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24 Dez

O ALENTEJO DO ALQUEVA E DO LITORAL

 

O Alentejo do Alqueva e do litoral

Texto & Fotos de Mário Menezes

 

Conhecer melhor Portugal foi o meu objetivo nos tempos em que fiquei privado de viajar para o estrangeiro. Durante os anos de 2020, 2021, a pandemia que assolou o Mundo fez-nos modificar os nossos planos de viagens e restringi-las em grande parte ao nosso retângulo. Aproveitamos para conhecer melhor o nosso país, que é lindíssimo, tem imenso por descobrir e percorrê-lo foi o melhor remédio para curar as maleitas psicológicas dos confinamentos forçados.

 

Moura, Grande Lago e Barragem do Alqueva vistos do ar

 

O Alentejo, se o considerarmos como “um todo”, pois na escola ensinaram-nos que é dividido em “alto e baixo”, é a maior região de Portugal. Somos uma pequena nação, mas o nosso Alentejo é maior que vários países da União Europeia, por exemplo é maior que a Bélgica!

É a região com menor densidade populacional, predomina o povoamento disperso, a paisagem é sobretudo composta por planícies, possui pequenas cidades, e uma zona costeira lindíssima com muitas praias ainda em estado selvagem, barragens e praias fluviais no interior. Os habitantes do Alentejo são muitas vezes alvo de sátira, devido ao seu temperamento calmo e descontraído, e também ao seu sotaque! Os Alentejanos abundam no anedotário nacional, mas eles retribuem a gentileza da mesma forma!

 

Praia fluvial da Amieira

 

O cante alentejano é o género musical tradicional do Alentejo e além desse género há outros, canções conhecidas de muitos artistas nacionais oriundos do Alentejo: Linda de Suza, Paco Bandeira, Vitorino, entre outros. Alentejano era o saudoso ator Nicolau Breyner!

 

Península de Troia, Setúbal e a Arrábida vistas do ar

 

O que conheço melhor da região é o caminho que me leva de Lisboa ao Algarve, nomeadamente a estrada IC1, que já a percorri algumas centenas de vezes! A meio do caminho, quando viajo a certas horas, raramente dispenso uma paragem em Canal Caveira, para jantar ou almoçar, o famoso cozido à Portuguesa, naquela que é a localidade que se auto intitula como a “capital do cozido”. Em Canal Caveira todo o mundo pára, na ida ou de regresso do Algarve, inclusivamente políticos, empresários e equipas de futebol. Em tempos era tido como local onde se “compravam” os árbitros! Ladrões a sério também ali param, e fica o aviso, de noite evitem estacionar no parque do lado da linha férrea. No Dia de Reis de 2008, acabei a noite na Esquadra da GNR de Grândola. Depois de jantar descobri que o meu carro havia sido arrombado, juntamente com mais 5! Em um deles foi furtado um portátil contendo uma tese de mestrado, e em outro material de um médico dentista! A mim, felizmente os prejuízos não foram muito além da fechadura da porta…Situações recorrentes por aqueles lados fiquei a saber!

Além do cozido à Portuguesa do Canal Caveira, e das bifanas de Vendas Novas há muita comida deliciosa no Alentejo. Os pratos de carne de porco preto abundam! As migas feitas com o tradicional pão Alentejano também. Assim como açorda alentejana. O Gaspacho, as sopas de tomate e de cação não podem faltar. Na Costa, o peixe fresco é maravilhoso.  E de sobremesa ninguém esquece a sericaia. E que dizer dos vinhos Alentejanos e do medronho…

À entrada de Canal Caveira existe uma herdade onde se produzem bons vinhos, a Herdade de Canal Caveira que abriu há poucos anos ao público e onde poderão adquirir bons vinhos, como o moscatel de Setúbal fabricado com uvas das videiras ali criadas.

 

Herdade de Canal Caveira

 

Herdade de Canal Caveira

 

Herdade de Canal Caveira

 

Herdade de Canal Caveira

 

Cozido à Portuguesa, o prato mais pedido em Canal Caveira

 

Choco frito, especialidade Setubalense

 

Carne de porco frita com migas de espargos, especialidade Alentejana

 

Ourique, o último concelho do Alentejo antes de entrarmos no Algarve, merece uma paragem.

Foi por estes lados que D. Afonso Henriques, uma criança adolescente rebelde que “bateu” na própria mãe, em 25/7/1139 conquistou esta terra aos Mouros.

O primeiro rei de Portugal, assim nos ensinaram na escola.

Fazer um curto desvio do IC1, na saída deste e visitar o miradouro de Ourique é uma escolha acertadíssima.

Dizem os locais que ao pôr do sol tem ainda mais encanto. E por lá pode ser vista a estátua de D. Afonso Henriques, comemorando o seu heroísmo.

 

Miradouro de Ourique

 

Miradouro de Ourique

 

Miradouro de Ourique

 

Miradouro de Ourique

 

Miradouro de Ourique

 

Miradouro de Ourique

 

Miradouro de Ourique

 

Miradouro de Ourique

 

Miradouro de Ourique

 

Santana da Serra e Castro da Cola, ficam a curta distância e merecem uma paragem.

É um pequeno desvio do IC1.

 

Santana da Serra, concelho de Ourique

 

Santana da Serra, concelho de Ourique

 

Santana da Serra, concelho de Ourique

 

Santana da Serra, concelho de Ourique

 

O Castelo de Cola, também conhecido como Castro da Cola ou Cidade de Marrachique. Está erigido num pequeno outeiro. Estes vestígios que revelam uma longa ocupação humana, desde a pré-história até à Idade Moderna, passando pelos domínios romano e islâmico.

