Em 3 dias o melhor da Bélgica!
Texto & Fotos de Mário Menezes
Mais uma escapadela rápida que fica na minha História. As saudades que tenho destas coisas e desejo que voltem nos próximos tempos!
Com pouco mais de 50 Euros (I/V) e marcado com menos de um mês de antecedência, a bordo da Ryanair regressei a um país que já tinha estado de passagem em 2006. Na altura regressava de Amesterdão e dormi uma noite em Bruxelas. Ainda na era das fotografias de rolo, que ficaram todas estragadas e no dia que em Lisboa, ao fim de 54 anos voltava a nevar.
Regressei a este pequeno país para conhecer Bruges, Gante e Antuérpia. As principais cidades do ponto de vista turístico. Bruxelas, a capital, foi apenas uma pequena passagem de fugida para a estação de comboio.
Bruxelas
Quase treze anos depois, ao final do dia da Nossa Senhora da Conceição, um Sábado, aterrei no Aeroporto de Zaventen preparado para três dias chuvosos mas plenos de felicidade. À chegada um cartaz de boas vindas, com um conteúdo didático, sobre o fabrico da cerveja. A Bélgica é o paraíso deste néctar! Há mais de mil marcas diferentes. Cerveja, gofre (ou waffle), chocolate e a batata frita é provavelmente o que os estrangeiros conhecem da gastronomia deste país. Sim, ao que parece foi ali que a batata frita foi inventada, conhecidas por “Batatas Belgas”. É frita duas vezes conforme a tradição manda. Ir a restaurantes sai caro, aliás na Bélgica tudo o que não é “essencial” à sobrevivência, é caro! Três dias alimentado a comida rápida e extra calórica acaba por se suportar.
E numa cidade onde havia manifestações de Coletes Amarelos, o trânsito no centro estava cortado, após caminhar pelas ruas alguns quilómetros, com a ajuda do GPS do smartphone, encontrei o Manneken-pis. É de facto pequenino em tamanho, o boneco. Ao vivo ainda mais e não é fácil encontra-lo, pois se não fosse o afluxo de turistas junto à estátua, o mesmo passaria despercebido. Ele tem um guarda-roupa, e tive a sorte de o ver vestido e também como veio ao Mundo! Um dos monumentos pelo Mundo fora que “dececiona” o turista.
Ali o “macho” tem grande destaque, já a fêmea, a Jeanneke Pis, é o parente pobre, pois ainda é mais difícil de encontrar, fica numa rua sem saída, fechada num armário com umas portas metálicas que a deixam antever, depois de nos pendurarmos num parapeito.
Uma rua cuja atração principal é o bar com a maior variedade de cervejas do mundo, o Delirum. Faz “jus” ao nome, é mesmo isso: um delírio! Não perdi a oportunidade de o visitar e provar uma das centenas de cervejas que lá se servem! Seguiu-se a Grand Place, mesmo ali ao lado. Com luzes de Natal. O tempo não deu para mais. Bruxelas não era o objetivo deste passeio. Um dia tenho de voltar para conhecer melhor pois a cidade é relativamente grande. A pé até à estação “Bruxelles central”, e de comboio para “Bruges”, onde dormi as duas noites. Este sim, o objetivo principal!
Bruges
Uma cidade lindíssima, comparável a Veneza dada a quantidade de canais.É mesmo chamada uma das “Venezas Europeias”, a do Norte! A pé percorre-se o principal. Há possibilidade de alugar bicicletas ou mesmo fazer um cruzeiro pelos canais. Não tive tempo e a meteorologia não era favorável.
Mal saímos do comboio, de uma viagem com cerca de uma hora desde Bruxelas, sentimos que chegamos a outro país. Ali a língua é totalmente diferente. O Flamengo, a língua predominante na Bélgica, naquela região é falada por todos. Ao contrário de Bruxelas, nada aparece escrito em Francês. Ali muitos nem tão pouco a falam e quando viajam no próprio país têm que comunicar em Inglês! Aliás, no balneário da Seleção Belga de futebol, o Inglês é a língua em que todos comunicam! Estranho, num país tão pequeno isto acontecer…
E o dia seguinte foi na Grote Markt (Grand Place) que começou. O coração da cidade. Lá do topo do Campanário (Belfort) onde a vista sobre a cidade é impressionante. Lá em baixo na noite anterior, à chegada, uma parte já eu havia percorrido. Muitas ruas com traça medieval, umas mais estreitas que outras e com alguns edifícios coloridos, muitos canais e muitas pontes. E também as luzes dos mercados de Natal estavam presentes! Uma cidade muito bem preservada e altura que escolhi para visita-la, com pouco afluxo turístico, mesmo com tempo chuvoso e menos horas de sol, foi perfeita.
