Nostalgia Londrina…
Texto & Fotos de Mário Menezes
Regressar a um local que nos deixou boas memórias há muitos anos, causa um interessante e agradável sentimento nostálgico. A vida de um viajante pode ter muitas experiências como esta. Assim aconteceu com Paris e mais recentemente com Londres, onde voltei ao fim de quase 24 anos e 48 novos países estrangeiros pisados, entre os quais o vizinho País de Gales e a Irlanda. Um regresso com muita emoção que serviu para passar os 4 dias de um fim de semana prolongado, em Junho, adquirindo com mais de um ano de antecedência a viagem, por cerca de 70€, aproveitando um voucher da Easyjet, de uma viagem para a Suíça, cancelada devido à pandemia.
Regressar a Londres, numa altura em que nos é exigido passaporte para entrar no Reino Unido, serviu para passear pelas ruas da cidade e desfrutar do melhor que ela nos tem para nos oferecer de forma gratuita: observar os monumentos e visitar alguns dos museus nacionais, que se encontram na lista dos mais importantes e visitados museus do Mundo. Não perdi a oportunidade de assistir a um espetáculo na West End, a um preço excelente dada a antecedência que adquiri o bilhete, online, por 10 Libras mais de um ano antes. Estes 4 dias passados em Londres, complementaram a minha estada em 1998, durante uma semana. Londres é uma cidade gigantesca, com muito para ver e fazer, pelo que voltar é sempre uma hipótese a considerar, numa época em que viajar de avião custa bem menos que outrora. Desta vez, os voos custaram-me menos de metade.
Londres, à escala Europeia até pode ser considerada uma metrópole, mas não uma cidade bonita. Nesse aspeto, na Europa há muitas a ganhar-lhe com larga vantagem, Praga, Budapeste, São Petersburgo, Paris ou Veneza, são alguns exemplos das que conheço. Sem contar com Lisboa, como é óbvio!
À semelhança de Tóquio ou Nova Iorque, Londres conquista-nos porque tem um charme, uma atmosfera, uma vida própria, um dinamismo, que a carateriza e a torna como um local único, de visita obrigatória. É isso que a coloca ano após ano, juntamente com Paris, no rol das duas cidades mais visitadas do Velho Continente e entre as 5 cidades mais visitadas do Mundo! Londres é cosmopolita, clássica, conservadora e moderna ao mesmo tempo. Os típicos táxis, os autocarros vermelhos de dois pisos e as cabines telefónicas tradicionais, agora convertidas em wifi, são algumas das suas imagens de marca que o tempo jamais apagará. E o que dizer da rede de metropolitano? Chamado de Tube devido à configuração dos túneis e dos comboios, a mais antiga do Mundo, inaugurada ainda no século XIX, uma das mais extensas, contando atualmente com 11 linhas, 402 Km e 272 estações, muitas com decoração de estilo “retro”, algumas onde se acede de elevador à plataforma, outras com longos corredores de sentido único e escadas rolantes, e muitas onde se cruzam mais de 4 linhas, tudo bem sinalizado, fácil de utilizar, onde, acreditem, dificilmente nos perdemos. Jamais esqueceremos o anúncio repetidas vezes ouvido dos altifalantes, “please, mind the gap”!
A cidade foi fundada por Romanos, no século I, na altura chamava-se “Londínio”. Os Romanos falavam Latim, no entanto os habitantes locais falavam a língua Celta de onde deriva a língua Britânica, que não é uma língua Latina. Nós por cá tivemos os Mouros e não falamos Árabe… A língua Britânica, que desde a tenra idade aprendemos na escola, aguça-nos o desejo de visitar a capital do Reino Unido! Os filmes lá rodados, os diversos heróis, de James Bond a Mr Bean, tal como Nova Iorque, ou Valeta e vários pontos de Malta, colocam Londres na rota dos locais com os cenários dos filmes da nossa vida, que queremos viver na primeira pessoa, sobretudo desde 1999, quando “Notting Hill” virou filme da moda.
O bairro de Notting Hill, passados mais de 20 anos desde a estreia do filme homónimo, ainda é um enorme local de romaria. O número 142 da Portobello Rd, onde funciona uma loja de souvenirs turísticos, no “grande ecrã” sediava a famosa loja de livros de viagens, “The travel book cº”, onde William Thacke e Anna Scott, personagens a quem Hugh Grant e Julia Roberts deram corpo, iniciaram uma linda história de amor, daquelas que todos nós sonhamos ter, mas que só se vêem nos filmes. A loja onde aproveitei para tirar fotos à porta e ter visitado o seu interior, foi também fonte de inspiração para escrever este artigo de viagem. A famosa porta azul, melhor dizendo uma réplica da que foi utilizada no filme, pois a original foi leiloada para caridade, encontra-se numa das ruas transversais à Portobello Rd, o número 280 da Westbourne Park Rd. Ali vivia William, dono da loja de livros de viagens. As cenas no interior da casa foram feitas em estúdio, e as exteriores, sobretudo aquelas com os paparazzis, permanecerão para sempre na memória de quem elegeu Notting Hill como o filme da sua vida. Notting Hill, em tempos só sabia da sua existência devido a uma estação de metropolitano, desta vez fez parte do programa, sem contudo ter tido oportunidade de ver famoso mercado de rua, o “Portobello road market” em funcionamento.
