Noruega, parte 1: Oslo e Trondheim, prelúdio da minha viagem ao País dos Fiordes
Texto & Fotos de Mário Menezes
Quando assistimos a um espetáculo de ballet, ópera ou mesmo um musical, ele começa com o prelúdio, uma ária em geral, conhecida por todos, que faz a introdução do enredo que se segue. Carmen, as Bodas de Fígaro, La Traviata, Onegin, Tosca, Nikola Šubić Zrinski, o Lago dos Cisnes, o Quebra Nozes ou o Fantasma da ópera são exemplos de excelentes espetáculos que já assisti nas minhas viagens pelo mundo fora. Comparar música com viagens e nomeadamente com viagens pela Noruega não é de todo despropositado. Se observarmos a beleza do país ao som de qualquer peça musical destas, de certeza que nos iremos emocionar ao recordar os dias maravilhosos vividos por aqueles lados. A música fez parte desta minha viagem, pois durante a mesma fiz amizade com alguém intrinsecamente ligado ao mundo do espetáculo. A moça é mesmo uma celebridade e uma querida!
Visitar a Noruega era um dos meus objetivos, por motivos óbvios não estaria previsto para a altura do meu aniversário. Teria de ser num período em que os dias fossem longos e as temperaturas amenas. Aproveitando a altura dos feriados do mês de junho e tendo adquirido a passagem aérea por um bom preço, a escolha de passar 12 dias a viajar pela Noruega não poderia ter sido mais perfeita.
A Noruega é tida como um país do primeiro mundo, limpo, ecológico, com povo civilizado, onde reina a prosperidade, a boa qualidade de vida e acima de tudo é seguro, à semelhança dos seus congéneres do Norte da Europa. É um país que recebe muito bem quem o visita, seja para fins turísticos como para outros relacionados com emprego. As cidades por isso, nomeadamente a capital, é bastante cosmopolita. Dado o crescente número de postos de trabalho criados, não só mas também, pela indústria do petróleo, os altos salários que são praticados (3.000€ é tido como um baixo salário) atraem a emigração de vários pontos do mundo e muitas vezes de pessoas com hábitos muito diferentes do povo norueguês. A Noruega é um país limpo, em tempos era impensável ver lixo ou beatas de cigarros no chão, e hoje isso já não é bem assim.
OSLO
Oslo foi o prelúdio também o epílogo desta viagem maravilhosa de 12 dias no passado mês de junho. Já que falamos de música, posso citar o epílogo do musical Tina que no ano anterior assisti em Londres um tema que se poderá adequar na perfeição a estes dias maravilhosos que passei no País dos Fiordes.
Oslo tem uma excelente oferta cultural, daí a minha escolha em iniciar esta crónica falando de música. O majestoso edifício da Ópera de Oslo, o mais icónico da cidade, localizado na margem do Mar do Norte, junto do Fiorde de Oslo, o tal que certo dia ao pôr do sol inspirou Edvard Munch para pintar a sua obra mais famosa, “O Grito“. Inaugurado em 2008, projetado pelo estúdio de arquitetura Snøhetta revolucionou a arquitetura da cidade, onde abundam muitos edifícios retilíneos um tanto desinteressantes e descaracterizados da maior parte das cidades do país, dos que vemos em postais turísticos. Os milhões do petróleo são investidos na construção civil, e consta-se que o país tem dificuldade em decidir onde investir tanto dinheiro! Talvez por isso se dizia que Oslo era um estaleiro a céu aberto dado o número de modernos edifícios que têm vindo a ser construídos…
A sede da Ópera e do Ballet de Oslo é o principal centro cultural da cidade. Possui um auditório principal, com capacidade para 1.360 pessoas cujo palco está 16 metros sob o nível do mar, e um segundo auditório que pode abrigar aproximadamente 400 pessoas.
Se viajarem para Oslo e pretenderem conhecer o edifício por dentro, e não estiverem dispostos a pagar por um tour, procurem com alguns meses de antecedência, assim que começam a ser vendidos online os bilhetes, sendo os mais baratos 100Kr (NOK-Coroas Norueguesas) fazendo o câmbio, são menos de 10€, para os poucos lugares em pé disponíveis e que permitem assistir a preços simbólicos a enormes produções artísticas. Em pé, lá do alto mas com visibilidade perfeita para o palco, vi a Tosca, grandiosa ópera de Puccini e ouvi emocionadamente a sua mais conhecida ária “Recondita armonia”. O meu “dress code” nesse dia não era o mais indicado, mas como fiz questão de me informar, isso não levantaria qualquer problema! Questões relacionadas com logística de um viajante não me permitiram trajar-me com mais cuidado para um ato tão solene. O meu prelúdio norueguês acabou na Tosca e vestido como um tosco! A seguir ao espetáculo, tinha um comboio noturno para apanhar rumo a Trondheim, não sem antes passar pelo hostel para trazer a bagagem lá guardada.
