ALGUNS DOS MELHORES MUSEUS PELO MUNDO
Texto & Fotos de Mário Menezes
Museus são dos locais mais conhecidos dos países, sendo por isso muito procurados e bastante concorridos pelos viajantes dos quatro cantos do Mundo. Muitos deles, para não dizer a esmagadora maioria, visita-os independentemente de serem ou não “experts” em arte ou em qualquer outra área. Posar junto das mais célebres obras de arte ou outros objetos expostos, é um ritual de qualquer viajante. Publicar nas redes sociais, também é tradição.
Museus grandiosos, não só de arte, existem pelo Mundo fora. Temas como guerra, ciência, tecnologia, desporto, vinho, cerveja, ou mesmo aparentemente tão estranhos como casas de banho…
Dos diversos países que visitei, tive a oportunidade e o privilégio de ter entrado e passado algum tempo junto de algumas das obras de arte mais famosas do Mundo ou de outros artefatos que fizeram História. Em todos eles aprendi algo e saí um pouco mais culto e informado do que entrei!
Aqui segue uma lista, de alguns dos museus que visitei ao longo da minha vida de viajante, os que considero como os mais importantes, agrupados por cada tema, e cuja visita recomendo vivamente:
Museu Hermitage – São Petersburgo – Rússia
Depois de visitar o Hermitage, qualquer museu de arte é apenas mais um museu. E no capítulo da arte, ali há tudo o que possamos imaginar. O museu contém a maior galeria de quadros do Mundo. Por exemplo, Da Vinci, Van Gogh, Rembrandt, Picasso, Caravaggio estão por lá. O Hermitage rivaliza com o Louvre como o maior museu do Mundo. Ele ocupa parte daquele que foi o Palácio de Inverno, residência oficial dos Czares quase ininterruptamente desde sua construção até a queda da monarquia Russa.
Com cerca de 20 km de corredores, um deles foi copiado centímetro por centímetro de um existente no Museu do Vaticano, e imponentes escadarias, constituindo só por isso uma atração. Mesmo que não possuísse espólio visitá-lo seria na mesma uma coisa extraordinária. O edifício em si, é uma obra de arte, por dentro e por fora. Rivaliza com o Palácio de Versailles, sendo considerado, até pelos próprios pelos Franceses, como mais imponente e muito superior! Cada sala é diferente das demais. O espólio que além de pintura, é composto por escultura, arte egípcia e muito mais. Se despendermos 30 segundos a cada peça exposta, alguém fez as contas, seriam necessários 8 anos para ver tudo!
A História da Rússia está ligada à arte. Os Czares adquiriram uma infinidade de obras de arte ao ocidente. A Revolução Bolchevique acabou com a Monarquia, transformou aquele Palácio num museu para que o povo pudesse desfrutar das obras de arte exclusivas dos Czares. Os Bolcheviques irromperam pelo Palácio de Inverno, mas protegeram as obras de arte do saque. Mais tarde, Stalin, para pagar os custos do investimento na industrialização do país, criou uma comissão de avaliação, e teve de vender algumas a outros países. Durante a II Guerra Mundial, a cidade de São Petersburgo (Leningrado na altura) foi cercada pelos Nazis, muitas das obras de arte foram levadas secretamente para os Montes Urais, por forma a ficarem seguras de um possível saque.
A pintura “Danaë” de Rembrandt é tida como a mais importante do museu. Tal como a “Mona Lisa” é para o Louvre. Um quadro com história e histórico! Já foi alvo de uma tentativa de destruição, um cidadão Lituano, no tempo da URSS. Jogou-lhe ácido e começou a cortá-lo. Foi imediatamente preso, mas com a “Perestroika” acabou por ser libertado. Deve ter sido recebido na Lituânia como um herói nacional, pois aquele gesto foi de revolta contra o domínio Russo, tentando destruir a obra de arte mais importante do país! A reparação da obra levou cerca de 12 anos.
Se quiserem ver ao vivo a Danaë, terão mesmo de ir a São Petersburgo pois a obra está legalmente impedida de sair do país!
Museu do Louvre – Paris – França
O Louvre tem a mesma ordem de grandeza do Hermitage. Há compêndios que afirmam que é o maior museu do Mundo, outros que o colocam em segundo lugar. Mas é certamente o museu mais visitado do Mundo! Paris é a capital do turismo. Anualmente, milhões de visitantes percorrem os seus corredores para tirarem uma foto com a “Mona Lisa”, provavelmente a obra de arte mais valiosa do Mundo, apesar das suas pequenas dimensões desiludirem! Os próprios Franceses dizem isso! O seu valor é incalculável e somente é possível observá-la de um perímetro a vários metros de distância. Encontra-se protegida por um vidro numa instalação de alta segurança. Além da “Mona Lisa”, a Vénus de Milo, uma das mais famosas esculturas da Grécia e os Apartamentos de Napoleão são os pontos mais concorridos, mas para aceder aos mesmos é necessário percorrer muitos corredores e diversas salas onde se expõem obras de arte importantes.
Durante a II Guerra Mundial, com Ocupação Nazi em Paris, em 1939, quase todas as obras foram retiradas do Louvre e levadas para o Vale de Loire.
O Louvre é um indubitavelmente um grande museu, mas depois de visitarmos o Hermitage, sentimos que se trata apenas de um museu grande!
Rijksmuseum – Amesterdão – Países Baixos
Os Países Baixos deram ao Mundo vários artistas, por isso Amesterdão é um paraíso cultural. Na Praça dos Museus o edifício do “Rijksmuseum” destaca-se.