Em 1998, viajei com a minha mãe, aterramos no Aeroporto de Heathrow e seguimos de metro para o centro da cidade, ficamos alojados em Kensington, onde à chegada fomos deixar a mala no hotel. Desta vez, viajei sozinho, de mochila às costas, dormi num hostel perto de Russell sq, sacrifiquei-me e fiquei num dormitório, tal como aconteceu em Cardiff, em Bruges e no Luxemburgo o que em curtas escapadelas, para poupar nos custos, acaba por valer a pena. Aterrei no Aeroporto de Gatwick e segui de comboio para a estação de London Bridge, o meu local de partida e chegada ao centro da cidade. A mesma fica a poucos metros do Rio Tamisa, que banha Londres e a divide em duas partes: Norte e Sul. A estação de London Bridge, encontra-se na zona Sul, muito perto de uma das pontes que atravessa o Rio Tamisa, a London Bridge, onde aproveitei para tirar uma das fotos onde o tinha feito em 1998 com vista para a Tower Bridge, um dos símbolos da cidade. A zona Sul, não é tão densamente servida pelo Tube, possui menos atrações turísticas daí ser menos visitada que a sua congénere Norte, apesar de atualmente possuir modernos edifícios, “The Shard” por exemplo, mais distante o “Strata”, o primeiro edifício do Mundo com turbinas eólicas e também a famosa “London Eye”, a Roda do Milénio, uma atração turística com preços proibitivos, o que vai atraindo cada vez mais turistas junto à margem sul do Tamisa. Seja em que margem for, um passeio junto ao Rio Tamisa, em Londres, é um dos momentos altos da vida de qualquer viajante.
Caminhando pela margem sul, passando junto do HMS Belfast, um antigo navio de guerra que se encontra ancorado, em direção a Oeste, atravessando a Tower Bridge chegamos à Torre de Londres, um local histórico que visitei em 1998. Uma fortaleza real que de momento guarda as Jóias da Coroa Britânica. Um local com uma história sombria, pois ao longo de 900 anos foi utilizado como prisão, para onde ia parar quem ofendesse o monarca. As condições de sobrevivência eram horríveis, sendo os prisioneiros torturados antes de serem executados. Entramos então no Centro Financeiro, um dos mais famosos do Mundo, também chamado de “Bairro da Bolsa”, “City of London” ou de “Square Mile” pois a sua área é aproximadamente uma milha quadrada. Nessa área encontram-se sediadas diversas empresas de serviços financeiros, em muitos prédios de arquitetura futurista. No 35º andar, a 160 metros de altura, em um desses prédios, encontra-se o Sky Garden, um jardim onde é obrigatório ir. Desfrutar de uma vista panorâmica da cidade de Londres de forma gratuita, em 1998, só era possível desde Hampstead Heath, uma zona verde localizada a norte, numa colina com cerca de 100 metros de altitude, em Hampstead, um bairro ligado à classe rica da sociedade Britânica. Lá do alto é possível observar ao longe a imensidão da cidade, vislumbrar a zona da Square Mile, nos dias de hoje bastante modificada com o aparecimento de novos edifícios com arquitetura futurista, prolongando-se pela linha do horizonte até Greenwich, outro local onde estive em 1988, ainda o Cutty Sark não tinha ardido e o Canary Wharf nas Docklands, era o edifício mais alto da Europa. Hoje existem diversos pontos onde podemos desfrutar, em plena zona central, de uma vista panorâmica da cidade, sendo o Sky Garden, um deles, que nos oferece gratuitamente (mas convém marcar antecipadamente a hora da visita online) uma experiência soberba e inesquecível. É recomendado lá ir ao pôr do Sol. Esta foi a minha primeira paragem prevista no programa que ocorreu ao início da tarde no dia da chegada.
