Descobrindo Valência, Espanha
Texto & Fotos de António Ribeiro
A minha visita a Valência foi em maio de 2013 e foi quando praticamente comecei esta paixão pelas viagens.
Esta cidade Espanhola é a terceira maior e muito conhecida devido ao centro de artes e ciência, foi inaugurado em 1998, mas só ficou completo em 2005 quando foi inaugurado o “palau de las artes Reina Sofia”.
A oferta aqui é grande desde o planetário ” L’Hemisferic”; o museu de ciências “Príncipe Filipe”; o maior aquário oceanográfico da europa “L’ Oceanográfic”; o “Palau de las artes Reina Sofia” que é a casa da ópera e conta com 4 grandes salas para apresentação de artes, ainda temos o palco multifuncional “Ágora”, destaque também para o “L’umbracle”, que é uma espécie de estrutura metálica no exterior, com uma beleza considerável contando com várias plantas e árvores tropicais e também com exposições de arte e esculturas e o jardim da Astronomia, no verão também é uma zona de festas e concertos.
As entradas têm vários preços dependendo de quantos locais queremos combinar (ou só um deles), no site oficial podem consultar os preços e combinações possíveis, assim como mais informações.
Para chegar aqui a melhor forma é de bus, nº15 ou 35, mas no site de transportes podem ver melhor dependendo de onde se encontram, a pé fica a cerca de 2.5km do centro, podem fazer de caminho com outro locais, ou quando forem até ao enorme parque do “jardines del Turia”. Este é um enorme espaço verde com cerca de 10 km e que atravessa a cidade, tem vários campos de futebol, pequenos jardins, ciclovias etc; era aqui que passava o rio Turia, mas devido às várias cheias de que a cidade era alvo, principalmente a de 1957, foi então que foi alterado o seu leito, de forma a não atravessar a cidade. Pelo que me foi dito no hostel inicialmente era para ser uma estrada, mas os cidadãos exigiram um espaço verde, ficando assim este enorme “traçado” verde que atravessa esta bela cidade.
O centro de Valência é muito rico em monumentos e história, apesar de ser algo grande penso que podem visitar praticamente tudo caminhando, apenas para as praias que estão muito mais distantes, precisamos de transporte; a cidade das artes e o Bioparque embora também estão algo afastados, mas podemos visitar ao caminhar pelos “jardines del Turia”, mesmo assim os transportes funcionam bem, quer bus ou metro.
Logo muito próximo da estação central de comboios temos a Praça de Touros, como sabemos Espanha tem uma forte ligação à tauromaquia, eu quando lá estive esta praça estava transformada, pois decorria ali um “october fest” e apesar de estarmos em Maio, gostei de beber aqui umas cervejas e ver uma pequena amostra de como será o evento no seu local de origem, em Munique.
Indo da praça de toros para o coração deste belo centro histórico passando pela “casa del chavo”, chegamos à praça del ” Ayuntamiento” onde temos a câmara municipal e os correios. A câmara municipal (que está aqui desde 1934) é de estilo barroco, é composto por dois edifícios e tem também um museu. Podemos visitar a câmara municipal por 3€ excepto quando existem reuniões.
Seguindo pela avenida “Maria Cristina” temos o mercado central de Valência, onde podemos comprar produtos locais, junto temos o mercado de Seda “Lonja”, que é património mundial da Unesco (a Seda tem grande importância na cidade, uma vez que é o centro Europeu de comércio de Seda), os bilhetes para visitar custam 2€. Aqui perto temos também a Igreja “S. João do Mercat”.
Do lado direito temos a “plaza redonda”, uma praça singular que foi restaurada em 2012, aqui temos várias lojas de artesanato e bordados e também bares de tapas, em frente a igreja e a torre S. Catarina Mártir, é como se tivesse dois lados, de um deles num estilo mais simples que fica do lado da praça “Lope de la Vega” e do outro virado para uma das praças mais bonitas da cidade ” plaza de la Reina”, aqui temos a torre que é um dos símbolos da cidade, tendo cerca de 56 metros de altura e foi construída em 1705.
