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29 Mar

ROTEIRO JUDAICO EM PORTUGAL

 

A Rede de Judiarias de Portugal Rotas de Sefarad tem por fim uma actuação conjunta, na defesa do património urbanístico, arquitectónico, ambiental, histórico e cultural, relacionado com a herança judaica.

O contributo dos judeus portugueses para a história do mundo foi enorme; desde a ciência náutica que há mais de 500 anos deu ao país um avanço decisivo para o início da globalização, à evolução da economia mundial e da medicina, muitos foram os sectores em que o papel dos sefarditas nacionais se tornou preponderante.

Rota do Judaismo em Portugal

Judaismo em Portugal

 

As comunidades Judaicas na Idade Média

Desde o fim do Império romano que uma minoria judaica existia no território que depois veio a ser Portugal.

Aquando da fundação da nacionalidade, em 1143, esta minoria já se encontrava disseminada em algumas localidades importantes como Santarém que possuía a mais antiga sinagoga nacional.

A população judaica aumentava, favorecida com a necessidade que os primeiros reis (século XII) sentiam de povoar o território que ia sendo conquistado aos mouros.

Em todos os locais em que o número de judeus superava a dezena, era criada uma comuna ou aljama cujo centro organizacional era a sinagoga. O seu sino chamava os fiéis não só à oração como também para lhes oferecer qualquer informação vinda do rei ou qualquer decisão tomada pelo rabi-mor. A sinagoga era a sede do governo da comuna.

Já no século XII, D. Afonso II legisla as relações entre cristãos e judeus pois estas começavam a criar dificuldades à minoria. Quer isto dizer que: os judeus não podiam ter serviçais cristãos sob pena de perda de património; qualquer judeu converso ao cristianismo que retornasse à religião original podia ser condenado à morte; não podiam os judeus ocupar cargos oficiais de modo a que os cristãos não se sentissem prejudicados.

A sinagoga era um local tão importante do ponto de vista religioso (como era a igreja para os cristãos) quanto civil; era lugar de assembleia e reunião dos membros da comuna e agregava sempre a escola e o mikveh (local de banho ritual).

Rota do Judaismo em Portugal

Cultura Judaica em Portugal

 

A vinda dos Judeus Espanhóis

Estima-se que no total viveriam no ano de 1492 (ano de descoberta da América), em Portugal cerca de 30 000 judeus (3% da população). Nessa época os reis católicos promulgam o édito da expulsão dos judeus de Espanha. D. João II acolhe muitos desses judeus, cujo total superaria as 120 000 pessoas.

As razões do aumento da população são os seguintes:

– a quase ausência de levantamentos antijudaicos em Portugal;

– o crescimento dos  movimentos contra os judeus em Espanha (Navarra, Castela e a Aragão) desde meados do século XIV;

– o estabelecimento da Inquisição e a expulsão dos judeus da Andaluzia em Espanha, nos primeiros anos de reinado dos reis católicos;

– o início do processo dos descobrimentos portugueses com  a abertura de novas rotas marítimas e comerciais.

 

Os Judeus na época dos descobrimentos

Quatro anos depois dos acontecimentos em Espanha, D. Manuel (o sucessor de D. João II) casado com uma filha de reis católicos e muito pressionado por estes, promulga também o édito de expulsão e a estratégia da conversão e baptismo forçado que não foi consensual e criticada por muitos.  Devido à falta de consensos, D. Manuel decretou medidas que favoreciam ambos os lados, da igreja católica e dos judeus.

Judaismo em Portugal

Rota das Judiarias de Portugal

 

A Sinagoga Shaaré Tikvá em LisboaExistiam em Lisboa, desde 1810, várias casas de orações, mas dificilmente reuniam as condições necessárias ao culto, pois situavam-se em modestos andares. Assim apesar das dificuldades ocasionadas pela falta de reconhecimento oficial, a comunidade consegue comprar, em nome de particulares, um terreno para a construção de um edifício de raiz, próprio e condigno.

Situado no nº59 da Rua Alexandre Herculano, em Lisboa, teve de ser construído dentro de um quintal muralhado, dado que não era permitida a construção com fachada para a via pública de um templo que não fosse de religião católica, então religião oficial do estado.

Iniciada a sua construção em 1902, a Sinagoga Shaaré Tikvá é inaugurada em 1904, culminando um esforço de mais de 50 anos dos judeus de Lisboa.

Sinagoga de Lisboa- Portugal

Acesso principal à Sinagoga de Lisboa

 

Judaismo em Portugal

Sinagoga Shaaré Tikvá – Lisboa

 

O apoio aos refugiados da II Guerra Mundial

As perseguições anti-semitas no Leste, a rápida ascensão do nazismo na Alemanha, começam a fazer chegar a Portugal os primeiros judeus asquenazim que rapidamente se integram na sociedade portuguesa e na comunidade. O desencadear da II Guerra, a política de neutralidade a que Portugal se remeteu no quadro da aliança com a Inglaterra e a concessão de vistos de trânsito a perto de 100 000 refugiados, levam a um afluxo de dezenas de milhares de judeus a Portugal. Os poucos que ficaram alteraram as proporções maioritariamente sefarditas da comunidade de Lisboa.