Junto a este castro situa-se um santuário cristão, dedicado a Nossa Senhora da Cola.

Este sítio arqueológico encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910.

 

Castro da Cola, concelho de Ourique

 

Castro da Cola, concelho de Ourique

 

Castro da Cola, concelho de Ourique

 

Castro da Cola, concelho de Ourique

 

Castro da Cola, concelho de Ourique

 

Castro da Cola, concelho de Ourique

 

Castro da Cola, concelho de Ourique

 

Castro da Cola, concelho de Ourique

 

Castro da Cola, concelho de Ourique

 

Já decidi passear pelo Alentejo sem intuito de me deslocar ao Algarve. Uma delas, ainda antes da pandemia nos afetar, foi para passar um dia em Évora, aproveitando uma promoção de viagens de comboio, tendo conseguido um bilhete de ida e volta desde Lisboa por 5€! As outras duas em 2021, para dar rodagem ao meu novo automóvel, uma serviu para visitar o Alqueva e parte da sua zona limítrofe, e a outra para um “raide” desde Lisboa até Vila Nova de Milfontes pela Costa Alentejana.

 

Outras duas, nos anos de 2022 e 2023, foi com o intuito de festejar os meus 47º e 48⁰ aniversários. Acabado o ciclo de o fazer no estrangeiro, viajar para fora cá dentro, voltou a ser novamente alternativa. O Alqueva e o interior raiano alentejano foram as escolhas para esses dias.

Ao todo foram 4 dias, em momentos diferentes, 4 bate volta desde casa, muito bem passados!

Em Novembro de 2022, passei pelo Alentejo, no caminho para o Algarve, mas desta vez fazendo o desvio da rota com passagem por Serpa e Mértola.

 

Passo a descrever:

 

Évora

De comboio desde Lisboa é uma forma rápida e económica de viajar para Évora. É possível ir de manhã e regressar de noite. Desde a estação de Évora, caminhando, percorrem-se todos os principais locais da cidade.

Viajando de automóvel de Lisboa em direção ao Alqueva, pelo caminho mais curto, Évora é um ponto de passagem. De carro podemos circular pela parte exterior das muralhas da cidade, Évora é mais uma das cidades amuralhadas que existem na Europa, ou cruzar a zona do Centro Histórico, classificado como Património Mundial da UNESCO desde 1986.

É no Centro Histórico que se localizam as ruas e praças mais importantes da cidade, bem como os monumentos e os edifícios de arquitetura típica.

 

Évora, vista desde o terraço da Igreja de S. Francisco

 

Évora, vista desde o terraço da Igreja de S. Francisco

 

Évora, Praça do Giraldo

 

A Igreja de S. Francisco é talvez o local de maior romaria devido à existência no seu interior da Capela dos Ossos.  Construída no século XVII por iniciativa de três monges Franciscanos com o objetivo de transmitir a mensagem da transitoriedade da vida. À entrada, a célebre frase pode arrepiar os mais sensíveis: “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos“. Ossos provenientes dos 42 cemitérios monásticos que existiam por aqueles lados. Com esses esqueletos exumados da terra, foi feita a decoração da capela. Ali jazem cerca de 5.000 ossos, como por exemplo crânios, vértebras ou fémures.  O bilhete de entrada inclui, além da visita à Capela dos Ossos, o Núcleo Museológico e a Coleção de Presépios. Também podemos subir a um terraço e apreciar a vista sobre a cidade.

 

Évora, Igreja de S. Francisco, Capela dos ossos

 

Évora, Igreja de S. Francisco, Capela dos ossos

 

Évora, Igreja de S. Francisco, Capela dos ossos

 

Évora, Igreja de S. Francisco, Capela dos ossos

 

Évora, Igreja de S. Francisco, Capela dos ossos

 

Outro local famoso de Évora, desta vez no exterior, o maior símbolo da cidade é o Templo Romano, conhecido como Templo de Diana. Trata-se de um dos mais grandiosos e melhor preservados templos Romanos da Península Ibérica. Os Romanos andaram por estes lados e esta construção com cerca de 2000 anos é uma evidência! É conhecido erradamente como Templo de Diana. Julgava-se que a sua construção serviu para homenagear Diana, a deusa da caça, no entanto, ao longo dos anos, os historiadores provaram que foi construído para homenagear o Imperador Augusto, venerado como um deus.

 

Évora, Templo Romano

 

Évora, Templo Romano

 

Évora, Templo Romano

 

Évora é local onde o Enoturismo marca forte presença. Os vinhos da Cartuxa são dos mais apreciados no panorama nacional e no mercado internacional, nomeadamente no Brasil e na América do Norte, para onde cerca de metade da sua produção é exportada. Dos países que já visitei, o Brasil, é o único onde encontrar à venda nas lojas, ou nas cartas dos restaurantes, uma boa variedade de vinhos Portugueses é possível. Um vinho da marca “Pera Manca”, a “joia da coroa” da Cartuxa chega a ser vendido no Brasil por cerca de 400€ cada garrafa de 750 ml.