Na “plaza de Reina” temos a Catedral de Valência, uma bela catedral onde aqui se acredita que esteja o”Santo Graal”, ou seja que aqui está guardado o cálice sagrado; é uma catedral de estilo gótico embora tenha ainda traços de estilo românico e barroco e começou a ser construída no século XIII, os ingressos custam cerca de 8€, a torre campanária “El Miguelete” é de estilo gótico também e tem quase 51 metros de altura, para a visitar a entrada custa 2€ sendo o acesso por dentro da catedral.
A Basílica da Nossa Senhora dos Desamparados (junto da catedral), em homenagem à santa padroeira da cidade, foi construída em 1667, também é de estilo barroco com a cúpula “desviada” para junto da catedral, a entrada é gratuita.
De um lado temos temos a praça “de L’amoina” e aqui perto temos: o museu “de la Moina” que é um centro arqueológico e a entrada é 2€ ou grátis para quem tem o cartão turístico de Valência; o achado arqueológico de San Vicente Mártir (a entrada custa 2€), o palácio ” Marqués de Campo” do século XIX, também conta com exposições de coleções arqueológicas, entrada também é 2€ e grátis para que tem o cartão turístico e o museu “Almudín” do século XIV, os bilhetes também são 2€.
Do outro lado temos a “plaza de la Virgen” onde temos uma bela fonte no centro e aqui próximo temos o Palau de la Generalitat de estilo gótico (o estilo predominante na cidade), esta é a sede da “generalitat valenciana”. Mais adiante temos a Igreja de “San Nicolás de Bari y San Pedro Mártir”, os bilhetes custam 5€ para poder visitar esta bela igreja do século XIII que é uma das principais igrejas paroquiais da cidade.
Seguindo da “Plaza de Virgen” tomando a “calle Serranos” encontramos as Torres Serranas, de estilo gótico do final do século XIV, é um dos principais “portões” de entrada da cidade, a entrada é 2€ ou gratuito com o cartão turístico.
Chegamos aos jardin do rio Turia, aqui podemos fazer uma pausa e desfrutar deste enorme parque, confesso que foi algo que me surpreendeu, tornar o leito de um rio mun enorme percurso verde é sem dúvida algo diferente, apesar de eu achar que um rio traz uma beleza extra a uma cidade este parque não fica muito atrás.
Do outro lado deste “rio verdejante” (caminhando para a direita), temos o Museu das Belas Artes, com uma bela cúpula azulada é a segunda maior galeria de arte de Espanha, conta sobretudo com obras do pintor Joaquín Sorolla e destaque para as salas góticas, a entrada é gratuita.
Aqui estão também os jardins “del Real y Viveros” com vários tipos de plantas, rosas etc, inclusive com espaços bem distintos, assim como fontes, esculturas e pequenos lagos; aqui encontra-se também o museu de Ciência Natural, sendo os bilhetes de entrada de 2€, aqui em frente ao jardim Real temos uma bela ponte de estilo medieval, a “ponte del Real”.
Seguindo da ponte para o centro histórico (podemos ainda percorrer ou fazer inúmeras actividades nesta zona central do jardin del Turia), na praça Tetuan, temos o convento S. Domingo e o “palau de Cervelló” um edifício de estilo neoclássico que foi construído no século XVIII pelo condes Cervelló; seguindo em direção à “Porta de la mar”, que é um memorial aos que morreram na guerra civil Espanhola, tem um grande arco no centro e por baixo deste uma cruz, fica no centro de uma via rodoviária.
Seguindo pela “carrer Colon”, podemos ver ainda o mercado de Colon, um local emblemático da cidade, foi construído em 1914 e por fora tem um estilo vanguardista, neste ponto de encontro da cidade podemos encontrar bares, restaurantes, e mercados gourmet, podemos vir aqui beber uma cerveja ou comer umas deliciosa tapas.
Chegamos novamente à praça de toros e seguindo agora pela rua “Xávita” ao chegarmos à “Plaza de San Agustin” temos a igreja com o mesmo nome, ficando logo a seguir o museu da modernidade “MUVIM”, os bilhets custam 2€.
Contornando o centro histórico pela “calle Guillem de Castro”, vamos encontrar as “torres de Quart” (algo semelhantes às torres serranas), também faziam parte da muralha e são de estilo gótico também, a entrada é grátis (eu fiquei num hostel aqui próximo, infelizmente não foi dos melhores onde estive), de frente para as portas de Quart temos o Jardim botânico, pertence à universidade de Valência e continua a ser usado para estudo, os bilhetes custam 2€.
