ALGUNS DOS MAIS IMPORTANTES MONUMENTOS PELO MUNDO – EUROPA
Texto & Fotos de Mário Menezes
Tal como os museus, os monumentos são alguns dos ex-libris das cidades, dos países, dos continentes, até mesmo do Mundo, pois alguns são considerados Património da Humanidade. São por isso locais bastante procurados e de romaria de milhões viajantes à escala global. Quem os visita fá-lo independentemente de ser ou não perito em arte, arquitetura ou em qualquer outra área científica ou artística. Fá-lo muitas vezes para desfrutar de uma vista panorâmica. Posar junto dos monumentos, tirar selfies com eles também é um ritual de qualquer viajante. Publicar nas redes sociais, também é tradição. Muitos monumentos acabam por ser também museus, tanto pelo seu exterior como pelo seu interior. Muitos albergam obras de arte, algumas inamovíveis, mas com valor incalculável.
Grandiosos monumentos existem pelo Mundo fora. Uns mais antigos, outros mais recentes. Não devemos esquecer que muitos foram erigidos com recurso a trabalho de escravatura, sacrificando diversas vidas humanas. Desde os tempos dos faraós aos tempos da televisão a cores.
Dos mais de 50 países em que estive, tive a oportunidade e o privilégio de ter visitado alguns dos mais famosos monumentos que escreveram História e que são ex-libris de vários países, cidades ou continentes. Seria impensável mencionar todos.
Aqui segue uma lista dos que considero como os mais importantes.
Torre Eiffel – Paris – França
Um ex-libris de Paris, de França, da Europa também. Consta-se que é o monumento mais visitado em todo o Mundo.
Medindo cerca de 324 metros de altura, é o edifício mais alto da cidade, tendo sido até 1930 o edifício mais alto do Mundo. Foi construída para a Exposição Universal de 1889, que iria comemorar o centenário da Revolução Francesa. É uma obra de arquitetura, mas também de engenharia e acima de tudo é considerada uma obra de arte, que herdou o nome do seu autor, o Engº Gustave Eiffel. Nós Portugueses temos orgulho de possuir no nosso país obras projetadas por Gustave Eiffel, sendo a Ponte de D. Maria Pia no Porto a mais famosa, e por um dos seus discípulos, como é o caso do Elevador de Santa Justa em Lisboa.
A sua iluminação é considerada como uma obra de arte e encontra-se protegida por direitos de autor, sendo por isso proibido tirar fotos à Torre Eiffel de noite, e sobretudo divulgar essas imagens para fins não privados.
Ao chegar ao cimo da Torre Eiffel e desfrutar da vista panorâmica sobre Paris, com o Rio Sena, as suas pontes, os jardins, as avenidas e os edifícios famosos como por exemplo o do Museu do Louvre, cidade imortalizada no romantismo do cinema e da música, o viajante sente que atingiu um dos patamares mais supremos a que poderia ambicionar.
Na primeira vez que visitei Paris, não foi possível subir ao cimo da Torre Eiffel, tive de ficar pelo 2º piso. Uma lacuna que durou mais de 30 anos e mais de 30 países estrangeiros visitados.
Era um menino e regressei a Paris já homem, com tantas voltas dadas nas viagens da vida, tantos objetivos concluídos e finalmente cheguei ao cimo da Torre Eiffel. Sublime!
Arco de Triunfo – Paris – França
Muitas cidades possuem um monumento semelhante, em Lisboa por exemplo existe um na Rua Augusta, mas o Arco de Triunfo em Paris, no centro da Praça Charles de Gaulle é o mais importante. Inaugurado em 1836 em comemoração às vitórias militares de Napoleão Bonaparte, contém os nomes de 128 batalhas e de 558 generais gravados. Na sua base, situa-se o Túmulo do Soldado Desconhecido, um local existente em vários monumentos patrióticos para honrar os soldados que morreram em tempo de guerra sem que os seus corpos tenham sido identificados.
A Praça Charles de Gaulle, também chamada Praça “de l’Étoile”, é talvez a rotunda mais célebre em todo o Mundo. Ali confluem 12 avenidas, razão pela qual foi, originalmente chamada “L’Étoile” (Estrela). Uma das avenidas são os famosos Champs Élysées, uma avenida única e que é replicada em muitas cidades pelo Mundo fora.
O Arco de Triunfo é o segundo monumento mais representativo de Paris. É possível visitar o seu interior onde existe um centro interpretativo sobre a sua construção, e subir ao topo. Fi-lo em 1983. Numa das vezes que regressei a Paris, limitei-me a tirar uma foto junto ao túmulo do Soldado Desconhecido, onde teria estado cerca de 36 anos antes. Subir ao topo é um dos próximos objetivos, pois Paris é também uma passagem para viagens a destinos mais longínquos.
Notre Dame – Paris – França
Existem diversas igrejas chamadas de “Notre Dame”, com arquitetura muito semelhante, espalhadas por diversas cidades Francesas, mas a Notre Dame de Paris é a mais importante.
Situa-se no famoso bairro de “Saint-Michel” numa ilha, a “Île de la Cité”, que é o lugar onde se fundou Paris.
Construída entre 1163 e 1245 é uma das catedrais Góticas mais antigas do Mundo. O nome da catedral é dedicado à Virgem Maria. Com 8 séculos de História, foi local de importantes acontecimentos, como por exemplo, a coroação de Napoleão Bonaparte, a beatificação de Joana D’Arc e a coroação de Henrique VI da Inglaterra.
Em Abril de 2019, sofreu um grave incêndio que provocou danos significativos no telhado e derrubou a agulha da torre principal. Era possível visitar o interior onde os vitrais se destacam, os seus jardins, onde se encontra uma estátua de Joana D’Arc e do Papa João Paulo II e subir às torres, desfrutando da vista sobre o bairro de “Saint-Michel”.
De momento encontra-se encerrada. O Mundo espera ansiosamente pelo regresso Notre Dame de Paris ao caminho dos viajantes!
