Museu Nacional Ferroviário no Entroncamento, um regalo para saudosistas dos nossos comboios
Texto & Fotos de Mário Menezes
Portugal vive na cauda da Europa do transporte ferroviário. A nossa concentração demográfica acentuada no litoral, o país envelhecido, a desertificação do Alentejo e do Interior, a sazonalidade do Algarve e a emigração maciça dos jovens qualificados, têm sido fatores determinantes para que o desinvestimento no transporte ferroviário ao longo do anos fosse acentuado.

Entrada Principal do Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Vista desde a estação- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Antigos logotipos em azulejo- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Modelo estação do Foguete- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento
Graças ao Euro 2004 e às obras levadas a cabo em infraestruturas estratégicas, que conseguimos viajar de Faro ao Porto em cerca de 6 horas, em via eletrificada, em comboios pendulares, superando em alguns troços os 220Km/h. Graças a isto, frequentemente viajo do Algarve, para cumprir uma semana de trabalho em Lisboa, de comboio e abdico de trazer o meu automóvel. A viagem que se inicia de madrugada, é muito agradável e passo-a quase toda a dormir.

Diverso material, incluindo de sinalização nas vias- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Modelo comboio a vapor- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Transmissão de movimento às rodas no comboio a vapor- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento
Não fosse esse investimento feito na nossa paupérrima ferrovia, hoje para viajarmos de comboio de Lisboa para o Algarve teríamos primeiro de viajar de barco para o Barreiro e depois nos sujeitar a uma viagem com cerca de 5 horas de comboio até Faro.

Antigos armários de bilheteira- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Modelo comboio a vapor – Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Equipamento de manutenção dos carris- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento
A CP em tempos chamada “Caminhos de Ferro” pois englobava também as vias férreas, agora é chamada “Comboios de Portugal” pois engloba apenas o material circulante, é a empresa pública Estatal que presta este serviço público de transporte ferroviário. Ao longo dos anos tem perdido clientes, visto o material circulante degradar-se, suprimido rotas, sofrendo efeitos nefastos de greves em que muitas fazem pouco sentido, e á custa de injeções sucessivas de capital dos contribuintes, vai sobrevivendo. As promoções “online” de viagens levadas a cabo são bastante atraentes e é uma forma de evitarem que os comboios circulem vazios. E foi numa dessas promoções que num chuvoso Sábado de Novembro, pagando 6€ por um bilhete de ida e volta decidi visitar o Museu Nacional Ferroviário no Entroncamento.
O Entroncamento é uma cidade Ribatejana, localizada a cerca de 120 Km a norte de Lisboa, onde as linhas férreas do Norte (Lisboa ao Porto) e da Linha da Beira Baixa (para a Covilhã) se juntam. Um dos pontos mais importantes do mapa ferroviário Português.
À saída da estação facilmente encontramos o edifício do Museu.

Equipamento de manutenção dos carris – Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Antigas placas da companhia Estatal- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Antigo mobiliário das estações- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Locomotivas a vapor- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Antigos comboios da linha de Sintra- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento
Inaugurado em 2015, alberga diversas exposições temporárias e uma permanente, onde se destacam as várias locomotivas, a Vapor, Diesel e Elétricas, e vários comboios célebres que saíram de circulação, como o Comboio Real Português e o Comboio Presidencial que de momento não estava presente.
Carruagens de vários tipos nas quais viajei na minha infância e adolescência, diversos equipamentos, ferramentas, vestuário, entre outros elementos que fazem parte da História ferroviária de Portugal. Ainda me lembro quando viajava de Lisboa para Cascais e na bilheteira o funcionário tirava um cartão de um armário e validava-o na máquina. Hoje tudo é eletrónico, mas no museu estas relíquias ainda estão expostas!

Antigos comboios da linha de Sintra – Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Carruagens da primeira metade do século XX- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Antiga carrugagens de passafgeiros com maquinista – Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Modelo do interior da carruagem Real- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Antiga carrugagem, do género que se vê no filme A Canção de Lisboa- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento
Equipamento de sinalização das vias, dos guardas de passagem de nível, modelos de transmissão de máquinas de vapor, mobiliário antigo das estações de comboio e inúmeras composições abandonadas, suburbanas, regionais e inter regionais e também as que foram utilizadas na linha do Norte, entre Lisboa e Porto em serviço rápido.

Antiga carrugagens de passageiros com maquinista- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Locomotiva elétrica- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Comboio Real- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Locomotiva elétrica- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Transporte de viaturas Autoeuropa- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento
Em tempos existiu um famoso comboio, o “Foguete” que não está presente no museu, mas referências a ele não faltam.
E que bom que foi recordar a música do saudoso Carlos Paião ao final do dia no regresso a casa. Um dia bem passado pelos caminhos de Portugal satisfazendo o meu fascínio por comboios.
Links:
Olha o Foguete – Genérico do programa “O Foguete” RTP 1984
A Canção de Lisboa (1933) – vide aos 11:25 a parte em que o Vasco Santana vai esperar as tias ao comboio.

Antiga carruagem serviço Inter regional- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Antiga carruagem serviço Inter regional- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Antiga carruagem serviço Inter regional- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Vagão de carga a granel- Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento

Vagão de carga – Museu Nacional Ferroviário- Entroncamento
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