Millares, nunca teve essa possibilidade pois faleceu em 2000, durante a sua construção. A obra levantou muita polémica, não só pelos elevados custos, mas sobretudo porque a sua arquitetura moderna está em total desacordo com o resto da cidade. Visitar o Parlamento e as suas salas, nomeadamente o hemiciclo, é gratuito. O edifício fica próximo do Palácio de Holyroodhouse que é residência oficial na Escócia, do rei da Inglaterra. Carlos II sucedeu a Isabel II, sua mãe, que faleceu no Castelo Balmoral, tendo o seu cortejo fúnebre, a que todo o mundo assistiu pelas TVs, passando por Holyroodhouse.
Edimburgo, Gabinete da Coroa e Procuradoria do Serviço Fiscal
Edimburgo, Edifício do Parlamento
Edimburgo, Edifício do Parlamento, hemiciclo
Edimburgo é um local cujo seu ambiente medieval nos cativa. A cidade é escura e sorumbática, fazendo lembrar um conto fantasmagórico, mas mesmo assim não deixa de nos deixar rendidos a essa beleza estranha e macabra. O clima típico da Escócia torna Edimburgo ainda mais sinistra. O céu é quase sempre cinzento, chove quase todos os dias, a chuva é miudinha, faz lembrar que entramos numa cabine de banho turco, mas com gotículas frias ao invés do vapor de água.
Edimburgo, Royal Mile
Edimburgo, Royal Mile
Rezam as lendas que em Edimburgo os fantasmas habitam escondidos em recônditos secretos dos pubs, casarões, hotéis e pelos becos das ruas. A saga de Harry Potter, o bruxo mais famoso do mundo, escrita por J.K. Rowling, tem passagens em Edimburgo, sendo uma delas na suíte do luxuoso Hotel The Balmoral, um dos edifícios mais fotografados. É possível fazer tours organizados cujos guias contam essas histórias e levam o visitante a locais sinistros como é o caso dos “vaults”, galerias húmidas e sufocantes que formam algo como uma cidade subterrânea. Estas galerias foram descobertas no século passado, quando um morador encontrou “uma porta” para essa cidade perdida enquanto demolia uma parede ao fazer obras em casa. Diversos objetos como pratos, talheres, copos, calçados e até mesmo ossadas humanas foram encontradas nessas galerias subterrâneas, indicando que o local já abrigou muita gente. Os “vaults” possuem diversas escotilhas conectadas por corredores, largos e estreitos, que em tempos abrigaram muitas das pessoas marginalizadas, a ralé da sociedade: ladrões, assassinos, ciganos ou prostitutas.
A caça às bruxas também faz parte da história da cidade, nos séculos XVI e XVII, Edimburgo foi uma das cidades da Europa que mais torturou e matou mulheres acusadas de bruxaria.
A cidade alberga também cemitérios famosos como o Greyfriars Kirkyard onde jazem ilustres escoceses. J.K. Rowling inspirou-se em alguns dos nomes inscritos nas lápides para criar personagens da saga Harry Potter.
Edimburgo, Museu de Edinburgo, área dedicada a Greyfriars Bobby com os seus objetos
Edimburgo, Museu de Edinburgo
Edimburgo, Museu de Edinburgo
Greyfriars Bobby foi um famoso habitante da cidade. Um cão de raça Skye Terrier que passou cerca de 14 anos junto do túmulo do seu dono em Greyfriars Kirkyard. Bobby morreu em 1872, mas não pôde ser enterrado dentro do cemitério, pois tratava-se de um lugar consagrado. Foi enterrado dentro dos portões da igreja, num pedaço de solo não consagrado, a 70 metros do túmulo de seu dono. Um ano após a sua morte, foram erguidas uma fonte e uma estátua em sua homenagem, que são motivo de romaria à semelhança da estátua de Hachikō, na Shibuya em Tóquio. O bicho inspirou várias obras literárias como “Greyfriars Bobby”, de Eleanor Atkinson e os filmes “Greyfriars Bobby: The True Story of a Dog” e “The Adventures of Greyfriars Bobby”. O Museu de Edimburgo tem uma parte dedicada ao Bobby, expondo os objetos que ele utilizava: a coleira e a tigela onde comia. Sem dúvida que os animais são os nossos melhores amigos.