A Fundação Eugénio de Almeida é uma instituição privada e de utilidade pública, com sede em Évora, fundada pelo Engº Vasco Maria Eugénio de Almeida em 1963. O objetivos dessa Fundação são culturais e educativos, sociais e assistenciais, e espirituais, visando o desenvolvimento e elevação da região de Évora. Do seu património, doado pelo Instituidor para que a sua “obra” continue, destacam-se um conjunto de propriedades rústicas no concelho de Évora nas quais a Fundação desenvolve um projeto agro-pecuário e industrial. Na indústria vinícola, a Fundação Eugénio de Almeida desde o final do Séc. XIX que contribui para nosso panorama nacional.
Para aprendermos mais sobre estes preciosos “néctares dos deuses” produzidos pela Fundação Eugénio de Almeida, visitar a Adega da Cartuxa é uma escolha acertadíssima. Localizada a cerca de 2 km do centro histórico de Évora e a 200 metros do Mosteiro da Cartuxa. A visita guiada ao interior daquele histórico edifício, explica-nos a História da Fundação, os métodos de fabrico de vinho, sua fermentação, em talha, em tonel ou em pipa, as castas usadas na produção do mesmo e posteriormente na loja é possível provar e adquirir esses produtos. Muitos turistas, grande parte oriundos do Brasil visitam a Adega da Cartuxa.

 

Évora, Adega da Cartuxa

 

Évora – Adega da Cartuxa, loja, um Pera Manca

 

Évora, Adega da Cartuxa, talhas para fermentação do vinho

 

Évora, Adega da Cartuxa, talhas para fermentação do vinho

 

Évora, Adega da Cartuxa – loja

 

Évora, Adega da Cartuxa

 

Saindo do centro da cidade, fazer uma pausa num “monumento” que em 2014 entrou para a ribalta, é um ritual. O EPE-Estabelecimento Prisional de Évora, uma penitenciária, de 5 estrelas, destinada a uma franja da sociedade como por exemplo, forças de segurança ou políticos, pois afinal o crime é como o sol, quando nasce é para todos!  Já foi o “centro do Mundo”, quando um antigo PM-Primeiro Ministro Português, por suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, passou lá vários meses. Detido no Aeroporto de Lisboa, ainda na manga do avião, à chegada de Paris, onde vivia como um milionário, supostamente uma vida patrocinada por um amigo! Sujeito a vários interrogatórios no Campus de Justiça de Lisboa, foi-lhe ordenado ficar em prisão preventiva em Évora. Fazer selfies à entrada do EPE era tradição e eu não deixei, apesar de extemporâneo, deixar a minha marca. Hoje o antigo PM aguarda julgamento, os crimes que possa ter cometido, já prescreveram quase na totalidade, encontra-se em liberdade e a viver na Ericeira.

 

Évora, EPE-Estabelecimento Prisional, local destinado a albergar criminosos das forças de segurança e também da classe política

 

Évora é considerada a cidade mais charmosa do Alentejo. Voltar é sempre um prazer, uma cidade que marcou a minha vida profissional. No início do século, trabalhei na área do gás natural e várias instalações de gás domésticas Eborenses, alguns restaurantes, dentro e fora do centro histórico, e também redes de distribuição em urbanizações do concelho, foram por mim projetadas.

 

Évora, Igreja de S. Francisco

 

Évora, Igreja de S. Francisco, Museu de Arte Sacra

 

Alqueva

A Barragem e o Grande Lago é o objetivo principal de quem viaja para esta parte do Alentejo. Barragem de Alqueva, assim é corretamente chamada, e não “do Alqueva” como erradamente a ela muitos se referem, pois situa-se no Rio Guadiana, a cerca de 7Km de Alqueva, uma localidade do concelho de Portel. Entrou em funcionamento nos primeiros anos do corrente século XXI, tendo a sua construção dado origem ao maior lago artificial da Europa Ocidental, conhecido pelo Grande Lago. Com uma superfície de 250 km² e mais de 1100 Km de margens, abrange os municípios Alentejanos de Portel, Moura, Reguengos de Monsaraz, Mourão e Alandroal, e os municípios Espanhóis de Olivença, Cheles, Alconchel e Villanueva del Fresno.

 

Barragem de Alqueva

 

Barragem de Alqueva – Portugal

 

A Barragem é considerada a maior da Europa Ocidental com a sua capacidade de produção de 520 MW. Muito longe da grandiosidade física e numérica, expressada pelos cerca de 14.000 MW da Usina de Itaipu que já tive oportunidade de visitar e se localiza na fronteira do Brasil com o Paraguai.

A Barragem de Alqueva foi construída também com o objetivo de regadio para a região do Alentejo, além da produção de energia elétrica. A parte lúdica e turística, não poderiam ser desprezadas e pelas margens do Grande Lago existem diversas atividades que podemos desfrutar como por exemplo passeios de barco onde se pode observar a fauna e a flora e a prática de desportos aquáticos.

 

Grande Lago, passeio de barco

 

Grande Lago, nas proximidades da barragem

 

Grande Lago, nas proximidades da barragem

 

Junto à barragem encontramos o Centro de Interpretação de Alqueva. Ali está exposta diversa informação acerca do projeto de Alqueva, do território, as fases de construção das infraestruturas e sua importância para o desenvolvimento regional. Note-se que para construir esta gigantesca obra de engenharia que é a Barragem de Alqueva e o Grande Lago, foi necessário expropriar localidades que ficaram submersas para sempre, como por exemplo, a antiga Aldeia da Luz.