Também visível lá do alto do Sky Garden, a Catedral de São Paulo que fica ali perto. Um dos edifícios mais emblemáticos da cidade. É devido à sua existência que Londres não possui arranha céus na zona central, pois a vista das zonas históricas para a Catedral de São Paulo não pode ser obstruída. Esta Catedral Anglicana foi construída em 1710 no local onde sempre existiram templos religiosos. Ali existiu um dólmen e posteriormente um templo Grego. Este templo foi substituído pela igreja mais antiga da Inglaterra, construída no ano 604. Dada a sua construção em madeira, foi um dos diversos edifícios afetados pelo incêndio de 1666. Reconstruída em diferentes ocasiões acabou por se tornar naquele enorme edifício. Ali foram levadas a cabo as cerimónias do casamento do Príncipe Carlos com a Princesa Diana, e do funeral de Winston Churchill. A sua arquitetura destaca-se pela enorme cúpula visível a larga distância, sobretudo desde a Millennium Bridge (que não existia em 1998) de onde é um regalo tirar fotos, o que dias depois marcou o final da minha viagem.
Mais a Oeste, quando atravessamos a Westminster Bridge, encontramos outro dos símbolos da cidade, provavelmente o mais famoso, o relógio mais conhecido em todo o Mundo, o edifício que por todo o lado tem servido de modelo a outros, a Elizabeth Tower, assim se passou a chamar em 2012 para marcar o Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II. A torre contém o maior relógio de 4 lados do Mundo. Big Ben, apesar de ser assim erradamente chamada a torre, é de facto o nome dado ao seu enorme sino com quase 14 toneladas, cuja melodia que emite dando horas, é famosa em todo o lado. Todos os anos assistimos nas televisões, à entrada no ano novo em Londres, o mesmo horário de Lisboa, marcado pelo toque do Big Ben, na altura em que a outra metade do planeta já se encontra no ano seguinte. Junto à torre (Big Ben) localizam-se as Casas do Parlamento, onde estão instaladas as duas Câmaras do Parlamento do Reino Unido: a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes. Atravessar a Ponte de Westminster, uma das várias que atravessa o Rio Tamisa, e contemplar este monumento e o seu enquadramento na paisagem é o momento mais marcante de uma viagem a Londres. Em 1998 ainda não existia a tal Roda do Milénio, o London Eye, que hoje se tornou outro dos emblemas paisagísticos justificando assim uma ida à margem sul.
Nas imediações do Parlamento, além da Abadia de Westminster, um dos importantes edifícios religiosos, de arquitetura Gótica, onde vários monarcas foram coroados, existem diversos edifícios governamentais, a residência oficial do Primeiro Ministro, atualmente é Boris Johnson, no número 10 da Downing St, uma rua que recentemente se encontra encerrada a pedestres por razões de segurança. Também “The Household Cavalry Museum” onde é possível ver o render dos guardas e até posar com eles à distância.
Trafalgar Sq, a dois passos, uma das praças mais famosas em todo o Mundo, ostentando vários edifícios importantes e no centro a estátua de Nelson, um antigo oficial da Marinha Real Britânica, para muitos, o maior génio em estratégia naval de sempre, que perdeu a vida ao serviço da pátria, na batalha de Trafalgar, levada a cabo no Mar Mediterrâneo, perto do Estreito de Gibraltar, impedindo que Napoleão conseguisse alcançar o domínio sobre o Canal da Mancha e por essa via conquistasse a Inglaterra.
Ir a Londres, é fulcral uma passagem pelo Piccadilly Circus, o cruzamento mais famoso. Um local mágico onde confluem diversas ruas onde de dia é um prazer ver as suas montras e fazer compras, conforme o poderio económico de cada um. De noite com as luzes de néon, o ambiente é encantador, e nas suas imediações com aquelas suas ruas carregadas de vida, sobretudo o Chinatown (Bairro Chinês) com as suas ruas iluminadas com luzes vermelhas que me fizeram sentir novamente na China ao fim de mais de 5 anos! Vermelho, mas em sentido figurado, é o Soho, o bairro associado à “má” vida noturna (e diurna…) mas também cheio de restaurantes de luxo, bares e teatros, ou não se trate de um dos centros nevrálgicos da West End. A zona onde se concentram grande parte dos cerca de 250 teatros da cidade, sendo o equivalente Europeu à Broadway Norte Americana. A West End engloba a Oxford Street, a Mayfair, a Marble Arch, a Leicester Square, e Covent Garden que a limita a este e o Piccadilly Circus que a limita a oeste. A sul é limitada pela Trafalgar Square, e pela Tottenham Court Road a norte. Assistir a um musical da West End é garantia de desfrutar de um espetáculo mundialmente grandioso e carismático. Apesar dos preços serem elevados, comprando com antecedência os bilhetes podemos ficar surpreendidos com as pechinchas que conseguimos encontrar! O Fantasma da Ópera, Os Miseráveis, O Rei Leão, Chicago, são alguns dos famosos musicais em cartaz.
