Os meus dias pela Croácia (2ª parte): Plitvice, Krka (parques nacionais) e Dubrovnik
Texto & Fotos de Mário Menezes
A minha primeira incursão pelos Balcãs ocorreu em Janeiro de 2014, onde de passagem para outras paragens, encontrei Belgrado, a Cidade Branca, fazendo jus ao nome. Aos Balcãs regressei novamente em Outubro de 2022, tendo essa aventura começado na Eslovénia um país fascinante, sendo a Croácia visitado nesse seguimento, numa nova aventura por esta parte da Europa, que durou cerca de duas semanas. A minha viagem pela Croácia durou 9 dias, começou em Zagreb, passou por Split e terminou em Dubrovnik. Pelo meio incluiu Korenica Skradin, localidades situadas nas proximidades dos Parques Nacionais de Plitvice e de Krka, respetivamente.
Esta viagem proporcionou-me aumentar o meu conhecimento da região dos Balcãs, famosa pelas suas maravilhas da natureza, nomeadamente os parques nacionais, a sua costa, e as suas ilhas banhadas pelo mar Adriático, onde além de sol e praia, se respira História.
Ao falar da Croácia é impossível a qualquer amante de viagens não referir Marco Polo, um enorme viajante, mercador e embaixador Veneziano, mas segundo os Croatas ele nasceu na ilha de Korcula, sendo muitas vezes o país promovido em feiras de turismo como “A terra de Marco Polo”. Seja ou não verdade, a Croácia é um país maravilhoso e com muitos mais argumentos que justificam largamente ser visitado: bonitas cidades, natureza, parques naturais (12 ao todo) e parques nacionais (8 ao todo), ilhas (mais de 1000, sendo 48 habitadas), a sua costa Adriática, História, cultura, gastronomia maravilhosa, vinho e cerveja incluídos, país moderno e seguro e com um povo na generalidade alegre, afável e acolhedor, etc, etc…
Aqui segue a segunda parte do meu roteiro de 9 dias, em que pude visitar o que de melhor tem a Croácia, no entanto ainda aquém do muito que o país tem para nos oferecer.
KORENICA – 2 noites
(visita ao Parque Nacional dos Lagos Plitvice)
Tendo em conta o itinerário planeado, a minha escolha, após pesquisas no “Google maps” foi ficar alojado em Korenica, onde cheguei ao final da tarde, de autocarro desde Zagreb. O facto do hostel proporcionar, além de outras atividades, transporte de ida e regresso ao Parque Nacional dos Lagos Plitvice, foi um fator determinante na minha escolha.
De Korenica parti à descoberta de uma das maiores maravilhas da natureza do país, o Parque Nacional dos Lagos Plitvice (PNLP) tendo sido esse o objetivo da minha estada na vila.
Korenica é uma pequena vila situada a cerca de 160 km da capital Zagreb. Dista poucos quilómetros da fronteira com a Bósnia e Herzegovina, separada pela montanha Plješivica, onde é possível efetuar um trekking de subida e descida, que dura cerca de 8 horas, sendo necessário um dia dedicado a essa atividade e obviamente se pretenderem fazê-lo terão de planear ficar em Korenica mais tempo. A vila e sua envolvente montanhosa pode ser vista do alto, desde Mrsinj Grad, onde podemos aceder subindo outra montanha, uma atividade que podemos guardar para o final do dia, durante cerca de 3 horas, um local onde existem restos de uma muralha de uma antiga fortaleza que data do século XII. Uma ida a Mrsinj Grad ao pôr do sol é encantadora, compensando largamente o esforço gasto a subir a montanha, atividade que se pode fazer após regresso do Parque Nacional dos Lagos Plitvice.