Palácio de Versailhes – Versailhes – França
“À grande e à Francesa” e “Se não têm pão comam brioches” são duas célebres frases que nos ajudam a compreender a História de França. Expressões indissociáveis de Versalhes.
Há no Mundo Palácios mais impressionantes e grandiosos que Versalhes, por exemplo em São Petersburgo na Rússia, os próprios Franceses reconhecem isso. Mas Versalhes é provavelmente o palácio mais visitado do Mundo!
O Palácio de Versalhes situa-se como o nome indica, em Versalhes, uma antiga aldeia rural, atualmente uma cidade nos arredores de Paris.
Em tempos foi um pavilhão de caça, tornou-se o centro do “Antigo Regime”, onde residiam os Monarcas Absolutistas. Ali eles podiam viver de forma abastada, resguardados e bem longe de Paris, onde os tumultos e doenças de uma cidade apinhada eram recorrentes. A grandeza da sua construção fala por si: 2153 janelas, 67 escadas, 352 chaminés, 700 quartos, 1250 lareiras e 700 hectares de parque.
Na visita ao Palácio de Versalhes percorremos diversas salas e corredores enormes, onde se destaca a Capela e os Grandes Aposentos do Rei e da Rainha, cuja decoração sobressai. A Galeria dos Espelhos, é outro dos locais de destaque, com os seus 73 m de comprimento, possuindo 375 espelhos, foi o lugar onde em 1919 foi assinado o Tratado de Versalhes, que pôs fim à I Guerra Mundial. Os seus jardins, os “Jardins de Versalhes” são famosos em todo o Mundo. A sua construção durou cerca de 40 anos. O local era ocupado por bosques e terreno pantanoso, tendo sido necessários milhares de homens para transportar terra e todo o tipo de árvores. Nos Jardins de Versalhes, destaca-se o “Grand Trianon”, um pequeno palácio de mármore rosa, local onde Maria Antonieta, esposa de Luís XVI, os monarcas depostos pela Revolução Francesa, desfrutava de uma vida simples e campestre. De Abril a Outubro é possível assistir a espetáculos em que a água das fontes se movimenta ao ritmo da música.
Abadia do Monte de Saint Michel – Monte Saint Michel – França
Situada na região da Normandia, numa localidade chamada de Monte de Saint Michel, é o monumento mais visitado em França, fora de Paris. Trata-se de um santuário em homenagem ao arcanjo São Miguel (Michel em Francês).
Tudo começou no ano de 709 quando o Bispo Aubert, de Avranches teve um sonho. Nesse sonho, o Arcanjo Miguel apareceu-lhe e pediu-lhe que construísse uma ali uma abadia. O sonho repetiu-se e o Bispo Aubert voltou a não lhe dar importância. Pela terceira vez, o Bispo voltou a sonhar com o Arcanjo Miguel e desta vez, o Arcanjo deve ter perdido a paciência, e fez-lhe um buraco na testa com o dedo. Então o Bispo Aubert percebeu que não se tratava de um simples sonho e ordenou ali a construção de uma igreja numa rocha que se encontrava abandonada. Em 966, o duque da Normandia ali estabeleceu uma comunidade de monges beneditinos. Estes, desde o ano 1000 foram construindo uma abadia pré-romana e uma pequena vila ao seu redor. A abadia sofreu várias ampliações ao longo dos séculos, sendo protegida por muralhas durante a Guerra dos Cem Anos, tornando-se uma fortaleza inexpugnável que resistiu a todas as tentativas dos Ingleses de tomá-la, e constitui-se assim num símbolo de identidade nacional. Durante a Revolução Francesa a abadia foi utilizada como uma prisão para dissidentes políticos. Era um local horrível de onde fugir era impossível! Em 1863 devido à pressão da opinião pública, nomeadamente de diversos intelectuais, entre os quais, o escritor Victor Hugo, a prisão foi desativada. Ao longo dos anos tem sido um local de peregrinação, pois acima de tudo é um local religioso que inspira espiritualidade.
A visita ao seu interior inclui os acessos, a igreja românica lá no alto com estátua em ouro do Arcanjo Miguel que fica situada a 156 metros de altura, abençoando aquele local. O interior da Igreja, o refeitório, os claustros, os jardins e a sala dos Cavaleiros são alguns dos seus pontos altos.
A vista panorâmica do alto dos 80 m da plataforma, para o Canal da Mancha, para as duas regiões, Normandia e Bretanha e para as areias movediças que cercam a ilha que podem ser observadas com a maré vazia, são soberbas. Conseguimos também observar várias pessoas caminhando por aquelas areias movediças em grupos organizados.
Castelo de Neuschwanstein – Füssen – Alemanha
Na Baviera, cuja capital é Munique, lindíssima cidade, também considerada a capital Mundial da Cerveja, Fussen, que se localiza a cerca de 130Km, famosa pelos castelos de Hohenschwangau e de Neuschwanstein é o destino mais belo da Alemanha. Os visitantes visitam ambos os castelos, mas a beleza do Neuschwanstein, ofusca qualquer outro. Trata-se do edifício mais fotografado da Alemanha. A zona com o enquadramento dos castelos, lagos e montanhas, é carregada de magia, talvez por isso o Castelo da Cinderela, figura de ficção da Walt Disney, presente em todos os parques assim chamados, nele se inspira.
No século XIX a Baviera era um reino. O Castelo de Hohenschwangau foi residência oficial de Verão, e aqueles lados, zona de caça, do Rei Maximiliano, da sua esposa Maria, e dos seus dois filhos: Ludwig que mais tarde se tornou o Rei Ludwig II e Otto que mais tarde se tornou o Rei Otto. Ambos tinham distúrbios mentais graves. Foi pela admiração que sentia por Richard Wagner, que Ludwig mandou construir o Castelo Neuschwanstein. No fundo é uma história de amor, segundo se consta, apenas espiritual e não físico, entre dois homens que tão bem é explicada, com muitos eufemismos, nos audioguias, durante a visita ao interior, à medida que percorremos as salas. A visita é impressionante, e tem o seu ponto mais alto quando entramos na Sala de trono. No interior do Castelo de Neuschwanstein é proibido tirar fotos. Talvez para fazer a vontade ao Rei Ludwig, que expressou o desejo de que o seu castelo, onde tão pouco tempo viveu, não fosse visitado por curiosos.
