Berlim: Uma enciclopédia Histórica da II Guerra Mundial e da Guerra Fria
Texto & Fotos de Mário Menezes
Se o ato de viajar pelo espaço Europeu, fosse simultaneamente possível fazê-lo, como o Michael J. Fox, numa máquina do tempo, a minha primeiríssima escolha seria a cidade de Berlim, que existia antes da década de 90. A cidade estava dividida por um muro. De um lado a parte controlada pela URSS, a antiga República Democrática Alemã (RDA) e do outro a parte controlada pelos países Aliados: EUA, Reino Unido e França. Comunismo versus capitalismo. Uma cidade dividida por duas ideologias, assim ficou definida no final da II Guerra Mundial. Para passar de um lado para o outro era necessário passaporte e visto. Muitos cidadãos perderam a vida ao tentarem transpor aquele muro procurando uma vida melhor do outro lado ou apenas encontrarem os seus familiares. Era uma cidade sui generis!
No Outono de 1989, tinha eu 14 anos e assistia-se pela TV à queda do Muro de Berlim. Um conjunto de revoluções que culminou com o mais simbólico acontecimento que marcou o princípio do fim do Comunismo na Europa, e a união de povos e famílias independentemente das suas ideologias. O “Muro da Vergonha” já não existe mais, a Alemanha é apenas um país, Berlim tornou-se a sua capital e a cidade agora unificada é uma grande metrópole, moderna e onde voltar é sempre um prazer.
Por Berlim a História teve os protagonistas, Stalin e Hitler, duas das figuras mais horrendas da Humanidade, que mataram milhões de seres humanos. Stalin matou muito mais, pois fê-lo antes, durante, e continuou a fazê-lo depois da II Guerra Mundial!
De todas as viagens que fiz, pelo Centro e pelo Leste Europeu, foi em Berlim, onde senti, as marcas dos períodos da II Guerra Mundial e da Guerra Fria, mais próximas e mais presentes. Um conflito armado que em solo Europeu terminou ali e o outro pela via diplomática se instalou e pelos vistos ainda se vai mantendo. Rezam as teorias que Hitler suicidou-se num Bunker. Bunker esse que já não existe mais, pois o local foi destruído, tapado e hoje é um simples parque de estacionamento. O corpo de Hitler nunca foi encontrado permanecendo um mistério. Um troféu de guerra que as tropas Soviéticos nunca conseguiram!
O Exército Vermelho comandado por Stalin irrompeu por Berlim destruindo tudo à frente e hasteando as bandeiras com a foice e o martelo em muitos monumentos, entre os quais o “Palácio do Reichstag”, o edifício onde atualmente funciona o “Bundestag”, o Parlamento Alemão, sendo possível visitá-lo e subir à famosa cúpula de vidro projetada pelo Arquiteto Norman Foster. Ali reina agora a Chanceler Angela Merkel, que com sorte até pode ser vista em pessoa, saudando amavelmente os visitantes.
Berlim nos dias de hoje é uma cidade que não sendo bonita nem pitoresca, consegue ser muito encantadora. Com a sua mascote, o urso, recebe-nos de braços abertos. Em 2009 visitei-a pela primeira vez, voltando no ano seguinte. A Alemanha é um país muito acolhedor onde o turista é sempre bem recebido. País moderno, limpo e seguro com um povo muito alegre, comunicativo e afável. Foi uma enorme surpresa sobretudo porque as ideias pré concebidas que tinha acerca do povo Alemão ser sisudo, arrogante e antipático e recusar-se a falar Inglês, desapareceram nos primeiros instantes depois de aterrar. Tanto em Berlim como em outras cidades Alemãs que visitei fui sempre bem acolhido e sempre me senti bem.