Seguindo em direção aos jardins do Turia pela “calle de Castro”, vemos o museu da História de Valência, que era a antiga cisterna que abastecia a cidade, os bilhetes custam 2€; ali perto temos o museu de arte moderna “IVAM” tem cerca de 12.000 obras e os bilhetes custam 6€.
Ainda destaque para o Bioparque (que fica no parque “Cabecera”, que também merece uma visita para relaxar), que conta com 4 áreas principais e várias espécies de animais, os bilhetes custam cerca de 24€, a paragem de metro mais próxima é ” Nau d’Octubre” e o bus 73 ou 98 entre outros passam aqui perto.
Ainda temos o Palácio ” Marqués de los águas”, fica no centro não muito longe da “plaza Redonda” é um museu de homenagem à cerâmica Valenciana, os bilhetes custam 3€; ainda no centro não muito longe da catedral, o palácio “Borgias”, que é o palácio das cortes Valencianas da família Borja, é do século XV e também de estilo gótico, pelo que vi a entrada é gratuita.
Para quem quiser por exemplo visitar o porto, a marina de Valência ou o terminal de passageiros de cruzeiros ou ainda o “Veles e Vents”, um moderno edifício com restaurantes e onde decorrem vários eventos, tem as paragens de metro mais próximas são “Neptu”, ou “Grau”, o bus 4 e 19 também passam nesta zona, podem planear a rota no site dos transportes.
Para quem gosta de futebol, pode visitar o estádio do Valencia CF, o Mestalla, os bilhetes custam cerca de 11.5€ (neste momento encontra-se ainda fechado devido à pandemia).
A gastronomia Valenciana tem o arroz muito presente, tendo por exemplo ” Arrocerias”, que são restaurantes em que as especialidades são vários tipos de arroz, os mais populares são: o arroz “caldoso”; “a banda” e “negro”.
A Paella teve origem em Valência, na verdade “Paella” é o nome do recipiente (uma espécie de frigideira grande, sendo algumas gigantes”, teve origem em trabalhadores que faziam refeições nestas paellas, apesar de forma geral vermos marisco (em especial gambas) na paella, a verdade é que isso não é a verdadeira e tradicional “paella Valenciana” os ingredientes são arroz, açafrão, feijão verde, pedaços de frango e coelho; se quiserem com marisco é a “paella marinera”.
Recomendo sem dúvida comer em Valência um paella.
No centro temos preços mais acessíveis (ou ir buscar em take-away), mas se tiverem orçamento, comer à beira-mar por certo terá outro encanto, assim claro como várias ofertas de “pescado” (peixe) que há por aqui.
Outra opção tradicional é a “Olla Valenciana”, que é um cozido com várias carnes, algumas menos nobres (como no cozido à Portuguesa), legumes, grão e batata, entre outros.
As tapas estão sempre presentes, na “plaza redonda”, no “mercat de Colon” temos muita oferta, mas podemos “tapear” em vários locais da cidade; uma visita ao mercado central para comprar bom presunto para um lanche, ou produtos locais para fazer refeição no alojamento também uma boa opção.
Uma coisa bastante típica (eu por acaso não tive oportunidade de experimentar), é a “Horchata”, é uma bebida doce feita à base de água açúcar e um tubérculo de nome “tigernas” ou “chufas”, e é exclusivo desta região podemos provar em muitas pastelarias algumas têm nomes com horchata, normalmente é tomado pela manhã juntamente com o doce típico “Farton”.
Outra bebida tradicional é “água de Valência”, é um Cocktail na verdade, é popular em vários locais de espanha, eu bebi pela primeira vez em Salamanca; é feita de sumo de laranja, Champanhe, Vodka e Gin, é muito popular na malta mais jovem.
Diversão e eventos:
Em março, de 1 a 19 acontecem “Las Fallas”, que é o carnaval de Valência, tem os pontos principais na noite de dia 15 e o dia 19 que é feriado.
A Páscoa tem uma enorme importância em toda Espanha e Valência não é excepção, aqui dada a proximidade com o mar, é chamada de Semana Santa marítima, que tem ponto alto na meia noite de Sábado e a procissão no domingo. No segundo domingo de Maio temos o festival Nossa Senhora do Abandono, chamado de “La Geperudeta”, esta é a festa da padroeira da cidade e tem grande importância em Valência.