Palácio do Parlamento – Bucareste – Roménia
Para quem tem hoje mais de 45 anos, Nicolae Ceaușescu é um nome que nunca esqueceu.
Estávamos em 1989, no dia de Natal, o execrável ditador era executado por crimes contra o povo. A Roménia foi o único país do Leste Europeu, onde o Regime Comunista terminou com sangue.
No coração de Bucareste sobressai o enorme Palácio do Parlamento, o segundo maior edifício do Mundo. A obra que Ceaușescu mandou erguer, à custa do sacrifício do seu povo, à fome, a privações e humilhações, para satisfazer os seus caprichos. Ceauşescu chamou-lhe Casa da República, mas muitos Romenos chamaram-lhe Casa do Povo.
Atualmente ali funciona a Câmara dos Deputados e o Senado. Dada a enormidade do edifício, as diversas galerias e salões são usados para conferências e outros eventos.
A visita guiada ao seu interior que dura cerca de 2 horas é apenas a uma pequena parte do mesmo. Nem os próprios guias conhecem a totalidade do edifício com mais de 1000 salas, cada uma com a sua decoração própria,12 pisos de altura e 8 subterrâneos (4 ficaram por concluir) e uma arquitetura exterior inspirada em Palácios que o ditador visitou quando se deslocou à China e à Coreia do Norte. Construído exclusivamente por materiais oriundos da Roménia (país com enormes recursos) e com os serviços dos melhores arquitetos e engenheiros nacionais e internacionais ligados ao Partido Comunista Romeno e a mão de obra em regime de escravatura do povo, trabalhando até socumbir. Uma das salas interiores, não possui janelas, para que Ceaușescu pudesse ali dentro escutar bem alto aqueles que lhe batiam palmas. Possui também várias salas de teatro que eram frequentadas pelos cabecilhas do Partido, onde assistiam a grandiosos e exclusivos espetáculos. Possui escadarias inspiradas no Palácio do Hermitage de São Petersburgo e corredores ao estilo do Museu do Louvre de Paris. A varanda com vista para a célebre “Boulevard Unirii”, a avenida feita à imagem dos Champs Elysées onde dois factos marcaram a história: Um foi o dia que Ceaușescu ali chegou e disse que aquela avenida era pequena e que deveria ser prolongada até perder de vista. Foram então expropriadas ainda mais habitações e várias igrejas foram transladadas, uma delas a “Mihai Voda” que foi movida para 285 metros do seu local de origem. O outro, foi em 1992 quando Michael Jackson visitou a Roménia e dali do alto se dirigiu aos fans dizendo “Hello Budapest!”, confundindo a capital da Roménia com a da Hungria.
A visita ao interior coloca-nos com um sentimento de estupefação e revolta que vai aumentando à medida que se percorrem as diversas salas. É de facto muito difícil imaginar os limites da natureza humana. O egoísmo, a presunção e a maldade!
Quando Ceaușescu foi executado, menos de 80% da obra estava concluída. Não foi demolido após a queda do regime pelo facto da sua demolição ser mais onerosa que mantê-lo erguido ao longo dos anos.
SAN MARINO e ITALIA
Três Torres – San Marino
Visitar a República de San Marino foi uma belíssima surpresa. Este microestado é um enclave em território italiano e localiza-se no Monte Titano, a cerca de 10 Km do Mar Adriático, acessível desde Rimini, a mais conhecida estância balnear italiana. O centro histórico da capital, a Cidade de San Marino que é uma cidade amuralhada, contém essas 3 fortificações localizadas cada uma num cume: a Torre Guaita, a mais antiga, a Torre Cesta, localizada no cume mais alto e a Torre Montale, localizada no cume mais baixo. São os principais símbolos do país estando inclusivamente desenhados na sua bandeira nacional. Caminhando pelo centro histórico, através de passadiços e trilhos acedemos a ambas, de onde desfrutamos de vistas soberbas sobre os territórios dos dois países, Costa Adriática incluída.
Ruínas de Pompeia e Ercolano – Itália
No ano de 79 uma erupção do Vesúvio resultou na destruição destas cidades romanas: Pompeia e Herculano.
Trabalhos arqueológicos levados no durante o século XVIII permitiram emergir das cinzas estas ruínas, sendo hoje visitáveis. O grau de destruição de Pompeia e Ercolano foi diferente, por conseguinte, as visitas complementam-se.
Pompeia é maior, possui inclusivamente um coliseu romano, onde os Pink Floyd no ano de 1972 deram um concerto que deu origem a um filme, “Pink Floyd: Live at Pompeii”. Visitando o Antiquário podemos observar os famosos corpos petrificados, construídos em gesso, cujo molde foi criado a partir dos corpos das vítimas quando morreram.
Em Ercolano podemos observar os antigos armazéns do porto, onde foram encontrados os fósseis das pessoas que aí se refugiaram e foram atingidas pela nuvem piroclástica proveniente da erupção vulcânica.
Os amantes de História terão de passar aqui vários dias, para o “comum dos mortais” são necessárias algumas horas. Leia-se horas! Sobre Pompeia existem várias séries, documentários e filmes, além de uma infinidade de compêndios históricos, o que prova a sua importância para a História da Humanidade.
Convento de Santa Maria das Graças – Milão – Itália
Milão, não sendo propriamente uma cidade bonita, pois é sempre escura e os habitantes são sisudos, consegue atrair-nos pelo seu charme. É a capital Mundial da moda, possui um nível de vida alto, com as ruas mais caras do Mundo vendendo artigos de luxo, como é o caso da Via Monte Napoleone, onde as lojas de roupa de marcas de costureiros famosos dominam. Também a Ópera, que por sinal nasceu em Itália, é património da cidade, estando o “Teatro alla Scala” entre as 5 mais importantes salas de ópera do Mundo. É uma das capitais do futebol Mundial, o dois grandes clubes da cidade, a Associazione Calcio Milan e o Football Club Internazionale Milan, disputam os seus jogos no bairro de San Siro, numa das catedrais do futebol. Catedral de Milão é o Duomo, uma das catedrais de estilo Gótico mais famosas do Mundo, localizada bem no centro da cidade.
