Uma pérola no Mediterrâneo – Chipre
Fotos & Texto de António Ribeiro
O Chipre é a terceira maior ilha do Mediterrâneo, seguida da Sicília e da Sardenha. Este país está dividido em dois, próximo da capital Nicósia sendo a parte norte de administração Turca e no sul de administração Grega.
Eu visitei apenas a parte Grega, pois para além de ser mais fácil de entrar, devido à oferta nos voos e como e a minha intenção era sobretudo praia, achei a melhor opção.
Estive aqui em 2018, fui de Madrid para Larnaca, indo depois de bus para Limassol e Pafos, viajando depois daqui para Milão e posteriormente para Portugal; infelizmente por falta de tempo e algum desconhecimento não visitei Ayia Napa, que tem das se não as melhores praias do País, se tiverem oportunidade devem visitar, no apartamento de Larnaca disseram-me que tem muitos turistas ingleses, mas se como eu forem em época baixa valerá a pena.
Para quem tiver oportunidade acho interessante visitar Nicósia, para além de ter mais história, o facto de ter um “checkpoint” e com a parte Turca pode ser interessante, na minha viagem de regresso tive um testemunho de uma senhora que ia a meu lado no avião, que sofreu bastante com a ocupação da Turquia por parte deste território na ilha.
Tal como dei a conhecer Ksamil, ou Sunny Beach na costa do mar Negro na Bulgária,
Acho que esta pode ser uma agradável surpresa para quem quer boas praias, pouca confusão e acima de tudo descobrir encantos menos badalados.
Para além de praias, para quem aprecia vinhos, a oferta aqui é muito rica sendo este pequeno país plantado no mediterrâneo famoso por isso tendo já muita tradição na produção de vinho.
O turismo rural também é uma boa opção, para quem também queira outras experiências, assim como fazer rotas dos vinhos pelas aldeias mais rurais deste país onde se produz o néctar dos deuses.
Acho que esta bela ilha merece uma visita, pois tem muito para oferecer uma amiga teve aqui num resort em lua-de-mel na zona de Ayia Napa, que embora tendo as melhores praias, mas como a própria admitiu temos muito mais para ver e acho que ficar fechado num hotel é um desperdício pois podem visitar várias praias noutras cidades, a oferta mais arqueológica de Pafos, ou Limassol, a parte mais rural, apreciar a gastronomia e o vinho, etc. fugindo um pouco desta maior concentração turística, o Chipre é sem dúvida uma alternativa para relaxarem numas férias de verão tendo além de boas praias e desfrutando do Mediterrâneo, entre outras opções para recarregar baterias.
Em termos de gastronomia, o Chipre tem muitas semelhanças à Grega, tendo também claro influências Turcas; a dieta mediterrânica está muito presente; o azeite, as carnes de porco, frango e cordeiro, assim como claro está o peixe pois estamos próximos do mar; como também temos zonas rurais, as frutas e os legumes são muito bons e de qualidade, aqui muita gente cultiva os próprios legumes e têm árvores de fruto.
O hummus é delicioso e as azeitonas tal como na Grécia são fantásticas, nada a ver com as tradicionais pretas que nós por norma comemos. Os Kebabs, são muito bons devido à influência Turca; os grelhados são muito tradicionais, um deles é o “Souvia” um espeto com carnes de cordeiro porco e frango, ou o “Kontosouvli”, que são já bocados grandes e com gordura; “Afelia”, “Yemista” , “Kokoretsi”, “Koupepia” (são folhas de videira recheadas com carne picada e arroz) entre outros.
Provei uma sobremesa que tinha um topping com sabor a rosas, pelo que foi dito no restaurante era tradicional, havia até doces tipo gomas, em modo souvenirs também com esse sabor, quer a minha sobremesa e os tais doces que trouxe eram muito bons, ficando esse sabor pouco vulgar.
Larnaca
É uma das principais portas de entrada no País, sobretudo para quem quer ir até Ayia Napa, que é uma das principais cidades turísticas com algumas das melhores praias da ilha, ou para quem quer visitar a sua Capital, Nicósia e visitar a parte norte da ilha de controlo Turco.
Em Larnaca fiquei num apartamento fantástico de frente para a praia ” Ithaki Phinikoudes Apartment 307″, paguei 68€ por duas noites (dava para duas pessoas e penso que o preço era igual), fica na zona principal, na praia de Finikoudes que é uma das mais famosas praias, aqui a areia é cinzenta e fina e tem várias palmeiras, que pelo que soube foram plantadas há largas dezenas de anos.