Berlim é tida como a grande cidade mais barata da Alemanha e tem imenso para nos mostrar, daí o desejo de regressar ser permanente. Em Berlim é possível nos enriquecermos a nível cultural, nos muitos museus, tanto em arte como na História antiga e recente, sobretudo do Velho Continente, pois ainda podemos visitar bunkers, outros caminhos subterrâneos ou à superfície, da Guerra Fria, um Campo de concentração, e até pedaços do Muro conservados e vedados para evitar que os turistas retirem pedras dos mesmos, que as lojas vendem como souvenirs. Longe de mim ser um perito em Cultura, Política ou História, pois não são assuntos que possua bases sólidas para os discutir, mas com as viagens que vou fazendo vou mudando aos poucos esse paradigma.
Em tempos servida por 3 aeroportos, a capital da Alemanha inaugurou recentemente o “Aeroporto de Berlim-Brandemburgo” com muitas polémicas e derrapagens orçamentais à mistura, afinal os Alemães também esbanjam dinheiros públicos! Situado em Schönefeld, a cerca de 20Km do centro da cidade de Berlim, servido por transporte ferroviário, usa a pista do aeroporto que tinha o mesmo nome, que recentemente era utilizado pelas companhias aéreas “low cost”, entretanto desativado, tal como o “Aeroporto Berlin-Tegel” que até há pouco tempo era aeroporto principal. Aeroportos que outrora serviam as partes oriental e ocidental respetivamente.
Mas foi o Aeroporto “Berlim-Tempelhof” o mais carismático. Construído durante o Regime Nazi, foi usado como oficina de manutenção de aeronaves e de abrigo durante a II Guerra Mundial. As operações foram encerradas em Outubro de 2008, sendo a sua área utilizada como o maior parque público de Berlim, o “Tempelhofer Feld”, usando as antigas pistas como ciclovias e locais prática de desportos ao ar livre. Sobressai a sua fachada de estilo Soviético que o tornou o maior edifício do Mundo antes da construção do Pentágono nos EUA.
À chegada é importantíssimo adquirir o cartão turístico “Berlin Welcome card” que oferece descontos em muitas atrações turísticas e permite viagens ilimitadas na moderna e eficiente rede de transportes públicos, que aos fins de semana circulam 24/24h, composta por comboios suburbanos S-bahn que circulam também pelo centro da cidade, metropolitano (U-bahn), elétricos rápidos (trams) e autocarros com alguns de dois pisos. As carruagens amarelas do metropolitano são bastante típicas. Das muitas estações recordemos a de Alexanderplatz, no coração da cidade, onde o filme “Flightplan – Pânico a Bordo” com Jodie Foster protagonista principal, tem algumas filmagens.
A Alexanderplatz é um dos locais de romaria diária. A praça deve o nome ao Czar Russo Alexander I que em 1805 visitou a cidade tendo sido ali recebido. No centro da praça encontramos a torre de TV, uma das imagens que marcam a paisagem de Berlim. A “Berliner Fernsehturm” que do seu alto oferece vistas panorâmicas sobre a imensidão da cidade. A paisagem é branca e escura. Ali por perto situa-se o edifício da Câmara Municipal, a “Rotes Rathaus”. A Alexanderplatz possui uma das principais estações de S-bahn, comboios que ali circulam em viadutos e nos levam a inúmeros pontos da cidade e também aos arredores. Estações de comboio que são autênticos shoppings com lojas e vários restaurantes de fast food tornando-se ideais para refeições rápidas e económicas. Berlim também é um paraíso de compras e grandes armazéns existem em todo o lado, com destaque para a zona da Alexanderplatz.
Estações de comboio com dimensões consideráveis abundam em Berlim, mas nenhuma se compara à Estação Central “Berlin Hauptbahnhof”. Inaugurada em Maio de 2006, ano em que a Alemanha organizou o Campeonato do Mundo de futebol, é a maior estação multinível da Europa. Ali conflui o tráfego ferroviário nacional e internacional. Para não variar, também é um paraíso de lojas e de restaurantes! Ali, já parti para Praga e já regressei da Polónia, em anos diferentes.