Engraçado que antes da ópera ainda tive tempo de fazer praia. Ali ao lado é possível, o tempo e temperatura da água, acreditem ou não, eram bem favoráveis. Foi uma ida à ópera precedida de praia, algo sui generis!
Foi com cultura que deixei Oslo para percorrer o país e dias depois, foi com cultura que deixei Oslo para regressar a casa, após visitar o Museu Nacional que entrou na minha lista dos melhores museus que visitei na Europa. Este museu possui a maior coleção de arte da Escandinávia, com mais de 6500 peças, que engloba escultura, arte antiga contemporânea e claro, a pintura de famosos artistas, onde se destaca “O Grito”. Ir a Oslo e não ver o “Grito” é talvez como ir a Paris e não ver a Mona Lisa! A pintura representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero. Trata-se de uma série de 4 pinturas, estando as outras 3 expostas no Museu Munch. A pintura inclusivamente serviu de inspiração à personagem da famosa série de filmes de terror “Scream”. Além desses dois museus de arte, Oslo possui mais museus que despertam o nosso interesse em visitar, como por exemplo o Museu dos Barcos Vikings ou o Museu Marítimo Norueguês, ou não se trate a Noruega do país dos Vikings, um povo sanguinário, tendo a sua Era marcado o primeiro milénio. Os Vikings irromperam pelos mares à conquista da Europa! A Noruega não é um país barato e a entrada nos museus não foge à regra, logo por razões de “tempo e de dinheiro” a minha escolha recaiu somente em ver ao vivo “O Grito”!
Oslo não é de todo um portento de beleza, aliás para a conhecer, nem merece muito tempo lá despendido. Com Estocolmo e Copenhaga à cabeça, no tocante a beleza das capitais Escandinavas, Oslo está no patamar de Helsínquia neste aspeto. Sou um privilegiado pois já visitei lindas cidades pelo mundo fora e por isso sou forçado a colocar Oslo no rol daquelas que considero as menos interessantes o que não significa que Oslo não seja um excelente ponto de passagem para outros locais, sobretudo para partir à descoberta dos Fiordes e de maravilhas da natureza que aquela parte do mundo possui. Oslo perde em beleza para as outras cidades, mas em oferta cultural, minha modesta opinião, supera qualquer uma dessas que referi. E precisarão de lá passar alguns dias se quiserem desfrutar da cidade nesse âmbito. Obviamente quem viaja para a Noruega, não procura cultura, procura sobretudo as belíssimas paisagens naturais, pelo que quer queiramos quer não, Oslo é o parente pobre do país! “Leave Oslo. There is nothing to see! Go north…“, foi um dos comentários que recebi no Facebook, por sinal muito elucidativo…
A cidade possui modernos meios de transporte onde se incluem autocarros, metropolitano, elétricos rápidos e carreiras de barco para as ilhas. Estas últimas necessitam de vários dias para serem exploradas e são de uma beleza e paz extraordinárias, com planícies verdejantes (no Verão) a contratarem com o azul do mar que as cerca. Utøya entrou para a ribalta pelos piores motivos, em 2011 com uma carnificina de motivações xenófobas e radicais, levada a cabo por um delinquente, é uma das 40 ilhas que existem nos limites da cidade de Oslo. Langøyene é uma das outras, e foi a minha escolha para um fim de tarde na praia. No Verão, com dias longos, a altura onde o sol se põe perto das 23 horas e as noites são curtas e em lusco-fusco, é tradicional as famílias comprarem braseiros e se deslocarem para as ilhas para fazerem churrascos. A água do mar não é mais fria que no Algarve, talvez até seja menos que em alguns dias de Verão no Algarve, mas é muito menos salgada! O primeiro dia passado na Noruega, foi um dos três que teve ida à praia com sol e mar, quem diria!