Korenica situa-se a cerca de 16 Km das entradas (existem duas) para acesso ao interior daquele que é o maior e considerado o mais importante e também do que há mais tempo é classificado como Parque Nacional. Situado em pleno interior do país, a cerca de 150km da capital Zagreb, é muitas vezes visitado num “bate volta” desde aí. Ficar em Korenica é uma das possibilidades, talvez a mais económica para quem esteja a fazer um tour pelo país, pois existem diversos hotéis, alguns de charme, espalhados pelas estradas de acesso e também junto à Entrada 2 do PNLP. A região é marcada por ser verde e montanhosa. O acesso ao PNLP é pago e nos meses de Verão atinge preços exorbitantes. A Croácia não é um país barato…
Dada a sua enorme dimensão, cerca de 300 km², existem vários percursos possíveis de fazer pelo seu interior, logo é necessário mais que um dia para uma vista completa. Porém, a maior parte dos visitantes apenas destina um dia para conhecer esta maravilhosa atração da natureza, logo o principal e mais comum percurso é o mais conhecido. Possui cerca de 4 Km, através dos passadiços, utilizando as ligações de barco entre vários pontos, une as duas entradas do PNLP Esse percurso é feito nos dois sentidos, dura cerca de 6 horas, portanto um dia completo no PNLP, onde podemos observar diversas quedas de água, em forma de cascata e lagos de cor azul e verde onde não é permitido nadar. O parque possui 16 lagos, 12 superiores e 4 inferiores, com diversas tonalidades, conectados por cascatas de vários tamanhos. A água provém do Rio Korana, afluente do Rio Kupa que por sua vez é afluente do Rio Sava, o tal que banha Zagreb.
Acedendo ao PNLP pela Entrada 2 chegamos às margens do Lago Kozjak, onde existe um cais de embarque, e através de barcos turísticos somos transportados por um cenário paradisíaco, até à outra margem, onde se inicia um dos percursos, não o principal, pelo que teremos de aguardar aí por outro barco que nos transporte até ao cais de Kozjačka Draga, que será então o nosso ponto de ida e volta pelo percurso através dos passadiços e trilhos. Passamos junto do Lago Milanovac ao longo do leito do Rio Korana, até à Caverna Oca (Špilja Šupljara) existindo junto desta um trilho junto das rochas por onde é possível subir e lá do alto apreciar a vista. Descendo e continuando a nossa saga pelos passadiços, iremos atravessar por duas vezes o Rio Korana, numa direção para encontrarmos a Grande Cascata (Veliki Slap) e na outra para subirmos ao miradouro junto da Entrada 1, e desfrutar da vista maravilhosa, outra das vistas que são os cartões postal do PNLP. Entretanto sem que nos tivéssemos apercebido já passaram cerca de 3 horas e é altura de regressar ao ponto de partida, fazendo o caminho inverso, desta vez com uma paragem em Kozjačka Draga, onde existem diversas infraestruturas de apoio, lojas de souvenirs, bares e cafés, sendo possível adquirir um copo de vinho croata e brindar aquele maravilhoso local.
SKRADIN – 2 noites
(visita ao Parque Nacional de Krka)
Na Região da Dalmácia, em direção às cidades do Mar Adriático, distando cerca de 20 km deste, e cerca de 160 km de Korenica, encontramos Skradin, uma pequena e muito acolhedora cidade. Bastante frequentada por turistas, contém uma marina, pois viajar pela Costa Croata a bordo de um veleiro é uma das formas de a explorar. Skradin é banhada pelo Rio Krka, possuindo por isso uma praia fluvial. A cidade apesar de pequena possui uma história antiga e rica, data de 33 aC. Desenvolveu-se sob o Império Romano e no século X a cidade foi fortificada. Entre os séculos XIII e XI Skradin foi dominada pela família Šubić que construiu uma fortaleza na sua colina, a Fortaleza de Turina (Utvrda Turina) que podemos visitar, e lá do alto tirar bonitas fotos panorâmicas.
É de Skradin que se acede ao interior do Parque Nacional de Krka (PNK), o segundo mais importante do país, sendo famoso pelas suas cataratas. Muitos visitantes do PNK aproveitam a sua estada em cidades costeiras e fazem um bate volta de um dia, como foi o caso de umas simpáticas turistas Croatas de Zadar com quem diz amizade. Povo bastante alegre e divertido, sempre afável e atencioso com quem vindo de longe visita o seu país. Na Polónia tive a honra de posar com umas “cotas polacas”, desta vez foram “cotas croatas”, algumas delas conhecedoras e apreciadoras de Portugal, daí o apreço que demonstraram por mim! Espero um dia reencontrá-las à mesa, saboreando uma peka, especialidade tipicamente croata. Ao contrário destas simpáticas amigas, a minha opção, dado estar a percorrer o país, foi ficar em Skradin, onde cheguei de autocarro ao início da tarde, desde Korenica.
