Dublin-Cidade cheia de pubs e cheia de vida
Texto & Fotos de Mário Menezes
Dublin foi a parte final de uma viagem de 11 dias pela Europa no Inverno de 2011.
Aqui passei 3 dias que foram suficientes para conhecer os pontos mais importantes. Na realidade era só 2 noites que tinha planeado, mas à última hora, a alteração do voo de regresso a casa, por parte da companhia aérea para o dia seguinte, obrigou-me a prolongar a estada. Foi um mal que veio por bem pois dois dias, no Inverno em que às 17 horas anoitece, ficava curto.
Adquiri um “Dublin pass” de 3 dias e usei-o o mais que pude.
A Irlanda tida como uma nação muito bonita, é verde vista do ar, o que verifica quando nos preparamos para aterrar no Aeroporto Internacional de Dublin. Um voo com cerca de 3 horas desde Cracóvia, a bordo de um Boeing 737 operado pela Ryanair mas marcado na Aer lingus.
A cidade, com traços arquitetónicos Britânicos, ruas estreitas e com prédios baixos, onde circulam autocarros de 2 pisos, o trânsito à esquerda, é bem menor que a Capital do Reino Unido, ao qual deixou de pertencer há cerca de um século.
Em Dublin o céu é sempre cinzento e chove quase todos os dias. A cidade tem vários canais e várias pontes sobre o rio Rio Liffey. A Ponte Samuel Beckett, em homenagem ao famoso dramaturgo é a mais famosa. Uma ponte em forma de harpa, instrumento musical que é um dos símbolos do país.
Dublin é um paraíso de pubs. Há centenas. Há inclusivamente uma piada, quando procuramos algum local, “fica junto a um pub” e ficamos na mesma sem saber onde é! Um pub é um local onde além de bebidas também serve típicas refeições.
Os guisados são os pratos mais confecionados. O guisado de borrego Irlandês (Irish lamb stew) servido num pote é o prato Nacional. Existe também um guisado típico de carne de vaca com puré de batata. A sopa de legumes Irlandesa (Irish style farmhouse vegetable soup) também é típica. A manteiga e o pão fatiado são sempre colocados na mesa. Tudo acompanhado, tradicionalmente, por uma cerveja Guinness, como não poderia deixar de ser. Tudo delicioso, mas nada barato. Dublin é uma cidade cara. A Irlanda é uma ilha e os salários praticados estão ao nível dos mais altos da Europa.
“Temple bar”, é o nome do bairro central da cidade, e também de um pub famoso, talvez o mais conhecido. Naquelas ruas todos as noites parecem as noites de Sábado! Os irlandeses são um povo festeiro, parecidos com os latinos, completamente diferentes do Britânicos.
A cerveja Nacional, a Guinness, que é preta, é a rainha de todas as cervejas, e por ali há várias marcas. Não sendo um apreciador deste tipo de cerveja, durante a minha estada em Dublin bebi todos os dias Guinness e naquele ambiente soube-me sempre bem. Cerveja de barril, pois por cá quando compro cerveja Guinness de lata ou de garrafa, não me sabe bem!
A sede da Guinness, a Guinness Storehouse é o local mais visitado em Dublin. A cerveja fabricada ali, é quase única e exclusivamente com matéria-prima da região, sobretudo a água do Rio Liffey, das suas nascentes nas Montanhas Wicklow. O malte e a levedura também são de origem Irlandesa. O lúpulo é importado da República Checa.
Ali funciona a fábrica, mas a visita não é às instalações industriais. É a um edifício adjacente, onde ao longo dos vários pisos aprendemos imensas coisas sobre o fabrico daquela cerveja, o seu fabrico, a sua história, a temperatura a que deve ser armazenada (9ºc) e a temperatura que deve ser servida (6ºc). A visita termina no topo do edifício onde existe um bar, o Gravity Bar, onde nos é oferecida um “pint” que poderemos saboreá-lo ali junto dos vidros desfrutando da vista panorâmica sobre a cidade. “Cheers”!!!!!
O whisky também é rei por aqueles lados. Uma visita à Destilaria de Old Jameson é um “must” para os apreciadores desta bebida. Um local que nos mostra a forma como o whisky é produzido, desde a sua fermentação, processo semelhante ao fabrico da cerveja na fase inicial, à posterior destilação, sendo que o whisky Irlandês é destilado por 3 vezes. A prova de vários whiskies faz parte do pacote e a certificação de presença também é a recordação dada aos turistas para guardarem no seu currículum vitae para a posteridade. Eu descobri qual dos whiskies era o Irlandês de entre outros, o Americano e o Escocês, que sofrem menos destilações, e sou portanto um expert!
Para os mais endinheirados, há garrafas que poderão adquirir e custam alguns milhares de Euros.
