Chisinau, uma capital cultural desconhecida
Texto & Fotos de Mário Menezes
Moldova, ou Moldávia como é conhecida por cá.
Antiga República Soviética, é hoje um país independente. Há cerca de duas décadas poucos de nós saberíamos onde ficava. Hoje é conhecido por ser país de origem de muitos que elegeram Portugal como a sua segunda pátria.
Um país pequeno, visto do ar é verde, agrícola e vinícola, pois possui a maior adega do Mundo, as “Minas de Cricova”, com mais de 100Km e mais de um milhão de garrafas de vinho. Sem frente marítima, localiza-se “espremido” perto da costa do Mar Negro, entre a Ucrânia e a Roménia. Não se tratando de um dos destinos turísticos mais procurados, uma visita de passagem, em viagem pelo Leste Europeu, engrandece o palmarés do viajante.
Além dos vinhos, que por cá se conseguem encontrar em lojas de produtos do Leste Europeu, o viajante não deve deixar de provar “mamaliga”, o acompanhamento típico de inúmeros pratos de guisados de carne, feito de uma papa sólida, amarelada, de farinha de milho, já consumida pelos camponeses, muito antes de ser inventado o pão, e a “zeama”, um género de canja de frango, dois pratos nacionais que os seus habitantes têm muito orgulho de possuir na sua rica gastronomia.
Chisinau, a capital, é uma cidade de conceção em “risco ao meio”, com uma grande avenida principal, a “Stefan cel Mare”, os seus “Champs Elisées”. Uma “boulevard” que constitui o centro da cidade, ao longo da qual situam os edifícios governamentais. A arquitetura soviética predomina em muitos dos prédios lá existentes, igrejas ortodoxas, jardins e o Teatro Nacional de Ópera e Ballet.
São os países do Leste Europeu possuidores de um património cultural riquíssimo, onde que desde a tenra idade as crianças são educadas para a apreciarem e respeitarem. Os espectáculos musicais de Opera e Ballet encontram-se entre os de melhor qualidade que podemos desfrutar no Mundo. Mesmo que não sejamos entendidos nesta matéria, nem propriamente espetadores assíduos e apreciadores natos deste tipo de espectáculo, é uma oportunidade única na vida ver ao vivo o Ballet Nacional da Moldávia, património daquela nação, atuando em conjunto com a sua orquestra, na sua sede, o Teatro Nacional Maria Bieșu.
Depois de adquirir, por pouco mais de 5€,o bilhete para os melhores lugares da sala, o viajante depara-se que aterrou num paraíso cultural onde espectáculos de qualidade ímpar, podem ser desfrutados quase gratuitamente, uma companhia de Ballet que faz digressões pelo Mundo esgotando muitas salas com semanas de antecedência e que por cá podemos ver anunciados os cartazes sobretudo na época Natalícia, a preços bem mais caros e sem qualquer acompanhamento de orquestra, atuando os bailarinos ao som de música gravada.
Visitei este país durante dois dias, aproveitando uma viagem de duas semanas pela Europa, de passagem da Ucrânia para a Roménia. Não pude ir além de Chisinau. Gostaria imenso de ter visitado a Transnístria, a zona separatista controlada pela Rússia cuja capital é Tiraspol, mas para isso seria necessário companhia de alguém nativo.
Chisinau é cidade segura, com preços acessíveis, que recebe bem os seus visitantes, o Inglês é falado por muita gente. A melhor recordação que guardo foi ter visto ao vivo “O quebra-nozes” de Tchaikovsky.
Links Úteis:
Bilhetes de autocarro Ucrânia-Moldávia (ATENÇÃO – Escolher um percurso que não atravesse a Transnistria uma vez que não carimbam o passaporte na entrada, e depois para sair do país é necessário recorrer aos serviços oficiais de Emigração para poder carimbar o passaporte e poder sair do país por via aérea)» AQUI
Alojamento – hotel antigo de arquitetura soviética com serviço bastante atencioso » AQUI
Companhia aérea nacional » AQUI
Ballet nacional da Moldávia » AQUI
Minas de Cricova – a maior adega do mundo » AQUI
Conselhos aos viajantes em relação ao país, sobretudo as deslocações à Transnistria » AQUI
Para alojamento em Chisinau, consulte aqui.
Reservas (click):
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Get Your Guide– Tours, entrada em monumentos
Iati- Seguro de Viagem
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