Sapporo, uma cidade engalanada para o festival anual de neve e gelo!
Texto & Fotos de Mário Menezes
Um aniversário celebrado em cada país. O 44º no Japão e, Sapporo foi o epílogo perfeito da festa. Desde o 30º que escolho um novo país para celebrar a minha entrada num novo ano da minha vida.
O arquipélago Japonês é um dos destinos mais dispendiosos e mais desejados do Mundo. A ele são associados como principais pontos turísticos Hiroshima, Quioto ou Osaka. E claro o Monte Fuji. Todos estes locais se situam na ilha de Honshu, a maior e a principal ilha, e para sul da capital, que é chamada de Metrópole de Tóquio. Um conjunto de cidades, bairros e pequenas ilhas, que constituem essa, assim denominada, área metropolitana, formando um aglomerado de mais de 40.000.000 de habitantes.
Ao fim de duas semanas em viagem pelo país do Sol Nascente em que conheci os principais pontos turísticos entre Tóquio e Hiroshima utilizando a rede de comboios “Shinkansen” de alta velocidade tendo adquirido o passe turístico “JR pass”, voei depois de Osaka para Sapporo, onde passei as duas penúltimas noites neste país que me encantou.
Sapporo, para o comum turista Europeu não é certamente um dos destinos prioritários. Nos meus planos nunca tinha estado. Motivos óbvios. Sofre de uma dupla insularidade em relação ao Velho Continente. Fica a Norte de Tóquio e em uma outra ilha, a de Hokkaido. A forma mais rápida e económica de lá chegar é de avião, desde Tóquio ou Osaka, existindo inclusivamente companhias “low cost” locais. Cerca de 1h 30 de voo. Por “terra” podem ser mais de 12 horas de comboio e incluem a travessia do túnel “Seikan”, o segundo maior do Mundo, sob o estreito de “Tsugaru” que liga o mar do Japão ao Oceano Pacífico.
Cidade moderna com conceção dos arruamentos centrais a “regra e esquadro”. Servida por modernos meios de transporte, como é exemplo o metropolitano com rodas de borracha, único no Japão e para a rede de elétricos rápidos. Também possui caminhos pedestres subterrâneos, cidades dentro de cidades, onde é possível chegar a vários pontos do centro através de um sistema de corredores com lojas como de centros comerciais se tratasse.
Ao aterrar em “New Chitose”, o aeroporto que serve esta cidade e da qual dista cerca de 40Km, sou recebido por um enorme nevão. O mote estava dado! O verdadeiro Inverno Nipónico com -12 graus de temperatura, queda de neve e vento gelado, estava à minha espera. Aliás esse foi um dos motivos que me trouxe a Sapporo. Visitar o Festival de neve.
O Festival da neve de Sapporo, que todos os anos, durante 9 dias, atrai cerca de 2 milhões de visitantes. Duas das avenidas, ao longo de 1,5Km, repletas de estátuas, de neve, em frente a uma torre de TV estilo torre Eiffel, no Parque “Odori” e de gelo no bairro “Susukino”. De dia e de noite, caminhar nestas ruas e viver o festival, é gratuito e desfrutar destas obras de arte foi maravilhoso e inesquecível.
A construção em neve da Catedral de Helsínquia sobressaía nas construções de neve. Por sinal, foi minha preferida. Em 2012, na viagem que fiz para festejar o 37º aniversário, passei por Helsínquia e vistei a original. Os muitos heróis do cinema, como o “Star wars” não me deixaram indiferente. As esculturas de gelo translúcido também me encantaram, são impressionantes e de noite com o reflexo das luzes, ainda mais. Diverti-me imenso a posar com as estátuas e interagir com as mesmas. Não perdi a oportunidade de fazer “sku” num escorrega em gelo.