Um museu de arte, onde sobressaem as obras de Johannes Vermeer, Rembrandt e Frans Hals. É o museu mais visitado dos Países Baixos. Mesmo que queiramos fazê-lo em passo de corrida, é necessário lá passar algumas horas. “A Ronda Noturna (De Nachtwacht) de Rembrandt e a “Batalha de Waterloo” de Jan Willem Pieneman, que se destaca pelas suas dimensões pouco comuns, mais de 5 metros de altura por mais de 8 metros de comprimento, constando-se que é o quadro com maior área no Mundo, são as obras mais procuradas.
MUSEU BRITÂNICO – LONDRES – INGLATERRA
Este museu foi fundado em 1753, tendo sido o primeiro museu nacional público do Mundo. É atualmente um dos 5 museus mais visitados no Mundo e em muitos anos tem sido a atração turística mais visitada no país. O visitante fica apoderado de um certo sentimento de revolta quando aqui chega. A Inglaterra foi um dos países com colónias pelo Mundo inteiro, à semelhança de Portugal, Espanha ou França. A Inglaterra é uma ilha, Napoleão por exemplo, nunca a conseguiu conquistar, mas ao longo da História, os Ingleses conquistaram muita coisa e muito do que ali se encontra é oriundo dessas conquistas. O seu acervo, que segundo eles, é património da Humanidade, é constituído por cerca de 8 milhões de peças, no entanto apenas uma pequena parte está exposta. Da arte antiga dos 5 continentes, destaco a exposição de múmias do Egito e as Mármores de Elgin que os Gregos reivindicam serem suas, pois pertenciam ao Parthenon, os frisos dos capitéis, levados da Grécia para a Grã-Bretanha em 1806 por Thomas Bruce.
Depois de visitar este museu deixo uma pergunta aos Historiadores: se Portugal já foi um dos “donos do Mundo”, então onde para o nosso espólio? Porque não temos nada para mostrar num museu deste género?
A entrada é gratuita, mas convém marcar online atempadamente.
MUSEU NACIONAL DO FUTEBOL – MANCHESTER – INGLATERRA
Um amante do desporto rei não pode deixar de visitar este museu direcionado sobretudo para o futebol britânico, masculino e também o feminino não foi esquecido.
O futebol nasceu em Inglaterra no século XIX. O país possui provavelmente a melhor Liga do mundo, a “Premier League” e uma seleção nacional que se encontra entre as melhores, no entanto esta última tem falhado grandes conquistas em momentos decisivos: em 1986 pela Mão de Deus de Maradona ficou pelo caminho nos 1/4 final desse campeonato do mundo, no Euro 2020 na final perante a Itália e no Euro 1996 nas meias finais perante a Alemanha, competições que organizou perdeu nos penaltys. Portugal no Euro 2004 e Mundial 2006 também os bateu dessa forma em fases a eliminar e mesmo em 1986 com “Saltillo” pelo meio, começamos a participação nesse torneio com uma vitória perante eles. Contudo, sagrou-se campeã do Mundo em 1966 com muita polémica à mistura. Organizara a competição, Portugal com Eusébio, era um fortíssimo candidato à vitória final, conseguiram mudar de Liverpool para Wembley esse jogo da meia final, acabando aí com o sonho Lusitano e fazendo chorar Eusébio. Na final, após prolongamento venceram por 4-2 a Alemanha (Federal) à custa de um golo que ainda acreditamos que a bola não transpôs na totalidade a linha de golo! Com um “hat trick”, que inclui também esse “pseudo golo” que acabou por valer, Geoff Hurst, virou herói nacional. A bola desse jogo, a camisola de Hurst e uma réplica, pois o original foi roubado e nunca foi encontrado, do troféu de campeão do Mundo, na altura chamada de Taça Jules Rimet, modelo diferente do atual, encontram-se expostos, sendo grandioso para qualquer adepto de futebol posar com tais relíquias! Gordon Banks, George Cohen, Ray Wilson, Bobby Moore, e os irmãos Charlton (Jack e Bobby) faziam parte desse “dream team”, não faltando referências a eles pela exposição, assim como a tantas outras estrelas, incluindo as cadentes como Paul Gascoigne ou George Best, e outras que viraram comentadores desportivos, como Gary Lineker, com o qual podemos fazer experiências interativas. Diversas taças, camisolas, bonecos (também havia por lá o “Contra Informação”) e até mesmo o Mini que George Best adquiriu antes de ficar impedido de conduzir devido ao seu estado de embriaguês crónico. Tudo isto e muito mais pode ser visto pelos diversos pisos do edifício que também é uma atração turística do coração da cidade, possuindo inclusivamente um funicular no seu interior.
Museu Nacional da China – Pequim – China
País gigantesco com uma História milenar. É um dos países mais visitados em todo o Mundo, porém a maior parte dos seus turistas são internos. O país está preparado para avalanches de turistas, com infraestruturas largas e modernas. Dos seus cerca de 1.500 milhões de habitantes, cerca de 400 milhões constituem a classe média, aquela que tem capacidade económica para viajar, uma população praticamente igual a toda a população da União Europeia.
A Ásia não prima pelos museus, mas a China contraria essa tendência. O Museu Nacional da China localiza-se no lado Oeste da Grandiosa Praça Tiananmen em Pequim. Trata-se do segundo museu mais visitado do Mundo e segundo muitos compêndios é o terceiro maior. A exposição é composta por cerca de 1 milhão de artefatos desde o Neolítico, aos nossos dias, passando pelas guerras e revoluções, pelos imperadores e pelo Comunismo, como não poderia deixar de ser. A pintura, “Nascer da Nova China”, de quase 5 metros de altura e 17 metros de largura, com a imagem dos 63 membros fundadores do Partido Comunista Chinês encabeçados por Mao Tse Tung, sobressai. Quase duas vezes mais larga, mas ligeiramente menos alta, que a célebre pintura “A Batalha de Waterloo” que se encontra no Rijksmuseum de Amsterdão.
O dinheiro, por exemplo, na forma como o conhecemos em circulação, julga-se que foi inventado na China, os Chineses pelo menos fazem crer isso ao Mundo, e podemos ali ver expostas imensas moedas da época, algumas furadas para que pudessem ser guardadas num colar.