Mas em Milão destaco o Convento de Santa Maria das Graças que a muitos visitantes não lhes ocorre visitar. Trata-se de uma igreja e convento dominicano que se encontra incluída na lista dos Patrimónios Mundiais da UNESCO. O convento alberga a segunda obra mais famosa de Leonardo Da Vinci, o “Cenacolo Vinciano”, conhecida no Mundo como “A última ceia”. A obra foi pintada na parede do antigo refeitório sendo por isso inamovível. Presume-se tenha sido iniciada em 1495 ou 1496 no âmbito de um plano de reformas na igreja e no convento, encomendadas por Ludovico Sforza, duque de Milão. A obra representa o episódio bíblico da Última Ceia de Jesus Cristo com os Apóstolos antes de ser preso e crucificado, retratando o momento exato em que Jesus Cristo informa que um dos Apóstolos o irá trair. Judas encontra-se destacado por ser pintado de negro, tendo a sua imagem sido baseada num monge recalcitrante que permanentemente perguntava a Leonardo quando a obra estaria pronta!
A obra sofreu diversas agressões ao longo do tempo, como por exemplo a abertura de uma porta pelos padres e os bombardeamentos da II Guerra Mundial.
Só para ver o “Cenacolo Vinciano” é obrigatório visitar Milão, mas fica o aviso, marquem a visitar com antecedência, pois as listas de espera chegam a ter alguns meses!
Visitar esta obra num importante dia da minha vida, aquele em que vi nevar pela primeira vez.
Coliseu Romano – Roma – Itália
Roma, a “Cidade Eterna” é um museu ao ar livre. Uma das cidades mais antigas do Mundo e em tempos capital do Império Romano que se estendia pela Bacia do Mar Mediterrâneo, ocupando parte da Europa, do Médio Oriente e do Norte de África.
O principal símbolo da cidade, o Coliseu Romano, foi construído sob o lema “panis et circenses”, traduzindo do Latim, “pão e circo”, pois segundo os Imperadores, o povo Romano se andasse entretido e distraído, ficaria feliz e não contestaria o Governo, nem tão pouco se revoltaria contra as injustiças sociais, desigualdades, esbanjamento de dinheiros públicos ou aumento de impostos. Lema ainda hoje aplicado pelos governantes e que os vai mantendo no poder. Há que entreter a povo com festas e futebol e com isso ninguém se lembra, por exemplo que a gasolina aumentou…
A obra começou a ser construída no ano de 72 no mandato do Imperador Vespasiano e terminou no ano de 80 durante o mandato do Imperador Tito. Tornou-se no maior anfiteatro Romano, com 188 m de comprimento, 156 m de largura e 57 m de altura. Tinha capacidade para mais de 80 mil espetadores, podendo ser coberto com um teto de lona para os proteger do sol. Tinha uma capacidade de evacuação de público em caso de emergência, que em nenhum estádio de futebol ou qualquer outro recinto semelhante, construído nos dias de hoje, conseguiu ser igualada.
O Coliseu permaneceu ativo durante mais de 500 anos. A partir do século VI, sofreu saques, terramotos e até bombardeamentos durante a II Guerra Mundial. Inicialmente chamado de “Anfiteatro Flaviano” foi substituído por “Coliseu” devido à grande estátua de Nero que se encontrava na entrada da Domus Aurea, um grande palácio construído sob as ordens deste depois do Incêndio de Roma. Nos seus tempos áureos, ali eram realizados diversos espetáculos sangrentos, perante as bancadas lotadas de espetadores ávidos de presenciar violência e morte. E com isso exultavam. Lutas de gladiadores até à morte, execuções de Cristãos perante feras, que eram lançadas para a arena através de um sistema de elevadores, desde as jaulas que se encontravam no subsolo. Presume-se que também se realizavam representações de batalhas navais, com a arena a transformar-se num lago, enchendo-se de água. Nos dias de hoje, em diversos países latinos, existe a tourada, uma espécie de luta até à morte entre um ser humano e um touro bravo enraivecido, onde nem sempre ganha o primeiro, que poderá ter reminiscências nestes espetáculos sangrentos. A natureza humana não mudou, apesar da sociedade ir evoluindo. A necessidade do ser humano, presenciar espetáculos sangrentos, ou ir ao futebol insultar o árbitro ou os adeptos dos outros clubes, segundo os entendidos em psicologia, são formas de catarse e deste modo canaliza-se a agressividade para outras coisas, evitando-se por exemplo, bater no cônjuge, nos filhos, no polícia, no professor, no chefe ou no patrão…
O edifício encontra-se em ruínas, sendo continuamente recuperado. É um local de enorme romaria de visitantes de todo o Mundo. Na visita ao seu interior é possível observar as bancadas, a arena e os lugares VIP onde apenas o Imperador poderia aceder.
Junto ao Coliseu existe o Arco de Constantino, um arco de triunfo construído por ordem do Senado Romano para comemorar a vitória do Imperador Constantino sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvia no ano de 312. Nas imediações do Coliseu encontra-se a Via Sacra, celebérrima rua de Roma desde a antiguidade, que dá acesso ao Fórum Romano e ao Palatino, o centro do Império Romano.
Diz o povo que, “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, Roma é grandiosa e o Coliseu é apenas uma pequena parte do que tem para nos oferecer, e também “em Roma, sê Romano”, pois em Roma há muito para ver e viver, e claro, “todos os caminhos vão dar a Roma” e “quem tem boca vai a Roma” e a qualquer parte do Mundo também!