Aqui próximo está a marina de Larnaca, para além de poderem ao fim de um belo dia de praia, podem passear pelo centro da cidade que fica também aqui e aproveitar alguns monumentos, lojas de artesanato típico e souvenires, bem como actividades que aqui costumam ocorrer, caso tenham tempo podem visitar por exemplo: o Arquivo histórico Municipal que tem entrada gratuita; o museu Pierides (fundação cultural do banco do Chipre) pertence à família que lhe dá o nome, foi construído em 1825, a entrada custa 3€.
Seguindo por Finikoudes, no fim desta temos o Castelo de Larnaca, em pedra e num fantástico estado de conservação, com três salas de exposições, os bilhetes custam 2.5€, aqui próximo temos ainda a mesquita “Djami Kebir”, visível logo pela sua torre, é uma das primeiras otomanas do Chipre, fica inserida no antigo bairro Turco (Skala) podendo verificar aqui outro tipo de construções e rua estreitas, podemos percorrer este bairro diferente em Larnaca e voltando um pouco mais atrás podemos ver a bela igreja “Agios Lazarus” uma igreja em pedra do século IX, tendo sido restaurada no século XVII, a entrada é grátis. Aqui perto, caso tenham curiosidade podem ver o museu do Sal e pimenta, com cerca de 20.000 tipos de saleiros e pimenteiros, os bilhetes são 3€; a cerca de 1km daqui (afastando-nos da praia), temos uma igreja bonita, a Igreja Panagia Faneromeni.
Destaque também para o Lago Salgado (fica a cerca de 2.5 km de Finikoudes, já próximo do aeroporto, pela parte exterior) na verdade são 4 lagos, aqui podemos ver vários animais, entre os quais os flamingos americanos, eu não tive tempo de visitar, mas acho vale a pena.
Para quem quer beber algo à noite, esta zona de Finikoudes é a melhor, aqui existe muita oferta, assim como restaurantes, se forem mais para o interior, afastado da praia as refeições ficaram mais em conta.
Para quem estiver de carro tem duas ofertas para visitar quintas de vinhos: Dafermouwinery e Ktimachristoudia ficam nesta região, em zonas mais rurais, na cidade temos provas de vinhos na Oak tree e agroturismo.
Limassol
Limassol (Lemessos) foi uma cidade que gostei bastante, tem uma oferta cultural muito boa, e praias urbanas muito boas; Fiquei num alojamento perto do Torre de Água (aqui perto estava uma das paragens para seguir para Pafos) que é uma das imagens de marca da cidade, um grande reservatório redondo, numa estrutura metálica, já se encontrava mais no centro antigo, ficando mais afastada da praia (5 minutos a pé), o passeio marítimo, é bastante bonito e moderno, na parte mais ornamentada, com cafés e restaurantes onde podemos fazer uma bela caminhada e/ou aproveitar as várias praias; na zona da baía temos além da marina, não muito longe temos o museu da água, com bilhetes de apenas 1€, mais à frente o terminal de cruzeiros (que fica já a cerca de 4km da promenade de Limassol), seguindo para lá do terminal, temos outro lago salgado embora bem mais pequeno que o de Larnaca, não muito longe de uma outra praia “Lady mile”, do lado norte do lago temos um parque aquático Fasouri.
Um pouco mais afastado, a cerca de 14 km do centro da cidade de Limassol, fica uma pequena vila de kolossi, aqui temos o castelo com o nome da vila, do século XV (entrada 2.5€), destaque para o museu de vinho do Chipre (situado a cerca de 2.5km do castelo) sendo o bilhete para a visita de 4€.
Novamente na zona da “promenade”, podemos visitar próximo da marina o castelo de Limassol (bilhetes 4€), a bela catedral de “Agia Napa”, do século XIV, contruída nas ruínas de uma outra, a entrada é gratuita; aqui próximo também temos a grande Mesquita (kebir mosque) que também podemos visitar gratuitamente assim como a Catedral Katholic Panagia de Limassol.
Mais à frente caminhando e desfrutando desta bela zona à beira mar, podemos ainda visitar a igreja católica de S. Catarina e o museu municipal de arte popular, fundado em 1985, com coleções de arte popular Cipriota, os bilhetes custam 2€; mais à frente, para quem tiver tempo, além de relaxar no belo parque municipal, tem aqui o Zoo municipal, cuja entrada custa 5€ e próximo também temos o museu de Arqueologia com bilhetes a 2.5€.