Qualquer Português sentirá um enorme orgulho nacional ao ver o seu país lá representado. Macau foi território Português até 1999.
A visita é gratuita, à semelhança dos Museus Estatais na China. Mas cheguem cedo pois tanto para aceder à Praça Tiananmen como ao interior do museu, é necessário passar por controlos de segurança que poderão ser prolongados.
MET – Museu Metropolitano de Arte – Nova Iorque – EUA
Os EUA são um país com uma História recente, muitos dizem que é um “país sem História” e que os Americanos não primam pela cultura, mas Nova Iorque é uma cidade com enorme oferta cultural. Ópera, Musicais da Broadway, concertos, galerias de arte e museus.
Localizado em Central Park, o MET é um dos maiores museus do Mundo e encontra-se entre os 5 museus mais visitados.
Destaca-se na coleção, a pintura europeia dos séculos XII-XX e diversas obras da arte antiga Grega, Romana, Egípcia e Oriental. Duas das suas salas são dedicadas a pinturas e esculturas de artistas Norte Americanos. Existem também secções dedicadas a instrumentos musicais, armas e indumentárias.
Parte da ação do filme “O Pintassilgo” é passada aqui.
Museu do Vaticano – Vaticano
O Vaticano é a nação mais pequena do Mundo, mas é das mais ricas. O Museu do Vaticano é um dos maiores do Mundo e encontra-se entre os 5 mais visitados. O objetivo principal dos visitantes que percorrem aqueles enormes corredores em passo acelerado, é acederem à Capela Sistina, cujos tetos pintados por Michelangelo, “O juízo final”, que representam a sua visão do Juízo Final a que a Bíblia se refere, são o ponto alto da visita.
A Capela Sistina é um local único à face da Terra, ao pé dela tudo o que possamos ver no Museu é o parente pobre e nenhum visitante está minimamente motivado para isso, dada a grandeza e o carisma da mesma, ao lado tudo é ofuscado. Ali é realizado o “conclave”, um ritual com cerca de 8 séculos, que acontece após a renúncia ou a morte de um Papa, na Igreja Católica Apostólica Romana. O Colégio dos Cardeais reúne-se ali dentro para uma votação secreta, e assim escolher o novo líder. No final da votação, não chegando a um acordo, os votos são queimados juntamente com determinados produtos químicos, e através de uma chaminé lá colocada, é emitido fumo negro para a Praça de São Pedro. Quando chegam a um acordo, é emitido fumo branco e é proclamado “Habemus Papam” sendo assim eleito o novo líder que irá em seguida dirigir-se à multidão espalhada pela Praça de São Pedro para dar a sua primeira bênção.
O museu é famoso pelos seus tetos de ouro e pelos seus enormes corredores. Diego Maradona , em tempos, foi recebido pelo Papa João Paulo II e referiu-se a esses tetos de ouro, que o Papa os vendesse e com o dinheiro matasse a fome às crianças pelo Mundo fora, que nas suas pregações papais citava recorrentemente a sua enorme preocupação e tristeza.
O Museu do Vaticano, abriga uma enorme e valiosa coleção de arte e antiguidades, pintura e escultura dos “4 cantos do Mundo” colecionadas ao longo dos séculos pela Igreja Católica. Quer queiramos, quer não, a “Igreja” é o maior negócio da História da Humanidade.
Museu do Prado – Madrid – Espanha
Devido às suas praias, Espanha tem sido um dos países mais visitados do Mundo. Madrid há cerca de 25 anos era o “parente pobre”. O facto de se situar longe do mar, fê-la viver “na sombra” de Barcelona, a outra grande cidade. Madrid, é hoje uma das cidades mais visitadas da Europa, com muitos turistas durante todo o ano. Possui uma enorme oferta cultural, com museus, catedrais, palácios, ópera, tourada, futebol e espetáculos musicais ao estilo da Broadway. A série “La casa de papel” colocou em definitivo Madrid na ribalta.
O Museu do Prado é um dos maiores e mais importantes museus do Mundo. É um museu de arte, possui a coleção de pintura Espanhola mais completa dos séculos XI ao XVIII, e muitas das obras primas de grandes pintores, nomeadamente El Greco, Velázquez, Goya, El Bosco, Ticiano, Van Dyck ou Rembrandt.
A tauromaquia não deixa de estar representada em muitas obras expostas. Um espetáculo amado por uns, odiado por outros, mas que suscitou inspiração a muitos artistas de renome. Afinal, Goya e Picasso eram grandes aficionados!
Tive oportunidade de o visitar em 1997 mas numa próxima visita a Madrid terei de lá passar algumas horas.
Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia – Madrid – Espanha
O Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia faz parte do “Triângulo de Ouro da Arte de Madrid” que inclui também o Museu do Prado e o Museu Thyssen-Bornemisza. Trata-se de um museu de arte moderna. No seu interior, o quadro “Guernica” de Pablo Picasso, é o mais procurado. A obra do artista nascido em Málaga, é uma pintura a óleo com 3,49 m de altura por 7,76 m de comprimento. Executada em 1937 em pleno período de conflitos e onde os Governos Fascistas imperavam na Europa. Picasso fora escolhido pelo Governo Espanhol para representar o país na Exposição Internacional de Artes e Técnicas, em Paris. Nessa altura ocorre um massacre na cidade Basca de Guernica, um bombardeio aéreo feito pelos Alemães a mando do ditador Francisco Franco. Foi esse o tema escolhido para esta pintura. Uma mensagem de paz, em plena Guerra civil Espanhola e numa altura em que o Mundo iria enfrentar a II Guerra Mundial.
Além de obras de Pablo Picasso, existem outras de Salvador Dalí, Juan Miró e Eduardo Chillida que também podem ser apreciadas.