Edimburgo, Museu da história do povo
Edimburgo, kilt, roupa tradicional escocesa
Edimburgo, kilt, roupa tradicional escocesa
Edimburgo, Kick Ass Hostel
Edimburgo, Greyfriars Bobby
A Dolly foi outro animal nascido na Escócia que se libertou da “lei da morte”, literalmente, pois nem o seu corpo descansa em paz. Uma ovelha, que foi o primeiro mamífero a ser clonado com sucesso a partir de uma célula somática adulta. Ela está embalsamada e pode ser vista no Museu Nacional da Escócia numa plataforma que está sempre a girar. Além da Dolly, o museu mostra a história do país desde as suas origens geológicas até aos dias de hoje. A exposição, onde não faltam múmias do Antigo Egipto como qualquer museu britânico que se preze, inclui também diversas áreas relacionadas com Geologia, Arqueologia, História natural, Ciência, Tecnologia e Arte. Três museus muito interessantes e cuja entrada é gratuita.
Edimburgo, Museu Nacional da Escócia
Edimburgo, Museu Nacional da Escócia, ovelha Dolly
Edimburgo, Museu Nacional da Escócia
Edimburgo, Museu Nacional da Escócia
Edimburgo, Museu Nacional da Escócia
Edimburgo, Museu Nacional da Escócia
As principais ruas da zona antiga da cidade, local onde os turistas permanecem são The Royal Mile e Princes Street, ambas com edifícios históricos. The Royal Mile, é tida como a rua mais importante de Edimburgo, como o nome indica, mede cerca de uma milha, unidade escocesa superior à inglesa, ou seja 1.814,2 metros, tendo nos seus extremos o Castelo de Edimburgo e o Palácio de Holyroodhouse. É dividida em seis zonas: Castlehill, Castle Esplanade, Lawnmarket, High Street, Canongate e Abbey Strand.
Edimburgo, Princes Street, jardins
Edimburgo, Palácio de Holyroodhouse
Percorrendo a Royal Mile, encontramos diversas vielas (closes) e pátios (courts) e diversos edifícios importantes como a Catedral de Santo Egídio, igreja protestante, dedicada ao padroeiro da cidade.
Edimburgo, Catedral de Santo Egídio
Edimburgo, Catedral de Santo Egídio
Edimburgo, Catedral de Santo Egídio
OCastelo de Edimburgo é o local mais visitado da cidade, sobretudo devido à sua localização numa colina (Castle Hill) de onde as vistas panorâmicas são impressionantes. Para visitar esta fortaleza são necessárias algumas horas pois no seu perímetro encontram-se diversos edifícios com exposições: as Honours of Scotland (Honras da Escócia), assim são conhecidas as Joias da Coroa, compostas pela Coroa, a Espada do Estado e o Ceptro, que são conservados em perfeito estado como um dos conjuntos de objetos reais mais antigos do cristianismo. A Pedra do Destino, um importante símbolo nacional, pois sobre a mesma eram coroados os reis escoceses. Foi roubada pelo rei Eduardo I da Inglaterra em 1296 e permaneceu em Londres durante 700 anos, só em 1996 foi trazida de volta à Escócia. O Palácio Real, há muito desativado, o Memorial Nacional da Guerra da Escócia que é um edifício erigido em memória daqueles que perderam a vida nos conflitos ocorridos desde a I Guerra Mundial. O One o’clock gun, o tal canhão que dispara todos os dias às 13 horas, exceto dia de Natal, Sexta-Feira Santa e aos domingos, o Mons Meg, um enorme canhão do século XV com muitíssimo poder de fogo que protegia o local durante o reinado de Jacob II da Escócia, tendo sido utilizado durante a guerra contra os ingleses. As Prisões de guerra, que mostram como sobreviviam em péssimas condições os prisioneiros dos sótãos do castelo. O Museu Nacional da Guerra, que relata 400 anos de história militar do país, exibindo diversos objetos como armas, armaduras, roupa tradicional escocesa usada durante as batalhas, objetos pessoais e cartas enviadas aos familiares pelos soldados que estavam em missões de longa distância. Existe também um pequeno cemitério onde eram enterrados os cães do exército e uma capela, a Capela de Santa Margarida, rainha consorte da Escócia, esposa de Malcolm III da Escócia, venerada santa da Igreja Católica.