Nas imediações do estádio “Sapporo dome”, estava instalado um parque de escorregas na neve para os amantes do “Sku” também no âmbito do Festival. A minha paixão pelo desporto rei já me levou a visitar muitos estádios de futebol pelo mundo. Este foi um dos palcos do Mundial de 2002.Visto de fora tem uma arquitetura futurista. Totalmente coberto, conseguindo albergar mais de 40.000 espetadores, com a possibilidade do relvado sair para o exterior, as bancadas mudarem de posição e o seu interior transforma-se em modo basebal. Subi as escadas rolantes existentes no interior e acedi a um observatório onde a vista tanto para o recinto de jogo como para a cidade, encanta.
Ainda fui a tempo de passar pelo Monte Moiwa para do alto dos seus 531 metros, mesmo com neve a cair e pouca visibilidade, fazer o meu ritual de despedida desta cidade.
Ali passei dois dias maravilhosos e onde aproveitei para reencontrar uma amiga Americana que vive no Japão, e que conheci um ano antes no Taj Mahal. Afinal, viajar é isso mesmo: descobrir coisas novas e fazer amizades pelos quatro cantos do Mundo!
Dicas:
Alojamento
Durante o festival os preços do alojamento disparam, assim como a oferta sofre grande decréscimo. Convém marcar com antecedência. Uma boa opção é o capsule hotel. Uma experiência económica e fascinante. Paguei por duas noites, cerca de 50€.
Recomendo este. Possui SPA, mini casino, restaurante, bar e biblioteca com sala de tv com poltronas. Um tipo de alojamento que defino como económico, moderno, limpo e confortável! Dormi muitíssimo bem!
Não possui serviço de guarda de bagagem, mas isto não constitui problema pois existem várias estações de metro com esse serviço e não sai caro.
Para tomar o pequeno-almoço há vários supermercados com sandwiches, sumos e bebidas quentes. Ronda os 5€
Nikoh Building 4F, 2-14, Minami 3JO Nishi,
Chuo-Ku, Sapporo 060-0063 JP
Tel 81-11-2610109
Alimentação
No Japão uma refeição económica sem bebidas alcoólicas ronda os 15/20€
A comida é deliciosa e existem inúmeros restaurantes de sushi ou ramé e também muitas churrasqueiras onde se pode provar a melhor carne do Mundo. Durante o festival abunda o street food, mas com aquelas baixas temperaturas não tive motivação para experimentar.
Neste âmbito surgiu-me uma situação engraçada. Andava à procura de um local para almoçar e descobri um self-service. Estranhei o ambiente, era muita gente de negócios e funcionários da Câmara Municipal. As pessoas falavam mal Inglês e quando eu perguntei “Are you from the city hall?” eles respondiam “yes, yes” e sorriam! Era aberto ao público. Acho que fui parar ao refeitório da Câmara lá do sítio. A comida é muito boa, são muito simpáticos, servem bem, e mais “grave” é que paguei praticamente o mesmo que num qualquer refeitório da CMLisboa onde sou funcionário.
Transportes
O Aeroporto de Sapporo fica a cerca de 40Km do centro da cidade. Existe comboio direto.
Na cidade existem excelentes meios de transporte. Metropolitano e elétricos rápidos.
Voos
Pelo que referi acima, viajar de avião é a melhor opção.
Peach aviation, uma low cost que usei desde Osaka.
A companhia aérea nacional que voei para Tóquio. A particularidade é que usam o gigante Boeing 777 nessa rota.
Comboios
Caso optem por viajar de comboio, os estrangeiros têm oportunidade de adquirir um passe (JR PASS) para vários dias. Mas atenção, só é possível obter fora do Japão e a quem visite o país com motivos turísticos. No meu caso, o meu já tinha expirado e optei apenas por o passe de duas semanas. Não compensava a diferença.
Links úteis:
Sapporo dome – processo de transformação
Sapporo dome – world stadiums
Snow fest – site oficial
Reservas (click):
Booking – Alojamento
Get Your Guide– Tours, entrada em monumentos
Iati- Seguro de Viagem
BookAway- Reserva de bilhetes Bus, Ferry, Comboio