Israel, visitando Tel Aviv e Jerusalém
Texto & Fotos de António Ribeiro
Israel foi talvez o país que mais me surpreendeu; apesar de não ser entusiasta com religião, a verdade é que Jerusalém excedeu as minhas expectativas, e em Tel Aviv para além de modernidade aliada à histórica zona de Old Jaffa, assim como a atmosfera aqui vivida, o que me surpreendeu mais foram as pessoas, parecia a nossa hospitalidade Portuguesa. Foi dos países em que me senti mais bem recebido e seguro. Apesar de vermos com frequência militares ou polícias com armas pela cidade fora, senti-me sempre bem.
Inicialmente apenas queria ir até à praia e como consegui um voo barato, fui do Porto para Genebra (onde passei o fim de semana com familiares) e daqui para Tel Aviv; paguei na altura cerca de 125€ pelos voos todos (Easyjet), mas acabei por gostar desta experiência, e apesar de inicialmente não pretender ir até Jerusalém, acabei por fazer um dia de visita, e arrepender-me apenas de não ter visitado o mar morto.
Para Telaviv, temos voos low-cost pelas companhias Wizzair; Easyjet; Ryanair; Transavia Vueling estas as mais conhecidas e que viajam também desde Portugal, ponderem fazer como eu e ficar um ou mais dias numa outra cidade para depois irem daí para Tel Aviv.
O desembarque durou algum tempo pois é impresso uma espécie de certificado, e é anexado no passaporte, algumas perguntas para despistar possibilidade de emigração ilegal e…bem vindos.
Apanho o comboio para o centro da cidade, na estação de Savidor, onde como não sabia como funcionava correctamente os transportes e em que não podiamos comprar o bilhete no bus, pois era necessário o cartão Rav Kav, gentilmente um senhora pagou a minha viagem, aliás desde logo fui ajudado à boa moda Portuguesa, quer aqui como uma outra jovem que tinha internet, e como o meu gps não estava a localizar, me disse a minha saída, e uns senhores me indicaram a Rua do Hostel, (eu fiquei em “Old Jaffa”, que é o centro antigo da cidade), aqui quase toda a gente fala inglês muito bem, assim como temos muitas informações e indicações em Inglês.
O Hostel em Old Jaffa que desde já recomendo: Old Jaffa Hostel, um hostel neste centro histórico, com paragens de autocarro próximas e perto da praia, ficava bem perto de uma das atrações: a Torre do Relógio.
Neste centro histórico podemos deliciar-nos, percorrendo todas estas ruelas, praças, e construções mais tradicionais da cultura de Israel. Chegando ao parque “Abrasha”, num ponto alto desta zona da cidade, com uma bela vista para a orla costeira, onde podemos ver a zona mais nova da cidade, com os edifícios mais modernos em contraste com esta parte da cidade, aqui perto a ponte dos desejos, uma bonita ponte com os símbolos dos signos gravados nas laterais, em frente a igreja de S. Pedro.
Descendo um pouco até ao Porto onde temos uma vista sobre o “sky line” deste belo centro histórico onde cada casa parece um monumento, subir mais ruas, becos e praças sempre limpas e em fantástico estado de conservação, merece uma visita; ali junto temos também o museu”Ilana Goor” com uma estátua de uma baleia à porta.
Aproveitei para descobrir a parte de Old Jaffa, mercados e gastronomia local e principalmente aproveitar as praias. Junto do meu Hostel, para além da torre do relógio, uma torre construída em pedra calcária com dois relógios, comemorativa do povo de Israel morto na guerra (no rooftop do Hostel onde todos os dias tinha direito a pequeno almoço fantástico com bom café, húmus, entre outros, tinha uma fantástica vista sobre a torre), temos também a mesquita “Mahmoudiya”.
Na zona mais moderna da cidade (aqui é o centro da cidade) há constantes exposições/ mercados de arte, lojas de produtos tradicionais a diversão também está muito presente.
Indo em direção ao centro da cidade temos a antiga estação de comboios, que foi a primeira estação de comboios do médio oriente, foi reconvertida numa zona de lazer, com restaurantes e bares, mantendo tudo impecavelmente bem conservado, recomendo a visita.
Entre outros locais temos a Mesquita “Hassan Bek”, antes de chegar a um local de destaque, o principal mercado da cidade, ” Shuk HaCarmel” recomendo vivamente, nem que seja para comprar frutas locais, são deliciosas e acho que é nestas pequenas coisas que as experiências se tornam autênticas.
Na zona mais central, temos a Praça “Rabin”, em homenagem ao primeiro-ministro Yitzhak Rabin, que foi aqui assassinado em 1995, uma praça enorme, servindo como praça para celebrações e manifestações; aqui perto o moderno museu de arte de Tel Aviv. Ruas famosas como a “Sheinkin”, (uma das mais populares e com mais jovens, com bastantes lojas de comércio e cafés), e a rua “Ben Yehuda”; a fonte de água e fogo na famosa praça “Dizengoff”.
Caminhando da zona central, por exemplo pela avenida “Bograshov”, para a zona costeira temos aqui as melhores praias (melhores que as próximas de Old Jaffa).