Se visitar Madrid, aconselho a pesquisar os dias e horas em que os Museus têm entrada livre. No meu caso, aproveitei para visitar gratuitamente este museu, ao final de uma sexta feira, aproveitando a estada em Madrid para visitar uma feira de climatização.
Museu da Acrópole – Atenas – Grécia
A Grécia é um país que muitos ensinamentos deu ao Mundo. Atenas, a sua capital, é dominada pela Acrópole. Não sendo o ponto mais alto da cidade, nem tão pouco o que melhor vista proporciona sobre a sua imensidão branca, este título é para a Colina Licabeto, a Acrópole é o ponto mais importante da cidade! No seu alto, localiza-se o Parthenon, um templo, ou melhor, as suas ruínas. O complexo da Acrópole, à medida que subimos vamos encontrando locais de culto, como por exemplo o Odeão de Herodes Ático e o Teatro de Dionísio.
No início da subida à Acrópole, ao lado esquerdo, o Museu da Acrópole ocupa um edifício que foi inaugurado em 2009, construído em aço, cristal e cimento cujo design foi estudado para aproveitar ao máximo a luz natural, e também desfrutar da vista para a Acrópole do seu interior. Alberga uma coleção de peças pertencentes aos diferentes monumentos da Acrópole, pelo que é obrigatório visitar complementando assim um passeio pelo complexo da Acrópole.
Museu da Miniatura e Cinema – Lyon – França
O cinema é a 7ª arte. Visitar um museu sobre cinema também é obrigatório.
Em Lyon era sediada a “Fábrica Lumière” de películas fotográficas, da qual os filhos do proprietário, Auguste e Louis (os Irmãos Lumière) desenvolveram um cinematógrafo e com ele desataram a fazer filmes que mais tarde vieram a ser exibidos na cave do Grand Café, em Paris. A Europa deu novos mundos ao Mundo, os filmes dos irmãos Lumière foram também exibidos na Índia, e hoje a Bollywood é a maior indústria cinematográfica global. Quando falamos na Indústria cinematográfica associamos imediatamente Hollywood, mas não esqueçamos que foi na Europa que tudo teve início.
O Museu da Miniatura e Cinema é um local que constitui um paraíso para os cinéfilos. Hollywood está ali em peso! Além da exibição de diversas miniaturas de cenários, construídas à escala para determinar o melhor ângulo das filmagens e iluminação aquando da rodagem dos filmes nos cenários reais, encontramos adereços utilizados em vários filmes, como as máscaras que Robin Williams utilizou para se travestir de “Mrs Doubtfire”, ou as máscaras de Jim Carrey no filme que o catapultou para as luzes da ribalta como maior comediante do Mundo. E a máscara do Freddy Krueger que aterrorizava os adolescentes em Elm Street. O boneco diabólico Chucky, o Alien e o Predador, o Batman e outros heróis e vilões ou mesmo o Robocop também não faltam. À entrada passamos pelos cenários e também pela loja do “Perfume” onde um assassino vendia os perfumes cuja matéria prima era a essência dos corpos das suas vítimas que assassinava.
Museu Americano de História Natural – Nova Iorque – EUA
Existem vários museus de ciências e de História Natural espalhados por vários países, mas este localizado em Central Park, é tido como o melhor. O seu espólio é composto por mais de 35 milhões de objetos, sendo considerado o mais amplo do Mundo. Grande parte do espólio não se encontra exposto, ocorrendo a sua mostra de forma revezada.
As salas mais importantes são as da biodiversidade, que expõem centenas de animais dissecados, a de minerais e meteoritos e a dos dinossauros, com fósseis e reproduções em tamanho natural, sendo essa a sala mais famosa! Aliás, vários Museus de História Natural pelo Mundo fora possuem uma grande sala com esqueletos de dinossauros. Londres e Tóquio são exemplos.
Nova Iorque é uma cidade que conhecemos através do cinema e este Museu não foge à regra. Recordemos Robin Williams que por lá contracenou em ” A Noite no Museu” com aqueles animais embalsamados a ganharem vida. Os visitantes por isso não esquecem de posar com o “Dum-dum”, cujas filas são enormes!
Memorial do Primeiro Congresso Nacional do Partido Comunista da China – Xangai – China
A China é provavelmente o país mais moderno do Mundo. É difícil compreender como é dominada por um regime Comunista. Quem visita o país pode viver duas experiências aterradoras. Uma em Pequim ao visitar o Mausoléu de Mao Tse Tung, o fundador da República Popular da China, o grande líder, a outra ao visitar o local onde ocorreu o primeiro congresso nacional do Partido Comunista da China em Xangai.
Trata-se de um edifício com dois pisos, muito discreto no bairro “Xin Tian Di”. Construído em 1920, ali residiam dois membros fundadores do Partido Comunista Chinês. No interior encontram-se expostas relíquias revolucionárias, bandeiras do Partido Comunista Chinês, tudo material que fora da China é associado a extermínio e repressão. Fotos e documentos desse tempo e um conjunto de figuras de cera dos membros do Partido que ouvem e sorriem perante o discurso de Mao Tse Tung. Existe um auditório onde são reproduzidos discursos em Mandarim, aos quais os visitantes acenam com vénias! A visita inclui passagem por uma sala que possui uma mesa posta para o chá, com cadeiras e marca o local exato onde essa reunião ocorreu. Foi naquela mesa que no dia 23 de Julho de 1921, treze membros com Mao Tsé-Tung à cabeça, realizaram seu primeiro congresso nacional do Partido Comunista da China, marcando o nascimento do Partido com maior número de militantes do Mundo e até aos dias de hoje domina o país.
