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12 Out

UM GRANDE FIM DE SEMANA POR CASTANHEIRA DE PERA

 

UM GRANDE FIM DE SEMANA POR CASTANHEIRA DE PERA

Texto & Fotos de Mário Menezes

 

Conhecer os recantos de Portugal é sempre um enorme prazer. Já visitei quase 60 países estrangeiros e em Portugal há muitos recantos que ainda não conheço.

A minha vida de viajante tem sido composta por vários ciclos, onde se destacam o das viagens de aniversário de 2005 a 2020 e o das viagens no início de Outono, curtas escapadelas outrora feitas em terras Gaulesas e Monegascas, retomadas em 2021, com estadas mais prolongadas, “à maneira Maltesa” e “profundamente Maltesa“, e pelos Balcãs em 2022: da Eslovénia ao interior da Croácia e sua costa até ao Montenegro.

Escapadelas em Portugal também constam no meu currículo, com destaques para as que fiz no tempo de desconfinamento do COVID,  pelo Alentejo, Algarve, onde vou regularmente e Trás os Montes por exemplo. Em finais de Maio de 2022 a Pampilhosa da Serra foi o meu destino e no início de Outubro 2023 chegou a vez da Castanheira de Pera, pelos mesmos motivos: participar num Festival de caminhadas que como sabemos é muito além do ato ou efeito do verbo caminhar!

 

Serra da Lousã, nas proximidades do Poço da Neve e da Capela de Santo António da Neve

 

Poço da Neve

 

Na zona Centro, pertencente à província da Beira Litoral, encontramos a pequena vila de Castanheira de Pera. O seu Município possui uma área com pouco mais de 65 km² e 2500 habitantes, portanto menor que o da Pampilhosa da Serra. Concelhos vizinhos de Pedrógão Grande, pelo que recordar os incêndios de 2017 que causaram inúmeros danos, materiais e humanos, nunca é demais. Sobretudo para que coisas dessas não se repitam! Pelo caminho podemos fazer uma paragem junto ao Memorial às vítimas dessa tragédia. Obra da autoria de Eduardo Souto Moura, famoso arquiteto da nossa praça, que a viveu de perto pois a mesma ceifou a vida de uma das funcionárias do seu gabinete.

 

Pedrógão Grande, Memorial às vítimas dos incêndios de 2017

 

Pedrógão Grande, Memorial às vítimas dos incêndios de 2017

 

Pedrógão Grande, Memorial às vítimas dos incêndios de 2017

 

Castanheira de Pera

 

Castanheira de Pera

 

Castanheira de Pera

 

Castanheira de Pera

 

Castanheira de Pera, edifício da Câmara Municipal, de momento em remodelação

 

Castanheira de Pera como qualquer localidade do interior do país tem sofrido ao longo dos anos com os problemas relacionados com a sua localização geográfica. Hoje, o turismo é uma das atividades económicas mais importantes da região. Os diversos AL´s e hotéis que vão sendo criados, atraem cada vez mais visitantes, a boa rede de estradas de acesso, desde as grandes cidades do litoral, atualmente existente, também contribui para isso. No coração da vila, a Praia das Rocas aberta de junho a meados de setembro é uma das mais famosas atrações turísticas, trata-se de uma praia artificial, com ondas. Dado o Município de Castanheira de Pera se encontrar inserido na bacia hidrográfica do Rio Zêzere, afluente do Rio Tejo, possui outros locais onde nos podemos banhar na natureza, com destaque para uma praia fluvial, no Poço de Corga a cerca de 4Km do centro da vila.

 

Castanheira de Pera, Rota Botânica, o guia da Prazilândia

 

Castanheira de Pera, Rota Botânica, o guia com que trabalha há quase 50 anos na Câmara Municipal

 

Castanheira de Pera, Praia das Rocas

 

Castanheira de Pera, Praia das Rocas

 

Castanheira de Pera, Praia das Rocas

 

Castanheira de Pera, Praia das Rocas

 

Castanheira de Pera, Jardim Bissaya Barreto

 

Castanheira de Pera, Jardim Bissaya Barreto, sessão de Ioga

 

Castanheira de Pera, Igreja Matriz

 

Hoje o turismo, outrora a indústria dos têxteis dominava a região. Sobre este tema obter mais informação ao visitar a Casa do Tempo no centro da vila. Lá podemos ver expostos diversos artefactos históricos relacionados com estes tempos. Ficaremos todos a saber que os famosos barretes que usam os campinos do Ribatejo e que vemos nas touradas, são oriundos desta região, situando-se no concelho o único atelier do país que produz estes tradicionais barretes de lã. O tradicional barrete de Castanheira de Pera é inclusivamente candidato a património imaterial da Humanidade, seguindo o exemplo do chocalho alentejano. Quem visita o nosso país poderá levar para casa lindos souvenirs de recordação, tal como nós fazemos quando viajamos para o estrangeiro.