Tive oportunidade de ver ao vivo no Teatro Aldwych o musical “Tina”. Com antecedência superior a um ano, comprando online, consegui garantir um dos 4 bilhetes mais baratos, pela módica quantia de 10 Libras! Era para a última fila, mas via-se relativamente bem, na penúltima fila, não havia muita diferença a não ser nos preços que já eram de 35 Libras! O musical trata da biografia de Tina Turner, desde as suas origens humildes em Nutbush no Tennessee (EUA), os problemas e abusos, nomeadamente de violência doméstica que sofreu durante o casamento com Ike Turner, a forma como ultrapassou todos os obstáculos e se tornou rainha do Rock ‘n’ roll. A história termina quando a sua carreira atinge o apogeu, em 1988, ao cantar no Rio de Janeiro para cerca de 200.000 pessoas no Estádio Maracanã. Tina Turner, agora cidadã Suíça, octogenária, em breve vai retirar-se em definitivo da vida artística. Este musical, que está sendo exibido em várias cidades, vem no seguimento do filme Tina (2021), um documentário sobre a vida da artista que marca o seu final da carreira.
Além dos Musicais, a Ópera é outro dos espetáculos da West End. Londres possui uma das 5 salas de ópera consideradas entre as melhores do Mundo, tendo em conta a sua conceção e acústica, o seu reportório e os artistas habituais, a Ópera Real de Covent Garden. As outras 4 são a Ópera de Viena, o Teatro Scala de Milão, a Ópera Nacional de Paris e o Teatro Colón de Buenos Aires. Os bilhetes mais baratos começam nas 11 Libras, apesar da visibilidade para o palco ser reduzida, é certamente uma oportunidade de conhecer por dentro o edifício e desfrutar de um espetáculo grandioso, mesmo que não sejamos apreciadores. “Sansão e Dalila” estava em exibição quando lá passei, no dia da chegada. Até poderia ter ido e ainda havia bilhetes dos mais baratos, no entanto optei por ir passear de noite pelas ruas por onde não andava há muitos anos…
A Inglaterra é uma Monarquia. “God save the Queen” é a letra do seu hino. A importância que é dada pelo povo aos monarcas é altíssima, à semelhança das Monarquias do Norte da Europa. Ainda recentemente o país parou para prestar homenagem à Rainha Isabel II que comemorou o Jubileu de Platina. O Palácio de Buckinghan é a residência oficial da monarca e da sua corte. Mais distante, em Kensington,separados enormes áreas verdes, como por exemplo o Hyde Park, um enorme local de romaria nos dias de sol, algo que em Londres, uma cidade sombria e com muito nevoeiro, é raro, encontra-se o Palácio de Kensington. É atualmente a residência oficial de outras personalidades ligadas à Monarquia, entre as quais o Duque e a Duquesa de Cambridge: William, o filho de Carlos e Diana, e Kate, sua esposa. Diana, que foi chamada de “Princesa do povo” também ali viveu, na opulência mas não na felicidade, e o seu fim de vida, em Agosto de 1997, foi marcado por uma tragédia, para muitos ainda por explicar. Em 1998 ainda se colocavam flores à porta do Palácio de Kensington. Diana perdeu a vida juntamente com Dodi Al Fayed, em Paris, com quem teria um caso amoroso, fugindo aos paparazzis despistou-se a alta velocidade. Dodi, filho de Mohamed Al Fayed proprietário dos Harrods, uns grandes armazéns de artigos de luxo, situados em Knightsbridge que visitei em 1998 tendo simbolicamente adquirido um saco de pano, azul, com o logotipo “Harrods” bem destacado!
“Kensington and Chelsea”, assim é chamado este distrito (borough) que é tido como a zona mais rica da cidade, onde abundam propriedades de luxo de vários milhões de Libras. Chelsea, o bairro mais “fino” de Londres, também é famoso por sediar um clube de futebol que nas últimas décadas cresceu à custa de muito investimento de um multimilionário Russo, tornando-se uma potência do futebol internacional.
Inglaterra foi onde o futebol nasceu há mais de um século. É o país que neste momento possui o campeonato nacional mais importante e competitivo do Mundo, a Premier League. Mesmo a League One (segunda divisão) tem uma enorme competitividade e é carregada de estrelas. Com muitos clubes históricos, possuidores de palmarés invejáveis, alguns com troféus internacionais, e com muitos adeptos que presenciam os jogos, enchendo estádios, entoando cânticos e vibrando como em mais nenhuma parte do Mundo pode ser visto.
Londres sedia 17 clubes com enorme historial carregado de conquistas e possuidores do seu próprio estádio. Além desses estádios existe o majestoso Wembley, provavelmente o palco mais importante do Mundo. Para visitar esta listagem seriam precisos vários dias e no mínimo uns 400€!
O futebol faz sempre parte das minhas viagens. Já visitei imensos estádios de futebol pelo Mundo fora, já assisti a jogos de futebol, já prestei tributo a Maradona e a outros heróis e até uma ministros do Desporto e da Segurança, já passaram ao meu lado quando visitei a Polónia.