Edimburgo, Castelo
Edimburgo, Castelo, vista para a cidade
Edimburgo, Castelo, vista para a cidade
Edimburgo, Castelo, Prisões de guerra
Edimburgo, Castelo, Prisões de guerra
Edimburgo, Castelo, Prisões de guerra
Edimburgo, Castelo, Prisões de guerra
Edimburgo, Castelo, Palácio Real
Edimburgo, Castelo, Palácio Real
Edimburgo, Castelo, One o’clock gun
Edimburgo, Castelo, Museu Nacional da Guerra, estátua do Marechal Earl Haig
Edimburgo, Castelo, Memorial Nacional da Guerra da Escócia
Edimburgo, Castelo, edifício onde estão guardadas as Honras da Escócia
Edimburgo, Castelo
Edimburgo, Castelo
Edimburgo, Castelo
Edimburgo, Castelo
Edimburgo, Castelo
Edimburgo, Castelo
Edimburgo, Castelo
Edimburgo, Casa Queensberry, sedia o escritório do Presidente
No extremo da Princess Street encontramos Calton Hill. A razão de Edimburgo ser alcunhada de “Atenas do Norte”. Trata-se de uma colina que possui um antigo observatório astronómico e diversos monumentos, nomeadamente o Monumento Nacional da Escócia, semelhante ao Parthenon, um memorial aos soldados e marinheiros escoceses mortos nas Guerras Napoleónicas, o Monumento de Dugald Stewart, um memorial ao filósofo escocês Dugald Stewart e o Monumento de Nelson, uma torre comemorativa em homenagem ao vice-almirante Horatio Nelson, que perdeu a vida na Batalha de Trafalgar, derrotando Napoleão Bonaparte, impedindo a sua ofensiva na conquista do Reino Unido. À semelhança do Castelo, por lá existe um canhão famoso, o Canhão Português! O mesmo data da altura da Dinastia dos Filipes, quando Espanha governava Portugal. Este canhão está ligado ao tempo da Expansão europeia. Possui o Brasão Real Espanhol, tendo sido enviado no século XVII para servir nas Índias portuguesas. O canhão caiu nas mãos dos governantes do Arakan (Alta Birmânia atual Myanmar) de onde em 1785 foi levado para Mandalay (Myanmar). Em 1885, a Alta Birmânia foi conquistada pelas forças britânicas e o canhão foi exibido numa Feira internacional de Edimburgo em 1886, tendo posteriormente sido levado para Calton Hill.
O local é muito ventoso, a colina localiza-se próxima da Catedral de Santa Maria uma igreja católica. A visita vale sobretudo pelas vistas magníficas sobre a cidade, sobre o mar e seus arredores, sendo aquele que considero o mais pitoresco de Edimburgo, muito superior ao Castelo de Edimburgo com a vantagem de Calton Hill ser de acesso gratuito.
Edimburgo, Calton Hill. vista para a cidade
Edimburgo, Calton Hill. vista para a cidade, destaque para a sede da Rockstar North, empresa de desenvolvimento de videojogos
Edimburgo, Calton Hill. vista para a cidade
Edimburgo, Calton Hill. vista para a cidade
Edimburgo, Calton Hill. Monumento Nacional da Escócia
Edimburgo, Calton Hill, Monumento Nacional da Escócia e Monumento de Nelson
Edimburgo, Calton Hill, Monumento de Dugald Stewart
Edimburgo, Calton Hill, Canhão Português
Edimburgo, Calton Hill, Canhão Português
Passeando pela Princes Street podemos encontrar os jardins, o Monumento a Scott, homenageando o escritor nacional Sir Walter Scott, vários edifícios importantes e também a Galeria Nacional da Escócia. O nome da obra de Nicolas Poussin, “O sacramento do casamento” chamou-me a atenção, mas por lá podem ser vistas obras de famosos pintores como Claude Monet, Henri Martin, Frederic Edwin Church, Rembrandt, Vincent van Gogh. A entrada é gratuita!