Museu Vasa – Estocolmo – Suécia
Trata-se do museu mais visitado da Escandinávia. Localizado em Estocolmo, na Ilha de Djurgården, o museu é centrado no Vasa que foi um navio de Guerra Sueco, e no início do século XVII, se afundou na sua primeira viagem, a poucas milhas do porto. Passou 333 anos debaixo de água. Foi recuperado e ali se encontra exposto para visita desde 1990. A quantidade de material bélico que possuía bem como a vontade “política” de o dotar de grandes mastros e velas, para ser o mais grandioso, numa altura em que a Suécia estava em guerra com a Polónia foi uma das consequências desse naufrágio. Grande parte do material foi recuperado e a decoração do casco ainda é visível.
Deutsches Museum – Munique – Alemanha
Munique é conhecida por ser a capital Mundial da cerveja, mas tem muito mais que umas litradas para oferecer.
Junto a o Rio Izar, que banha a cidade, localiza-se este museu que é um hino à ciência e à tecnologia e à engenharia. Possui mais de 18.000 objetos expostos e uma biblioteca com cerca de 850.000 livros com enorme valor histórico e cultural. As cerca de 50 seções, expõem conteúdos sobre a extração do minério, diversos ramos da física, como por exemplo a eletricidade, o eletromagnetismo e a física nuclear, o meio ambiente, a indústria têxtil, o fabrico do papel, instrumentos musicais, meios de transporte, como por exemplo comboios e aviões, onde os motores e turborreatores não faltam, a indústria petrolífera, a indústria vidreira, a indústria metalomecânica, a indústria cerâmica e até mesmo uma área dedicada à matemática. O museu é centrado na tecnologia atual e não somente do ponto de vista histórico.
Um museu para “graúdos”, mas podemos ver muitos “miúdos” pela mão dos seus progenitores a visitarem com entusiasmo o museu. A Alemanha é a pátria da tecnologia, da indústria, da maquinaria pesada, algo que é intrínseco naquele povo desde a tenra idade. Um país altamente industrializado que exporta para todo o Mundo. “Made in Germany” é garantia de qualidade das marcas.
DIVA – Museu de diamantes – Antuérpia – Bélgica
A Bélgica é conhecida pelos chocolates, pelos gaufres e pela batata frita. A sua cidade de Antuérpia é a Capital Mundial dos diamantes. Saindo da Estação central, que tem uma beleza monumental, as ruas circundantes, envolvem uma zona com cerca de 1 Km², onde estão concentrados cerca de 80% de todos os diamantes transacionados no Mundo.
O DIVA, foi inaugurado em 2018, englobando o espólio do antigo Museu do Diamante de Antuérpia e do Museu de prata de Sterckshof numa única instituição. É um museu dedicado a estas preciosidades da natureza, sobretudo aos diamantes, onde podemos obter muita informação sobre os mesmos e conhecer a sua história. A exposição apresenta uma infinidade de objetos de valor incalculável que com eles poderemos posar.
Museu Cosmonáutico – Moscovo – Rússia
Moscovo é uma cidade gigantesca, onde tudo é grande, tudo é longe e nós sentimo-nos assustados e pequeninos quando a visitamos! A contribuição da Rússia para o desenvolvimento da ciência é brutal! Os Russos foram os pioneiros das viagens ao Espaço. A cadela Laika, oriunda das ruas de Moscovo, foi dos primeiros seres vivos a viajar no Espaço. Não voltou…Belka e Strelka foram outras cadelas que embarcaram na Aventura Espacial. Voltaram e encontram-se ali expostas e embalsamadas.
O Museu Cosmonáutico é centrado na ciência espacial Soviética. Os primeiros satélites feitos pelo Homem. Os primeiros voos Espaciais tripulados e o programa de exploração da Lua, até chegar aos projetos de exploração do Sistema Solar e programas internacionais de pesquisa Espacial.
A luta pela conquista do Espaço fez parte da Guerra Fria. Americanos e Russos em disputa! Neil Armstrong, um Americano, foi o primeiro homem a pisar a Lua mas antes disso, o Russo Yuri Gagarin, considerado um herói nacional, foi o primeiro homem a viajar pelo Espaço. Ele tem um lugar de destaque no Museu. Por lá pode ser vista também uma réplica do Sputnik, o primeiro satélite artificial da Terra.
Museu Intrepid, do Mar, do Ar e do Espaço – Nova Iorque – EUA
Um museu de História militar e marítima, localizado num gigantesco porta-aviões da II Guerra Mundial, fundeado no rio Hudson, a pouco mais de 1Km de Times Square em Nova Iorque. Lá estão expostos vários aviões utilizados em guerras e operações especiais, como por exemplo o Lockheed A-12, um avião de reconhecimento utilizado pela CIA. O Concorde, avião comercial supersónico que ligava Londres a Nova Iorque em 3h30, e em 2003 deixou de voar, é outra das atrações famosas. Exibe também um submarino nuclear, o USS Growler, que foi utilizado na Guerra Fria.
O ponto alto da vista é o vaivém espacial “Enterprise” guardado no seu interior.
Museu Aeroscopia – Toulouse – França
Toulouse não é propriamente uma cidade bonita, se a compararmos com muitas cidades Francesas que são romaria de turistas. É uma cidade industrial, que tem na Airbus um dos seus grandes empregadores. Os amantes de aviões têm aqui o motivo para visitarem Toulouse, neste Museu Aeronáutico e também na fábrica da Airbus. Localiza-se em Blagnac, nos arredores e próximo do aeroporto que serve a cidade. É possível fazer tours à fábrica da Airbus. Sempre proveitosos e muito interessantes. Infelizmente a nível técnico ficam muito aquém da congénere Alemã de Hamburgo, que proporciona uma visita que passa pelo meio das linhas de produção. Em Toulouse, o interior dos edifícios fabris, só é permitido serem vistos lá do alto, através de um vidro e pouco mais. De autocarro percorre-se vários pontos da zona industrial, sem autorização para tirar fotografias.