Junto da Estação central, encontramos uma praça com modernos edifícios, onde salta à vista o Tigre que é o símbolo de Oslo, sendo por isso um dos locais mais fotografados. Foi oferecido pela Eiendomsspar, uma companhia do ramo imobiliário, no ano 2000, para celebrar o milésimo aniversário da cidade. A obra é da autoria da artista Elena Engelsen. Oslo é conhecida como a Cidade do Tigre, desde 1870, quando o poeta norueguês Bjørnstjerne Bjørnson, no seu poema “Sidste Sang” descreveu uma luta entre um cavalo e um tigre. O tigre representa a cidade perigosa e o cavalo o campo seguro. Quem chega a Oslo o encontrará e quem parte fará sempre questão de se despedir dele. Não deixei de o fazer quando parti de Oslo à descoberta da Noruega e quando parti de Oslo no regresso a casa! E quando regressei a Oslo após concluir o meu tour, fiz questão de dar um grande abraço no Tigre!
O centro da cidade percorre-se facilmente caminhando, por lá se situam muitas das atrações turísticas principais. Destaco as que visitei e que são gratuitas:
O Forte de Akershus, é uma fortaleza localizada junto ao mar, com vista para a cidade e para o Fiorde de Oslo, logo com uma posição estratégica no domínio e controlo da cidade. Ao longo dos anos funcionou como prisão albergando criminosos e presos políticos. Durante a II Guerra Mundial e no seu final, ali foram levadas a cabo execuções. Atualmente, é um edifício com interesses militares, sendo também usado em eventos oficiais.
A Rådhuset, assim é chamada a Câmara Municipal. Projetada pelos arquitetos Arnstein Arneberg e Magnus Poulsson, abriga o conselho e a administração da cidade e várias outras organizações municipais. Os trabalhos de construção ocorreram entre 1931 e 1950, sendo interrompidos durante a II Guerra Mundial. Destaca-se pelos tijolos vermelhos nas fachadas, pela sua volumetria e pelas suas duas torres, uma com 63 metros e outra com 66 metros de altura. A torre oriental possui um carrilhão com 49 sinos, sendo o seu interior utilizado para eventos e cerimónias, com destaque para a do Prémio Nobel da Paz, que acontece nos meses de dezembro. Na visita ao interior, podemos observar as paredes do hall principal decoradas com murais que relatam cenas relacionadas com a história e cultura do país, e também da II Guerra Mundial. Podemos visitar a sala da Câmara do Conselho e outras salas onde existe inclusivamente uma pintura de Edvard Munch, a Sala Munch. Ao subir a escadaria deparamos com uma vista para o Fiorde de Oslo.
A Domkirke, a catedral, também chamada de Igreja de Nosso Salvador, é um templo de estilo barroco construído na segunda metade do século XVII. No interior destacam-se os vitrais e os murais dos tetos, no exterior, junto da mesma existe um cemitério histórico, onde estão sepultados restos mortais de importantes personagens da história da cidade.
O Palácio Real com os seus jardins que podemos percorrer, localizado no cimo de uma pequena colina, a curta distância do Storting, o Parlamento Norueguês e também da Universidade da Oslo.
Passeando por Oslo encontramos muitas estátuas e mais afastado do centro, encontramos o Vigeland Park, o famoso Parque das Estátuas com mais de 200 esculturas que mostram figuras humanas capazes de transmitir diversos estados de ânimo em diferentes momentos da vida, sendo um verdadeiro museu ao ar livre. Podemos passear gratuitamente, pelos seus cerca de 32 hectares, onde sobressai a Grande Fonte de Bronze, composta por seis gigantes que seguram uma vasilha de onde surge a água, e uma ponte de granito decorada por 48 figuras de bronze, e também o Sinntaggen (Menino zangado), uma das figuras mais controversas. Trata-se de uma criança que está a chorar com a boca aberta enquanto esperneia. A pobre estátua já sofreu atos de vandalismo…
Trondheim foi o destino seguinte!
TRONDHEIM
A pequena e bonita cidade de Trondheim, fica localizada junto ao Fiorde de Trondheim, no centro do país, a cerca de 500 Km a norte de Oslo, de onde cheguei num comboio noturno, ainda de madrugada. Já o sol raiava há algumas horas, mas as ruas estavam vazias e ouviam-se os pássaros a chilrear! Deixei a bagagem na estação central à chegada, passei uma parte do dia (naquelas latitudes, nessa altura do ano, à meia-noite ainda é dia) a percorrer as ruas da cidade, e fui para o hotel descansar, coisa que o corpo já pedia. O hotel que escolhi, localiza-se em Stjørdal, a cerca de 30 Km de Trondheim, acessível de comboio suburbano, e nas proximidades do aeroporto que serve a cidade. Trondheim foi o ponto de passagem para chegar a Tromso, para onde voei no dia seguinte.