Um dos passeios habituais, a pé, é sair da Alexanderplatz, atravessar um dos canais do Rio Spree, que banha Berlim, pela Ponte “Liebknechtbrücke” e chegar à Ilha dos Museus. Um local onde além da Catedral e do parque verde Lustgarten” a ela pegado, se concentram vários museus. Para os visitar são necessários vários dias. O Museu Bode com a sua coleção de esculturas, arte Bizantina, moedas e medalhas é talvez o mais famoso. O “Altes Museum” que é o maior e mais importante museu do Mundo em arte antiga da Grécia, de Roma e da Etrúria. O “Neues Museum” com peças do Antigo Egito, da Pré-História e também da História recente. A “Alte Nationalgalerie” que mostra inúmeras pinturas e esculturas Europeias do século XIX. e o Museu de Pérgamo que alberga uma coleção de arte da antiguidade clássica e também arte Islâmica e Oriental, sendo parte do seu acervo comparado em grandeza ao do Museu do Louvre em Paris!
Saindo da Ilha dos Museus e cruzando um dos canais pela Ponte “Schlossbrücke” entramos na avenida mais famosa da cidade, a “Unter den linden”, considerada como os “Campos Elísios de Berlim”. Imediatamente encontramos o Museu Histórico Alemão que nos relata os dois mil anos da História deste país, suas relações internacionais, políticas e culturais. A Opera Estatal de Berlim é uma das mais importantes da Europa, onde é possível assistir espetáculos de grande qualidade a preços bem simpáticos, tal como na Komische Oper Berlin.
Desviando um pouco chegamos à Gendarmenmarkt, uma praça onde encontramos duas igrejas gémeas: a Igreja Francesa e a Igreja Alemã. Entre as duas localiza-se a sala de concertos “konzerthaus” onde atua a orquestra sinfónica “Konzerthausorchester”.
Regressando à pela “Unter den linden”, subindo por esta, terminamos na “Pariser Platz”, o local onde os Berlinenses dão as boas vindas a todos os Anos Novos. Em frente à Porta de Brandemburgo, o monumento mais famoso da Alemanha. Nesta praça encontra-se também o edifício da Academia de Artes, e o luxuoso Hotel Adlon, um dos mais caros da Alemanha, usado por políticos em visitas oficiais, ou não estejam ali ao lado as Embaixadas da Hungria, Rússia e França.
Passando a Porta de Brandenburgo, virando à esquerda, passamos junto à Embaixada dos EUA, caminhando em direção à moderníssima Potsdamer Platz, um dos mais frenéticos centros de tráfego da Europa, onde as altas torres sobressaem, a passagem pelo Memorial aos Judeus Mortos da Europa é um local de paragem obrigatório. Uma ferida ainda por sarar na História da Alemanha. Consiste de uma área de 19.000 m2 ocupada por com 2.711 blocos de betão de diversos tamanhos, parecendo-se com um campo ondulado de pedras. Um local extenso que nos deixa bastante pensativos…
A cerca de 1Km fica o Checkpoint Charlie! Aqui a URSS e os EUA possuíam, digamos assim, uma fronteira terrestre, a única no Mundo. Um dos locais, o mais importante, onde se poderia passar o Muro de um lado para o outro com controlo policial fronteiriço. Num dos edifícios lá presentes funcionavam serviços da CIA e num outro, a cerca de 100m, os do KGB. Ali existe um Museu dedicado ao Muro de Berlim e àqueles que o tentaram atravessar por esta passagem. A exposição é constituída de fotos, vídeos e maquetes que mostram centenas de detalhes impressionantes sobre as tentativas dos Berlinenses conquistarem a Liberdade. Muitos conseguiram escapar escondidos das formas mais insólitas como por exemplo dentro de um Trabant (modelo de automóvel usado na época) escondidos no compartimento do motor, ou por baixo de um tapete dentro de um assento.