As praias fluviais, como por exemplo as de Monsaraz e da Amieira, foram construídas nos últimos anos, aproveitando os recursos hídricos do Grande Lago e proporcionam excelentes mergulhos e banhos de sol longe do mar. As marinas e as estruturas de apoio, o comércio, a restauração e o alojamento local, são negócios crescentes, atraindo turistas nacionais e estrangeiros a esta parte interior do país.

 

Praia fluvial de Monsaraz

 

Praia fluvial de Monsaraz

 

Praia fluvial de Monsaraz

 

Das várias localidades que são de visita obrigatória, destacam-se Mourão, Monsaraz e Reguengos de Monsaraz, distando estas últimas cerca de 15 km. Reguengos de Monsaraz é também conhecido pelos seus vinhos, podendo visitar-se nas suas redondezas diversas adegas e vinhas, sendo tal como Évora, outro marco da Rota de vinhos do Alentejo. Para visitar as adegas todas da região do Alentejo, certamente que serão necessárias várias semanas…

 

Bifana de Vendas Novas, especialidade Alentejana

 

Monsaraz é famosa por ser uma cidade amuralhada, com o seu Castelo de Monsaraz, erigida sobre o Monte Monsaraz com vista para o Grande Lago. O Castelo de Monsaraz também é conhecido por no seu interior possuir uma arena onde são levados a cabo espetáculos taurinos.

 

Lago Aqueva visto desde as muralhas do Castelo de Mourão

 

Lago Aqueva visto desde as muralhas do Castelo de Mourão

 

Mourão é uma pequena vila localizada a cerca de 25 Km de Reguengos de Monsaraz. Localidade rica em História, pois foi por ali que ocorreu a Batalha de Mourão, ganha pelos Portugueses aos Castelhanos, em 1477 no decorrer da Guerra de Sucessão de Castela.

No alto da vila, junto do seu Castelo e à Igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeias que fica na sua entrada, e também das suas muralhas, podemos desfrutar de belíssimas vistas para as margens do Lago Alqueva, para o casario e para o interior da região.

 

Mourão,interior Igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeias

 

Mourão, interior do Castelo

 

Mourão, interior do Castelo

 

Mourão vista das muralhas do Castelo

 

Mourão, Igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeias na entrada do Castelo

 

Mourão tornou-se um marco na minha vida de viajante. Dos 30 aos 45 anos tive oportunidade de viajar na altura do meu aniversário e comemorar cada um deles em locais diferentes. Ao longo desses anos tive oportunidade de fazer almoços e jantares de aniversário pelos “quatro cantos do Mundo”. Inclusivamente em cidades com cerca de 20 milhões de habitantes e com fusos horários totalmente desfasados do nosso GMT! A pandemia fez-me quebrar esse ciclo de vida em 2021 quando o confinamento impediu-nos de viajar para fora de casa, muito menos para fora do país, e obrigou os restaurantes a limitarem o serviço ao “take away” e ao “delivery”. Em 2022, calhou no Destino que o meu almoço de aniversário fosse a famosa sopa de cação no Restaurante “A chaminé” em Mourão. Um pequeno restaurante, muito procurado, famoso no Alentejo, inclusivamente além fronteiras, de ambiente familiar e especializado na gastronomia Alentejana.

 

Mourão, almoço de aniversário, sopa de cação

 

Sopa de cação, especialidade Alentejana

 

Sopa de cação, especialidade Alentejana

 

Ao falar do Alqueva há que mencionar a Aldeia da Luz, a nova e a antiga. A nova localidade foi construída nos primeiros meses do ano de 2002, para substituir a antiga que foi submersa pelas águas. Ao visitarmos o Museu da Luz poderemos aprender mais sobre a região, as atividades económicas, o modo de vida da população e também sobre este processo de relocalização da Aldeia da Luz. É possível ao observarmos o lago, vislumbrar uma ilha, onde se destacam alguns pinheiros localizados num monte, que marcam o antigo local, agora submerso mas que em tempos foi ocupado pela Aldeia da Luz. Um passeio pelos Passadiços, junto ao Parque das merendas, é uma belíssima forma de terminar o dia nas margens do Lago Alqueva.

 

Aldeia da Luz

 

Aldeia da Luz

 

Passadiços da Aldeia da Luz

 

Lago Alqueva junto aos Passadiços da Aldeia da Luz

 

Aldeia da Luz, Museu da Luz

 

Aldeia da Luz, Museu da Luz

 

Aldeia da Luz, Museu da Luz

 

Aldeia da Luz

 

O Alentejo possui diversos monumentos megalíticos, inclusivamente muitos compêndios turísticos mencionam que existe uma “Stonehenge Alentejana”! O Cromeleque dos Almendres é talvez o mais famoso, localizando-se a cerca de 18Km de Évora. Nas proximidades do Grande Lago, existe por exemplo a Anta da Torrejona e o Cromeleque do Xarez.

 

Moura- Portugal

 

Moura- Portugal

 

Moura- Portugal

 

A cidade mais próxima da Barragem de Alqueva é Moura, cerca de 18 km. É um local agradável para almoçar, numa das diversas esplanadas do centro. A cidade é pequena, em poucos minutos de caminhada visitamos o principal. O Castelo de Moura, no alto, proporciona belíssimas vistas panorâmicas, podendo observar-se na paisagem o Rio Ardila que nasce em Espanha e desagua no Rio Guadiana e também o centro da cidade com o seu casario branco, tipicamente alentejano. Moura é famosa por ser um destino termal. As Termas de Moura são recomendadas para o tratamento de doenças da pele, doenças do aparelho respiratório, doenças metabólico-endócrinas, doenças reumáticas e doenças músculo-esqueléticas.