Basílica de S. Pedro – Vaticano
Pelo Mundo fora há basílicas para todos os gostos, mas esta do Vaticano é a mais importante. O Vaticano é a sede da Igreja Católica, o Estado independente mais pequeno do Mundo e um dos mais ricos. Independente das suas crenças religiosas, quem visita Roma, visitar o Vaticano, um enclave único no Mundo, é obrigatório e constitui um dos pontos mais altos do currículo de qualquer viajante. Numa estada em Roma, pelo menos um dia é destinado para visitar o grandioso Museu do Vaticano por onde se acede ao interior da Capela Sistina, a Praça de S. Pedro e Basílica de S. Pedro. Há um provérbio popular “é como ir a Roma e não ver o Papa”…a mim aplica-se. Não vi, mas como manda a tradição, atirei a moeda na Fonte de Trevi, assim é suposto um dia lá voltar e cumprir essa tradição! Não vi o Papa (na altura era o Bento XVI) mas visitei o Vaticano. O Papa tem dias e hora para ser visto. É de uma janela, do alto dos seus sumptuosos aposentos, no edifício onde se encontra a Capela Sistina, que ele se dirige à multidão com a sua benção!
A Basílica de São Pedro, cujo nome se deve ao primeiro Papa da História, São Pedro, abriga em seu interior a Santa Sé, sendo a igreja onde o Papa realiza as liturgias mais importantes. As celebrações de Ano Novo e a Missa do Galo na noite de Natal ou a Homilia Pascal são dali transmitidas para todo o Mundo! A sua construção começou em 1506 e terminou em 1626. Nela participaram diversos arquitetos, entre os quais Bramante, Michelangelo ou Carlo Maderno. Possui capacidade para albergar cerca de 200 mil pessoas. Mede 190 m de comprimento e a nave central tem 46 m de altura. A cúpula alcança uma altura de 136 m.
Entre as obras de arte que podem ser encontradas no seu interior destaca-se o “Baldaquino” de Bernini, “La Pietà” de Michelangelo e a estátua de S. Pedro no seu trono. “La Pietà”, uma estátua que representa Jesus morto nos braços de sua mãe, sofreu uma tentativa de destruição pelo que se encontra protegida por um vidro. Os túmulos dos diversos Papas também são locais de romaria, onde o de São Pedro se destaca pela opulência da sua decoração. A cúpula, cuja construção foi iniciada por Michelangelo, continuada depois por Giacomo Della Porta e finalizada por Carlo Maderno em 1614, a sua arquitetura serviu de inspiração para outras obras como a Catedral de S. Paulo de Londres e o Capitólio de Washington. Subindo ao cimo desfrutamos de uma vista maravilhosa sobre o Vaticano, a Praça de S. Pedro com o Obelisco do Vaticano ao centro, trazido do Egipto pelo Imperador Romano Calígula, e sobre Roma, com o Rio Tibre e o seu famoso bairro “Trastevere”, o Castelo St. Ângelo, onde a Ópera “Tosca” tem o seu final dramático e o Monumento a Vítor Emanuel II da Itália, o “Altar da pátria”, alcunhado pelos Italianos como “Máquina de Escrever”.
Parthenon – Atenas – Grécia
Localiza-se na Acrópole, este antigo templo Grego, o Parthenon, ou melhor, as ruínas do que ele foi ocupando lá no alto um lugar de destaque, sendo visível de qualquer ponto da cidade. Das colunas Gregas ainda existentes sobressaem os seus estilos que nas aulas de História nos ensinaram. Há capitéis espalhados pelo chão, e muitas pedras de elevado valor arqueológico, dizem os entendidos que “elas falam”, mas que para o comum visitante ao fim de pouco tempo já começa a ser mais do mesmo. O complexo da Acrópole, à medida que subimos vamos encontrando locais de culto, como por exemplo o Odeão de Herodes Ático e o Teatro de Dionísio que foi o mais importante dos teatros da Grécia Antiga, e é considerado o berço do Teatro ocidental e da Tragédia Grega.
O Parthenon foi um templo dedicado à Deusa grega Atena, construído por iniciativa de Péricles, governante da cidade. Foi projetado pelos arquitetos Calícrates e Ictinos. É um ex-libris Ateniense e também Helénico. No entanto, nem a Acrópole, apesar das vistas sobre Atenas serem esplêndidas, é o ponto mais alto da cidade, este situa-se na Colina Licabeto, nem o Parthenon é o maior templo, esse é lugar é ocupado pelo Templo de Zeus Olímpico, que é tido como aquele que foi o maior templo Grego do Mundo, porém atualmente só existem as ruínas do pouco que resta dele.
Catedral de S. Basílio, Kremlin e Praça Vermelha – Moscovo – Rússia
A capital da Rússia é uma cidade gigantesca, a perder de vista, certamente das 5 maiores do Mundo em área, com avenidas largas, edifícios volumosos de arquitetura Soviética, com uma rede de metropolitano, grande parte a circular a mais de 90 m de profundidade, cujas estações são autênticos palácios. Ali tudo é longe, mesmo o outro lado da rua, autênticas auto estradas no meio da cidade, para lá chegar é preciso andar muito pois só se acede através de passagens subterrâneas. Em Moscovo qualquer viajante por muitos locais que tenha andado, sente-se um provinciano. Além de se sentir literalmente “engolido” pela cidade, muitos dos seus habitantes não falam línguas estrangeiras e tratam os visitantes, mesmo do próprio país, com desprezo e rudez.
A grandiosa Praça Vermelha é o coração de Moscovo. O centro do Império Soviético e da Guerra Fria. Sempre engalanada no dia Dia da Vitória, 9 de Maio, celebrando a Vitória da União Soviética contra a Alemanha Nazista em 1945, com desfiles militares de caravanas com material bélico numa manifestação de poder e orgulho nacional Russo. Apesar do vermelho dos edifícios ser a cor predominante, ela deve o seu nome à palavra de língua Russa “krasnaya” que significa além de vermelha, bonita. Um local que no tempo da Guerra Fria, só o nome causava arrepios no Ocidente. Um local que provoca medo cénico ao visitante internacional que ali chega pela primeira vez. Esperemos que a Praça Vermelha volte a ser um local de sonho e não de pesadelo…
O conjunto de Monumentos que contém são o ex-libris da Rússia. O Kremlin, apesar de ali apenas se encontrarem os muros, o Mausoléu de Lenine e a Catedral de S. Basílio. O Museu de História Nacional e o GUM, um shopping de luxo, instalado no edifício que em tempos foi o mercado do povo, completam o quadro. No GUM, o preço do m² é dos mais caros da Europa, superando por exemplo, os Champs-Élysées.
