Rússia. O país do ballet. Em 9 de Maio, dia para recordar
Texto & Fotos de Mário Menezes
E hoje, dia 9/5 (2020), uma data importantíssima neste país, que devido à pandemia do COVID-19 não a podem celebrar, aqui vai a minha lembrança!
A Rússia é muito provavelmente o país mais importante que visitei. Um país onde comemorei o meu 38ºaniversário numa festa que uma família Russa preparou exclusivamente para mim. Foi o país que revi as amizades que fiz e tornei amigos do Facebook reais. O russo é um povo muito hospitaleiro e amável. Um país cheio de História, arte e cultura. Tchaikowsky, Puskin, Dostoievski ou Tolstoi são nomes que ninguém fica indiferente. Museus, galerias de arte, palácios, fortalezas e monumentos estão entre os melhores do Mundo.
Outrora no Ocidente, tida como um local onde o Comunismo fazia coisas horríveis, poucos ousavam visitar, era um destino de sonho esquecido. Hoje a Rússia é dos destinos turísticos mais procurados, inclusivamente por turistas Norte Americanos.
Moscovo e São Petersburgo é o mais importante para visitar. É um país gigantesco com uma capital à sua imagem. Moscovo é mesmo muito grande. Para atravessar uma avenida, muitas vezes é necessário caminhar imenso, e utilizar as passagens inferiores. Habitantes antipáticos, brutos e por vezes grosseiros. Polícias, seguranças, lojistas e rececionistas dos hotéis, tratam-nos muitas vezes com desprezo e rudez.
A Praça Vermelha, com a sua Catedral de São Basílio, o museu da História Natural, o Gum, onde outrora existia o Mercado do povo, hoje é um shopping de artigos de luxo. O Kremlin com o seu museu e o Arsenal, o Teatro Bolshoi e a Rua Arbat conclui o passeio de um dia. Muito mais há para visitar nesta gigantesca cidade onde tudo fica longe.
O metropolitano é o meio de transporte imprescindível, pois nas ruas o trânsito tem filas intermináveis de veículos, mormente de alta cilindrada. As estações são autênticos museus, pois Stalin assim as quis conceber por forma a torna-las palácios para o povo. Viajar a horas de ponta no metropolitano moscovita é uma experiência única. Observar a quantidade de comboios que por minuto param nas estações, a grande profundidade, e as filas intermináveis de passageiros, 9,7 milhões por dia andam de metro em Moscovo.
O Estádio Luzniki, a Universidade e o Museu da conquista do Espaço concluíram a minha passagem de 4 dias por esta megalópole Europeia, com a sensação que muito ficou por ver.
São Petersburgo, a cerca de 850Km, foi a paragem seguinte, a 4h30 de comboio rápido, o Sapsan, o TGV Russo. Em 5 dias muito ficou por ver…
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Para qualificar São Petersburgo já se esgotaram os adjetivos. Certamente e justamente, de longe, a mais bela cidade da Europa. A Veneza do Báltico, erguida pelo Czar Pedro “o Grande” é um local imperdível e encantador. Dos canais do rio Neva, as ruas e avenidas como a “Nevsky Prospekt” carregadas de monumentos, fortalezas como a de “Pedro e Paulo”, palácios como o “Tsarco Celo” onde sobressai a sala dourada de âmbar, igrejas como a do “Sangue derramado”, museus como o Hermitage que é o maior e mais completo do Mundo e muitos edifícios históricos com extraordinária beleza. O metro que circula a mais de 100 metros de profundidade e com estações, acessíveis por escadas rolantes íngremes e longínquas, que são autênticos museus. Uma cidade em que à meia-noite em Junho ainda é dia e, em Janeiro os canais congelam.
Umas férias na Rússia não são completas sem assistir ao vivo a uma sessão de Ballet, mesmo que não sejamos apreciadores e conhecedores dessa arte, daquele que é espetáculo mais importante por aqueles lados.
Uma das “catedrais” deste espetáculo é o Teatro Mariinski, ou Kirov como era chamado no tempo em que a cidade se chamava Leninegrado. Com ingressos bem mais acessíveis que o seu congénere Moscovita Bolshoi, onde os preços dos bilhetes mais baratos no site oficial, alcançavam dezenas de Euros e só seria possível adquiri-los por preço relativamente razoável (50€) à porta na candonga dos agentes, ver um espetáculo de ballet no Teatro Mariinski era possível por cerca de 25€, comprando com antecedência o ingresso na internet. Isto no tempo em que um Euro valia quarenta Rublos.
No Teatro Mariinski estrearam grandes obras como “O Quebra-Nozes” de Tchaikowsky e brilharam grandes artistas como Mikhail Baryshnikov.
E sobre este grande nome, a “7ª arte Hollywoodesca” não se esqueceu, quando no tempo da “Guerra fria”, quatro anos antes da queda do Muro de Berlim, ali se passou a ação do filme “White nights”, cujas cenas no seu interior foram na realidade rodadas no nosso Teatro São Carlos. Imortalizado pela sua banda sonora, “Say you, Say me”, o filme retrata a história de um bailarino Soviético exilado nos EUA que tem um acidente de avião em plena Sibéria. Sobrevive e é aprisionado pelo KGB e obrigado a exercer a sua profissão na URSS. Acaba por conseguir fugir durante um espetáculo em pleno teatro Mariinski. As cenas do filme passadas no exterior, com Leninegrado como pano de fundo, e que retratam este celebérrimo edifício, com destaque da fuga final, foram na realidade filmadas fora da URSS e sobrepostas com as imagens recolhidas por uma equipa que andou por Leninegrado a filmar vários locais, incluindo o edifício do Teatro Mariinski! Afinal o cinema, a 7ª arte, é também uma arte da ilusão!
Mikhail Baryshnikov que afinal nasceu na Letónia, outrora território soviético pertence agora à União Europeia, é hoje um cidadão Americano, São Petersburgo jamais se chamará Leninegrado, os Russos hoje falam fluentemente Inglês, é normal vermos turistas Russos em todo o Mundo, e até muitos Russos já nasceram em Portugal. Os tempos mudaram desde a queda do Muro de Berlim em 1989, mas a grandeza da cultura Russa e a beleza do ballet Russo nunca deixará de maravilhar os apreciadores, seja no seu próprio país ou nas digressões que as companhias fazem pelo Mundo fora, pois os Russos são considerados os melhores nesta arte.
Vá ao ballet Russo do Mariinski, mas primeiro delicie-se com a grandeza daquela sala de espetáculos carregada de história, das escadarias de acesso às galerias, e ao intervalo vá a um dos requintados “foiers” brindar com um cálice de champanhe Russo!
E claro, a Rússia é um país que se come muito bem. As sopas borsh e solianka, pelmeni (um género de ravioli), shashlick (espetadas de porco marinadas) e claro, a vodka, a bebida nacional, que se bebe gelada de um trago, antes da refeição, mas não abusem…
E em São Petersburgo, as pankekas, algumas com caviar. Uma espécie de crepes Franceses à maneira russa.
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