Na zona central destaque para o bairro mais noctivo, com vários bares, a praça “Saripolou”, outro bairro em destaque é o do Castelo, que é também uma das mais históricas.
Perto da zona da marina e do porto antigo, temos uma praça onde decorrem alguns eventos, e há ali muita concentração de restaurantes, como que um shopping, recomendo virem até aqui.
Para irem até às rotas turísticas de vinhos temos entre outras as aldeias: Agios Homvosios, Anogyra, Lofou, Omodos, etc., podem ver a rota com as vilas na foto.
Pafos
A cidade da Deusa Grega do amor “Afrodite” que é a Deusa protetora do Chipre; à semelhança de Limassol, aqui a oferta cultural é muito boa, é uma cidade mais arqueológica e tem belas praias como “Coralia” , aliás toda a zona de Coral Bay é fantástica, fica apenas a cerca de 12km do centro, podem ir até á estação central de bus e aí têm muita informação, a viagem demora cerca de 30 minutos e custa 2€, penso que é o bus 615, mas a informação é boa e completa e nos guichês falam Inglês.
Outras praias de relevo que existem como a “rikkos”, “CTO”, entre outras, mais afastadas da cidade mas mais próximas temos a praias junto do farol e praia municipal (municipal baths), que fica próxima de muitos hotéis, restaurantes etc, como se fosse uma marginal, mas não num sentido retilíneo; de notar que aqui há muitas rochas; eu estive por aqui e pela zona da Coral Bay que é simplesmente fantástico, se poderem venham até aqui e desfrutem um dia inteiro numa destas praias.
Para uma visita cultural, percorrendo esta zona junto do mar, onde temos a maioria dos restaurantes, temos referência para o Castelo de Pafos, inicialmente do século XIII, mas depois de desmantelado foi reconstruído em 1592, para visitar os bilhetes são de 2.5€; podemos fazer uma caminhada nos “passadiços” que vão até ao farol, mas ainda temos aqui junto do castelo muita oferta para admirar, o parque arqueológico de Pafos, onde contamos com a casas de: Orpheus; Dyunysus; Aiona e de Quatro Estações, temos ainda aqui inserido as tumbas dos reis, Saranta Kolones, Asklepieion, entre outros, podemos passar aqui um par de horas a descobrir este complexo arqueológico pois temos muita coisa para ver; os bilhetes são de 4.5€ para entradas únicas, mas podem comprar o passe de um dia para todos os locais por 8.5€.
O porto de pafos, muito menos industrial que o de Limassol é também agradável, podendo aqui relaxar um pouco, seguindo para a zona dos banhos municipais, mais próximo do centro que foi onde fiquei alojado, temos uma bela igreja (no topo de um rochedo), a Panagia Theoskepasti, construída em 1926, e foi reestruturada em 1990 e tem uma vista panorâmica da cidade pois está numa zona mais alta e no topo do rochedo, a entrada é gratuita (eu não pude visitar pois encontrava-se fechada).
Temos ainda a Igreja Agia Kyriaki Chrysopolitissa, é uma das igrejas católicas mais antigas do mundo, e temos algumas ruínas arqueológicas á sua volta assim como mosaicos bem antigos, a entrada é gratuita; uma outra igreja já ligeiramente maior é a Agioi Anargyroi, construída em 1649.
Podemos descobrir ainda mais algumas coisas, dependendo do vosso tempo, mas se o vosso intuito é mais a praia, acho que já ficam com uma boa oferta cultural.
Ir a Pafos requer obrigatoriamente a visita ao rochedo da Deusa Afrodite (Petra tou Romiou), que foi aqui que segundo a lenda nasceu a deusa do amor, Afrodite, com uma formação geológica de um grande rochedo, numa praia que é toda em cascalho mas gostei bastante, acho que sem dúvida alguma devem visitar, embora a viagem de bus demore cerca de 40 minutos a 1 h, o bus 631 e o bilhete custa cerca de 2€. Acho que é um ponto que não devem perder.
Dicas e Notas:
Nota importante de que o aeroporto de Nicósia, não é reconhecido pela União Europeia, apenas a Turquia e o Azerbaijão, pelo que se quiserem voar para aqui terão sempre de passar pela Turquia.