O museu exibe vários aviões, civis e militares, que já deixaram de voar, e também muitas miniaturas à escala, dos modelos atuais dos Airbus que cruzam diariamente os céus de todo o Mundo. O ponto alto da visita é o Concorde, sendo possível entrar no seu interior.
MUSEU DA FORÇA AÉREA REAL – LONDRES – INGLATERRA
A RAF-Royal Air Force, é força aérea independente mais antiga do Mundo. Teve papel preponderante em diversos conflitos armados em que o Reino Unido entrou. Este museu aeronáutico expõe ao longo de diversos hangares uma enorme quantidade de máquinas voadoras utilizadas nesses conflitos armados e o seu material bélico. Grande destaque para o hidroavião da II Guerra Mundial, o “Short Sunderland MR5” onde podemos entrar e explorar o seu interior. Os amantes da aviação necessitarão de passar aqui alguns dias, e tirarão certamente bem mais partido do que eu, pois apenas aqui passei 2 horas. A entrada é gratuita, mas convém marcar online atempadamente.
Museu de Aviação de Malta – Ta’Qali – Malta
Os amantes de aviões encontram aqui o seu habitat predileto. O Museu de Aviação de Malta. Localiza-se numa parte do que foi o antigo aeródromo de Ta’Qali, tendo até 1968 funcionado como uma base aérea da Royal Air Force.
A História de Malta está ligada a batalhas aéreas. Malta foi uma das áreas mais bombardeadas da II Guerra Mundial. A Batalha de Malta, a disputa do território Maltês estrategicamente importante, entre as Forças aéreas e navais da Itália Fascista e Alemanha Nazista, as “Potências do Eixo”, contra a Força Aérea e a Marinha Real Britânica, os “Aliados”. No pós-guerra, muitos artefatos e material bélico foram encontrados em território Maltês, nos campos, nas praias e no mar. Uma parte encontra-se exposta neste museu. A exposição é distribuída por três hangares, sendo um deles um memorial à Batalha de Malta.
MUSEU DE GUERRA IMPERIAL – LONDRES – INGLATERRA
Inaugurado em 1917, este museu de guerra é uma enormidade, sendo tido como dos melhores a nível mundial. O Reino Unido participou em diversos conflitos na História da Humanidade com destaque para as duas Grandes Guerras. O material bélico lá exposto inclui diverso armamento destacando-se a artilharia pesada, os tanques, as bombas e os aviões.
Chamou-me a atenção a recreação das trincheiras da I Guerra Mundial, revi-me como personagem do filme 1917 (2019) e o mural de Saddam Hussein construído com diversos mosaicos, possivelmente trata-se de um “troféu” de guerra trazido do Iraque aquando da participação do Reino Unido na I Guerra do Golfo nos anos 90. A área dedicada ao Holocausto é arrepiante! O Terrorismo e as suas consequências não deixam de estar representado, por exemplo com de peças da estrutura metálica do World Trade Center, recuperadas dos escombros, após os ataques de 11/9/2001. O nascimento e expansão do Comunismo na Europa e pelo Mundo, também é referenciado.
Não fui à tropa, não sou entendido nestes assuntos do foro militar, nem tenho conhecimento para tirar o máximo proveito de um museu com estas características, se assim fosse teria de lá passar vários dias, mas posso afirmar que até hoje foi o melhor museu de guerra que visitei. A entrada é gratuita, mas convém marcar online atempadamente.
Museu Nacional de História Militar – Dikrech – Luxemburgo
O Luxemburgo é um pequeno país, um Grão Ducado, mais propriamente, mas não deixa de possuir um museu grandioso. Localizado em Diekirch, uma cidade a cerca de 20Km da capital, acessível de comboio.
A Benelux foi uma região que esteve envolvida nas duas Guerras Mundiais. O Luxemburgo tinha uma posição geográfica estratégica nesses conflitos. Por aqueles lados foram travadas duas Batalhas das Ardenas, uma em cada conflito.
Sobretudo dedicado à Batalha das Ardenas que ocorreu na II Guerra Mundial, este museu tem uma enorme coleção de material bélico e é tido como um dos melhores museus militares da Europa. Contém perfeitas reconstituições de cenas em contexto de guerra.
O museu mostra também a História do Exército Luxemburguês, desde a fundação do Estado Luxemburguês até aos nossos dias. Ambas as Grandes Guerras Mundiais, bem como a Guerra da Coreia e missões militares das Nações Unidas estão também referenciadas.
Museu Memorial da Paz – Hiroshima – Japão
Visitar Hiroshima é dedicarmos dias à paz. Refletirmos sobre nós próprios e o que a nossa natureza é capaz de fazer ao seu semelhante. A cidade foi destruída por uma bomba nuclear, durante a II Guerra Mundial, que colocou ponto final no conflito com a rendição do Japão. Com a queda da bomba, mais de 70.000 pessoas morreram instantaneamente e outras tantas morreram devido a ferimentos graves e à radiação, e ainda hoje muita gente sofre as consequências físicas e mentais. A cidade foi reconstruída e na zona onde a bomba caiu, foi construído o Parque Memorial da Paz, com muitos memoriais às vítimas das guerras e da bomba nuclear.
A visita ao Parque Memorial da Paz culmina com a visita ao Museu Memorial da Paz de Hiroshima. Lá dentro há muita informação sobre a guerra nuclear, modelos à escala das bombas nucleares, Little Boy que atacou Hiroshima e Fat Man que atacou Nagasaki, e muitos objetos transformados com as consequências da bomba atómica e uma impressionante animação virtual em 3D do ataque nuclear e a forma como em poucos segundos a cidade ficou praticamente reduzida a cinzas.
Depois de ficarmos a saber quão horrível é uma guerra nuclear, saímos dali com desejo reforçado que as armas nucleares não voltem a ser usadas pelo Homem contra o seu semelhante.