Edimburgo, Catedral de Santa Maria
Edimburgo, Catedral de Santa Maria
Edimburgo, Catedral de Santa Maria
Edimburgo, Galeria Nacional da Escócia
Edimburgo, Galeria Nacional da Escócia,´Cataratas do Niagara vistas do lado Americano´ de Frederic Edwin Church
Edimburgo, Galeria Nacional da Escócia, ´O sacramento do casamento´ de Nicolas Pousisn
Edimburgo, Galeria Nacional da Escócia, ´Mulher na cama´ de Rembrandt
Edimburgo, Galeria Nacional da Escócia, ´Ameixeiras´de Vincent van Gogh
Edimburgo, Galeria Nacional da Escócia
Edimburgo, Galeria Nacional da Escócia
Edimburgo, Galeria Nacional da Escócia
De Edimburgo fiquei com uma ideia geral, tendo visitado o mais importante. A cidade prolonga-se para longe, nos seus arredores banhados pelo Mar do Norte podemos observar 3 famosas e importantes pontes, a Forth Road Bridge, a Forth Bridge e a The Queensferry Crossing. Glasgow foi a paragem seguinte.
HIGHLANDS (tour de um dia desde Edimburgo)
O Norte da Europa é caracterizado por paisagens verdejantes, de povoamento deserto e a perder de vista. As Highlands (Terras Altas da Escócia) não fogem a essa regra. Montanhas, planícies e lagos, o clima característico com céu nublado e queda de chuva miudinha são uma constante. Diversos castelos fazem parte do mapa e por esses lados foram rodados alguns filmes e séries, “The Braveheart” e “Outlander” são exemplos. A região cuja capital é Inverness, foi até ao século XVIII um sistema feudal de famílias, conhecidos por clãs escoceses. Até ao século XIX possuía grande concentração de habitantes, no entanto o aparecimento da Revolução Industrial causou a migração massiva para áreas urbanas, hoje a densidade populacional é de 8 pessoas por quilómetro quadrado. Para explorar a região são necessários alguns dias, no entanto a maior parte dos turistas que visitam a Escócia, visitam as Terras Altas em tours de um dia desde Edimburgo ou Glasgow, as maiores cidades.
O tour que fiz incluiu além do Lago Ness, o Lago Lubnaig, a Represa do rio Laggan, o Lago Achtriochtan, o Lago Leven, a vila de Glencoe, localizada junto de um vale profundo esculpido por glaciares e vulcões e a vila de Pitlochry.
Highlands, Lago lubnaig
Highlands, Glencoe
Highlands, Glencoe
Highlands, Glencoe
Highlands, paisagens típicas
Highlands, paisagens típicas
Highlands, Loch Achtriochtan
Highlands, Lago lubnaig
A principal atração das Highlands é o Lago Ness, um lago com cor escura, por esse facto conhecido como Lagoa Negra, de enorme profundidade, o ponto máximo encontra-se a 230 metros. Não sendo propriamente um lago bonito como por exemplo o Lago Bled na Eslovénia, a visita vale pela sua mística. Consta-se que por lá habitou um ser cripto zoológico conhecido como Monstro do Lago Ness, carinhosamente chamado de “Nessie”, já explorado por Hollywood, um filme 1954 de terror a preto e branco, por cá chamado “O Monstro da Lagoa Negra”. Este filme serviu para o Estado Português, através da sua televisão estatal, a RTP, em 1985 fazer a maior fraude de sempre aos seus telespectadores, com a venda de óculos 3D que não passavam de uns óculos de cartolina e papel celofane de duas cores. Iria ser uma experiência única de cinema em 3 dimensões, mas acabou por ser um enorme fiasco.