Em 1998 tive oportunidade de visitar o Wembley, o antigo, entretanto demolido dando lugar ao atual, um recinto ultra moderno, e ainda consegui entrar em Stamford Bridge, casa do Chelsea, entretanto remodelada, e ver uns minutos de um jogo do campeonato, contra o Newcastle, sem pagar. Consegui ver o Alan Shearer, a estrela do campeonato, David Beckham e Michael Owen ainda emergiam, Gascoigne começava a entrar em decadência e Cantona já se tinha retirado no ano anterior, vivendo agora em Lisboa e assume ser adepto do Sporting!
Desta vez, estádios de futebol não estiveram na agenda, mas estiveram antigos futebolistas. Tive o prazer de conhecer pessoalmente o Idalécio Rosa. Depois de conversarmos no Facebook na página “Velha Guarda da Bola”, dedicada a antigas glórias, combinamos nos encontrar em Londres, onde ele vive. Um grande centralão com quase 2 metros de altura, que passou pelo nosso campeonato. Jogou no Braga, Rio Ave e Nacional, entre outros clubes. Um enorme prazer ter ido tomar café com tão ilustre personalidade. Atualmente encontra-se fora do mundo do futebol, vivendo no anonimato, com a família, há cerca de dez anos por aqueles lados, construindo uma carreira profissional em diversas áreas ligadas à gestão de equipas no setor da restauração e dos edifícios empresariais. Engraçado, a quem pedimos para tirar a foto, quando me ouviu falar em Benfica, questionou logo se éramos Portugueses. Mal ele imaginava de quem um nós se tratava…
O Idalécio, a viver há tantos anos em Inglaterra, já é “British gentleman” e um cidadão do Mundo e também já se tornou um seguidor dos Amantes de viagens. Benfiquistas, Sportinguistas e Portistas não esquecerão os golos que o Idalécio lhes marcou, como aquele ao Preud’homme na 1ª jornada de 1996/97, ao serviço do Braga, os anos negros do meu clube, no último minuto que nos tirou dois pontos! Os Benfiquistas que não se lembrem, basta pesquisarem no YouTube…
Além de futebol e espetáculos da West End, Londres é uma cidade com uma enorme oferta lúdica e cultural. Possui diversos monumentos, palácios e museus listados entre os melhores e mais visitados do Mundo. Dos cerca de 50 museus e galerias existentes na cidade, existem diversos que são de entrada gratuita desde o ano de 2001, nomeadamente os museus nacionais, no entanto é necessário reservar com antecedência online. Para visitar todos, ou parte desses museus gratuitos de Londres, serão necessários vários dias. Uma visita rápida, que não se torne enfadonha, digamos assim, dura cerca de 3 horas. Em 4 dias que passei em Londres, visitei 6 museus. À semelhança de outros museus que visitei em outros países, tive a oportunidade e o privilégio de ter passado algum tempo junto de algumas das obras de arte mais famosas do Mundo ou de outros artefatos que fizeram História. Não me tornei um “expert” no assunto, mas em todos eles aprendi algo e saí um pouco mais culto e informado do que entrei!
A listagem dos Museus Londrinos que visitei fica assim:
Museu de Cera “Madame Taussaud´s”
Visitei-o em 1998, voltaria de boa vontade, porém os valores exorbitantes dos bilhetes e as outras coisas planeadas na minha agenda, tiraram-me fora essa ideia. Quem pretende visitá-lo pela primeira vez, nem sequer deve pensar duas vezes, pois irá concluir que as libras gastas foram muito bem empregues, e é uma coisa que se faz uma vez na vida!
Museus de cera existem muitos pelo Mundo fora, mesmo com a chancela “Madame Taussaud´s” , mas como este, localizado em Londres, não existe nenhum! Funciona desde 1884.
Tudo começou em 1835 quando Marie Tussaud estabeleceu a sua primeira exposição de figuras de cera em Londres, tal foi o sucesso que até hoje se mantém.
Ali podemos ver de perto figuras de cera que representam à escala real muitos famosos, do mundo das artes, do desporto, da família real, da política e até mesmo criminosos famosos! É também possível viajar através do tempo, a bordo de um dos táxis pretos e reviver a História de Londres.
Guardo para sempre as minhas fotos (na altura de rolo…) com Eric Cantona, Jurgen Klinsmann e Bill Clinton, numa altura em que se falava de uma tal estagiária da Casa Branca chamada Mónica…
Museu de Guerra Imperial
Inaugurado em 1917, este museu de guerra é uma enormidade, sendo considerado como dos melhores a nível mundial. O Reino Unido participou em diversos conflitos na História da Humanidade com destaque para as duas Grandes Guerras. O material bélico lá exposto inclui diverso armamento, destacando-se a artilharia pesada, os tanques, as bombas e até aviões.