De Skradin é possível aceder ao interior do PNK de barco turístico, podendo o ingresso conjunto ser adquirido no posto de informação turística, junto do cais de embarque na marina. O acesso ao PNK é pago e nos meses de Verão atinge preços exorbitantes. A Croácia não é um país barato…
A Europa ao contrário de outros continentes, o seu ponto forte não são as maravilhas da natureza, pelo que após visitar os Parques Nacionais na Argentina e no Chile, senti que estava perante uma réplica das Cataratas de Iguazu, mas não deixou de ser um dia muito bem passado, ainda mais prazeroso que o da visita ao PNLP. A área do PNK, é cerca de 109 km², portanto, muito inferior à do PNLP, sendo tudo mais concentrado num espaço menor. O percurso pelos passadiços é circular e mede cerca de 3 Km. Necessitamos cerca de 3 horas para o explorar, sendo possível no tempo que resta, efetuar um passeio de barco à Ilha de Visovac, localizada no Lago Visovac que alberga um famoso mosteiro Franciscano. A viagem de barco até Visovac ao longo do Rio Kraka é encantadora com as suas águas límpidas circundadas por uma paisagem verdejante.
O PNK é famoso pelas suas quedas de água, sendo a Skradinski buk a mais importante de todas, que resulta da junção das águas dos rios Krka e Čikola, assim lhe foi dado esse nome devido à cidade de Skradin. À semelhança do PNLP não é permitido nadar.
Os dias passados em Skradin deram por concluída a minha estada pelo interior do país. Seguiu-se Split e Dubrovnik.
DUBROVNIK – 1 noite
A cidade mais visitada da Croácia, é de enorme beleza, ou não seja chamada de “Pérola do Adriático”. Já nos tempos da antiga Jugoslávia era muito procurada tendo sido em definitivo catapultada para a ribalta com a série “Game of Thrones”, filmada por aqueles lados, com o número de visitantes a subir em flecha e os preços a subirem exponencialmente. Cidade amuralhada, como existem muitas pelo Mundo fora, que proporciona vistas maravilhosas do alto das suas Muralhas, do Forte Lovrijenac e do Forte Imperial no alto da Montanha Srđ, que faz parte dos Alpes Dináricos que cercam a cidade, onde podemos aceder até ao cimo de teleférico ou caminhando durante mais de uma hora desde as portas da cidade, primeiro por ruas ao longo de cerca de 2Km e depois pelos seus trilhos íngremes que possuem cerca de 2,5 Km, por forma a poupar os exorbitantes preços pedidos por este meio de transporte. Desde o Forte Imperial podemos ter uma linda panorâmica de Dubrovnik, sendo aí que o pôr do sol tem mais encanto. O esforço gasto, os litros de transpiração acumulados na roupa, bolhas nos pés e os tornozelos doridos, são enormemente compensados pelas vistas maravilhosas que desfrutamos à medida que subimos e quando chegamos ao topo. A cidade lá em baixo, com as suas muralhas, as ilhas de Koločep e Lokrum no Mar Adriático são o cenário maravilhoso que somos contemplados.
A História de Dubrovnik e das suas muralhas, com cerca de 25 metros de altura, remonta ao século XIII, período em que foram construídas para proteger a cidade de ataques, que viriam a acontecer em poucos anos. A República de Veneza conquistou Dubrovnik. A História da cidade, que já foi chamada de Ragusa, remonta ao século VII, com a formação da República de Ragusa. Ao longo dos séculos, disputas de territórios não faltaram. Eslavos, Otomanos e até mesmo Napoleão Bonaparte escreveram o seu nome na História de Dubrovnik, conseguindo este último a proeza das suas tropas transporem estas muralhas. Já no século XX, Dubrovnik livrou-se dos ataques das duas Guerras Mundiais, mas não escapou aos bombardeamentos da Guerra da Jugoslávia. Sérvios e Montenegrinos não aceitaram a declaração de independência Croata. Os bombardeamentos de Dubrovnik de 1991 foram o pior ataque que a cidade sofreu, tendo sido destruídos edifícios históricos e mortos civis durante os 8 meses que durou o cerco. Mas as muralhas resistiram! Infelizmente essa história contemporânea jamais iremos esquecer, sendo possível ver a cores, vários vídeos e fotos na internet.
