Chicago, a cidade do Vento, de Al Capone e de Michael Jordan
Texto & Fotos de Mário Menezes
Chicago, onde dormi 3 noites, foi a última paragem de uma viagem pela América do Norte. Dias antes tinha passado por Nova Iorque, onde soprei as 41 velas e pelo Canadá em casa de pessoas amigas.
A “Windy city” como é conhecida, não cheguei a perceber se por questões políticas, como por lá me explicaram, ou meteorológicas devido aos fortes ventos gelados que sopram do Ártico, mas não senti o efeito devido à minha indumentária das viagens invernais. Com menor carisma que Nova Iorque, não deixa de ser uma cidade com muitos arranha céus de formas particulares e cenários de vários filmes que nos marcaram, e com uma beleza que não fica atrás da “Big apple”.
Banhada pelo Lago Michigan, com praias urbanas de água doce, que contrastam com as torres gigantes que vemos na linha do horizonte ao caminharmos por ali. O Lago Michinlgan que no Inverno por vezes congela. Não foi o caso nos dias em que lá estive e não perdi a oportunidade de molhar os pés naquelas águas de gelo fundente. A brincadeira fez-me ficar com eles dormentes e vermelhos por uns 15 minutos, mas o sofrimento que passei valeu bem a pena!
Cidade que renasceu das cinzas, pois o “Grande incêndio de Chicago” em 1871 a destruiu por completo. Ao que se diz, causado por uma vaca, dada ter origem num estábulo. Foram então destacados os melhores arquitetos e engenheiros para a reconstruir, e nos dias de hoje é tida como um “case study” em obras de arquitetura e de engenharia. Sempre que o tema da segurança contra incêndios vem à baila, o nome de Chicago é abordado, e não é caso para menos, pois os Americanos atualmente são os maiores peritos Mundiais nesta área da engenharia. Eles aprenderam com as crises e com as catástrofes!
O centro histórico, se é que se pode chamar assim, tratando-se de uma cidade Norte Americana, tem muito charme, bastando para isso passear pela “Magnificent Mile”, a rua comercial equiparada à 5ª Avenida de Nova Iorque onde as lojas de artigos de luxo como a “Tiffany & Co” sobressaem. A rede de metropolitano, chamada “L” pois nessa zona, circula elevada por viadutos, é sui generis e um ex libris da cidade. A zona de entretenimento,um género de “Broadway”, com teatro mais famoso da cidade, o “Chicago Theatre” onde estreou em 1975 musical homónimo que satiriza a corrupção na aplicação da justiça aos criminosos nos anos 20, já levado ao cinema em 2004, com a sua banda sonora “And All That Jazz”. O crime faz parte da História da cidade e foi por essa altura que Al Capone ali se estabeleceu, matando, traficando e roubando, e só foi preso porque fugiu aos impostos!
Um passeio pelo Millennium Park muito perto do início da famosa “Route 66”, também é obrigatório. Cheio de obras de arte urbana. Uma delas, apesar de ser mais conhecido como “The Bean”, o local mais fotografado na cidade, o seu nome original é “The cloud gate”.Um monumento de aço que reflete de forma distorcida a imagem das pessoas e a paisagem dos arranha-céus à sua volta. O “Pritzker Pavillion” e a “Crown Fountain” também chamam a atenção nesta enorme área verde.
3 dias são suficientes para conhecer a cidade e ainda visitar um dos muitos museus durante uma manhã. A cultura nos EUA é cara, pelo que para estadas mais longas, em que queiramos visitar maior número de museus, é aconselhado adquirir um “city pass” e visitar as atrações turísticas lá incluídas, pois fica mais em conta do que pagá-las individualmente. A visita a um museu toma em média uma manhã ou uma tarde, pelo que na gestão do tempo devem ser ponderados esses fatores, assim como o facto de no Inverno as horas de sol serem poucas e escurecer mais cedo.
A minha escolha foi para o Museu da Ciência e Indústria Chicago, fica no Estado do Illinois, um Estado rico na Indústria extrativa. A visita a uma mina de carvão é uma das experiências que pode ser vivida na forma de reconstituição, como se tratasse de uma atração de uma Feira Popular. A galeria dos transportes onde podemos ver de perto comboios e aviões, locais onde é possível fazer experiências de Física, observar os efeitos de um tsunami num modelo à escala de uma cidade, ou como se forma um tornado, são motivos mais que suficientes para visitar este museu.
O futebol, soccer como é por lá é chamado, não é o desporto rei. Chicago foi uma das sedes do Campeonato do Mundo de 1994. O Estádio Soldier field considerado um Marco Histórico Nacional, foi uma das sedes desse Mundial. Palco de vários jogos, entre os quais o de abertura. Entretanto sofreu remodelações e ali se disputaram jogos da Copa América 2016. Essas remodelações mantiveram o desenho da fachada, com colunas em estilo Greco-Romano. Infelizmente encontrei-o fechado e limitei-me a observá-lo de fora, recordando esse campeonato do Mundo e a música “Gloryland”, o hino dessa competição e também “Goal Goal Goal” a música que os James compuseram nessa altura e todos os dias passavam na TV.
Ali o desporto rei é certamente o basquetebol. Michael Jordan, o melhor jogador de sempre dessa modalidade, em Chicago, e por todos os locais que passou, brilhou com a camisola 23 dos Chicago Bulls. O United Center é o pavilhão em que se disputam jogos dos Chicago Bulls de basquetebol da NBA e também dos Chicago Blackhawks de hóquei sobre o gelo da NHL. A transformação do pavilhão de uma modalidade para outra dura apenas duas horas. Infelizmente não me foi possível visitar o interior. No exterior estão as estátuas de Michael Jordan da dupla de jogadores de hóquei sobre o gelo, Bobby Hull e Stan Mikita, campeões pelo Chicago Blackhawks.
O United Center, também chamada “Casa de Michael Jordan”, o prodígio também conhecido por “Air Jordan” com a imagem de marca celebrizada pela estátua ali presente, é um ponto de romaria e de passagem obrigatória na cidade, quer sejamos ou não adeptos da NBA.
E não poderia deixar de subir ao Skydeck e lá do alto dos seus 412 metros me deitar na famosa plataforma de vidro e desta forma me despedir de Chicago e das minhas férias por terras do Tio Sam! Uma cidade e um país que adorei conhecer, e onde um dia espero voltar!
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Hostel: Escolhi o Get Away Hostel. Económico e localizado perto da estação de metro Fullerton. Pequeno almoço buffet, staff simpático e ambiente jovem.
Restaurantes: Cadeia TGI Fridays´s existe em vários países, comida Americana e bons bifes. Conselho, levem a vossa identificação, pois a mim pediram-me para confirmar que tinha mais que 21 anos! Nos States estou bem conservado!!!!!
“And All That Jazz”, banda sonora do musical “Chicago”
Jogo de Abertura do Mundial 1994 – resumo
“Goal Goal Goal”, música dos James
Gloryland – Hino do Mundial 1994
United center– transformação hóquei sobre o gelo para basquetebol
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