O Fiorde de Trondheim e a região envolvente podem ser observados do alto da colina onde se situa a Fortaleza de Kristiansten, uma antiga estrutura defensiva construída entre 1682 e 1684 no âmbito da reconstrução da cidade após um incêndio sofrido em 1682.
Não obstante se tratar de uma cidade bastante antiga, fundada no ano de 997, pertencente a uma região habitada há milhares de anos, onde existem pinturas rupestres, e ter sido capital da Noruega de 1030 até 1217, e atualmente ser a terceira maior cidade do país, a primeira vez que ouvi falar em Trondheim foi já idade adulta, e por causa do futebol!
O Rosenborg Ballklub, ali sediado, é o clube mais titulado da Noruega e muito provavelmente o mais conhecido. Os nomes de Trondheim e Rosenborg saltaram para a ribalta em finais dos anos 1990 pela via do desporto rei. O Rosenborg, sendo um outsider, fez excelentes participações na Champions League, onde era um dos habituais nas fases de grupos, em finais do século passado e início do presente. Era um osso duro de roer, pois além da equipa da casa ser muito aguerrida e com jogadores de qualidade, a viagem para a maioria dos adversários era longa e Trondheim nessa altura do ano é gelada, nevosa e escura, quase não existindo luz solar. Muito diferente da que encontrei em junho.
O Estádio Lerkendal é um dos que me engrandece o palmarés e visitá-lo era um desejo antigo!
Certo dia, ainda não se usavam muito os telemóveis, numa escola em Móstoles, cidade dos arredores de Madrid, o diretor interrompeu uma aula de desenho e disse a um aluno: “Iker, é urgente. Tu tens de ir já para a Noruega”. O rapaz ainda teve tempo de ir a casa trocar de roupa e falar com os pais e de lá apanhou um táxi para o Aeroporto de Barajas, onde embarcou com as estrelas ) da companhia: Roberto Carlos, Hierro, Morientes, Raul, Seedorf, Davor Šuker ou Predrag Mijatović, entre outras. O Secretário deve ter ficado em terra…O resto é história! Foi assim que Iker Casillas se estreou internacionalmente, em 1997, tinha apenas 16 anos e foi suplente não utilizado. Santiago Canizares foi titular, mas o Real Madrid perdeu 2-0. Viria, contudo, a sagrar-se campeão Europeu nessa época.
Nesse dia o ainda desconhecido Casillas brilhou no banco, mas no relvado do Lerkendal com a camisola do Rosenborg, já brilharam nomes como Sigurd Rushfeldt, o tal que o Benfica contratou em 1999 mas só vestiu a camisola encarnada na sala de imprensa quando foi apresentado, o dinheiro para o pagar não apareceu e o mesmo rumou ao Racing Santander. John Carew, que brilhou no Valéncia e na Premier League e atualmente é ator. Azar Karadas que vestiu o manto sagrado e foi campeão nacional em 2005, e depois nunca mais se ouviu falar dele. Mais recentemente Casper Tengstedt foi contratado pelo Benfica ao Rosenborg, tendo deixado muitas saudades por lá.
O estádio situa-se no bairro de Lerkendal, um bairro moderno, a cerca de 2Km do centro da cidade. Possui cerca de 21.000 lugares e é por isso o segundo maior do país. Foi inaugurado em 1947, sendo inicialmente um complexo construído com bancadas em madeira, material de construção de casas que é tradicional por estas paragens. Ao longo dos anos sofreu remodelações, fruto dos lucros das vendas de jogadores e dos milhões oriundos das participações na Champions League. Por isso, em 2016 foi palco da final da Supertaça Europeia, ganha pelo Real Madrid perante o Sevilha.
Na entrada é impossível não reparar na Estátua de Nils Arne Eggen, que foi jogador e mais tarde treinador, sendo reconhecido como o de maior sucesso, pelos títulos de campeão nacional que conquistou e pelas boas presenças na Champions League. O homem deve ter levado o nome de Trondheim a todo o lado, a mim também! Infelizmente já partiu para a eternidade, mas deixou obra feita e até me fez ir conhecer Trondheim!