 

Moura, vista do castelo

 

Moura, vista do Castelo para o Rio Ardila que nasce em Espanha, e desagua no Rio Guadiana

 

Moura, vista do castelo

 

Moura, Termas

 

Moura, Termas

 

Moura, Jardim Dr. Santiago

 

Moura, Câmara Municipal

 

No regresso, saindo de Moura, é interessante fazer uma paragem no Museu do Medronho, cerca de 7Km após cruzarmos a Barragem de Alqueva. Ali podemos conhecer o medronho, um fruto que por aqueles lados abunda, e o que dele podemos obter. Desde a sua da sua planta da árvore do medronheiro, o seu ciclo de vida, o processo de destilação do fruto e o seu produto final que não convém abusar…É possível efetuar provas na zona da loja e adquirir, além de garrafas de medronho, diversos produtos regionais como por exemplo mel, queijos, azeite, vinhos, enchidos, chás, compotas e bolos artesanais.

 

Museu do Medronho

 

Museu do Medronho

 

Museu do Medronho

 

Para conhecer a zona circundante da Barragem de Alqueva e desfrutar ao máximo do que a mesma nos pode proporcionar, são necessários alguns dias. Fazendo um bate volta, desde Lisboa, numa altura em que os dias são grandes, viajando de automóvel, é uma forma de passar um dia agradável, conhecendo alguns dos pontos principais e ainda com tempo para uma ida à praia, de água doce, pois claro!  Entre Lisboa e a Barragem de Alqueva, são cerca de 200 km, dos quais, cerca de 130 km podem ser percorridos em autoestrada, saindo da mesma em Évora.

 

Voltar ao Alqueva para melhor conhecer a região, é um dos meus planos. Recentemente num voo de regresso de umas férias em Malta tive a felicidade de vir sentado no lugar da janela e o céu estar limpo. Então, durante a descida para Lisboa, pude desfrutar desta vista maravilhosa do Alqueva e recordar estes dias bem passados, no início do desconfinamento.

 

Praia fluvial da Amieira

 

Praia fluvial da Amieira

 

Costa Alentejana

Um passeio desde Lisboa pelo litoral Alentejano, até Vila Nova de Milfontes é uma maravilhosa forma de passar um dia. No meu caso, foi uma excelente maneira de desconfinar. No passado mês de Maio, no dia em que o Benfica jogava em casa com o Sporting, jogo à porta fechada devido à pandemia, foi esta a forma escolhida para desopilar para longe, passando um dia diferente dos outros em que sair de casa, tirando tarefas essenciais, era proibido! Esperemos que esses tempos difíceis não voltem nos próximos 100 anos!

A Costa Alentejana é um dos locais mais belos de Portugal, sobretudo para passar dias junto ao mar. Tal como a região do Alqueva, necessita de vários dias para ser explorada, no entanto, de automóvel, num bate volta desde Lisboa, num dia primaveril, já com mais horas de sol, conseguem fazer-se bastantes quilómetros e visitar várias praias e vilas.

 

Praia de São Torpes- Sines

 

Praia da Costa de Santo André

 

A Costa Alentejana, como o nome indica, encontra-se na região do Alentejo. Tem início na Península de Troia no concelho de Grândola e termina na foz da Ribeira de Seixe, rio que nasce na Serra de Monchique no Algarve. Em termos urbanísticos, é muito menos desenvolvida que a sua congénere Algarvia. As infraestruturas viárias e ferroviárias de acesso, são menos modernas e menos eficientes, os aeroportos internacionais não existem e comboios só de mercadorias com destino ao Porto de Sines. Possui diversas áreas protegidas, parques naturais, vilas e aldeias com aparência típica regional e com menor afluxo de turismo de massas sobretudo de origem internacional. É este ambiente calmo que muitos visitantes procuram na Costa Alentejana, daí que seja por muitos escolhida como destino de férias, em detrimento do Algarve.

 

Praia da Costa de Santo André e Lagoa de Santo André

 

Praia da Comporta- Portugal

 

Península de Troia, que se inicia na foz do Rio Sado, sendo essa a zona mais desenvolvida em termos urbanísticos da Costa Alentejana, é o ponto de partida para a explorar.  É acessível, cruzando o Rio Sado, por transportes fluviais da empresa “Atlantic ferries”, catamarãs ou ferries, podendo estes últimos transportar automóveis, bicicletas ou motociclos, desde Setúbal. Passar um dia em Troia é um regalo, podendo visitar-se as Ruínas Romanas onde outrora funcionou o maior centro industrial de salgas de peixe do Império Romano. Podemos passear pelas suas ruas onde existem diversos edifícios de grande altura, restaurantes, hotéis e um casino, o Casino Troia na zona da marina.

A Península de Troia, é uma restinga arenosa com mais de 25 km de comprimento e uma largura máxima de 1,5 Km, banhada pelo Oceano Atlântico a Oeste e pelo Rio Sado a Este. Do lado Oeste localiza-se a Praia-mar de Troia cujo areal se prolonga até Sines, ao longo de 45 Km, sendo por isso considerada a maior praia da Europa.
Quando viajamos de avião e nos preparamos para aterrar em Lisboa, de sul para norte, se tivermos a sorte de apanhar um dia com céu limpo e um lugar à janela do lado esquerdo, poderemos desfrutar da vista panorâmica sobre Setúbal, Arrábida e Península de Troia lá do alto. Assim me aconteceu num voo de Atenas para Lisboa, em 2019, no regresso de umas mini férias por terras Helénicas.

