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6 Abr

12 HORAS NO LIECHTENSTEIN

 

12 horas no Liechtenstein

Texto & Fotos de Mário Menezes

 

 

Fazer curtas escapadelas de fim de semana à Europa voltou a ser uma realidade, após a pandemia que ainda não deixou de o ser. Zurique e regresso por Basileia com visita a Berna, foi uma escapadela programada para 2020, ainda antes do maldito COVID tomar conta das nossas vidas, outros destinos, surgiram em alternativa, mas Zurique voltou a entrar na agenda, desta vez como ponto de partida e regresso. A viagem marcada em novembro de 2022, veio a ser concretizada em Março de 2023.

Zurique, que aproveitei também para visitar, é uma linda cidade, ponto de partida para conhecer grande parte da Suíça, país extremamente caro. O Liechtenstein não fica atrás… Duas turistas, que viajaram comigo desde Lisboa, seguiram para Lucerna e visitaram o Monte Pilatus, eu segui para o Liechtenstein, que foi o meu objetivo desta escapadela, de modo a colocar mais uma bandeira no meu currículo turístico.

 

Vaduz vista desde o miradouro nas proximidades do Castelo

 

Vaduz vista desde o miradouro nas proximidades do Castelo

 

O Liechtenstein é um pequeno país, à semelhança do Grão-ducado do Luxemburgo que visitei num fim de semana em 2017. Trata-se de um principado, com uma área cerca de metade do território de Malta e obviamente com muito menos motivos de interesse que a sua capital ou as suas profundezas, necessitando por isso de muito menos tempo para ser visitado, ajustando-se na perfeição a parte de um fim de semana.

 

Vaduz vista desde o miradouro nas proximidades do Castelo

 

Vaduz

 

Vaduz é a capital desta minúscula nação, uma cidade pequena e onde a calma prevalece, sobretudo ao fim de semana, com seu minúsculo centro junto da Câmara Municipal. Quem teve o privilégio de visitar gigantescas, estonteantes e vibrantes capitais como TóquioLondres ou Banguecoque é possuído de um estranho sentimento quando chega no Sábado de noite ou no Domingo de manhã a Vaduz. A prova disso é que é normal passear pelas ruas ou ir à missa, e cruzar com membros da família real, pessoas que levam uma vida normal e se misturam com o resto do povo, pois trata-se de um país em que a esmagadora maioria dos habitantes auferem salários de 4.000 Francos Suíços (a moeda oficial) em diante.

 

Vaduz, quartel de bombeiros

 

Vaduz, Câmara Municipal

 

Vaduz

 

Desde o século XV que a nação tem como soberania a “Casa de Liechtenstein”, “Haus von Liechtenstein”, assim chamada na língua alemã, que é língua oficial. Antes fez parte do Sacro Império Romano-Germânico, tornando-se independente quando este foi desmembrado, em 1806. Esta nobre família é das mais antigas da Europa, com ramificações à antiga monarquia Habsburgo, fácil de entender pois o Liechtenstein, além da Suíça, também faz fronteira com a Áustria. Uma família com uma face negra, pois é proprietária do Liechtenstein Global Trust, um grupo bancário poderoso para onde flui muito dinheiro de origem duvidosa. O Liechtenstein tecnicamente já foi considerado como um paraíso fiscal, tendo constado na lista de países não cooperantes com o sistema financeiro mundial. Certo é haver por lá muito dinheiro oriundo do narcotráfico mexicano e de outras origens criminosas.

 

Vaduz

 

Vaduz

 

Vaduz

 

Vaduz

 

Vaduz é a capital mas não a maior cidade, ela dista cerca de 4km. É Schaan que possui cerca de 6 mil habitantes e sedia cerca de 4 mil empresas!  Destaco a Hilti, um dos maiores fabricantes de ferramentas utilizadas sobretudo na indústria de construção, tidas pelos profissionais do setor como as de melhor qualidade. No edifício da sede da Hilti, fiz questão de ver mais de perto, sou engenheiro, e tirar ali uma selfie, foi como um ritual, tendo para isso acrescentado cerca de 4Km a caminhada do dia. Recordei tempos passados há mais de 20 anos, em que trabalhava como projetista de instalações de gás e a empresa onde exercia essa atividade tinha essa marca como fornecedora de equipamentos, e regularmente falava com o comercial e foi por ele que soube onde era a sede da Hilti. Além da sede da Hilti, a Igreja de São Lourenço, de arquitetura neogótica, construída em pedra natural, com a sua torre com 80 metros de altura, e a torna como o edifício mais emblemático da cidade, nada mais de interesse existe em Schaan. Existe um casino sendo necessário para entrar, assinar um termo de responsabilidade afirmando que não temos relações com política!