Nesta zona da cidade podemos visitar o Museu da Espionagem Alemã ou não fosse Berlim a capital Mundial da Espionagem. A Topografia do Terror, um museu que ocupa a antiga sede da GESTAPO, a Polícia Secreta do Estado Nazi, onde os opositores do regime eram submetidos a interrogatórios e torturas. Ao lado, o edifício da “Luftwaffe”, as Forças Aéreas Nazis, que escapou aos bombardeamentos da Guerra, um dos locais onde o filme “Valquíria” de 2008 com Tom Cruise, que relata uma tentativa falhada de matar Hitler, tem filmagens. Nesta zona de Berlim existem inúmeras partes do Muro ainda intactas.
Um dos locais que relata a História da cidade é o “The Story of Berlin”. A visita a este museu inclui a entrada num bunker civil previsto para uma eventualidade de um ataque nuclear. O sistema de renovação de ar, os dormitórios e os WCs permanecem intactos.
Túneis subterrâneos da cidade, que foram locais utilizados durante a Guerra Fria, também podem ser visitados em “Berliner Unterwelten” que proporciona vários tipos de visitas a vários túneis. Uma delas, termina na estação de metropolitano (U-bahn) “Gesundbrunnen” que estava preparada para ser usada como bunker e albergar inúmeros civis em caso de ataque nuclear.
Sobre a STASI, antiga polícia secreta da RDA, uma “PIDE” mas mais refinada, que espalhou repressão e terror desde a década de 50 e durante quase 40 anos, existe um museu, o “Stasimuseum” que exibe os meios usados para espiar os cidadãos, por exemplo máquinas fotográficas escondidas nos mais variados objetos e também relatos de técnicas de tortura sobretudo psicológica e social. Uma forma de repressão sobre os dissidentes, pois o Estado conhecendo pormenorizadamente a sua vida privada e todos os passos que davam, podia facilmente devassa-la, e usar essas informações contra eles sob forma de chantagem, causar-lhes conflitos sociais e familiares, lançando calúnias, tortura essa que no limite podia levar ao suicídio.
A STASI possuía uma prisão secreta, que nem nos mapas existia mencionada como tal, para onde os dissidentes eram transportados. Raptados no meio da rua, forçados a entrar numa carrinha fechada, que nada se parecia com um carro celular, até poderia possuir autocolantes publicitários, fazia um percurso de várias horas aos círculos pelas ruas da cidade para que eles pensassem que estavam a ser transportados para bem longe de casa. Ali chegados eram submetidos a diversas técnicas de tortura física, mental e psicológica com vista a revelarem informações necessárias às suas “más” ações e também à detenção de outros dissidentes. O Memorial de Hohenschönhausen é um dos locais mais aterradores de Berlim. É possível visitar as celas de encarceramento, sem vista para o exterior, onde o isolamento, sem qualquer atividade, era constante e indeterminado, locais de tortura como por exemplo celas exíguas onde era impossível esticar as pernas, ou os locais dos interrogatórios que poderiam surgir a qualquer hora, do dia ou da noite e por tempo indefinido. Interrogatórios com recurso a tortura psicológica referindo por exemplo que um familiar próximo tinha sofrido uma doença súbita ou um acidente.
A Tecnologia e a Indústria são pontos onde a Alemanha é fortíssima. E do ponto de vista histórico, o “Technikmuseum” tem uma mostra bastante interessante neste campo.
E quanto a museus muito mais haveria para dizer. Nem mesmo o Museu de cera Madame Tussaud ‘s falta! Um local onde encontramos muitas figuras históricas, Alemãs em grande número, com quem podemos interagir, posar e nos divertir, sendo a melhor forma de nos recompormos dos efeitos de visitar locais que nos deixam abatidos e cabisbaixos.
Como por exemplo, em Oranienburg, nos arredores de Berlim. Aqui existe um Campo de Concentração. Sachsenhausen que foi a primeira de uma série de instalações construídas pelos Nazis, para confinar ou liquidar em massa opositores políticos, judeus, ciganos, homossexuais, Testemunhas de Jeová, e, posteriormente, milhares de prisioneiros de guerra. Após a queda do regime Nazi, serviu como acampamento especial Soviético. Muitas das edificações encontram-se destruídas, mas ainda é possível ver as barracas onde os prisioneiros viviam em condições desumanas, a seção “Z” onde as execuções por fuzilamento eram levadas a cabo, e as ruínas do crematório onde depois das execuções os corpos eram incinerados. Existe um museu e um centro de exposições onde podemos aprender mais sobre este local. A ação do filme “The Counterfeiters” de 2007, baseado numa história verídica, decorre aqui.