Museu Nacional de Chernobyl – Kiev – Ucrânia
Chernobyl fica a cerca de 150 km de Kiev. Devido à série da HBO, as visitas ao local cresceram exponencialmente, sendo atualmente o local mais visitado da Ucrânia. Os preços a pagar por um tour de um dia, desde Kiev, ao local onde, segundo muitos historiadores, a URSS teve o princípio do seu fim, são elevados e são a única forma de poder aceder a essas áreas cercadas pelo exército. Desconhece-se ainda que essa experiência não tenha malefícios para a saúde a longo prazo pois ainda existe carga radioativa por lá.
Em Kiev existe o Museu Nacional de Chernobyl. Visitá-lo é bem mais económico e seguro que uma ida a Chernobyl. A visita é acompanhada por audioguia e explica como tudo aconteceu. Podemos ver diversos objetos provenientes daquelas localidades que para sempre desapareceram do mapa e o modelo de uma central nuclear, o mesmo que foi utilizado nas filmagens dessa série. Ficamos a saber que o engenheiro projetista daquela central, afirmava que a mesma era de um nível de modernidade, o supra sumo da tecnologia, e com segurança absoluta poderia ser colocada sem problemas, em funcionamento na Praça Vermelha em Moscovo!
Museu Marítimo do Presídio de Ushuaia – Ushuaia – Argentina
Quem viu o filme “Os fugitivos de Alcatraz” ficará certamente com o “bichinho” de visitar as prisões, aquelas que viraram atração turística, obviamente. Esta prisão, localiza-se em Ushuaia a cidade mais a sul do Planeta, capital da Terra do Fogo, uma ilha na ponta do sul da Argentina, portanto é literalmente no “Fim do Mundo”. Dado o isolamento geográfico, cresceu à custa de uma colónia penal de onde fugir era além de impossível, impensável. Para lá eram enviados os piores criminosos. Ali viviam ao frio, em condições desumanas e obrigados a trabalhar na floresta, cortando e acartando troncos de árvores para aquecimento. Não havia como fugir dali, melhor dizendo, não havia para onde fugir. Houve quem tentasse, um regressou voluntariamente pelo seu próprio pé, outro ainda passou a fronteira para o Chile, mas os Chilenos trataram de o repatriar. Os guardas que ali trabalhavam também não tinham bom temperamento. Eles para ganhar a vida, também estavam isolados, longe da família e de certo modo também estavam ali presos, era difícil desempenharem aquele trabalho com gosto.
O presídio funcionou até perto do final da primeira metade do século passado. Tal como Alcatraz, foi encerrada devido aos seus elevados custos de conservação, mas a ideia que os Governos passaram é que foi por causas humanitárias. Hoje é um núcleo museológico, algumas celas permanecem como dantes, existem modelos de madeira de prisioneiros famosos com os quais podemos interagir. E com os guardas também.
É possível participar como prisioneiros numa experiência interativa, onde os carcereiros se encarregam de nos dar as “boas vindas”. É uma encenação muito bem feita. Antes da experiência, os participantes são convidados a beber um copo de vinho e no final, há uma enorme cavaqueira com os atores “carcereiros”.
O núcleo museológico exibe artefatos originais da História Marítima da Terra do Fogo, modelos em escala de grandes navios e navios mercantes que navegaram pela primeira vez naquelas águas, mapas e gráficos usados pelos primeiros exploradores, incluindo Fernão de Magalhães e a primeira viagem do HMS Beagle. No exterior, encontra-se uma réplica do farol de San Juan de Salvamento e um exemplar de canoas usadas pelas populações indígenas.
Museu de Cera Madame Tussaud ́s – Londres – Inglaterra
Museus de cera existem pelo Mundo fora, mesmo com a chancela “Madame Taussaud´s”. Mas como este, localizado em Londres, não existe nenhum! Ali funciona desde 1884. A entrada custa uma “pequena fortuna”, mas vale cada Libra despendida.
Tudo começou em 1835 quando Marie Tussaud estabeleceu a sua primeira exposição de figuras de cera em Londres, tal foi o sucesso que até hoje se mantém.
Ali podemos ver de perto figuras de cera que representam à escala real muitos famosos, do mundo das artes, do desporto, da família real, da política e até mesmo criminosos famosos! É também possível viajar através do tempo, a bordo de um dos táxis pretos e reviver a História de Londres.
Visitei-o em 1998, numa altura em que as fotos eram de rolo, mas guardo para sempre as minhas fotos com Eric Cantona, Jurgen Klinsmann e Bill Clinton.
Museu da Paixão Boquense e Museu River – Buenos Aires – Argentina
Existem muitos museus de futebol espalhados pelo Mundo. Os grandes clubes possuem quase todos um grande museu. Na América do Sul, existem clubes com milhões de adeptos. Consta-se que os sul americanos são os adeptos mais fervorosos. Buenos Aires respira futebol. A sua área metropolitana sedia vários clubes com títulos internacionais.
Os dois maiores clubes da cidade, o Boca Juniors e o River Plate, possuem os seus próprios museus. A visita aos mesmos engloba também a visita aos respetivos estádios, La Bombonera e Monumental. Nos museus encontram-se expostos troféus conquistados, equipamentos históricos e imensa informação sobre a história e a fundação dos clubes. Um adepto do desporto rei sente-se no paraíso.
Ao contrário do River Plate, que é associado à classe rica da cidade, estando sediado num dos bairros mais chiques de Buenos Aires, o Boca Juniors é associado ao famoso bairro “El Caminito”, local de enorme romaria de turistas que visitam a capital Porteña. Bairro Portuário, ligado à classe operária de parcos recursos económicos, antigos emigrantes de origem Europeia, trabalhadores braçais e humildes. Caminito também está imortalizado no Tango. O Museu da Paixão Boquense além do futebol conta a história daquele famoso bairro, sendo por isso muito visitado, inclusivamente por quem não é apreciador do desporto rei. A rivalidade destes clubes é tão grande que nenhum adepto do River Plate ousa passear pelas bandas da Bombonera!