Não temos voos diretos para o Chipre, eu quando fui ainda voei de Madrid pela Cobalt Air, que tinha sido resgatada pelo governo mas acabou por falir, por isso penso que ainda não têm companhia de bandeira.
As melhores opções serão como eu costumo sugerir aproveitar e fazer uma pequena visita de um dia (ou simplesmente uma escala) noutra cidade, para depois partirem daqui (joguem com os valores de ambas as rotas).
Algumas das que acho que podem compensar:
Para Larnaca: pela Wizz Air temos: Viena; Paris; Dortmund; Eindhoven e Londres; pela Ryanair temos: Viena e Bruxelas; pela EasyJet temos: Basileia, Berlim, Liverpool, Londres e Milão.
Para Pafos: pela Easyjet temos: Berlim, Edimburgo, Londres e Manchester; pela Ryanair temos: Berlim, Eindhoven, Liverpool, Londres, Malta, Milão, Paris, Roma e Viena.
Do Aeroporto de Larnaca para o centro da cidade temos o bus Público (uma das linhas a 425), podem consultar no site: Public transport ou Cyprus by bus e aqui podem planear a rota; demora cerca de 30 minutos e custa perto de 2.5€, verifiquem os horários pois durante a noite não há, eu cheguei pela meia noite e tive de ir de táxi, paguei cerca de 15€ de notar que de noite é mais caro
Do aeroporto de Pafos os sites são os mesmos, a linha é a 612, o trajeto demora cerca de 40 minutos e também custa cerca de 2.5€
Para irem entre cidades no Chipre a melhor forma é de bus, eu usei o Intercity , ou podem ver o site Cyprus by bus, para planear a rota; as paragens estão bem assinaladas, com placas e com os horários, os motoristas falam Inglês e são bastante profissionais.
De Larnaca para Limassol, demora cerca de 1h e 30 minutos, e custa 4€ ; De Limassol para Pafos, demora cerca de 1h e 15 minutos e custa 4€; se quiserem ir à famosa Ayia Napa (Agia Napa), demora cerca de 1h e 15 minutos e o preço também é de 4€; caso queiram ir até Nicosia, Larnaca é a cidade mais próxima, o bus demora cerca de 1h e o preço também é 4€, caso façam mais que uma viagem num dia podem pagar 7€ por todo o dia.
Podem também utilizar dentro de cada cidade os transportes públicos pois funcionam bem, eu usei para ir a algumas praias, para o aeroporto de Pafos e para ir à Afrodite.
As cidades onde estive têm preços semelhantes aos de Porto ou Lisboa, talvez mais caros um pouco em restaurantes e bares, embora os transportes sejam baratos e se fugirem das partes mais turísticas têm refeições em conta, a comida de rua é uma boa opção apesar de estarmos na parte Grega, há bastante influência Turca na comida, como os Kebabs ou uma iguaria para mim que é as maçarocas de milho, que são primeiro pré cozidas em água,e depois são “grelhadas”, apenas levam no fim um toque de sal fino…simplesmente delicioso (penso era cerca de 2€)
Apesar da maioria ter sinalizações ser em grego, existe muita sinalização em Inglês e quase toda a gente fala Inglês bem, desde motoristas de Bus, taxistas, restaurantes, lojas etc, a presença de turistas e influência Inglesa faz com que a comunicação não seja problema.
Precisamos apenas do Bilhete de Identidade para entrar no País, as tomadas no Chipre são de tipo G, como no Reino Unido, de notar também para quem vai alugar um carro, que aqui conduz-se pela esquerda como no Reino Unido, aliás até a sinalização faz lembrar que estamos em Inglaterra.
A moeda no Chipre é o Euro, o indicativo é +357, o domínio de internet é : .cy e, o fuso horário do Chipre é de mais duas horas que em Portugal.
Todas as cidades são bastante seguras e tranquilas, apenas pelo que me foi dito, que ao atravessar a fronteira nos “checkpoints” e na zona administrada pela Turquia existem muitos militares, mas nada de extraordinário, o mesmo acontece em Istambul, ou por exemplo em Israel.
Caso tenham orçamento e tempo para isso, penso que a forma ideal de conhecer o Chipre é alugar um carro, podendo assim percorrer várias cidades.
Site oficial de turismo Tourism.gov.cy ou também Visit Cyprus.
Reservas (click):
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