Visitar campos de concentração é uma experiência dolorosa, deprimente e assustadora. Mostra-nos o pior da natureza humana e faz-nos amar ainda mais os animais.
Situado no lado oposto à Porta de Brandenburgo, do enorme parque central de “Tiergarten”, o Jardim Zoológico de Berlim alberga a maior coleção de espécies do Mundo. O destaque vai para os famosos ursos polares que no Inverno estão no seu perfeito habitat. Muitos animais encontram-se resguardados em jaulas no interior mas mesmo assim, é possível ver elefantes a passear na neve! Uma das zonas é dedicada a animais noturnos, outra a felinos onde os gatos selvagens estão presentes, como é exemplo de um, em adulto que pesa apenas 1,6Kg. Também é imperdível a visita ao Aquário e aos seus répteis em exibição como é o caso do temível crocodilo com mais de 6m de comprimento!
Berlim foi sede dos Jogos Olímpicos de 1936 e palco de vários jogos do Campeonato do Mundo de futebol de 2006, entre os quais a final, dramaticamente decidida por pontapés da marca de penalty. Fábio Grosso marcou o penalty decisivo que permitiu à Itália, perante a França, alcançar o seu 4º título de campeão Mundial. Mas esse jogo fica marcado por ser o último da carreira de futebolista de Zinedine Zidane, atual treinador do Real Madrid. O ato tresloucado perante o defesa Italiano Materazzi que o provocou. À cabeçada, foi a forma deste enorme jogador de futebol abandonar os relvados.
Em 2015 ali foi jogada a final da Champions ganha pelo Barcelona com o trio MSN (Messi, Suárez e Neymar) na frente e Iniesta no meio campo. Perante este Dream team a Juventus foi uma digna vencida. Xavi fez aqui o seu último jogo com a camisola “blaugrana” e levantou o troféu.
O estádio foi construído entre 1934 e 1936, desde 1963 é palco dos jogos em casa do “Hertha Berliner Sport-Club”, o principal clube da cidade. Berlim é das poucas capitais Europeias que não possui um “grande” clube de futebol. Paris era até há poucos anos outra…
É um estádio do tipo Olímpico, como o nome indica, daí ter recebido inúmeras competições internacionais de atletismo. Usain Bolt estabeleceu ali o atual recorde dos 100m e dos 200m, durante o Campeonato do Mundo de Atletismo de 2009.
A cobertura é em forma de ferradura, cobrindo a totalidade das bancadas que recebem espetadores. Uma parte das bancadas de um topo, onde se situa o arco histórico da Porta de Maratona, não recebe espetadores.
Um estádio com muita História. Foi cenário da propaganda do regime Nazi. Isso não impediu que Jesse Owens, um atleta Afro-americano ali ganhasse 4 medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de 1936, contrariando o discurso sobre a supremacia da raça Ariana, que Hitler usou durante o evento! Serviu também de quartel general das Forças Armadas Britânicas.
Ao longo dos tempos foi objeto de várias obras de modo a adaptá-lo às condições exigidas a um recinto desportivo atual. Mesmo com uma arquitetura Clássica e fazendo lembrar a Grécia Antiga, é um moderníssimo estádio que inclusivamente possui um sistema de aquecimento do relvado para promover o degelo durante o período de Inverno.
A visita guiada inclui também o seu interior, nomeadamente os balneários e as bancadas. Assim passei parte do dia do meu 34º aniversário.
O Estádio Olímpico de Berlim é um dos vários míticos estádios que tive oportunidade de visitar.