Cidade do Vinho – Bordéus – França
Bordéus é a capital Mundial do Vinho! A região com maior variedade de vinhos do Mundo.
Desde 2016 que possui um museu dedicado a este néctar dos Deuses. A chamada “Euro Disney dos adultos”, a “Cité du vin”, um edifício cuja arquitetura é inspirada no efeito que o vinho faz quando flui no cálice ao ser servido. Um museu muito didático, que nos ensina a apreciar o vinho, que há cerca de 8.000 anos começou a ser produzido, em terras onde atualmente ficam os países do Cáucaso (Arménia, Azerbaijão e Geórgia). Na altura as pipas e os tonéis ainda não tinham sido inventados e a fermentação ocorria em potes de barro enterrados no solo, técnica que ainda hoje é utilizada para produzir o chamado “vinho da telha”.
No final da visita podemos provar um vinho, à escolha, de um dos vários países do Mundo, no bar com vista panorâmica para a cidade.
Existe também uma loja, uma adega com mais de 14.000 garrafas, onde podemos comprar vinhos de vários países, alguns cuja origem pensaríamos não ser possível.
Guiness storehouse – Dublin – Irlanda
Museus sobre cerveja há vários espalhados pelo Mundo. Há países que produzem milhares de marcas de cerveja, mas provavelmente nenhuma é tão famosa como a Guinness.
A Guinness Storehouse, é a sua a sede e o local mais visitado em Dublin. A cerveja ali produzida, é quase única e exclusivamente com matéria-prima da região: a água do Rio Liffey, das suas nascentes nas Montanhas Wicklow, o malte e a levedura. Apenas o lúpulo é importado da República Checa.
Ali funciona a fábrica, mas a visita não é às instalações industriais. É um edifício adjacente, onde ao longo dos vários pisos aprendemos imensas coisas sobre o fabrico daquela cerveja, a sua história, a temperatura a que deve ser armazenada (9ºc) e a temperatura que deve ser servida (6ºc). A visita termina no topo do edifício onde existe um bar, o Gravity Bar, onde nos é oferecido um “pint” que podemos saboreá-lo desfrutando da vista panorâmica sobre a cidade. “Cheers”!!!!!
Museu Júlio Verne – Nantes – França
Como amante de viagens não poderia terminar sem referir um museu dedicado a Júlio Verne.
Nascido em Nantes em 1828, por lá viveu a sua juventude. Foi um escritor cujos romances são lidos em todo o Mundo e até já foram trazidos para o cinema, para séries de televisão, para o teatro e também para os desenhos animados. “As 20.000 léguas submarinas” é a sua obra mais famosa. “Michel Strogoff” é a sua obra mais adaptada ao cinema. Mas um amante de viagens não esquece “A volta ao Mundo em 80 dias”, sobretudo os da minha idade que em criança viam essa série de animação na televisão. É considerado o inventor da ficção científica. Os seus livros relatam o aparecimento de novos avanços da ciência e da tecnologia, como os submarinos, as máquinas voadoras e as viagens ao Espaço. Júlio Verne era um visionário, mas também um grande viajante, porém as viagens que as suas obras relatam, existiam apenas na sua imaginação.
Filho de um conceituado advogado, nunca seguiu as pisadas do pai, apesar de se ter formado em Direito. Foi a escrita que lhe trouxe fama e dinheiro. A bordo de um iate que adquiriu, viajou para Inglaterra, para a Escócia, para a Escandinávia e para os Estados Unidos, tendo no regresso desta última viagem, escrito “As 20.000 léguas submarinas”.
O Museu Júlio Verne localiza-se numa casa construída no final do século XIX perto de uma residência de campo que era propriedade do seu pai. Alberga um conjunto de objetos pessoais como por exemplo a secretária onde ele escreveu grande parte dos livros. Também podem ser vistos manuscritos, livros e vários cartazes de obras cinematográficas e de peças de teatro levadas a cena em famosos locais, como o Teatro Châtelet de Paris, baseadas nas suas obras, assim como vários modelos de máquinas voadoras e submarinas que tão bem as mesmas descrevem. A visita termina numa varanda com vista para o Rio Loire que banha Nantes e para a Ilha de Nantes, outrora o centro portuário da cidade. Foi de Nantes que partiram os navios Franceses que conquistaram o Mundo, pois a França também foi um país colonizador. Aquela paisagem foi a fonte de inspiração para Júlio Verne escrever tantas coisas que mudaram o Mundo!!!
Museu das relações quebradas, Zagreb, Croácia
Um dos museus mais estranhos do Mundo. Relações amorosas quebradas todos nós temos para contar e objetos também existem. Coisas caricatas e estranhas. Até obras em casa dos sogros ou moradias construídas no terreno deles tem acontecido a muitos. Pensava eu, na minha inocência que iria visitar um museu divertido. Encontrei um museu com algumas coisas horríveis. Relações quebradas entre namorados ou cônjuges também existem, muitas vezes até são engraçadas. Mas pior que isso são relações quebradas entre pais e filhos nomeadamente com a morte destes últimos. Um objeto que me marcou muito foi uma porta. E também um vestido de noiva de um casamento que nunca veio a acontecer devido a um ato terrorista. Visitar este museu é também uma enorme lição de vida. Concluí que na minha família até existiu um objeto e uma carta associada ao mesmo. Uma história que mete fantasmas. Acerca de um pijama do meu avô que a minha mãe deu ao meu pai e, que ele devolveu, e bem sabe porquê. Muitas pessoas próximas de mim sabem essa história, que me fez arrepiar quando contei à rececionista. Se algum dia encontrar algum desses dois objetos irei enviá-los para aqui.
to be continued….I hope!!!!!!!
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