Comporta, a cerca de 20 Km da Praia-mar de Troia, é a localidade que marca o fim da Península de Troia, com a sua praia, a Praia da Comporta. A Comporta é famosa também pelos seus terrenos pertencentes a grandes banqueiros, a contas com a Justiça, como é exemplo a Herdade da Comporta.

 

Herdade da Comporta, num passeio de bicicleta deste Tróia

 

De bicicleta, podemos facilmente explorar toda esta zona, de Troia a Comporta, percorrer os cerca de 16 Km pela estrada N253-1, que as separam, sempre em reta e plana, e banhar-nos nas duas praias, Praia-mar de Troia e Praia da Comporta. Ao fim do dia regressamos a Setúbal, com a bicicleta de ferry, para nos consolarmos com um belo choco frito! Fiz isto num dia de Verão em 2017!

 

A última vez que estive por Troia e pela Comporta, foi somente de passagem, tendo feito a travessia fluvial desde Setúbal, com o meu carro dentro do ferry. A primeira paragem foi a Praia da Costa de Santo André, a cerca de 55 Km do cais onde desembarquei. Uma praia de aparência selvagem, rodeada com dunas douradas, com mar agitado e com historial de naufrágios de pescadores. Localiza-se junto à Lagoa de Santo André encontrando-se integrada numa área de Reserva Natural. O areal é banhado pelo Oceano Atlântico e pela Lagoa de Santo André. No Verão é um local de grande romaria, mas em Maio o tempo não convidava a banhos, pelo que limitei-me a desfrutar da belíssima paisagem, tirar umas fotos e ir embora.

 

Praia da Costa de Santo André

 

Sines era o objetivo para chegar à hora de almoço. O Restaurante “O Beijinha”, local referenciado por um amigo, meu colega na Escola Secundária, conheço-o há mais de 30 anos, que juntamente com a sua mulher, são clientes habituais. Grande Benfiquista, é conhecido por aqueles lados como “Mitroglou”, dada a sua aparência física com o craque Grego que vestiu o Manto Sagrado.

 

Peixe fresco, do melhor que há na Costa Alentejana

 

Localizado em plena doca, em frente à baía, um restaurante simples, sem luxo e muito popular, ideal para uma refeição plena de sabor marinho. Ali o peixe sai diretamente do mar para a grelha! Recomendo vivamente uma refeição n´”O Beijinha”, a ementa é peixe assado ou peixe assado, mas a variedade e a qualidade é tão grande que a escolha é tudo menos monótona!

 

Peixe fresco, pregado, do melhor que há na Costa Alentejana

 

Peixe fresco, cherne, do melhor que há na Costa Alentejana

 

Sines, onde Vasco da Gama nasceu, é um paraíso de bom peixe, dada a sua forte ligação ao mar desde os tempos dos Celtas. A tradição foi continuada pelos Romanos, Visigodos e Mouros. A cidade tem grande impacto na nossa Economia, devido à existência de um grande complexo industrial criado pelo governo de Marcelo Caetano em 1970, e também devido à existência do maior porto artificial de Portugal, o Porto de Sines, responsável pelas importações e exportações de mercadorias. O gás natural que consumimos chega às nossas casas através de redes de distribuição e transporte, alimentadas por gasodutos, a maior parte desde o Porto de Sines, do seu Terminal de gás natural liquefeito.

A Praia Vasco da Gama situa-se na zona central da cidade, sendo vista desde o Castelo. As restantes praias nas proximidades de Sines situam-se a Norte, como é exemplo a Praia da Costa Norte, e a sul, como é exemplo a Praia de São Torpes.

 

Sines, vista para as praias a Norte

 

Sines, vista para as praias a Norte

 

Sines, Praia Vasco da Gama vista desde o Castelo

 

Sines, Castelo

 

É aqui em São Torpes que tem início o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, que se prolonga até ao Burgau já na região do Algarve, que tal como Sagres pertence ao concelho Vila do Bispo, por onde no Verão de 2020 fiz um escapadela. Pela Costa Alentejana, a água do mar, na realidade trata-se do Oceano Atlântico, é fria e agitada. Porém na Praia de São Torpes é comum encontrarmos temperaturas próximas das do Mar das Caraíbas! Não se trata de nenhum fenómeno da natureza, mas sim devido à atividade da Central Termoelétrica de Sines que se situa nas proximidades. Quem estudou ciclos a vapor em termodinâmica entende perfeitamente o fenómeno físico, que não se trata de qualquer efeito de poluição.

 

Porto Covo foi a paragem seguinte. A terra que encantou um cantor Portuense, Rui Veloso que lhe dedicou uma canção nos anos 80.  Uma freguesia do concelho de Sines, famosa pelas suas praias, que estão entre as mais belas do Mundo. O seu casario branco tipicamente alentejano com vista para o mar desde as suas ruas.