 

Presença Judaica na região de Lisboa

A situação geográfica de Portugal foi decisiva para a circulação de pessoas e  bens,  tendo a capital acompanhado este movimento.

A cidade de Lisboa revelou-se, deste modo, sempre presente na história judaica. O bairro de Alfama, que manteve o mesmo traçado de ruas tortuosas, detinha uma das judiarias existentes. No largo da igreja de São Domingos foi construído um memorial relativo às vítimas dos acontecimentos de 1506.

Na cidade de Lisboa instalaram-se muitas das mais influentes e emblemáticas famílias de judeus. O seu papel na sociedade foi relevante tendo criado, sobretudo na segunda metade do século XIX, instituições de beneficência que apoiavam os mais pobres.

Durante a II Guerra Mundial a cidade foi refúgio e ponto de partida para dezenas de milhares de refugiados. A baixa e a sociedade lisboeta da época conheceram uma nova vivência.

Rota do Judaismo em Portugal

Memorial em Lisboa aos Judeus vítimas da intolerância e do fanatismo

 

Presença Judaica na região do Alentejo

Um pouco por todo o Alentejo- em particular na raia- existem vestígios do êxodo judaico, mas em Castelo de Vide a presença é mais marcante.

A Sinagoga Medieval teve obras de requalificação, e hoje em dia, pode ser visitada. O espaço museológico alberga testemunhos materiais do legado judaico e simboliza um dos principais atractivos turísticos da vila.

O legado Judaico no Alentejo, pode ser também encontrado em Elvas, Alpalhão, Marvão, Évora e Mértola.

Roteiro judaico em Portugal

Herança Judaica em Castelo de Vide

 

Presença Judaica no Centro de Portugal

O Centro de Portugal integra o maior espólio de uma das mais importantes comunidades que habitaram a Península ibérica durante a Idade Média.

Se Portugal e, especialmente o interior da Região Centro foi o último refúgio da comunidade judaica é também nesta que se presta homenagem ao cônsul português em Bordéus, que salvou do holocausto dezenas de milhares de judeus- Aristides de Sousa Mendes, um símbolo da humanidade. É em Cabanas de Viriato, berço deste herói, que milhares de judeus veneram este feito.

A presença de vestígios judaicos na região, podem ser visualizados nas seguintes cidades e vilas: Alenquer, Almeida, Belmonte, Castelo Branco, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Guarda, Idanha-a-Nova, Leiria, Linhares da Beira, Manteigas, Mêda, Penamacor, Pinhel, Sabugal, Seia, Tomar, Torres Vedras e Trancoso.

Sinagoga de Belmonte- Portugal

Museu Judaico de Belmonte

 

Presença Judaica na região do Algarve

No Algarve, prosperaram a partir do século XV, comunidades de judeus atraídos para a região na época dos Descobrimentos Marítimos Portugueses.

Lagos atraiu tantos mercadores judeus que, como não cabiam no bairro original, pediram autorização ao Infante D. Henrique para se instalarem nas zonas cristãs.

Faro teve uma judiaria que se destacou por ter sido o berço da imprensa em Portugal. Cerca de 1830, esta comunidade edificou duas Sinagogas, de que já não existem vestígios, e um cemitério.

Tavira, cidade que também existiu uma importante judiaria na antiga cerca do Convento da Graça. Aí existiu ainda uma Sinagoga, transformada em 1542 na Igreja de N. Sra. da Graça.

Roteiro judaico de Portugal

Cemitério Judaico de Faro

 

Presença Judaica no Porto e Norte de Portugal

O território do Norte possui uma grande herança judaica. No Porto, importante interposto comercial na Idade Média, nas antigas ruas em redor da Sé, próximo do rio e na Boavista, sinais e marcas na pedra atestam essa presença que perdura até hoje. A Sinagoga  Kadoorie Mekor Haim é disso o melhor exemplo.

Roteiro judaico em Portugal

Sinagoga Kadoorie no Porto

 

No Minho, as cidades de Guimarães, Barcelos, Ponte de Lima, Viana do Castelo e Vila do Conde terão albergado, no século XIV, cerca de uma centena de famílias. No Douro, sinais óbvios da presença ancestral de judeus refugiados, após 1492, em Lamego, Tarouca, Mesão Frio, Vila Real, S. João da Pesqueira, Penedono, Vila Nova de Foz Côa, Freixo de Numão, Torre de Moncorvo, Vila Flor e Freixo de Espada à Cinta.

Em Trás-os-Montes, são várias as localidades onde é possível descobrir um património rico em memórias evocativas de várias comunidades judaicas ancestrais.

Roteiro judaico em Portugal

Vestígios Judaicos em Freixo de Espada à Cinta

 

Para mais informações, consulte por favor a REDE DE JUDIARIAS DE PORTUGAL

 

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Chamo-me João Almeida, moro em Sintra (Portugal), e sou um AMANTE DE VIAGENS. Uma paixão que existe faz longos anos. A minha missão com esta página é de ajudá-lo a realizar o seu próximo destino! Saiba mais sobre mim e sobre o site.

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