Lyon, por onde se escreveu e, se escreve a História do cinema – uma escapadela de fim-de-semana
Texto & Fotos de Mário Menezes
Graças às companhias aéreas low cost que há bem pouco tempo era possível voar por uma quantia simbólica. Acredito que estes tempos voltarão em breve. Por 50€ i/v na Easyjet, apenas com mochila como bagagem e comprando o bilhete no penúltimo dia do ano de 2016, em Junho de 2017 fiz uma escapadela rápida a Lyon. Um fim-de-semana que soube a férias!
O calor era intenso e dias antes Portugal vivera a tragédia de Pedrogão Grande. A Europa não escapou à vaga de calor e as fontes serviam para refrescar os pés.
Lyon, a pouco mais de duas horas de voo desde Lisboa, é uma cidade lindíssima. Um fim-de-semana é tempo suficiente para conhecer os seus pontos principais. Adquirindo o City card online, e levantando-o no aeroporto à chegada, para os dois dias, podemos percorrer toda a cidade nos transportes e visitar os museus e atrações turísticas até que o tempo se esgote ou as nossas forças aguentem.
E foi pela hora de almoço de Sábado, dia de São João, que aterrei no aeroporto Lyon-Saint-Exupéry. O percurso até ao centro da cidade é feito de elétrico rápido, (preço não incluído no City card) de onde parti à descoberta da cidade. Primeira paragem o Museu das Confluências. Localizado na junção dos rios Ródano e Saône que banham a cidade, um edifício com arquitetura futurista, Um dos símbolos de Lyon que abriu ao público há pouco mais de 5 anos. Alberga coleções relacionadas com a História Natural e da Humanidade. No meu caso, que no ano anterior visitei o Museu da História Natural de Nova Iorque, a visita a este museu acabou por trazer pouco de novo. A vista do terraço sobre a cidade e na junção dos rios completou esta etapa.
Seguiu-se a Basilica da Notre-Dame de Fourvière. Uma das várias “Notre Dammes” de França. Acessível de funicular, a vista da colina sobre a cidade encanta-nos.
O final da tarde aproximava-se a passos largos e segui para o hotel, tomar duche, trocar de roupa e descansar um pouco até à hora do jantar. Um menu de um restaurante Marroquino foi a minha escolha, dado o adiantado da hora e a ocorrêcia de uma chuvada ao início da noite não me deixou escolha.
Lyon é a capital da “haute cuisine”, o coração gastronómico de França, mas não tive tempo de explorar essa faceta da cidade. Aliás, da gastronomia da França, o país mais visitado do Mundo, grande parte dos turistas além da “baguette” e do “croissant” pouco mais conhecem. Os preços dos restaurantes estão entre os mais caros da Europa O fast food é recurso permanente e as cadeias de “donner kebab” são a escolha mais corrente, com a cadeia de restaurantes “Nabab” liderando este mercado. Ainda fui beber um copo a um dos muitos bares nas imediações, a cerveja é excelente e há inúmeras variedades, e a noite acabou por ser bem mais longa que o previsto pois acabei por fazer amizade com um grupo de Franco Canadianas e Franceses e como era Sábado “à noite” ainda fomos visitar umas “capelinhas”…
O dia seguinte começou no centro da cidade. O edifício da Opera é emblemático. A Catedral e as Ruínas Romanas também. Sim, os Romanos andaram todo o lado…
Seguiu-se o que considero o ponto mais alto desta viagem e que só por si valeu tudo! Em Lyon era sediada a “Fábrica Lumière” de películas fotográficas, da qual os filhos do proprietário, Auguste e Louis (os Irmãos Lumière) desenvolveram um cinematógrafo e com ele desataram a fazer filmes que mais tarde vieram a ser exibidos na cave do Grand Café, em Paris. Filmes de curta duração, a preto e branco, que hoje em dia qualquer telemóvel de baixa gama faz a cores e com muitíssimo melhor qualidade, e que inundam internet e as redes sociais. “A chegada do trem à Estação Ciotat” e “A Saída dos Operários da Fábrica Lumière” foram rodados ali pela região de Lyon e são dos primórdios da 7ª arte.
O Museu da miniatura e Cinema é um local que constitui um “must” para os cinéfilos. Além da exibição de inúmeras miniaturas de cenários, construídas à escala para determinar o melhor ângulo de filmagens e iluminação aquando da rodagem dos filmes nos cenários reais, adereços utilizados em vários filmes, como as máscaras que Robin Williams utilizou para se travestir de “Mrs Doubtfire”, ou a máscara de Jim Carey no filme em um dos filmes que catapultou para as luzes da ribata como maior comediante do Mundo. E a máscara do Fredy Krueger que aterrorizava os adolescentes em Elm Street. O boneco diabólico Chucky, o Allien e o Predador,o Batman e outros heróis ou mesmo o Robocop também não faltam. À entrada passamos pelos cenários e também da loja do “Perfume” onde um assassino vendia os perfumes cuja matéria-prima era uma essência dos corpos das suas vítimas que assassinava.
O calor era abrasador e o meu último fôlego foi um passeio num comboio turístico pelo bairro da “Croix Rousse”. O local onde a noite anterior andei até de madrugada. Nas imediações do hotel onde dormi, zona da cidade onde a linha do metropolitano subterrâneo é inclinada (suigeneris). Uma colina do lado oposto à de Fourvière. Um bairro com ligações à “Rota da seda”. Um local cheio de murais e arte urbana a qual faz parte integrante da cidade.
Era minha intenção acabar este dia dando um mergulho no “Plan d’eau du Colombier” uma praia fluvial a cerca de 30 Km, mas desisti da ideia. Viajei munido de toalha de praia e de calções pensando nisso. Assim deitei-me à sobra de uma árvore, nas margens do rio Ródano e aproveitei para dormir uma sesta. A noite anterior fora mal dormida e estes dias de intenso calor passados em grande correria pelas ruas puseram-me em definitivo KO. O meu voo de regresso a casa era às 21h45.
No dia seguinte, o início de mais uma semana laboral, fui a conduzir de casa para o trabalho a cantar a música do saudoso Dino Meira, “voltei voltei, voltei de lá, ainda ontem estava em França e agora já estou cá”.
Links:
Hotel: Dado os créditos que tinha na plataforma que marcava hotéis, escolhi este local. Bem localizado e perto do metro, no bairro da Croix Rousse. Ver AQUI
A chegada do trem à Estação Ciotat » Ver AQUI
A Saída dos Operários da Fábrica Lumière » Ver AQUI
Dino Meira – Voltei voltei – música popular » Ver AQUI
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