 

Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição temporária

 

Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, relativa à antiga indústria têxtil

 

Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, relativa à antiga indústria têxtil

 

Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, relativa à antiga indústria têxtil

 

Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, relativa à antiga indústria têxtil

 

Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, relativa à antiga indústria têxtil

 

Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, relativa à antiga indústria têxtil

 

Castanheira de Pera, Casa do Tempo, exposição permanente, barretes de lã

 

Castanheira de Pera, Casa da Criança Rainha Dona Leonor

 

Castanheira de Pera, encontra-se na rota das Aldeias do Xisto, com a aldeia de Mosteiro a integrar esta lista, e da Serra da Lousã, sobretudo esta última, é a sua “marca” vai sendo vendida pois trata-se de um dos maiores tesouros do Centro de Portugal. O Presidente da Câmara, engenheiro civil de profissão, António Henriques Antunes, homem da terra, reconhecido e acarinhado por todos pelo seu trabalho, pessoa afável, acessível e de sorriso fácil, desportista, pois foi guarda-redes no clube de futebol da terra, juntamente com os seus colaboradores, é um dos responsáveis pela projeção de Castanheira de Pera no mapa do turismo nacional, e em breve além-fronteiras. Kat Piwecka fotógrafa polaca que recentemente conheci pessoalmente, tem um livro publicado com milhares de fotos sobre o nosso país, “In love with Portugal”, que tem corrido de norte a sul, ao longo de várias visitas desde Poznan, sua terra natal, na Polónia, de onde conduz milhares de quilómetros até nós. Já passou pela região, mas está nos seus planos voltar para aprofundar esse conhecimento, e certamente aquelas pessoas a receberão muito bem.

Uma terra pequena e uma câmara pequena, onde todos se conhecem, sendo como uma família, estando por isso considerada entre as que melhor ambiente e condições de trabalho proporcionam aos seus funcionários.

 

Castanheira de Pera, Praia das Rocas

 

Independentemente das cores políticas de ambos, cientes da sua oferta turística de enorme qualidade, os Municípios vizinhos de Pampilhosa da Serra e de Castanheira de Pera, uniram esforços numa parceria estratégica muito inteligente: promover o melhor que a região tem para oferecer, embora se pareçam idênticos, são dois “produtos” que se complementam, e também por se tratar de eventos em estações do ano diferentes. Se na Pampilhosa da Serra, na Primavera, com paisagens verdejantes, em Maio temos há vários anos e já com datas para 2024, a Walking Weekend, em Outubro 2023, em pleno Outono com temperaturas “anormalmente” acima de 30ºc, com o amarelo a aparecer na paisagem, em Castanheira de Pera, temos o Festival de Caminhadas cuja sua edição inaugural ocorreu recentemente, e certamente será a primeira de muitas. A receita é a mesma, e ao participar, é-nos garantido um fim de semana inesquecível e memorável, de pura diversão, cultura, atividade física, convívio, passeios e boa comida. Por experiência própria, posso assegurar-vos que ambos justificam largamente lá irem!

 

Castanheira de Pera, Festival de caminhadas, cartaz do evento

 

Festival de caminhadas, cocktail de boas vindas

 

A Câmara Municipal de Castanheira de Pera juntamente com a Prazilândia, empresa municipal que atua na área do turismo, teve uma excelente organização, com colaboradores de excelência, enormes embaixadores da vila e da região. Foi um enorme prazer ter convivido com eles. O Presidente da Câmara fez questão de receber os participantes logo no primeiro dia e estar presente em todas as fases do evento: das caminhadas, às refeições e convívios, como aquele em que se assaram castanhas ao borralho. Castanheiros é coisa que não falta no município de Castanheira de Pera, e ao longo das caminhadas encontramos muitos, e com os ouriços a darem fruto, após serem espremidos. Com os pés, entenderão bem porquê! Sou uma pessoa de cidade, e reconheço a minha ignorância! Isto, e muito mais, aprendi nestes dias…castanheiros, carvalhos, pinheiros, também não faltam por aqueles lados!