Impressionante a forma como se encontram reconstituídas as trincheiras da I Guerra Mundial, que nos transporta no tempo e nos faz reviver como personagem o filme 1917 (2019). Também é impressionante o mural de Saddam Hussein construído com diversos mosaicos, possivelmente trata-se de um troféu de guerra trazido do Iraque aquando da participação do Reino Unido na I Guerra do Golfo nos anos 90. A área dedicada ao Holocausto é arrepiante, sobretudo para quem já visitou locais horríveis como campos de concentração construídos pelos Nazis com vista ao extermínio do seu semelhante.
O Terrorismo e as suas consequências não deixa de estar representado, por exemplo com de peças da estrutura metálica do World Trade Center, recuperadas dos escombros, após os ataques de 11/9/2001. O nascimento e expansão do Comunismo na Europa e pelo Mundo, também é referenciado ou não fizesse parte da História e não tivesse sido implementado em contexto de guerras, revoltas sociais e crises económicas.
A minha “carreira militar” não passou de um dia e meio, fui à inspeção e passei à Reserva territorial, não sou entendido em assuntos bélicos, não tenho conhecimento para tirar o máximo proveito de um museu com estas características, se assim fosse teria de lá passar vários dias, mas posso afirmar que até hoje foi o melhor museu de guerra que visitei. A entrada é gratuita, mas convém marcar online atempadamente.
Apesar da sua localização já ser a alguns quilómetros, deste museu faz parte um anexo, o “Churchill War Rooms” e o Museu de Wiston Churchill. Aqui a entrada custa 29 Libras, que inclui a visita às salas usadas pelo gabinete de guerra comandado pelo Primeiro Ministro, Winston Churchill durante a II Guerra Mundial, que se encontram preservadas e restauradas, por onde se escreveu História. Apesar do custo exorbitante, o que me tirou essa ideia fora, é conveniente reservar atempadamente.
Museu da Força Aérea Real
A RAF-Royal Air Force é a força aérea independente mais antiga do Mundo. Teve papel preponderante em diversos conflitos armados em que o Reino Unido entrou. Este museu aeronáutico expõe ao longo de diversos hangares uma enorme quantidade de máquinas voadoras utilizadas nesses conflitos armados e o seu material bélico. Grande destaque para o hidroavião da II Guerra Mundial, o “Short Sunderland MR5” onde podemos entrar e explorar o seu interior. Os amantes da aviação necessitarão de passar aqui alguns dias, e tirarão certamente bem mais partido do que eu, pois apenas aqui passei 2 horas. Localiza-se em Colindale, na zona 4, acessível de metro, portanto já fora da zona central pelo que há que ter esse fator em conta. A entrada é gratuita, mas convém marcar online atempadamente.
Museu Britânico
Este museu foi fundado em 1753, tendo sido o primeiro museu nacional público do Mundo. É atualmente um dos 5 museus mais visitados a nível mundial e em muitos anos tem sido a atração turística mais visitada a nível nacional. O visitante fica apoderado de um certo sentimento de revolta quando aqui chega. A Inglaterra foi um dos países com colónias pelo Mundo inteiro, à semelhança de Portugal, Espanha ou França. A Inglaterra é uma ilha, Napoleão por exemplo, nunca a conseguiu conquistar, mas ao longo da História, os Ingleses conquistaram muita coisa e muito do que ali se encontra é oriundo dessas conquistas. O seu acervo, que segundo eles, é património da Humanidade, é constituído por cerca de 8 milhões de peças, no entanto apenas uma pequena parte se encontra exposta. Da arte antiga dos 5 continentes, destaco a exposição de múmias do Egito e as Mármores de Elgin que os Gregos reivindicam serem suas, pois pertenciam ao Parthenon, os frisos dos capitéis, levados da Grécia para a Grã-Bretanha em 1806 por Thomas Bruce. Muito material proveniente do Parthenon pode ser visto no Museu da Acrópole em Atenas, onde certamente se verão menos Gregos para visitar, do que os Gregos para recuperarem aquilo que foi deles…
A entrada é gratuita, mas convém marcar online atempadamente. Existem exposições temporárias cuja entrada é paga, cerca de 20 Libras.
Museu de História Natural
Localizado na Exhibition Rd, uma rua que dá acesso a vários museus, em Kensington, é um dos mais visitados do país. À semelhança de outros de igual temática espalhados pelo Mundo, contém uma sala central que alberga um gigantesco esqueleto de um dinossauro. A exposição, com mais de 70 milhões de objetos e espécies relacionadas com o Mundo Natural, aborda a Terra e as diferentes formas de vida que surgiram e evoluíram no nosso planeta. Charles Darwin, um naturalista, geólogo e biólogo é figura central.