As Muralhas de Dubrovnik ajudaram a colocar a Croácia no rol de países que contêm aqueles que são para mim os melhores monumentos que tenho visitado, pois no Mundo não existe mais nenhuma cidade que conserve umas muralhas desta magnitude em perfeito estado. Apesar dos preços exorbitantes atualmente pedidos para visitar esta atração turística, mesmo adquirindo em conjunto com outras da cidade no “Dubrovnikl pass”, dei por bem empregue o tempo e o dinheiro despendidos, e aconselho qualquer viajante a não perder essa oportunidade quando visitar Dubrovnik. Somente percorrendo os seus cerca de 2 Km conseguimos ter a real perceção da grandiosidade e beleza da cidade que exploramos facilmente quando calcorreamos as ruas do seu centro histórico, assim que descemos do autocarro em “Pile”, paragem que fica localizada junto a uma das portas da cidade, a Porta de Pile, distando cerca de 3 Km da zona portuária da cidade, onde chegamos e partimos e onde se encontram as ofertas de alojamento e restaurantes mais em conta. A Croácia não é um país barato e em Dubrovnik até ir a uma casa de banho pública sai caro!
Pela Porta de Pile, porta da cidade semelhante à de Mdina de Malta acedemos às ruas cercadas pelas Muralhas, e pela rua principal, a Stradun iniciamos o percurso pelas mesmas. No início da Stradun, lado de uma das entradas nas Muralhas encontramos o Convento e Mosteiro Franciscano, um dos locais mais concorridos. O mesmo pertence à Ordem dos Frades Menores e consiste num convento, numa igreja onde Ivan Gundulić, um dos poetas mais importantes da língua croata que faleceu em Dubrovnik se encontra sepultado, numa biblioteca e numa farmácia, a terceira mais antiga da Europa, não a que se encontra aberta ao público mas a que se encontra lá mais para dentro e que e funciona como secção museológica. Dessa farmácia exalavam aromas como menta, sálvia e ervas medicinais que os franciscanos usavam nos seus remédios que curavam várias doenças. A biblioteca da farmácia contém um grande número de livros com receitas de diversos remédios e de poções secretas, como os elixires da juventude, remédios para a memória e outros que eles alegavam trazer e garantir a paz no casamento! À entrada do convento, encontra-se sobressaída da fachada uma pedra que se julga que dá boa sorte a quem nela subir e se equilibrar. Como é óbvio eu não perdi a oportunidade e consegui durante pouquíssimos segundos lá permanecer em pé com os braços e o peito encostados à parede da fachada!
O Porto Velho é um dos lugares mais emblemáticos da cidade. Durante os séculos XV e XVI, quando a República de Ragusa dominava o comércio mediterrânico, centenas de navios mercantes atracavam ali. No final do século XX foi uma das áreas da cidade que sofreu os piores bombardeamentos durante a Guerra da Independência Croata. Visto do alto das muralhas ou caminhando pelas suas ruas a sua vista é um regalo.
Quando chegamos à cidade por via marítima, ao desembarcar, a poucos metros encontramos o Museu da História Vermelha. Visitar a antiga Jugoslávia é obrigatório visitar um local que lembra as pessoas do que foi na realidade o antigo regime repressivo que durante vários anos dominou aqueles países. Com conteúdo anti comunista, tal como aos museus do género que encontrei na Lituânia e na Polónia, e contrário aquele que encontrei em Xangai. Um museu que descredibiliza por inteiro um regime Comunista, que por aqueles lados não deixou saudades. Hoje a Croácia é um país independente e segundo eles tratou-se de um regime que foi implementado fazendo crer que traria justiça, igualdade e paz, mas no final tornou-se num sistema autocrata, ditatorial, repressivo e genocida, como qualquer regime extremista. A História não os deixa mentir e até padres foram perseguidos, torturados e assassinados, como é o caso de Miroslav Bulesic, morto por comunistas do regime, com apenas 27 anos! O Comunismo conforme Karl Marx e Friedrich Engels o idealizaram, nunca foi implementado, nunca existiu nem nunca existirá, o que existiu e ainda existe por todo o Mundo é a via para o atingir. Países que se autodenominam de Repúblicas Populares ou Socialistas, mas na prática são países onde imperam valores bem antagónicos de uma sociedade perfeita, um Comunismo encapotado. Neste museu podem ser vistos vários objetos relacionados com aqueles tempos de repressão, bustos, bandeiras, fotografias, cenas recriadas por bonecos e modelos do interior das casas dos tempos da antiga República Popular Jugoslava.