 

Musicas tradicionais junto na zona da Capela de Santo António da Neve

 

O Sábado teve início pela manhã junto à Biblioteca Municipal, onde na noite anterior nos foi servido um cocktail de boas-vindas pela organização, e daí seguimos de autocarro em direção a Coentral Grande, localidade situada em plena Serra da Lousã, onde se deu início à caminhada da Rota dos Neveiros e Vale Silveira, cerca de 9 Km, aquela que escolhi, pois tem uma distância e um nível de esforço intermédio.

 

Rota dos Neveiros

 

Rota dos Neveiros e Vale Silveira, uma alminha

 

Rota dos Neveiros e Vale Silveira, guia da Prazilândia explicando o significado da alminha

 

As casas construídas de granito, com cantarias contendo inscrições seculares, são a imagem de marca da aldeia do Coentral Grande, o que a torna numa das povoações mais antigas do concelho. A sua fundação, segundo documentos históricos remonta a o ano de 1135, quando Afonso Henriques a terá doado a uns fidalgos em termo de terras de Pedrógão
O percurso seguiu por trilhos de montanha com o cenário envolvente da Serra da Lousã, sempre a subir até ao Poço da Neve junto da Capela de Santo António da Neve, onde nos aguardava um abastecimento reconfortante, e uma cantora que interpretou músicas tradicionais. Um com paisagens deslumbrantes, passando por alminhas, que são pequenos monumentos na berma de um caminho que representam em geral almas do Purgatório, frequentemente construídos em homenagem ou em memória de entes queridos, ou como cumprimento das promessas.

 

Coentral Grande

 

Coentral Grande

 

Coentral Grande

 

Capela de Santo António da Neve

 

Capela de Santo António da Neve

 

Abastecimento junto da Capela de Santo António da Neve

 

Fazer a Rota dos Neveiros e Vale Silveira apesar de ser um divertimento, recorda-nos os tempos em que se trabalhava no duro. Este percurso era feito pelos neveiros, uma profissão que existiu no século XVII, quando D. Maria reinava. A neve que ali caía no inverno era recolhida e colocada dentro daquele poço, depois de pisada por forma a ser compactada e perder o ar, transformando-se em gelo, ficava armazenada no seu interior. Os blocos de gelo eram depois transportados para as aldeias com recurso a trabalho de animais puxando carroças. Subir desde Coentral Grande até ao Poço da Neve era o caminho feito por muitos para o trabalho, note-se que nesses tempos não se reconheciam direitos dos trabalhadores, horários de trabalho eram de “sol a sol”, mal pagos, as doenças profissionais e os acidentes de trabalho não eram reconhecidos, movimentos e lutas que só muito mais tarde vieram a surgir pelo mundo, por exemplo, em Manchester com Revolução Industrial por exemplo. Numa altura em que não existiam frigoríficos e máquinas produtoras de gelo, para a rainha comer um gelado, imagine-se o tipo de produto concebido com muito sangue e suor de gente humilde e paupérrima!

No regresso a Coentral Grande destacou-se a passagem por antigas casas, na montanha, centenárias, supõem-se que pertenceram a pessoas com muito dinheiro e muita influência política.

 

Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande, um castanheiro

 

Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande, antigas casas

 

Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande, antigas casas

 

Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande

 

Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande

 

Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande

 

Serra da Lousã, nas proximidades do Poço da Neve e da Capela de Santo António da Neve

 

Serra da Lousã, nas proximidades do Poço da Neve e da Capela de Santo António da Neve

 

Serra da Lousã no caminho de Coentral Grande

 

Após a caminhada seguiu-se o almoço tradicional junto ao Poço de Corga, lautas refeições não faltam nestes eventos. Seguiu-se uma tarde com várias atividades junto dessa praia fluvial, isto para quem não se deixou adormecer à sombra nas margens! Para quem teve uma semana de trabalho, uma viagem de 200 Km, um cocktail de boas-vindas, uma noite mal dormida, acordou cedo, passou uma manhã a calcorrear quilómetros na montanha e estava a fazer a digestão de um almoço de torresmos, não deve ter sido fácil manter-se acordado…mas ao final da tarde lá estavam todos para comer castanhas, assadas ao borralho com o Presidente da Câmara, acompanhado com jeropiga. O jantar veio mais tarde, a gastronomia serrana voltou a marcar presença, desta vez, com música ao vivo, e o dia terminou já perto das 23 horas.