O Lerkendal ostenta o título de estádio mais a norte que visitei, e nessa visita tive a sorte de tirar uma selfie com jogadores do plantel do Rosenborg, da época de 2022/23, que ainda decorria. Interessante que nesse dia jogava-se a final da Champions League de 2023, e exatamente um ano antes tinha estado em Londres, com o Idalécio, um centralão que brilhou nos nossos relvados! Futebol não é cultura, mas as minhas viagens são muito em seu torno!
A Cidade e a sua região, tem muito mais para oferecer do que futebol. Em poucas horas explora-se facilmente o seu centro. Passear pelas suas ruas, pelas margens do Rio Nidelva que atravessa a cidade e pelos seus jardins, não deixa de nos encantar, sobretudo porque deixamos para trás Oslo, e encontramos finalmente uma cidade com traços característicos das do Norte da Europa. Das várias pontes que atravessam o Rio Nidelva, destaca-se a Gamle bybro, a Ponte da Cidade Velha, local de grande passagem durante o dia, mas tive a sorte de a encontrar vazia pelas 7 da manhã.
A Catedral de Nidaros é o edifício mais emblemático de Trondheim, que em tempos foi chamada de Nidaros, sendo considerada como a igreja mais importante do país, tendo ao longo dos anos sido palco de eventos e cerimónias reais como coroações e casamentos. A sua construção durou cerca de 200 anos e teve início no ano de 1031, após a morte do Rei Olavo II e por altura da sua santificação, substituindo um pequeno santuário de madeira erigido no local onde o rei havia sido sepultado. O santuário foi ponto de grande romaria, tendo atraído muitos peregrinos, pois o local é considerado sagrado, devido aos milagres atribuídos a Santo Olavo, patrono da Noruega. Ali mesmo existe o Quilómetro Zero, que marca o ponto de destino das rotas desses peregrinos.
Desde a Catedral de Nidaros facilmente se acede ao coração de Trondheim, à Torvet, uma praça central dominada pela Estátua de Olav Tryggvason, o fundador da cidade. Ao caminharmos nessa direção afastada da zona ribeirinha, podemos encontrar o Kunstmuseum, um museu de arte, o Stiftsgården que é uma das residências oficiais dos Monarcas, a Kommunen, que é a Câmara Municipal e a Igreja de Nossa Senhora por exemplo.
Tromso foi o destino seguinte!
Comer e beber
O custo da alimentação na Noruega é o maior entrave a quem visita o país e representa uma enormíssima fatia do nosso orçamento. Mesmo a comida rápida não é barata, e quanto a bebidas alcoólicas, preparem-se para desembolsar cerca de 100kr por uma imperial!
Por exemplo, uma refeição com um menu no Burger King ronda os 20€. Donner kebab, pizzas e os cachorros do 7-Eleven foram o meu manjar quase diário. Estes últimos começam nos 5€! Mesmo ir ao supermercado temos garantida uma conta grande na caixa, por exemplo, em Oslo, por uma garrafa de água de 1,5 l paguei cerca de 3,5€. Passar tanto tempo alimentado com estas coisas fez com que o melhor bacalhau à Bráz, que fora de casa, comi na vida, foi ao almoço, no dia seguinte ao meu regresso, no refeitório onde vou regularmente durante a semana laboral.
À Noruega todos associamos o bacalhau que é rei nas nossas mesas. Bacalhau é o nome comum de cerca de 60 espécies migratórias do género “Gadus”, pertencente à família “Gadidae”. O bacalhau original, o tal que conhecemos, é da espécie “Gadus morhua” sendo encontrado por aqueles mares frios do norte da Europa. É geralmente de tamanho pequeno, embora alguns exemplares possam atingir os 100 kg de peso e quase dois metros de comprimento. No país do bacalhau, o mesmo atinge preços exorbitantes, um simples rabo de bacalhau na peixaria custa cerca de 10€!
O salmão também não foge à regra, a Noruega é o maior seu maior produtor mundial, sendo este peixe ali criado, apreciado nos quatro cantos do mundo.
Nestas cidades, posso dizer que tipicamente norueguês, provei a elgpølse, a chamadas salsicha de alce pois contem esta carne na sua composição e o fritert fisk med fries é assim que se chama ao peixe frito, o bacalhau, com batata frita.