A Catedral de S. Basílio é o edifício mais emblemático de Moscovo, localizando-se no seu centro geométrico. Faz lembrar um “bolo colorido” a forma das suas belas cúpulas com diferentes cores e formatos que são um regalo para a vista, tanto de dia como de noite quando são iluminadas. Porém, a visita ao seu interior é uma desilusão. Reduzidas dimensões, constituindo um labirinto formado por nove capelas decoradas entre as quais está uma torre central que se eleva como se fosse um campanário. Este templo Ortodoxo foi mandado construir pelo Grão-Príncipe de Moscovo, Ivan IV, também conhecido por “O Terrível”, entre 1555 e 1561 para comemorar a captura de Kazan e Astracã. Postnik Yakovlev foi o arquiteto da obra e diz a lenda que Ivan “O Terrível” o mandou cegar, para evitar que construísse algo mais magnífico para mais alguém. Saindo do lado contrário, chegando ao tabuleiro da Ponte Bolshoy Moskvoretsky a vista para a grandiosidade do complexo do Kremlin deixa-nos perplexos. Kremlin, que significa cidade fortificada, mas a visita restringe-se às catedrais e ao Palácio do Arsenal, onde existe um museu que expõe peças de joalharia, armas históricas, armaduras e carruagens.
Igreja do Sangue Derramado – São Petersburgo – Rússia
São Petersburgo é a mais bela cidade da Europa. A seguir a Lisboa…
A cidade é rica em museus, palácios, monumentos e catedrais. Além disso possui canais, imensas pontes, belíssimas avenidas e edifícios emblemáticos. Foi a antiga capital da Rússia Czarista e assistiu de perto a guerras, cercos e revoluções. Hitler e Napoleão por aqui não conseguiram passar! O “General Inverno” residia por estes lados, que juntamente com a resiliência da sua população, ajudaram a salvar a Humanidade do domínio Nazi. São Petersburgo que já se chamou Leninegrado é terra natal de Vladimir Putin, e assim esperemos que estas coisas horríveis não se repitam…
Dos muitos monumentos da cidade, a Igreja do Sangue Derramado destaca-se. O nome oficial é “Igreja da Ressurreição do Salvador” mas internacionalmente é conhecida como “do Sangue Derramado” por ter sido construída no local onde o Czar Alexandre II foi assassinado. No interior, o mausoléu que fica no lado oposto ao altar ainda preserva algumas pedras com marcas de sangue. É confundida com a Catedral de S. Basílio de Moscovo, dadas as suas semelhanças arquitetónicas. Ao contrário da Catedral Moscovita, na qual foi inspirada, esta não se localiza numa gigantesca Praça, mas junto a um dos vários canais que banham a cidade, nas proximidades da celebérrima avenida “Nevsky Prospekt”. Apesar de não aparentar, pois as suas cores são menos garridas, consegue ser maior, mais rica em detalhes e o seu interior bem mais requintado, sendo um verdadeiro museu de arte. À semelhança das Igrejas tradicionais Russas, não possui esculturas, sendo totalmente decorado com mosaicos que usam pedaços de pedras semipreciosas de diferentes cores.
Visitar o interior de uma catedral Ortodoxa é um encanto e transmite paz. Sempre que o faço não desperdiço a oportunidade de efetuar o ritual de colocar velinhas aos santos, pelas pessoas que me são chegadas e pelas amizades que possuo sobretudo nesses países do Leste Europeu.
Catedral Santa Sofia e Mosteiro de São Miguel das Cúpulas Douradas – Kiev – Ucrânia
Numa altura em que a Ucrânia se encontra em guerra, seria uma injustiça não incluir um dos seus monumentos neste artigo de viagens, desejando que a paz volte rápido a essa lindíssima nação. Desconhecemos o que nos tempos mais próximos vai suceder à Ucrânia, ao seu património e ao seu povo, e que repercussões terão na Europa e no Mundo.
A Catedral de Santa Sofia e o Mosteiro de São Miguel das Cúpulas Douradas são os maiores símbolos de Kiev, tal como a Catedral de S. Basílio o é para Moscovo. Localizam-se na Colina Volodymyrska, local acessível de funicular e de onde é possível observar a vista para o Rio Dniepre que banha a cidade. A Catedral Santa Sofia é a mais antiga catedral da cidade. Destaca-se pela cor verde no exterior e as suas cúpulas douradas. O seu interior é coberto de mosaicos e pinturas de mestres bizantinos do século XI. Trata-se do primeiro monumento Ucraniano reconhecido como Património da Humanidade pela UNESCO.
O Mosteiro de São Miguel das Cúpulas Douradas distingue-se pela cor azul no seu exterior e como é óbvio, pelas suas cúpulas douradas. Construído na Idade Média pelo Grão-príncipe Esvetopolco II, este mosteiro é composto pela catedral, pelo refeitório de São João “O Divino” construído em 1713, pela Porta Económica construída em 1760 e pelo campanário que foi acrescentado entre 1716 e 1719. O exterior foi reconstruído no século XVIII em estilo Barroco Ucraniano, enquanto o interior continua com o seu Estilo Bizantino original A catedral foi destruída na década de 1930 pelos Soviéticos sendo reconstruída após a independência da Ucrânia em finais do século XX.
Mesquita Azul – Istambul – Turquia
Istambul é um local mágico que nos conquista desde o primeiro momento. Possui muitas parecenças com Lisboa, apesar de ser no mínimo umas 10 vezes maior. A cidade distribui-se por várias colinas e é banhada pelo Bósforo, com várias pontes a atravessá-lo. Foi por esse motivo que Calouste Gulbenkian, um Arménio, que ali nasceu, escolheu Lisboa para viver. Possui uma excelente oferta de monumentos, nomeadamente palácios, onde o Topkapi e o Dolmabahçe se destacam, e mesquitas, cerca de 3000, na Turquia a religião predominante é a Muçulmana.