 

Poço de Corga

 

Poço de Corga, jeropiga tradicional

 

Poço de Corga, com o Presidente da Câmara Municipal de Castanheira de Pera, António Henriques Antunes

 

Poço de Corga, assando castanhas

 

Poço de Corga

 

Poço de Corga

 

Poço de Corga

 

O Domingo começou novamente à mesma hora e local de Sábado. Desta vez a minha escolha foi para uma caminhada mais suave, de 4 km pelas ruas da vila, ruas carregadas de História política dos tempos Republicanos e do Estado Novo. Acompanhados por guias, da Prazilândia e um que é funcionário da Câmara Municipal há quase 50 anos, onde nos foi dada uma enorme explicação sobre as várias plantas que ali podemos encontrar, percorrendo a Rota Botânica de Castanheira de Pera. Liquidambar, ulmeiro, azevinho, falso-cipreste, magnólia, castanheiro da Índia, sabugueiro, bétula, tulipeiro, tília e até mesmo o ginkgo, podem ser encontrados passeando por aquelas ruas e também pelo Jardim Bissaya Barreto, junto da Casa da Criança Rainha Dona Leonor, uma instituição criada para que as crianças ficassem ocupadas durante o horário de trabalho dos pais na indústria têxtil. Foi naquele jardim, com um chá e uma sessão de Ioga que demos esta manhã bem ativa por terminada.

Fernando Bissaya Barreto, um nome que ficará na memória de quem visita Castanheira de Pera. Ali nascido, formou-se em Filosofia e Medicina na Universidade de Coimbra. Republicano convicto, viveu intensamente a Greve académica de 1907. Foi médico, professor universitário, político e o criador do Portugal dos Pequeninos, um dos locais mais famosos de Coimbra. Admirador de Salazar, acabou exonerado dos seus cargos depois do 25 de Abril de 1974. Uma pessoa que deu um enorme contributo à nossa Educação, sendo a sua memória preservada numa Fundação, à qual deixou em testamento todos os seus bens.

 

Castanheira de Pera, Casa da Criança Rainha Dona Leonor, busto de Bissaya Barreto

 

Seguiu-se um almoço de porco no espeto na Praia das Rocas, que, apesar de encerrada ao público, estava reservada para este momento solene: a sessão de encerramento onde marcaram presença, o vereador Rui Simão, em representação do Município da Pampilhosa da Serra, juntamente com Miguel Lemos e Gonçalo Lima, técnicos do Departamento de Turismo, responsáveis pela organização do próximo evento neste concelho, em maio do próximo ano, para o qual já estão todos convidados! E assim se deu por encerrado este excelente fim de semana, degustando beijos de peralta e medronho!

 

Praia das Rocas, almoço de porco no espeto

 

Praia das Rocas, almoço de porco no espeto

 

Praia das Rocas, almoço de porco no espeto

 

Praia das Rocas, almoço de porco no espeto

 

Tal como na Pampilhosa da Serra, em Castanheira de Pera, também passei um fim de semana para sempre recordar. Não sei se pelas caminhadas, se pelas paisagens ou pela comida. E eu que sou um grande comilão só posso dizer: mas que bem se come por aqueles lados!!!!!

Desta vez posso acrescentar os torresmos, diferentes do que conhecemos do Alentejo, estes são confecionados com carne de porco, nomeadamente o entrecosto e as miudezas, nomeadamente o fígado.  A carne depois de marinada com vários temperos e vinho branco, é alourada em banha, sendo tradicionalmente confecionada em louça de barro. É cozinhado com castanhas, sendo acompanhado com as tradicionais papas de milho, semelhante às migas, mas com milho.  A tibornada de bacalhau, um dos muitos pratos de bacalhau que existem no nosso país, muito semelhante ao bacalhau à lagareiro. Obviamente os beijos de peralta, inspirados em Peralta, uma princesa lendária que deu o nome a Castanheira de Pera, tornou-se um bolo regional em 1989, um género de pudim com ovos, amêndoa ou castanha.

E é comendo um beijo de peralta dou por terminada esta crónica de viagem!

 

Torresmos com castanha

 

Tibornada de bacalhau

 

Papas de milho

 

Beijos de Peralta (de castanha e de mel), doce tradicional de Castanheira de Pera

 

Alojamento:

 

O Hotel Lagar do lago, oferece alojamento económico de qualidade, com pequeno almoço, no centro da vila, a pouca distância da Praia das Rocas. A marcação deverá ser por telefone.

 

Medronho e licor de medronho, dois néctares da região

 

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