 

Schaan

 

Schaan, sede da Hilti

 

Schaan, Igeja de São Lourenço

 

Schaan, Igeja de São Lourenço

 

Schaan, estação de comboio

 

Schaan

 

Vaduz vale sobretudo pela subida até junto do Castelo que é residência oficial do Príncipe soberano, Hans-Adam II, e se localiza a cerca de 120 m acima da cidade, sendo o seu interior fechado ao público. À medida que subimos pelos trilhos da montanha, desfrutamos de vistas maravilhosas para os Alpes, e também para território suíço ali defronte, com o leito do Rio Reno fazendo fronteira. À medida que subimos podemos observar vários cartazes que nos contam a história do principado e da sua capital.

 

O Liechtenstein acaba por ser muitas vezes, para não dizer todas elas, falado em Portugal devido ao futebol. Duvido que se não fosse o desporto rei muitos de nós nem saberíamos tão pouco localizá-lo no mapa! A sua seleção nacional que nos tem tocado em sorte nos caminhos de qualificações para europeus e mundiais, é sempre goleada, pois é das mais fracas e sobretudo composta por jogadores amadores, apesar de nos últimos anos vários deles atuarem em países estrangeiros, nomeadamente na vizinha Suíça. Dos clubes nacionais, destaca-se o Fussball Club Vaduz que milita atualmente na “Challenge League” que equivale à segunda divisão Suíça. O Fussball Club Vaduz e também a seleção nacional do Liechtenstein, disputam os seus jogos no Rheinpark Stadion, o estádio mais importante do principado, fazendo parte de um complexo desportivo junto do Rio Reno e por conseguinte junto à fronteira com a Suíça. Possui capacidade para pouco mais de 6 mil espetadores sentado, o que o torna o menor estádio do mundo certificado pela FIFA para partidas internacionais. Não é um estádio mítico, mas não deixou de entrar no meu currículo. Amavelmente deixaram-me entrar e ainda me fizeram favor de tirar fotos.

 

Rheinpark Stadion

 

Rheinpark Stadion

 

Rheinpark Stadion

 

Ao interior do Liechtenstein é possível chegar de comboio, existindo a estação Schaan-Vaduz, na cidade de Schaan, no entanto a forma mais fácil, e mais divertida, para quem viaja desde Zurique é apanhar um comboio da companhia nacional Suiça que passe pela estação de “Buchs SG” localizada na cidade de Buchs, em território suíço. A viagem é pitoresca (de dia) e dura pouco mais de uma hora, custando cerca de 20 CHF para cada lado, adquirindo os bilhetes online com antecedência. Saindo nesta estação, percorrendo a pé cerca de 2Km, passamos uma das pontes sobre o Rio Reno, e cruzamos a fronteira podendo posar com o marco que indica o ponto exato. Assim, com um pequeno salto, marquei o momento exato em que pisei o 58º país, de noite e a neve a cair, foi ainda mais marcante! Entra-se depois pela Zollstrasse, uma avenida que termina no centro de Schaan.

 

O meu hostel era ali perto e já cheguei de noite atalhando por trilhos, ciclovias e caminhos secundários na margem do Reno. Recomendo vivamente aqui ficar a quem procurar um alojamento económico. Schaan-Vaduz Youth Hostel apesar de ser de alojamento partilhado, é limpo, confortável e moderno, e oferece um pequeno-almoço do tipo self service bastante variado. Receberão um chocolate de boas vindas quando fizerem o check-in, o que demonstra a simpatia e o saber receber do povo desta nação!

 

Gastronomia típica não cheguei a experimentar, apesar de ter visto vinho local à venda no supermercado. A alimentação por aqueles lados é caríssima, apesar de tudo, recomendo uma ida ao Kuro-Taste of Asia como o nome indica é asiático, um tipo fast food. Preparem-se para pagar do bom! 30 CHF por aqueles lados e o preço de uma refeição económica. Metade do que paguei à Easyjet pela viagem de Lisboa para Zurique!

 

 

Refeição económica, fast food Asiático, cerca de 30 CHF

 

Marco da fronteira Suiça-Liechtenstein na ponte sobre o Rio Reno

 

Marco da fronteira Suiça-Liechtenstein na ponte sobre o Rio Reno

 

Fronteira Suiça-Liechtenstein vista da Zollstrasse

 

Alpes vistos desde Schaan

 

Visitar Zurique e o Liechtenstein, fez-me  gozar um fim de semana inesquecível, mais um que soube a férias. Guardarei por muitos anos o globo de neve, um souvenir tradicional para juntar à minha coleção.

 

Globo de neve, souvenir tradicional

 

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Chamo-me João Almeida, moro em Sintra (Portugal), e sou um AMANTE DE VIAGENS. Uma paixão que existe faz longos anos. A minha missão com esta página é de ajudá-lo a realizar o seu próximo destino! Saiba mais sobre mim e sobre o site.

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