A visita ao Museu da Cera também é muito interessante, e como estava incluída no “Dublin pass”, não perdi a oportunidade. Não tendo a grandeza e marca de “Madame Taussaud´s” não deixa de conter inúmeros famosos com quem é sempre um prazer posar.
A Irlanda é o país dos U2 e dos Cranberries. De Roy Keane e George Best. Posar com estes famosos não acontece todos os dias. Com políticos famoso ou com assassinos de filmes de terror, é sempre divertido posar!
O Castelo de Dublin local em tempos ocupado pelos Vikings, também foi fortaleza militar, residência real, sede do Tribunal de Justiça Irlandês e sede da Administração Inglesa na Irlanda. Hoje funciona como local para a realização de eventos do Estado. Na sala de trono ocorrem esses atos solenes que tantas vezes vimos nas TVs nos anos da “Troika”, pois a Irlanda era um dos “PIGS”.
Neste local podemos saber mais sobre a História de Dublin e da Irlanda percorrendo as várias salas que o tour nos proporciona.
Todas as cidades faço questão de passar pela Câmara Municipal, uma vez que em Portugal sou funcionário de uma, e este edifício em Dublin foi alvo da minha passagem. Uma foto nas escadas de acesso e outra no hall de entrada onde se encontra o famoso brasão da cidade, circundado de estátuas, algumas das mais antigas esculpidas em 1772.
A antiga prisão localizada no bairro de Kilmainham, conhecida por “Kilmainham Gaol” serviu para encarecerar ao longo de mais de 100 anos, muitas pessoas que lutaram pela independência da Irlanda. O Filme “Em nome do Pai” com Daniel Day-Lewis nos principais papéis foi rodado ali dentro.
A Catedral de São Patrício é a igreja mais importante. Não poderia ser de outra forma, pois São Patrício é o padroeiro da Irlanda.O dia da sua morte, 17 de Março, é chamado de “St Patrick´s day”, é o dia Nacional da Irlanda, celebrado em todo o Mundo.
Um passeio pelo Phoenix Park não pode faltar. Este é o maior parque urbano da Europa. A sua área equivale a uma circunferência com 16 Km de perímetro. Supera o famoso Hyde Park Londrino!
A “Leinster House”,onde funciona o Parlamento, foi a última paragem. Este edifício serviu de base à construção Casa Branca em Washington DC, pois o Arquiteto que a desenhou foi o Irlandês James Hoban e aqui teve a sua fonte de inspiração.
Na Irlanda o Futebol Gaélico e o Hurling são os desportos mais populares. O Croke Park é o local mais importante onde as finais destes torneios são jogadas. Tem capacidade para mais de 80.000 espetadores fazendo dele o quarto maior estádio da Europa e o maior que não é usado para futebol. Os adeptos das equipas que se defrontam assistem aos jogos todos juntos e não existem problemas de segurança como no futebol.
Ali também se realizam outros acontecimentos como concertos. Em 2012 o Papa Bento XVI celebrou ali missa.
O Estádio Aviva construído em 2010, com as suas caraterísticas de possuir muito vidro nas fachadas, foi palco da final da Liga Europa de 2011. É casa da Selecção Irlandesa de Râguebi e da Selecção Irlandesa de Futebol. Não foi possível fazer a visita guiada pois era tarde, mas consegui entrar e tirar uma foto no interior.
Outrora as equipas jogavam em Lansdowne Road que entretanto foi demolido. A nossa Seleção Nacional na Caminhada para o Euro 1996 realizou ali um dos jogos de qualificação. Perdeu 1-0 e meses depois no antigo Estádio da Luz venceu a Seleção Irlandesa por 3-0 numa noite memorável em que marquei presença e nos garantiu dez anos depois voltar a participar numa fase final de uma competição importante de futebol sénior. Esse jogo levantou questões de segurança e os fantasmas do hooliganismo de Heysel vieram ao de cima. Mas todos nós concluímos que os Irlandeses são pacíficos e com eles não há dessas coisas, e tudo correu bem para surpresa de todos nós.
Lansdowne Road é agora o nome da estação de comboio suburbano “DART” na qual descemos para visitar o Estádio Aviva. Dublin na sua rede de transportes além das carreiras de autocarro, possui também uma rede de elétricos rápidos “LUAS” o que torna viajar na cidade um prazer.
Dublin foi uma escolha acertadíssima. Estava na lista para uma curta escapadela desde Lisboa. Será provavelmente uma nova passagem para no futuro conhecer Belfast, a capital da outra Irlanda.
Links
voos:A Aerlingus e a Ryanair voam diretamente de Lisboa para Dublin.
Hostel: Escolhi ficar em College street. Um hostel sobretudo económico, bem localizado e com ambiente jovem.
Autocarros: De Dublin para Belfast e para outros locais.
Comboios: De Dublin para Belfast e para outros locais.
Irlanda-Portugal (1995) em Lansdowne Road
The Wild Rover(No Nay Never) – música tradicional Irlandesa
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