A Croácia foi um país que amei conhecer e regressar já é um desejo. Zadar, Šibenik e Ilha de Hvar são locais por onde passei, de autocarro ou catamarã, sem ter tido oportunidade de visitar pois o tempo era curto e não os pude incluir. Quem sabe se em breve o farei a caminho de outras paragens pelos Balcãs!
De Dubrovnik despedi-me da Croácia e segui para o Montenegro!
COMER E BEBER
Em relação à gastronomia, na Croácia, peka é o prato nacional. Trata-se de um assado, de carne (borrego ou vitela), peixe ou polvo, misturado com legumes e azeite, tradicionalmente feito em brasas sob uma cúpula em forma de sino. Este método de cozimento antigo resulta em comida leve, tenra e deliciosa. Leva cerca de 4 horas para ficar pronto, pelo que os restaurantes apenas fazem por encomenda e no mínimo para 4 pessoas. Infelizmente não pude provar…
A carne de porco é consumida em grande escala. Kuhani buncek, é por lá chamado ao pernil de porco, muito semelhante ao comido em outras paragens na Europa central, assim como os acompanhamentos, que eles acrescentam feijão guisado, o entrecosto preparado à maneira Americana, chamado de marinirana svinjska rebra na žaru, pratos estes que experimentei em Zagreb. Em Korenica foi a vez das bifanas de porco grelhadas, num espeto, chamadas de raznici que podem vir com o acompanhamento blitvita sa krumpirom ou seja couve com batata, em Skradin foi a vez do porco no espeto, chamado de odojak na ražnju.
Sobretudo em zonas costeiras, pratos de peixe, nas cartas dos restaurantes facilmente encontramos marisco, calamares, e até mesmo sardinha, por lá chamadas de srdela.
Čevapčiči é um nome a fixar para quem vier para estes lados. Na Bósnia e Herzegovina é o prato nacional, mas é consumido em larga escala pelos Balcãs. Nos locais turísticos deve ser dos pratos mais pedidos, sendo também dos mais baratos das cartas dos restaurantes! Trata-se de rolinhos de carne moída, moldada em pequenas salsichas com cerca de 2,5 cm de diâmetro e 5 cm de comprimento, tradicionalmente de carne de vaca e borrego, misturada com cebola e alho salteados, clara de ovos, sal e paprika. Depois de moldados e deixados por várias horas no frigorífico, são colocados em espetos, os “kabobs” de forma transversal e podem ser cozinhados grelhados no carvão, num grelhador elétrico, no forno, ou ainda fritos num tabuleiro com gordura, até ficarem escuros.
Em diversas padarias, o burek é vendido em larga escala. Originário da Turquia mas é pelos Balcãs que reina. Trata-se de um folhado tradicional de massa enrolada, fina, recheado com carne, legumes ou queijo. É tradicional ser consumido ao pequeno almoço tal como ovos e omeletes.
Dada a influência Italiana, pizzas são consumidas em larga escala, e diga-se de passagem, são divinais!
Vinhos e cervejas pelos Balcãs, existem diversas marcas, e provar é obrigatório. Ožujsko é a marca produzida pela maior cervejeira nacional,a Zagrebačka pivovara. Em Dubrovnik aconselho beber uma cerveja na DBC – Dubrovnik Beer Company uma casa que serve cerveja artesanal, mas preparem-se para pagar bem! A rakija, é semelhante à palinka que se bebe na Hungria, e convém não abusar! Rakija é uma bebida consumida em larga escala por esses países. Além da rakia existem outras bebidas espirituosas de alta graduação alcoólica (40%).
Queijos, enchidos e fumados são uma excelente escolha! Foi a comprar coisas destas que em Dubrovnik gastei as últimas Kunas, moeda que não me voltará a passar pelas mãos pois o país em 2023 vai entrar no Euro!
Não poderia deixar de referir os gelados! A influência Italiana faz-se sentir em grande escala e a qualidade assim o comprova. Em Dubrovnik há uma famosa gelataria, a “Sladoledarna Dubrovnik”, mesmo no início da Stradun, em frente ao Convento e Mosteiro Franciscano! A casa está na mão da mesma família há várias gerações, sendo famosa pela forma como os gelados são servidos, com malabarismos, porém o Senad, o tal funcionário malabarista, precisava de descansar, pois passou o Verão a fazer malabarismos com bolas de gelado! Mas a simpatia e qualidade e boa disposição, continua por lá e até algumas palavras em língua Portuguesa poderemos trocar com os funcionários!