O dia de Reis também tem forte destaque e acontece dia 5 de janeiro; para quem vai em junho pode desfrutar da noite de S. João (23 de junho), com muita festa nas praias (eu testemunhei isso em Palma de Maiorca e é uma festa forte); “la gran Feria de Valencia” é durante o mês de julho em que há vários eventos espalhados pela cidade, com concertos nos “Viveros” e termina com outro ponto alto que é a Batalha das Flores, onde há vários carros alegóricos que são “bombardeados” com milhares de malmequeres.
Um dos eventos mais famosos é claro está a “Tomatina”, acontece em Buñol, que fica a cerca de 35km de Valência (cerca de 1h de bus ou comboio) existem algumas empresas que fazem tours com a viagem incluída por cerca de 50€; ocorre em agosto e este ano de 2021 será dia 21.
Em outubro, no dia 9 outro evento de relevo é o “Nou d’octubre” que é o dia da comunidade Valenciana, sendo feriado em toda esta região.
O flamenco também tem alguma tradição, apesar de claro ser muito mais em Sevilha, existem algumas ofertas, para quem gostar poderá experimentar, há preços desde 35€.
A diversão noturna em Valência também é muita, sendo uma cidade Universitária e estando junto ao mar, faz com que aqui a noite seja de grande festa, eu fiz por duas vezes um “Pub Crawl” e apesar de estarmos em maio, os bares já estavam cheios e éramos bastantes turistas a fazer tendo inclusive dois horários para dividir os turistas, recomendo a fazerem um evento semelhante, normalmente é na Plaza de la Virgen o ponto de encontro e o preço é cerca de 15€, deixo uma das ofertas, mas na altura nesta zona havia mais que uma oferta, claro que podemos partir à descoberta e sair à noite para desfrutar da diversão noturna que esta cidade tem para oferecer.
Eu apenas estive no centro, quando fui às praias foi sempre de dia, mas caso fiquem aqui hospedados caso a vossa principal intenção seja a praia, por certo não vai faltar oferta de qualidade para se divertirem.
A zona das praias está mais afastada da cidade mas quem for no tempo quente, por certo deve ir até aqui para aproveitar o mar Mediterrâneo, as paragens de metro “las Arenas” e “Eugénia Vines”, são as mais próximas mas de bus talvez seja a melhor opção um deles é o 31, vejam no site dos transportes planeando a rota ( link está nas dicas).
Valência é uma excelente opção para fazer férias de verão, eu em maio ainda consegui aproveitar um pouco destas praias, desfrutando da calma do Mediterrâneo, podemos tirar uma semana de férias para estar na praia e aproveitar para visitar esta cidade que tem muito para oferecer.
Dicas e Notas:
Temos voos diretos do Porto pela Ryanair e de Lisboa pela Vueling, claro que não dispensa uma pesquisa, mas por norma estas são as opções mais baratas.
Para ir do aeroporto para o centro da cidade o metro de Valência, tem linha 3 e 5 que vão do aeroporto até ao centro da cidade, demorando cerca de 25 minutos e a viagem custa cerca de 4€, podem logo comprar um cartão de plástico recarregável por cerca de 2€ e depois carregar, penso que na altura comprei o cartão com cerca de 15€, pois como a cidade é grande temos muito para ver e vamos utilizar bastante os transportes, dá também para o bus, para por exemplo ir até às praias.
No site oficial de turismo podemos comprar o cartão de valência, com 24;48 ou 72h, tendo incluído os transportes entrada nos museus municipais (não incluindo a cidade das artes), tal como os que fui referindo no texto, também temos ainda descontos em várias lojas e atrações; os preços são 13,5€; 18€ ou 22,5€, no link do site oficial de turismo, podem ver mais informações mas penso que compensa caso queiram visitar muitos locais.
A cidade tem mais ou menos os mesmos custos que Lisboa ou Porto, acho que tirando a maioria dos museus municipais que têm preços muito baixos, o resto são preços elevados; para comer podemos encontrar restaurantes baratos, Take Away, ou no “Mercat de Colon”, se estiverem num Hostel, ou Guest house com cozinha podem comprar produtos tradicionais e cozinharem vocês.
Para alojamento em Valência, consulte aqui.
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