Em Jerusalém passei um dia inteiro; confesso que não sou de perder-me por questões religiosas, mas a verdade é que chegando aqui, na parte histórica (eu entrei pelo lado do muro das lamentações), rapidamente vários sentimentos despertam. Descobrir o centro antigo de Jerusalém, que é património mundial da Unesco, aqui várias religiões coabitam, dentro desta cidade antiga (dentro dos enormes muros) temos três bairros: o Arménio, Judeu e Muçulmano, é possível ver várias diferenças pelas ruas da cidade, quer em edifícios, a forma de vestir das pessoas, e até nas lojas.
O muro das lamentações (ou muro ocidental), que é o segundo ponto mais importante para os Judeus; além deles, várias pessoas rezando independentemente da sua crença…os papeizinhos onde escrevemos os pedidos e colocamos nas ranhuras das pedras. Por menos religiosos que sejamos, a verdade é que sentimos algo frente a este enorme muro e a todo este “cenário”. Nota para que o muro está como que “dividido”, Homens de um lado e Mulheres do outro.
Ali em frente avistamos o monte do Templo (local sagrado para Judeus, Muçulmanos e Cristãos), onde temos a terceira mais importante mesquita para os muçulmanos, a Mesquita Aqsa, ali perto a Cúpula da Rocha, com uma imponente cúpula dourada, sendo património Mundial da Unesco e um dos locais mais sagrados para os Islâmicos.
O Santo Sepulcro é um dos locais mais sagrados para os Cristãos, aqui terá sido onde jesus foi sepultado, aqui as filas para entrar são um pouco grandes, mas ao entrar achei impressionante o sentimento ao ver o interior.
A torre David, (junto do principal portão de entrada, o Jafa) é uma fortaleza que para além de museu, serve também de local arqueológico, podemos subir á torre mas a entrada é paga (cerca de 10€).
Podemos percorrer as várias ruas neste centro histórico, os diferentes bairros; ver os mercados, comprar lembranças e comida local. Espírito de aventura.
Saindo do centro histórico de Jerusalém, onde podemos ter uma bela vista do centro histórico, temos o Monte das Oliveiras, ali também ao fundo, a igreja de todas as Nações (onde se crê que Jesus tenha rezado antes de ser preso), fica mesmo ao lado do jardim Getsémani.
O Monte Sião também merece destaque, aqui temos o túmulo de David (memorial ao Rei David); a Abadia da Dormição, onde a Virgem Maria terá falecido, e aqui junto da abadia está o Cenáculo, onde terá sido celebrada a última ceia de Jesus e seus apóstolos.
Podemos descobrir mais nesta imensa conjunção de religião e história, existem várias sinalizações (em inglês), pelo que podemos guardar o telemóvel e simplesmente partir à descoberta.
Eu não tive oportunidade de ir ao mar morto, pois tinha montado a minha base em Tel Aviv, se tiverem tempo e dinheiro, podem comprar um tour (ou ir simplesmente de bu), façam esta experiência, convém dormirem em Jerusalém, pois é mais perto, depois podem regressar a Tel Aviv ou ir directamente ao aeroporto.
Dicas e Notas:
Os cidadãos portugueses não necessitam de visto, bastando o passaporte válido com 6 meses. Vejam o portal das comunidades e informem-se, embora apenas as zonas junto da faixa de Gaza sejam problemáticas, convém ter os contactos da embaixada Portuguesa.
Para chegar ao Centro de Tel Aviv a melhor forma é ir de comboio, que sai no exterior do terminal 3 no piso inferior, no exterior do terminal, antes descer para a plataforma, temos uma máquina para comprar o bilhete, e (pelo menos quando eu fui)um funcionário a ajudar no processo, o bilhete simples custa cerca de 3.5€ (13.5 NIS),e a viagem até á estação de bus de “Savidor”, no centro, demora 20 minutos.
Para nos locomover em Tel Aviv e Jerusalém convém ter o cartão Rav Kav: o cartão de transportes públicos, podem logo comprar se conseguirem no aeroporto, mas também na estação de bus onde o comboio pára, entre outros, podem recarregar viagens ou até para um ou mais dias inteiros.
Apesar de Israel ser um país caro, em especial Tel Aviv, os transportes públicos têm um preço acessível.
Para Jerusalém penso que a melhor forma é ir de Bus (linha 405), que demora cerca de 50 minutos, podem usar o cartão de transportes, e se comprarem um dia inteiro, podem fazer as viagens e usar nos transportes de Jerusalém, penso ser a melhor maneira. Podem ir também de comboio.
Tal como referi no início, ver militares ou autoridades armados é comum, o mesmo por exemplo assisti em Istambul, mas não têm que ter receio é apenas a forma de operar aqui, em Jerusalém contudo não vi tanto isso.
A moeda em Israel é o novo Shekel Israelita (ILS), 1€ – 3.9ILS; o indicativo é +972; o domínio de internet é .il.
Apesar de se falar Hebraico e Árabe, além destes alfabetos, temos muito facilmente sinalizações e indicações em Inglês, e quase toda gente fala Inglês, desde motoristas, seguranças, comerciantes e habitantes em geral.
A gastronomia em Israel é bastante boa; desde de Húmus, Kebabs de cordeiro, Falafel, e pequenas ” tortas” redondas, feitas em pão típico e com variados recheios, Esfihas ou Sfihah. Perto do meu hostel, numa rua boémia com bares e restaurantes (“Shaffa Bar”), comi um prato típico da zona de Old Jaffa; um ambiente descontraído, com pessoas simpáticas e muitos turistas, paguei pela refeição e bebida (uma espécie de chá frio de menta com mel) cerca de 20€.
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