A Mesquita Azul é o cartão postal de Istambul. Oficialmente chamada de Mesquita Sultão Ahmed (Sultanahmet Camii). Construída em estilo Clássico Otomano, possui 43 m de altura e destaca-se pelos seus seis minaretes. O seu interior, com os 20 mil azulejos azuis que adornam a cúpula e a parte superior da mesquita, tal como os mais de 200 vitrais e lustres pendurados no teto que o iluminam, é impressionante
A mesquita ocupa uma parte da área outrora ocupada pelo Grande Palácio de Constantinopla, a residência dos Imperadores Bizantinos entre 330 e 1081. Em 1606 o Sultão Ahmed quis construir uma mesquita maior, mais imponente e mais bonita do que a Santa Sofia.
A Mesquita Azul encontra-se no centro nevrálgico de Istambul, por onde os turistas passam grande parte dos dias. Dali facilmente se acedem a muitas das principais atrações turísticas da cidade, como por exemplo o Grande Bazar, a Santa Sofia e o Palácio Topkapi onde as suas varandas nos proporcionam vistas soberbas sobre as partes da cidade nos dois continentes, Europa e Ásia separados pelo Bósforo.
Em Istambul o pôr do sol tem mais encanto, sobretudo com a Mesquita Azul no horizonte.
Elizabeth Tower (Big Ben) e Casas do Parlamento – Londres – Inglaterra
Seria imperdoável não incluir o que quer que fosse, de Londres, onde recentemente tive oportunidade de regressar ao fim de quase 24 anos, nesta lista de monumentos.
O maior símbolo da cidade, o relógio mais famoso do Mundo, o edifício que por todo o lado tem servido de modelo a outros, a Elizabeth Tower, assim se passou a chamar em 2012 para marcar o Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II. A torre contém o maior relógio de 4 lados do Mundo. Big Ben, apesar de ser assim erradamente chamada a torre, é de facto o nome dado ao seu enorme sino com quase 14 toneladas, cuja melodia que emite dando horas, é famosa em todo o lado. Todos os anos assistimos nas televisões, à entrada no ano novo em Londres, o mesmo horário de Lisboa, marcado pelo toque do Big Ben, na altura em que meio mundo já se encontrava no ano seguinte.
Junto à torre (Big Ben) localizam-se as Casas do Parlamento, onde estão instaladas as duas Câmaras do Parlamento do Reino Unido: a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes. Atravessar a Ponte de Westminster, uma das várias que atravessa o Rio Tamisa, e contemplar este monumento e o seu enquadramento na paisagem é o momento mais marcante de uma viagem a Londres.
Tower Bridge – Londres – Inglaterra
E por falar em pontes sobre o Tamisa, seria imperdoável não referir a mais famosa. Aquela que é a ponte mais famosa em todo o Mundo. Uma ponte basculante, construída em 1894. O seu enquadramento paisagístico é extraordinário, com a famosa e antiga Torre de Londres, contrastando com a modernidade dos edifícios do centro financeiro, a “city of London” e dos outros localizados na margem contrária. Sugiro uma ida ao Sky Garden, que é gratuito (mas convém marcar online) e do lá alto, do 35º andar, observar toda esta zona envolvente e deste modo tornarão a vossa estada em Londres como inesquecível.
Catedral de São Paulo – Londres – Inglaterra
O facto de Londres não possuir arranha céus em grande parte da cidade, é a vista das zonas históricas para a Catedral de São Paulo não ser obstruída. Localizada próxima do centro financeiro, esta Catedral Anglicana foi construída em 1710 no local onde sempre existiram templos religiosos. Ali existiu um dólmen e posteriormente um templo Grego. Este templo foi substituído pela igreja mais antiga da Inglaterra, construída no ano 604. Dada a sua construção em madeira, foi um dos diversos edifícios afetados pelo incêndio de 1666. Reconstruída em diferentes ocasiões acabou por se tornar no enorme edifício atual. A sua arquitetura destaca-se pela enorme cúpula visível a larga distância.
Ali foram levadas a cabo as cerimónias do casamento do Príncipe Carlos com a Princesa Diana, e do funeral de Winston Churchill.
Muralhas de Dubrovnik – Croácia
Apesar dos preços exorbitantes atualmente pedidos para visitar esta atração turística, dei por bem empregue o tempo e o dinheiro despendidos. Somente percorrendo os seus cerca de 2 Km conseguimos ter a real perceção do que é aquela que é chamada a Pérola do Adriático. A cidade recentemente, e as suas muralhas, entraram na ribalta devido às filmagens da série “Game of Thrones”, daí o número de visitantes ter subido em flecha. Mas a História destas muralhas, com cerca de 25 metros de altura, é bem mais antiga. Remonta ao século XIII, altura em que foram construídas para proteger a cidade de ataques, que viriam a acontecer em poucos anos. A República de Veneza conquistou Dubrovnik. A História da cidade, que já foi chamada de Ragusa, remonta ao século VII, com a formação da República de Ragusa. Ao longo dos séculos, disputas de territórios não faltaram. Eslavos, Otomanos e até mesmo Napoleão Bonaparte escreveram o seu nome na História de Dubrovnik, conseguindo este último a proeza de as suas tropas transporem estas muralhas. Já no século XX, Dubrovnik livrou-se dos ataques das duas Guerras Mundiais, mas não escapou aos bombardeamentos da Guerra da Jugoslávia. Sérvios e Montenegrinos não aceitaram a declaração de independência Croata. Os bombardeamentos de Dubrovnik de 1991 foram o pior ataque que a cidade sofreu, tendo sido destruídos edifícios históricos e mortos civis durante os 8 meses que durou o cerco. Mas as muralhas resistiram!