Construído em 1880 para receber uma grande coleção de esqueletos, fósseis e plantas que até então formavam parte do Museu Britânico. Ao longo do tempo a coleção do museu foi crescendo e em 1986 absorveu o Museu Geológico, que estava nas redondezas. A exposição de pedras semipreciosas é brutal! Das minhas viagens, as pedras semipreciosas compõem vários souvenirs. Procurei e encontrei entre outras, a rodocrosita da Argentina e o lápis lazúli do Chile que me fizeram reviver a última grande viagem! O museu é excelente, no entanto na minha opinião não supera o de Nova Iorque. A entrada é gratuita, mas convém marcar online atempadamente.
Museu da Ciência
Localizado ao lado do Museu da História Natural, desde 1928, alberga mais de 300 mil objetos que formam as coleções de ciência, tecnologia, indústria e medicina mais completas do Mundo.
Grande destaque para a máquina de vapor de Newcomen (1712), a máquina calculadora de Babbage (1832) e o módulo de comando de Apollo X (1969).
Ao longo dos sete pisos estão expostos carros, aviões, motores, turbomáquinas e diversas invenções que marcaram a História. As áreas desde o início da informática até a evolução da medicina, a história das viagens espaciais e o avanço das telecomunicações são impressionantes.
O museu é excelente, no entanto não me impressionou tanto como o Deutsches Museum que visitei em Munique. A entrada é gratuita, mas convém marcar online atempadamente.
Galeria Nacional
Localizada em Trafalgar sq, este enorme museu de arte expõe cerca de 2300 pinturas que datam de meados do século XIII ao início do século XX. Obras de Rembrandt, Caravaggio, Picasso e Van Gogh são das mais procuradas. Os entendidos em arte necessitarão de passar ali várias semanas. No meu caso foi uma volta rápida pelos corredores. A “Ceia em Emaús”, “David com a cabeça de Golias” e o “Rapaz Mordido por um Lagarto”, são as obras de Caravaggio, expostas. Junto a estas as que vi o ano passado em Malta, “A Decapitação de S. João Baptista” e “São Jerónimo escrevendo” e quem sabe se um dia me sai um automóvel num concurso de televisão! E o que dizer de “Dois caranguejos” de Van Gogh? Só faltava mesmo uma cerveja bem gelada!!!!
A entrada é gratuita, mas convém marcar online atempadamente.
Em relação à gastronomia, afirmar que Inglaterra, e, por conseguinte, os restantes países pertencentes ao Reino Unido, não possuem é consensual e nem sequer é ofensivo. Os Britânicos são os primeiros a reconhecer este facto, sobretudo quando visitam o nosso país, refiro-me àqueles que se interessam por fazer turismo diferente do turismo da bebedeira e dos desacatos…
Nas Ilhas Britânicas a cultura dos pubs é fortíssima. Ao final do dia estão cheios. As pessoas saem do trabalho, pois a vida por lá começa e acaba bem cedo, assim como a vida noturna, e dirigem-se aos pubs! Ao final da tarde é comum a enorme romaria e qualquer turista terá um enorme prazer em fazer o mesmo! O ambiente num pub é descontraído, amistoso e divertido, apesar de muitas marcas de cerveja lá servidas não serem de boa qualidade para os nossos padrões, sem gás e servidas à temperatura ambiente…
O “pint”, que corresponde a 568 ml, é certamente a unidade de medida fora do Sistema Internacional (SI) mais conhecida no Mundo inteiro. Entrar num pub e pedir um “pint” de cerveja à pressão, ou para os mais equilibrados, um “half pint”, é tradicional.
As refeições servidas nos pubs são também as mais tradicionais no Reino Unido. Além do fish and chips (peixe frito com batata frita) há pratos de carne de vaca e de frango. Os bifes, preparados de diversas formas são bastante apreciados em Terras de Sua Majestade, daí os seus habitantes serem por nós alcunhados de “Bifes” e “Bifas”, estas últimas sobretudo no Algarve…
O fish and chips é um prato com reminiscências do século XIX, quando a pesca por arrasto no mar do Norte se desenvolveu, e deste modo tornou-se fácil encontrar um alimento barato e de preparação rápida para a classe operária. Dos vários peixes utilizados nesta iguaria, o bacalhau é um deles, apesar de muitos estabelecimentos de forma fraudulenta usarem peixe panga, proveniente do Vietname, vendendo assim “gato por lebre”.
Dos bifes, experimentei o British steak & ale pie, e o famoso Sunday roast, o típico manjar de almoço Domingueiro. Duas refeições típicas de pubs, o primeiro trata-se de uma torta recheada com bife estufado, leia-se mais molho que carne, servido com batata frita e legumes cozidos, o outro trata-se de bife grelhado acompanhado também de legumes cozidos (mas servidos num prato separado) e Yorkshire pudding que é uma espécie de pão, feito com farinha, ovos e leite, assado em formas de metal, as mesmas que são usadas para fazer queques, untadas com gordura. Os pratos são acompanhados com o molho “chippie sauce” servido numa pequena caneca. Trata-se de um molho castanho escuro, feito com tomate, melaço, tâmaras, maçãs, tamarindo, especiarias, vinagre e por vezes passas.