A letra da canção arrasta-nos para a Ilha do Pessegueiro. Uma ilha que também faz parte da freguesia e do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. É visível de um miradouro localizado na alto de uma falésia junto à zona marginal do povoado, mas para tirarmos a melhor fotografia com a mesma, num dos “spots” mais famosos da Costa Alentejana, teremos de percorrer a pé cerca de 3Km, ou cerca de 6km de automóvel, até à estrada que passa junto ao Parque de Campismo da Ilha do Pessegueiro (atenção que não fica na ilha) localizado perto da praia do Sissal. Existe também a Praia da Ilha do Pessegueiro (atenção que também não fica na ilha) a cerca de 1 Km, junto ao Forte de Nossa Senhora da Queimada. Quanto à Ilha do Pessegueiro, propriamente dita, o seu nome é originário do termo Latino “piscatório”, que com o passar dos tempos foi evoluindo para pessegueiro. O seu solo arenoso jamais permitiria, como canta Rui Veloso, que existisse qualquer pessegueiro por lá…

 

Porto Covo

 

Porto Covo, vista para a Ilha do Pessegueiro

 

Porto Covo, vista para a Ilha do Pessegueiro, o local que é uma das imagens de marca mais famosas da Costa Alentejana

 

Porto Covo, Praia Pequena

 

Porto Covo, Praia dos Buzinhos

 

Porto Covo, Praia dos Buzinhos

 

Porto Covo, Praia da Baía

 

Porto Covo, miradouro

 

Porto Covo – Portugal

 

Porto Covo – Portugal

 

Vila Nova de Milfontes foi o destino final. Situada na foz do Rio Mira, a freguesia do Concelho de Odemira é um dos destinos de veraneio prediletos na Costa Alentejana. Possui praias fluviais e marítimas. A vila, à semelhança de Porto Covo, é constituída pelo típico casario Alentejano onde a cor branca predomina. Tempo para tirar umas fotos junto ao rio e junto ao mar e procurar um café para ver o futebol.

 

Vila Nova de Milfontes, vista para a Praia do Carreiro da Fazenda

 

Vila Nova de Milfontes, Praia da Franquia no Rio Mira

 

Vila Nova de Milfontes, estátua do Arcanjo, perto do farol

 

Um dia bem passado pela Costa Alentejana terminava desta forma, com o regresso a casa, e uma paragem no Castelo de Sines para uma última foto junto ao mar!

 

CAMPO MAIOR

 

A vila raiana pertencente ao distrito de Portalegre, é associada ao Comendador Rui Nabeiro, recentemente falecido aos 91 anos de idade. Em 1961 fundou a DELTA, atualmente uma das maiores empresas nacionais, que se dedica à torrefação e embalagem de café. Ao visitarmos o Centro de Ciência do Café que se localiza nas imediações da zona industrial, distando cerca de 5Km do centro da cidade poderemos aprender imenso sobre esta bebida, e sobre o seu impacto na economia da região. Ali ao lado existe também a Adega Mayor também propriedade da família Nabeiro, que produz excelentes vinhos. Rui Nabeiro foi um enorme empresário e acima de tudo uma enorme pessoa e com enorme contributo para o desenvolvimento da região. Um empreendedor, um patrão (aliás um empresário!!) com uma mentalidade muito superior aos patrões lusitanos, amigo dos funcionários e muito acarinhado por todos. Os investimentos que fez no futebol profissional, trouxeram o clube da terra, o Sporting Clube Campomaiorense para a 1ª divisão nacional em meados dos anos 90, tendo em 1999 atingido a Final da Taça de Portugal perdendo para o Beira Mar. Por ali passaram jogadores como Paulo Torres, Beto, Carlos Martins, Isaías e Jimmy Floyd Hasselbaink, a maior figura! A equipa disputa os seus jogos no Estádio Capitão César Correia, porém a família Nabeiro ao ver os lobbys, o “sistema”, que minam o panorama do futebol nacional, deixou de investir no futebol profissional, extinguindo por isso a equipa sénior.  A partir de 2006 voltou a ter uma equipa sénior, mas amadora, a competir nas divisões distritais de Portalegre.

No centro da cidade encontramos a estátua do Comendador Rui Nabeiro. Percorrendo as ruas chegamos à zona alta, à Ermida de São Sebastião, onde podemos desfrutar da paisagem sobre a região, com Elvas e Badajoz à vista. Ali perto encontramos o Castelo de Campo Maior erigido no Outeiro de Santa Vitória para defesa da raia alentejana.
O almoço na Taberna “O Ministro” marcou a minha visita a Campo Maior. Desta vez no dia do meu 48º aniversário. Depois do ciclo de andar pelo mundo em comemorações aniversariantes, o Alentejo já foi palco de duas…sem dúvida que é um excelente destino nacional!

 

Campo Maior, Adega Mayor

 

Campo Maior, Capela de São Sebastião na Ermida de São Sebastião

 

Campo Maior, Centro de Ciência do café

 

Campo Maior, Ermida de São Sebastião

 

Campo Maior, Estádio Capitão César Correia

 

Campo Maior, Estádio Capitão César Correia

 

Campo Maior, estátua do comendador Rui Nabeiro

 

Campo Maior, vista da região envolvente desde a Ermida de São Sebastião

 

Campo Maior, zona Industrial, sede da DELTA

 

Campo Maior

 

Gastronomia Alentejana, acompanhamentos típicos onde se inclui as migas, de batata

 

Gastronomia Alentejana, carne de vaca na frigideira

 

Gastronomia Alentejana, pezinhos de coentrada

 

Gastronomia Alentejana, sericaia, doce feito com ovos, açucar e canela

 

Gastronomia Alentejana, tábua de enchidos, queijo e pastéis de bacalhau

 

SERPA

A zona raiana do Alentejo não deixa de nos encantar. Esta parte é considerada por muitos Alentejanos como a mais bonita da região.