SOUVENIRS
Para perpetuar as nossas viagens nada como trazer uma recordação e guardá-la por muitos anos. Na Croácia, o burro é rei. O burro da Dalmácia, obviamente! Na Dalmácia este animal é muito apreciado sobretudo pela sua capacidade de trabalho, mesmo sob pressão, carregando mercadoria, fazendo-o incansávelmente. Jakša Fiamengo famoso poeta e escritor croata, refere-se ao mesmo nas suas obras.
Nos países da costa do Mar Adriático, que fizeram parte da antiga Jugoslávia, abundam objetos (brincos, colares, etc) feitos com coral vermelho, apanhado ali a poucas milhas das zonas do litoral. Não é barato! Em Portugal, segundo me informei, é proibido vender.
VIAJAR NA CROÁCIA
Para viajar desde Portugal para a Croácia não existem voos diretos de companhias aéreas low cost. É possível viajar diretamente de Lisboa para Itália, por exemplo para Bolonha, na Ryanair (minha opção) ou na Easyjet para Veneza (rota mais recente) e daqui seguir de autocarro para Liubliana (Eslovénia) e daí para Zagreb que foi o meu ponto de partida para conhecer a Croácia.
Através das plataformas Flixbus ou Get by bus é possível marcar viagens de autocarro nacionais e internacionais, e em quaisquer situações, comigo funcionou perfeitamente. A plataforma Get by bus é muito usada em viagens de autocarro nos países dos Balcãs.
É também possível viajar de comboio na Croácia, a companhia nacional é a HŽ Putnički prijevoz, no entanto essa opção não se adaptaria bem ao meu itinerário.
Viajar de barco entre cidades da costa da Croácia também é possível. Uma das companhias de navegação, a Krilo permite comprar bilhetes online. Foi a forma que escolhi para viajar de Split para Dubrovnik e deste modo pude desfrutar de uma belíssima manhã navegando pelo Mar Adriático
Existem também ligações marítimas à Costa Adriática Italiana, nomeadamente a Ancona e Bari.
ALOJAMENTO ECONÓMICO
Em Korenica recomendo o Falling Lakes Hostel. O hostel dispõe de serviço de transfer para o PNLP com saída às 8h e regresso às 16h, e proporciona atividades de “hijing”, onde destaco o passeio de 2,5h ao pôr do sol, que é possível fazer após o regresso. Interessante que a rececionista era Portuguesa pelo que serão muito bem acolhidos! O ambiente é jovem e descontraído, composto por muitos mochileiros de várias nacionalidades que viajam pela Europa.
Paguei cerca de 72€ por duas noites sem pequeno almoço, quarto individual com WC partilhado.
Em Skradin recomendo o Hotel Skradinski Buk localizado mesmo no centro (a cidade também é pequena…) muito confortável com um serviço de pequeno almoço em buffet de grande variedade. Staff simpático e muito atencioso. A Croácia não é um país barato! Apesar deste hotel os preços serem relativamente em conta, considerando a sua qualidade face a outras ofertas mais económicas, este foi o hotel mais caro mas também o mais confortável e com melhor relação qualidade/preço que marquei durante a viagem. Necessitava de um local mais confortável para me recompor depois de mais de uma semana a dormir em hostels e em alguns casos sem casa de banho privativa.
Paguei cerca de 114€ por duas noites, quarto individual com WC privativo e pequeno almoço.
Em Dubrovnik recomendo o Anchi Guesthouse. Um hostel com ambiente jovem e descontraído, composto por muitos mochileiros de várias nacionalidades que viajam pela Europa. À chegada serão bem acolhidos e dar-vos-ão todas as dicas necessárias para explorar a cidade ao máximo. A localização é muito conveniente, nas proximidades da estação de autocarros onde se chega por via terrestre e do porto onde se chega por via marítima. Pile, fica a cerca de 3 Km, podendo aceder-se de autocarro ou caminhando.
Paguei cerca de 35€ por uma noite sem pequeno almoço, quarto individual com WC partilhado.
Há que ter em conta que a minha estada na Croácia ocorreu em outubro. Trata-se dos locais que estão entre os mais visitados do país, pelo que em período de Verão os preços dos alojamentos serão certamente bem mais altos.
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