A vida noturna em Berlim é muito animada. Entre outros locais, nas imediações da Alexanderplatz existe uma grande oferta de bares onde podemos desfrutar de uma noite de Sábado da melhor maneira.
O famoso “Kit Kat Club” cujo nome está imortalizado num musical na Broadway, e no cinema com Liza Minelli, o “Cabaret” de 1972, existe mesmo em Berlim! A sua banda sonora “money, money” ainda permanece nos nossos ouvidos!
Contudo, parece tratar-se de um local estranho, supostamente destinado para quem tenha uma mente aberta, onde para entrar, um “dress code” caraterístico e especial, é fator determinante.
Na Alemanha,o porco é rei no prato. Já nos copos, aliás nas canecas, a cerveja é rainha,existindo centenas de marcas e tipos diferentes! Em Berlim reina a “Berliner Weisse”.
Das inúmeras variedades de salsichas típicas de várias cidades Alemãs, a Berlim, pertence a “currywurst”! Uma salsicha de porco cortado às rodelas e temperada com ketchup e caril. Esta iguaria tem reminiscências do período da II Guerra Mundial! Em 1949, quando Herta Heuwer, que possuía um quiosque de comida em Berlim Ocidental, resolveu temperar uma salsicha de porca grelhada, com ketchup, e pó de caril que obteve dos soldados ingleses. Num cenário de destruição e privação de recursos, resultante da guerra, Herta Heuwer desatou a vender no seu quiosque este tipo de “fast food”, que tem conquistado até hoje o gosto dos Alemães e de quem visita a Alemanha. No meu caso, sempre que aterrei na Alemanha comer uma “currywurst” tornou-se um hábito, uma tradição! A importância desta iguaria é tão grande que até existe um museu a ela dedicado, o “Deutsches Currywurst Museum”.
Outra iguaria é o “donner kebab”. Uma sandwich que foi inventado na Alemanha pela Comunidade Turca residente e entrou em definitivo na rota dos viajantes. A Alemanha também é um paraíso de comida Turca, com inúmeros restaurantes típicos que servem pratos deliciosos e económicos.
A “Asia gourmet” uma cadeia de “fast food” Asiática também oferece refeições económicas muito saborosas.
Mas jantar numa cervejaria típica Alemã é algo tradicional e imperdível. Recomendo vivamente uma ida à “Berliner Republik”. O Eisbein (joelho de porco) é um dos pratos mais solicitados! Também o Schnitzel (panado de porco), as salsichas “Bratwurst” e “Bockwurst” têm grande saída. O “Sauerkraut” (repolho fermentado), as batatas assadas e a mostarda, são acompanhamentos tradicionais. Doses bem aviadas e bem regadas são ali servidas. E os clientes, locais e estrangeiros, sempre animados e sempre a levantar canecas!
A Bola de Berlim não poderia faltar! A “Berliner”, que é guarnecida com doce de frutos vermelhos. Foi a “Berliner” que deu origem às nossas Bolas de Berlim. A receita foi trazida para o nosso país durante a II Guerra Mundial por refugiados Judeus, tendo sida adaptada ao gosto Lusitano.
Berlim foi a minha porta de entrada na descoberta da Alemanha. Munique e Fussen, Hamburgo, Colónia, Dusseldorf, Dortmund e Frankfurt foram, as cenas dos capítulos que se seguiram. E outros se seguirão!
Links:
Flight Plan (2005) – trailer
Os falsificadores (2007) – trailer
Cabaret (1972) – trailer
Cabaret (1972) – banda sonora: Money, money
Expulsão de Zidane – Final do Campeonato do Mundo 2006
Final do Campeonato do Mundo 2006-Resumo
Final Champions League 2015, Barcelona 3 Juventus 1
Usain Bolt, recorde dos100m em 2009
Usain Bolt, recorde dos 200m em 2009
Jesse Owens, nos Jogos Olímpicos de 1936
Currywurst – reportagem
Voos:
A easyjet e a Ryanair têm voos diretos de Lisboa para Berlim.
Hostel:
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