Quanto ao monstro, segundo os Escoceses, conseguem vê-lo no lago, se primeiro beberem uma garrafa de whisky!
Highlands, Lago Ness
Highlands, Lago Ness
Highlands, Lago Ness
Highlands, Lago Ness
No regresso a Edimburgo, já de noite pude atravessar a Forth Road Bridge, uma ponte suspensa semelhante à nossa Ponte 25 de Abril, de onde se podem observar as ourtras duas pontes, ao lado, a Forth Bridge e a The Queensferry Crossing.
Neste dia passado nas Highlands, não faltaram as vacas de raça Highland cattle, o famoso e muito apreciado gado bovino escocês. O Nessie é que não deu sinais de vida, ficarei para sempre sem saber da sua existência, mas o dia foi memorável
Hightands, Lago Lubnaig
Highlands, vacas de raça Highland cattle
Highlands, Represa do rio Laggan
Highlands, Represa do rio Laggan
Highlands, Pitlochry
COMER E BEBER
Impossível não associar a Escócia ao whisky. A bebida nacional, existindo por lá, cerca de 140 marcas. Quem viajar para a Escócia convencido que por lá o whisky se vende ao “preço da uva mijona”, esqueça! A bebida alcoólica é taxada de forma altíssima, por questões de saúde pública e assim evitar que os mais novos consumam. Uma garrafa pode custar alguns milhares de Libras, mas em algumas destilarias, é possível provar um copo por muito menos. Muitas marcas não se encontram facilmente em Portugal, pelo que fiz questão de provar uma delas. Blair Athol, foi o que experimentei, apenas para marcar o momento, pois não sou entendido no assunto. Para isso seria necessário estudá-lo a fundo e investir algum tempo e dinheiro a visitar destilarias, pois existem diversos tipos de whisky de diversas regiões produtoras.
Gastronomia escocesa,hamburger com haggis forma de topping
Gastronomia escocesa, whisky
Gastronomia escocesa, scotch pie
Gastronomia escocesa, scotch pie
A gastronomia das ilhas britânicas não deixa saudades. É sobretudo tipo de comida de pub, que é basicamente o mais consumido no Reino Unido, certamente é feita com produtos congelados. Um pub foi obviamente concebido para servir bebidas alcoólicas, e as refeições que por lá são servidas, é natural que a matéria-prima seja à base deste tipo de produtos, fáceis de armazenar por longos períodos e para confecionar aqueles pratos adequa-se na perfeição. Ir a um pub para comer uma refeição também é um ritual, mesmo sabendo de antemão o que nos irá ser servido, e não deixa de ser um enorme prazer para qualquer turista que visite o Reino Unido.
Gastronomia escocesa, scotch broth
Gastronomia escocesa, hamburger com haggis forma de topping
Haggis é o prato nacional da Escócia. Trata-se de bucho de ovelha cozido, recheado com as suas miudezas (coração, fígado e pulmões) ligadas com farinha de aveia, sebo, cebola, sal e especiarias. É proibida a importação de pulmões de ovelha nos EUA, para enorme desgosto dos americanos de origem escocesa lá residentes, que ficam por isso privados de desfrutar a sua iguaria predileta! Haggis pode aparecer como topping de outros pratos, hamburgers por exemplo, ou servido em cima de puré de nabos ou de batata, haggis, neeps and tatties assim chamado. “Address to a haggis”, é um famoso poema de Robert Burns que homenageia esta iguaria. Haggis aparece no recheio do chicken balmoral, um peito de frango, depois envolto em bacon e servido com whisky ou molho de pimenta.
Gastronomia escocesa, chicken Balmoral
Gastronomia escocesa, Balmoral
As tartes são outras da especialidade, onde se destaca a Scotch pie, uma tarte recheada com carne de carneiro picada, carne bovina ou mesmo carne de cordeiro. Stovies, é um guisado de carne e batata. O verbo “to stove” é o equivalente na língua local, a “to stew” na língua inglesa, que significa estufar. É confecionado lentamente numa panela fechada com gordura (banha ou manteiga) e com outros líquidos, como leite, caldo ou geleia de carne.