Ao subir os 366 degraus de acesso ao topo, é possível parar na sala do tesouro, onde as cartas, o selo e o tesouro da cidade foram guardados na Idade Média, observar o impressionante papel musical que controla o carrilhão e passar na sala da torre onde está o teclado no qual os sinos são tocados.
O resto da manhã foi destinado a percorrer aquelas ruas e pontes junto aos canais. O tempo muito bem distribuído que foi, acabou por ser suficiente. Na manhã seguinte antes de ir embora ainda dei mais um giro por aquelas ruas, fazendo uma volta maior para me dirigir à estação de comboio.
Gante
Nesse dia, a tarde foi destinada a Gante. Uma cidade que em beleza não fica atrás de Bruges. Com canais também. A cerca de 45 minutos de comboio, dá perfeitamente para fazer um “bate volta” de poucas horas. A pé percorre-se o principal e com a ajuda do GPS facilmente descobrimos o caminho da estação até ao centro histórico, onde podemos calcorrear as ruas, pontes e canais.
O Castelo Gravensteen foi o mais importante. Destaque para os objetos de tortura expostos em algumas salas e para a vista sobre a cidade do alto das suas torres.
À chegada em “modo diurno” e no caminho de regresso à estação, já de noite, ficou completa a vista do essencial desta pequena cidade.
Antuérpia
O elo final da viagem. O voo de regresso a casa era às 21h25. No caminho de Bruges para o Aeroporto de Bruxelas ao início da tarde fiz um desvio para Antuérpia, a cerca de 1h30.
Antuérpia, assim chamada por nós, é a Capital Mundial dos diamantes. Chamada de Anvers em Francês, mas o nome verdadeiro é Antwerpen. Saindo da Estação central, que tem uma beleza monumental, uma das mais bonitas gares do Mundo, as ruas circundantes, envolvem uma zona com cerca de 1Km², onde estão concentrados cerca de 80% de todos os diamantes transacionados no Mundo.
Apesar desta viagem ter sido por mim alcunhada como “diamantada” ou “diamantina”, os diamantes ficaram lá todos. Só trouxe mesmo as fotos e as memórias. O motivo principal da minha passagem por Antuérpia foi visitar o museu dos diamantes, o DIVA. Este dia de férias, último de 2018, por capricho pessoal tinha mesmo de ser dedicado a estas pedras preciosas! Um museu interessante onde podemos aprender sobre a história e origem destas preciosidades da natureza. Muitos objetos de valor incalculável que com eles poderemos posar.
O dia acabou pelas ruas do centro histórico e foi na zona portuária que me despedi destes dias maravilhosos por terras da Benelux. Mais tarde, já no hall das portas de embarque do aeroporto, enquanto aguardava pelo meu voo de regresso a casa, fiz questão de beber uma cerveja belga, uma “Stella Artois” e me despedir deste país: À Francesa, com um “Aur revoir Belgique” e em Flamengo dizendo “Vaarwel België”.
Links:
Companhia aérea de baixo custo que voa de Lisboa para Bruxelas, para ambos os aeroportos Charleroi e Zaventen.
Um hostel económico, com quartos partilhados (dormitório), casa de banho e duches coletivos. Localização central, zona histórica. Possui um pub no interior com bom ambiente, comida e cervejas variadas. Local agradável para quem procurar alojamento económico e central. Pequeno almoço incluído e bem servido à descrição.
Para viajar entre Bruges, Gante e Antuérpia é a opção mais viável. Na Bélgica o comboio é o meio de transporte mais caro. Por vezes as alternativas são pouco viáveis.
A forma mais económica de viajar do aeroporto de Bruxelas Zaventen para o centro da cidade. Este percurso pode ser feito de comboio, mas é substancialmente mais caro
Autocarro de Antuérpia para o Aeroporto de Bruxelas Zaventen
A forma mais económica de viajar. Este percurso pode ser feito de comboio, mas é mais caro.
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