Souvenirs
O Troll é o souvenir tradicional. Trata-se de uma criatura mítica com poderes humanos, podendo aparecer tanto sob a forma de um gigante horrendo como na forma de pequena criatura. Diz-se que habita nas florestas e nas montanhas, em cavernas ou grutas subterrâneas, possui cauda como os animais, sendo também maldoso e estúpido. Na literatura nórdica o troll aparece em diversas formas, a mais conhecida com orelhas e nariz enormes, sendo-lhe atribuídas características, tais como a sua transformação em pedra quando exposto à luz solar, e ainda a sua perda de poder ao ouvir o badalar de sinos das igrejas.
Voos
A TAP voa diretamente de Lisboa para Oslo. A viagem dura cerca de 4 horas. Com antecedência é possível adquirir voos a preços interessantes. A minha viagem foi comprada em dezembro de 2022. Ida e volta por cerca de 200€, apenas com bagagem de cabine.
Transfer do aeroporto para o centro de Oslo
O Aeroporto Gardermoen, o qual é servido pela TAP, localiza-se a cerca de 50 Km da cidade, sendo acessível de comboio.
Após aterrarmos, a forma mais económica de viajar para Oslo é de comboio suburbano, que termina a marcha na estação central, efetuando várias paragens intermédias. Há, contudo, um serviço de comboios Flytoget mais caro, sendo considerada a única linha de alta velocidade do país, atingindo 210Km/h.
Transportes públicos em Oslo
A companhia Ruter opera na cidade. É necessário instalar a aplicação, existente gratuitamente na play Store, no smartphone e com ela através do cartão de crédito, adquirir os bilhetes, que são gerados num código QR.
Viagens de comboio pela Noruega
A plataforma Vy, permite a marcação de viagens de comboio de longo curso e também nos suburbanos, nomeadamente de e para os aeroportos de Oslo e Trondheim.
Os comboios noturnos são limpos, seguros e confortáveis, sendo possível encontrar preços em conta com antecedência, chegar cedo aos locais e não pagar estadas em hotéis.
Viagem de Oslo para Trondheim, de comboio noturno, em 2º classe paguei 205kr, marcada em março de 2023.
Voos internos
A Widerøe, uma companhia aérea regional, proporciona viagens pelo país. Com antecedência conseguem-se preços em conta.
Voo de Trondheim para Tromso, 1107kr, marcado em Janeiro de 2023.
Alojamento
A Noruega não é um país barato, no entanto é possível encontrar alojamento em conta. Dormindo em quartos partilhados, por exemplo, por algumas noites, não é mau de todo, e com um orçamento médio de 40€ conseguem-se encontrar muitas opções.
Oslo encontra-se entre as cidades mais caras do Mundo. O alojamento atinge preços exorbitantes, porém é possível encontrar alojamento económico, em hostel, nesse sistema de quarto partilhado e WC coletivo. Recomendo o Anker Hostel. Localizado a curta distância do centro da cidade, bom serviço e staff atencioso.
Paguei por uma noite cerca de 32€ .
Em Oslo apenas dormi uma noite. O tempo que despendi para visitar a cidade foi a tarde do dia da chegada, todo o dia seguinte, e a manhã do último dia passado na Noruega, no regresso de Stavanger.
Em Trondheim não é fácil encontrar alojamento económico. Dado no dia seguinte ir viajar para Tromso de avião, a minha escolha recaiu no
Sure Hotel by Best Western Trondheim Airport que se localiza a cerca de 2 Km do centro de Stjørdal, nas proximidades do aeroporto.
O centro de Stjørdal é acessível de comboio desde Trondheim, cerca de 35 Km, e de autocarro desde o aeroporto, cerca de 4 km. Uma noite, em quarto individual, com wc privativo e com pequeno almoço buffet, paguei 671,24kr, que pode ser tido como um preço excelente.
Produtos de primeira necessidade de fácil esquecimento
Na Noruega não há “Lojas do Chinês”, pelo menos eu não as consegui encontrar. Os artigos que eventualmente nos possamos esquecer de colocar na bagagem e lá tenhamos de adquirir, são caros pois só praticamente só encontramos marcas de renome. Paguei caro os esquecimentos:
– Um par de chinelos de banho, os mais baratos que encontrei, marca Adidas, cerca de 20€
– Um cabo de carregamento do smartphone, cerca de 20€
– Um guarda-chuva, de marca Samsonite, cerca de 30€
Fica o registo que na Noruega nós, cidadãos da União Europeia podemos usar o sistema “fax free”, e no respetivo balcão no aeroporto podemos receber o que pagamos de IVA.
Reservas (click):
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