Além da sopa de tomate, a scotch broth é uma das sopas mais tradicionais, feita geralmente com cevada, carne de cordeiro, de carneiro ou de vaca, batatas, leguminosas secas, repolho e alho francês.
Gastronomia escocesa, whisky, 3800 Libras a garrafa
Gastronomia escocesa, sopa de tomate
SOUVENIRS
Impossível não falar da Escócia sem referir as suas tradicionais vestes. O kilt, é imediatamente associado. É um traje usado em ocasiões especiais, festas e cerimónias, apesar disso não é de todo incomum nos cruzarmos na rua com homens assim trajados, sobretudo em locais turísticos. É possível adquirir essas vestes em lojas típicas de produtos escoceses, se pretendemos qualidade e estivermos dispostos a pagar por ela, pois o tecido fabricado no país é muito diferente do que se encontra em lojas de souvenirs, onde abundam os produtos de origem asiática, obviamente mais baratos. Viajei para a Escócia, mas voltei com o desejo antigo de tirar uma foto trajado dessa forma. É possível fazê-lo, mas custa caro! Dos muitos souvenirs existentes, o Kilt é um deles, mas limitei-me a trazer comigo um boneco assim trajado. O Nessie é um souvenir tradicional, um boneco de pano que nada nos assusta!
Nessie, souvenir escocês
VIAJAR PARA A ESCÓCIA
A Easyjet e a Ryanair, voam diretamente de Portugal para a Escócia, para Edimburgo e para Glasgow, sendo possível com antecedência encontrar tarifas muito simpáticas. Do Aeroporto de Edimburgo facilmente se acede ao centro da cidade de transportes públicos, mesmo depois da meia-noite, existem “night buses”. Os pontos mais importantes de Edimburgo percorrem-se facilmente caminhando, pelo que a única vez que utilizei transportes na cidade foi entre o aeroporto e o hostel.
Edimburgo, Princes Street, Hotel The Balmoral
VIAJAR PELA A ESCÓCIA
Entre Edimburgo e Glasgow, a forma mais fácil de o fazer é de comboio, existindo mais de 180 ligações diárias.
A viagem dura cerca de uma hora. O preço varia consoante a hora e a antecedência, podendo ser adquirido online ou na bilheteira. De comboio também se pode percorrer o país, ou não tenha sido nas Grã-Bretanha que este meio de transporte foi inventado…
Highlands, Lago Ness
DORMIR
Sendo Edimburgo uma cidade cara, o preço do alojamento não foge à regra. É possível encontrarmos alojamento económico, leia-se abaixo dos 40€/noite em sistema partilhado, com pequeno-almoço. A cadeia de hostels Kickass possui diversas opções neste âmbito. É possível dormir em cápsulas semelhantes ao sistema nipónico, pagando um pouco mais, mas garantindo mais privacidade. Em Grassmarket no centro da cidade encontramos dois destes hostels.
Edimburgo, alojamento de estilo Nipónico, cadeia de hostels Kickass
Edimburgo, alojamento de estilo Nipónico, cadeia de hostels Kickass
TOURS
É possível através do web site do Kickass hostel marcar tours de um dia às Highlands. O passeio pelo Lago Ness é pago à parte e custa cerca de 17 £.
O tour que marquei foi o “Loch Ness, Glencoe and the Highlands Small-Group Day Tour from Edinburgh” e custou cerca de 100 £. Recomendo fazer, assim ficarão com uma panorâmica geral das Highlands, o que no meu caso chegou perfeitamente, tendo em conta o tempo que estive na Escócia, que foram 3 noites em Edimburgo e 3 noites em Glasgow. Para explorar a região e conhecer alguns dos seus famosos castelos, ilhas, cidades e vilas, são necessários vários dias e obviamente alugar um carro. Há pessoas apaixonadas pelas paisagens escocesas e pela cultura escocesa, uma colega minha, arquiteta paisagista, passou cerca de um mês na Escócia. Louvo-a por isso, pois não teria arcabouço cultural para tanto!