A terra que deu ao Mundo o saudoso ator Nicolau Breyner já era povoada antes do domínio dos Romanos, tendo estes povos enorme contributo para o desenvolvimento do município, nomeadamente na agricultura. No ano de 1166, Serpa foi conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques, tendo sido perdida por várias vezes nas constantes lutas da Reconquista, sendo definitivamente constituída como concelho por D. Dinis, que mandou edificar o seu castelo em forma de cerca, no ano de 1295. Serpa é mais uma encantadora cidade amuralhada, o que a torna particularmente bela. Junto às muralhas do castelo encontramos monumentos pré-históricos, os menires.

São as vistas desde as muralhas que justificam uma paragem nesta encantadora cidade. Passear pelas suas ruas típicas com casas caiadas de branco também é encantador, onde se destaca a Igreja de Santa Maria. Por lá existe a rua do cano, não sei se também existirá a da torneira…

 

Gastronomia Alentejana, espetada de porco preto

 

Serpa

 

Serpa

 

Serpa

 

Serpa vista desde as muralhas do Castelo

 

Serpa vista desde as muralhas do Castelo

 

Serpa vista desde as muralhas do Castelo

 

Serpa vista desde as muralhas do Castelo

 

Serpa vista desde as muralhas do Castelo

 

Serpa vista desde as muralhas do Castelo

 

Serpa, Igreja de Santa Maria

 

Serpa, menires

 

Serpa, muralhas

 

Serpa, muralhas

 

Serpa, muralhas

 

Serpa, Rua do Cano…será que também há a da torneira

 

Serpa

 

MÉRTOLA

 

Localiza-se na margem direita do Rio Guadiana, encontrando-se elevada em relação ao mesmo, destacando-se ao longe pelo seu castelo que pode ser observado de um miradouro situado na margem oposta.

 

Em finais da década de 1970, foram feitas escavações arqueológicas das quais resultaram a descoberta de vestígios que remontam ao Neolítico e comprovam que a vila é bem mais antiga do que se julgava. Existem diversos monumentos que associam também a presença dos Romanos em todo este concelho. Após a invasão Romana da Península Ibérica, foi denominada de “Mírtilis Júlia”, posteriormente vieram os Visigodos que lhe passaram a chamar “Mertill” e “Mertilliana”. Depois vieram os Mouros que lhe passaram a chamar de “Martulá”, nome que perdurou até à sua Reconquista, tendo aí sido definitivamente chamada de Mértola. Por ter sido um importante porto fluvial, durante um curto período do século XI, foi capital de um pequeno emirado islâmico independente, a Taifa de Mértola. Na época da Reconquista Cristã, foi retomada no reinado de Sancho II por forças ao comando do comendador da Ordem de Santiago, Paio Peres Correia, em 1238.
A sua principal atração é o Castelo e as vistas sobre a zona que proporciona lá do alto. Uma estrutura militar com um recinto amuralhado cuja Torre de Menagem, construída em 1292 é o principal elemento. No seu interior, existem duas exposições que dão a conhecer a evolução do castelo ao longo dos tempos e a presença da Ordem de Santiago na vila, que teve aqui a sua primeira sede nacional, no período após a reconquista Cristã. Junto da Torre de Menagem, está a estátua deIbne Cassi, que foi um aliado e amigo de D.  Afonso Henriques, apesar do seu nome não levar a crer: Abu Alcacim Amade ibne Huceine ibne Cassi, considerado o senhor de Mértola!

Junto do Castelo diversas escavações arqueológicas têm destaque o que torna a vila um museu a céu aberto.

Em Mértola comprei uma garrafa de vinho da região, destinada a ser aberta no dia de Natal!

 

Mértola

 

Mértola

 

Mértola

 

Mértola, Castelo, exposição

 

Mértola, Castelo, exposição

 

Mértola, Castelo, exposição

 

Mértola, Castelo, exposição

 

Mértola, Castelo, exposição

 

Mértola, escavações arqueológicas

 

Mértola, estátua equestre de ibne Cassi junto à Torre de Menagem do Castelo

 

Mértola, Igreja Matriz

 

Mértola, Igreja Matriz

 

Mértola

 

Mértola

 

Mértola, Castelo

 

Mértola, vinhos típicos da região

 

Mértola

 

MINA DE SÃO DOMINGOS

 

Esta pequena localidade, a cerca de 18Km de Mértola, é uma aldeia com um historial ligado à indústria mineira, que remonta ao tempo dos Fenícios e dos Cartagineses e, posteriormente aos Romanos, com vista à extração de cobre, ouro e prata.

 

Em 1858 iniciou-se a moderna exploração da mina, por iniciativa da companhia de mineração “Mason & Barry”. Os trabalhos prolongaram-se até 1965, quando o minério se esgotou e, por conseguinte, levou ao encerramento da mina. Os trabalhos eram feitos a céu aberto até aos 120 metros de profundidade, e depois por meio de poços e galerias até aos 400 metros de profundidade. Com o encerramento da mina, a aldeia, que foi a primeira em Portugal a possuir luz elétrica, entrou em decadência.

Junto da aldeia existe a praia fluvial da Tapada Grande.

 

Gastronomia Alentejana, migas com carne de porco preto frita

 

Mina de São Domingos, localidade pertencente ao concelho de Mértola

 

Mina de São Domingos, localidade pertencente ao concelho de Mértola

 

Praia fluvial da Tapada Grande , junto a Mina de São Domingos, localidade pertencente ao concelho de Mértola

 

 

 

to be continued…

 

 

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