É um enorme prazer percorrer as muralhas e desfrutar do seu alto, das vistas para a cidade e sobre a sua costa banhada pelo mar Adriático. As muralhas bem como toda a perspetiva da cidade também podem ser observadas do alto do Forte Imperial. No Mundo não existe mais nenhuma cidade que conserve umas muralhas desta magnitude em perfeito estado.
Palácio de Diocleciano – Split – Croácia
O antigo Imperador Romano, Diocleciano, ordenou a sua construção para ali gozar a sua “reforma dourada”, após a sua abdicação voluntária no ano 305. Ali viveu os últimos anos da sua vida. Atualmente as suas ruínas são a principal atração da cidade de Split e que coincide com o seu o centro histórico. Passeando por estas ruas, podemos visitar a catedral, o Templo de Júpiter e as partes subterrâneas, que serviam para armazenar mantimentos, e em uma dessas alas foram filmadas partes da série “Game of Thrones”. Passear pelo interior do Palácio de Diocleciano quando visitamos a cidade, transporta-nos vários séculos no tempo.
Sagrada Família – Barcelona – Espanha
Antoni Gaudí é um nome que qualquer pessoa culta conhece no imediato. Quem visita Barcelona jamais o esquecerá. A Sagrada Família é a sua obra mais emblemática. Ainda se encontra em construção seguindo o projeto original, que se iniciou em 1822, prevendo-se a sua conclusão para o ano 2026, quando passarem 100 anos desde a sua trágica morte, tornar-se-á no maior templo religioso do mundo. Na Cripta Gaudí descansa em paz. A visita ao seu interior tem preços exorbitantes, pelo que deixarei isso para mais tarde, a Barcelona é sempre um prazer regressar. Desta vez foi só a cripta onde que consegui visitar de forma gratuita.
Para descrever esta obra maravilhosa são necessárias muitas palavras e para a entender é necessário ler muita coisa. O edifício é uma lição de arquitetura e conta a vida de Cristo: A Natividade, a Paixão e a Glória.
Templo Expiatório do Sagrado Coração – Barcelona – Espanha
Localizado no Monte Tibidabo, onde se acede de funicular e de autocarro, trata-se de um templo que combina elementos neobizantinos, neorromânicos e neogóticos. Acede-se de elevador à estátua do Cristo Redentor, que considero proporcionar a vista mais pitoresca e bela da Cidade Condal e dos seus arredores e também das montanhas que protegem a cidade do frio dos Pirenéus. Arrisco-me a dizer que esta é das 5 vistas panorâmicas mais espetaculares da Europa.
Praça de Espanha – Sevilha – Espanha
Conheço muitos locais em Espanha e confesso que considerava a cidade de Sevilha como enfadonha, até decidir lá passar um fim de semana no Outono. As temperaturas elevadas no Verão, o vento quente e as poucas sombras existentes, não nos permitem desfrutar da cidade de forma confortável. Essas ideias negativas que a colocaram na cauda da tabela, desapareceram!
A Praça de Espanha, que é uma verdadeira sala de visitas da cidade, foi construída em 1928 para a Exposição Ibero-Americana de 1929. A sua construção demorou cerca de 15 anos e teve recurso a cerca de 1000 trabalhadores. Ela é um exemplo do Regionalismo na Arquitetura, pois mistura elementos do Neo Renascimento, Mouriscos e Espanhóis. São estas misturas de estilos arquitetónicos que nos fazem sentir fascinados por Sevilha. Esta monumental praça, de forma elíptica, onde se dispõem vários edifícios governamentais, faz parte do Parque Maria Luisa, o mais famoso da cidade. Destaco o piso em azulejo ao longo das paredes invocando cada província do país. Na entrada podemos observar a estátua de Aníbal González Álvarez-Ossorio, o arquiteto desta magnífica obra!
Os filmes “Lawrence da Arábia”, “O Ditador” e “Star Wars: Episódio II – Ataque dos Clones” passaram por lá!
Real Alcázar – Sevilha – Espanha
Sevilha é uma cidade encantadora, e a visita ao Alcázar, no seu coração, é obrigatória. Trata-se do palácio em uso mais antigo da Europa. A Espanha é uma monarquia, contestada por muitos e cheia de escândalos, mas que nós saibamos, o regime republicano não lhes deixou saudades. Este é um dos palácios usados pela família real, nomeadamente quando visita a capital da Andaluzia. O termo “Alcázar” é uma palavra árabe, traduzida como “castelo” ou “palácio”. O mesmo foi construído sob o domínio mouro, durante o início da década de 900. Atualmente é considerado Património Mundial da UNESCO. Passou por cerca de 500 modificações e renovações. Trata-se de um complexo de edifícios que combinam várias formas arquitetónicas: islâmica, gótica e renascentista, por exemplo. A visita ao seu interior, engloba jardins, pátios e salas e é um verdadeiro conto das “mil e uma noites”! A Sala das Tapeçarias, a Sala Gótica, os Quartos Reais, são alguns dos pontos mais altos da visita que necessita no mínimo de 3 horas.
A série “War of Thrones” e os filmes “Lawrence da Arábia”, “1492: Conquest of Paradise” e “Knight and Day ” tiveram ali passagens.
Calton Hill – Edimburgo – Escócia
É a razão de Edimburgo ser alcunhada de “Atenas do Norte”. Trata-se de uma colina que possui diversos monumentos, nomeadamente o Monumento Nacional da Escócia, semelhante ao Parthenon, um memorial aos soldados e marinheiros escoceses mortos nas Guerras Napoleónicas, o Monumento de Dugald Stewart, um memorial ao filósofo escocês Dugald Stewart e o Monumento de Nelson, uma torre comemorativa em homenagem ao vice-almirante Horatio Nelson, que perdeu a vida na Batalha de Trafalgar, derrotando Napoleão Bonaparte, impedindo a sua ofensiva na conquista do Reino Unido.
O local vale sobretudo pelas vistas magníficas sobre a cidade, sobre o mar e seus arredores, sendo aquele que considero local o mais pitoresco de Edimburgo, muito superior ao Castelo de Edimburgo com a vantagem de Canton Hill ser de acesso gratuito.
to be continued…
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