Em Londres podemos provar especialidades, não só da Europa como de vários cantos do Mundo, Portugal incluído, mesmo em forma de fast food, Asiática em grande escala, sobretudo Indiana e Chinesa, e até mesmo de países que não temos qualquer intenção de visitar, como a Somália por exemplo. Nos mercados, nomeadamente no Borough Market junto à estação de London Bridge, podemos encontrar muitos alimentos frescos, peixe, carne, frutas, até mesmo frutas do Sudeste Asiático como o durian, e também “street food”.
Foi junto ao Borough Market que me encontrei com o André Louçã. O tempo era pouco, pois para ele era dia de trabalho, combinamos no Facebook e aproveitamos a sua hora de almoço para no paredão junto ao Tamisa, com vista para a Catedral de São Paulo desfrutarmos de um mini piquenique, à boa maneira local, típico dos dias solarengos! Ele comeu paella e eu caril de frango. O André é Algarvio, foi meu colega dos tempos em que praticavamos Krav Maga, ali para os lados da Alameda D. Afonso Henriques. Nesse tempo, o André que é cerca de 12 anos mais novo que eu, era um jovem que estudava Engenharia Informática no Instituto Superior Técnico, entretanto formou-se e há cerca de dez anos vive em Londres, onde na sua área já tem uma carreira consolidada e de sucesso. Também adora viajar pelo Mundo, já constituiu família, e o seu filho com pouco tempo de vida já foi por exemplo ao Hawaii. O André há muito que se tornou um British, até no sotaque se nota, mas sobretudo na mentalidade, aberta, tolerante e evoluída, tal como no Norte da Europa, muito diferente da Lusitana mesquinhez e das pessoas invejosas que por cá encontramos em todo o lado!
O André e a filha do Idalécio, que se formou recentemente em psicologia forense, são apenas dois dos muitos jovens altamente qualificados que certamente passarão o resto das suas vidas a viver e trabalhar no estrangeiro, onde poderão auferir um nível salarial condizente com aquilo que estudaram e com a profissão que exercem. E assim Portugal vê passar ao lado a geração mais qualificada de sempre. Só os políticos demagogos afirmam que os jovens e menos jovens, com grandes qualificações, pretendem voltar para Portugal e quem os elege acredita nesse “conto do vigário”!
Em 1998, Londres já era uma cidade extremamente cara, e hoje continua a sê-lo! De todos os locais em que entretanto estive, posso assegurar que nenhum deles a alcançou. No Reino Unido os salários atingem padrões elevados comparativamente aos países do Sul da Europa. Londres tem um custo de vida muito superior às outras cidades e por conseguinte os salários são mais elevados. A título de exemplo, um salário anual de 30 mil Libras é considerado um salário baixo!
Para o turista, o custo das deslocações, os transportes, apesar de muitos percursos no centro da cidade se fazerem caminhando, a alimentação, uma refeição económica facilmente atinge os 25€ , o alojamento, mesmo num dormitório de 6 camas (2 beliches), ronda os 40€/noite, são as maiores parcelas dos seus gastos. Porém é possível no restante fazer umas férias mais em conta. Caminhar pelas ruas por enquanto não se paga, e há muita coisa para ver! A cultura, como referi anteriormente, o facto dos museus nacionais serem gratuitos, e os espetáculos na West End ser possível com antecedência conseguir excelentes preços, são oportunidades que não se devem desperdiçar. Visitar locais onde a entrada é paga, por exemplo museus, palácios e monumentos custa em média de 25 Libras para cima, sendo uma opção de cada um em função do tempo disponível e de quanto pretende gastar.
A Libra é uma moeda mais forte que o Euro e isso influi imenso nos custos de uma estada no Reino Unido, nomeadamente em Londres, a cidade mesmo para os Ingleses é considerada cara! Resta referir que muitos estabelecimentos de restauração e bebidas já não aceitam pagamentos a dinheiro vivo (cash), só dinheiro de plástico (card e contactless). E muitas vezes os pedidos e pagamentos são feitos de forma automática em ecrãs disponíveis, recolhendo-se depois o artigo no balcão, chamando pelo nome, que é introduzido no sistema. Duas novas expressões, “cashless” e “money friendly”, esta última fui eu que inventei! A Pandemia criou novos hábitos na vida das pessoas que vieram para ficar, como o teletrabalho que existe em larga escala, sendo os escritórios utilizados pontualmente para reuniões.
Muito mais há a dizer de Londres. Para isso terei de voltar mais vezes, seja de passagem ou no regresso de outras paragens pelo Mundo fora, ou seja, numa altura em que decida ali passar mais uns dias.
“I LOVE LONDON”
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