Açores – muito mais que uma viagem
Texto & Fotos de Susana Correia
Falar, escrever, ver fotografias, vídeos ou reportagens sobre os Açores é ingrato.
Aguça-se os sentidos, faz-se umas pesquisas, mas nada consegue descrever o que se sente quando se pisa esta terra.
Visitar os Açores é muito mais que uma viagem, é uma experiência sensorial que todos deveriam ter.
Para quem gosta — como eu — das viagens que envolvam natureza, montes, vales, cascatas e verde (muito verde), este é um sítio obrigatório. Aqui, respira-se tranquilidade, paz e sossego e as paisagens de tirar o fôlego, ajudam a este estado de alma.
Nada me deslumbra mais do que ficar sentada, no meio de uma lagoa ou de uma cascata, bem enfiada no meio de um qualquer mato, a contemplar estas belezas naturais.
São Miguel é um santuário repleto de natureza em que descobrirá que a Terra esconde lugares incríveis e maravilhosos. Em que outro lugar do mundo verá lagoas dentro de crateras? Na Lagoa de Santiago. E lagoas coloridas? Em Sete Cidades, onde uma ponte separa uma lagoa verde de outra azul.
Assim que se chega a São Miguel, ajuda (e muito) alugar um carro. Desta forma, temos liberdade para visitar toda a ilha dentro dos nossos horários e preferências de percurso.
Saindo do Aeroporto, o primeiro destino que encontramos é a mágica Lagoa das Sete Cidades. Naturalmente, toda a gente começa por aqui, o que nem sempre irá corresponder às expectativas. São Miguel é conhecido, também, pelo seu clima, e regra geral, de manhã o céu está sempre encoberto, dificultando, desta forma, as vistas dos Miradouros. Aconselho a deixá-los para depois das 12h onde o sol começa a descobrir e consegue chegar a temperaturas bastante agradáveis (visitei em maio). Um dos miradouros que melhor vista tem para esta Lagoa é o Miradouro da Vista do Rei.
Continuando pelas Lagoas temos, também, a Lagoa de Santiago, uma cratera gigante de um magnífico azul cristalino, toda rodeada de verde, um verde tão intenso que nos parece sempre estar perante um quadro pintado à mão.
A Lagoa do Congro é qualquer coisa de indescritível, o carro fica estacionado na estrada que dá acesso à mesma, e todo o percurso é feito a pé. Não tenho outra forma de descrever este sítio a não ser falar de contos de fadas e florestas encantadas, pois é isso mesmo que a Lagoa do Congro nos transmite. Paredes de árvores, troncos caídos pelo caminho, musgo, pássaros a chilrear e uma lagoa de um verde tão forte conferido pela parede de árvores e arbustos que a circundam, que ficamos na dúvida se estamos a ver água ou prado. É mágico!
Na Lagoa das Furnas, come-se o cozido feito na terra. Uma panela é enrolada em panos, com todos os ingredientes lá dentro, e vai a cozer com os vapores naturais libertados pela terra. Não provei. Há quem goste muito, há quem diga que sabe muito a enxofre. Fica, portanto, ao critério de cada um arriscar, ou não. É, no entanto, maravilhoso, ver toda a fumarola a sair de dentro da terra, já o cheiro, não é assim tão agradável!
O reino das flores acontece na Lagoa das Empadadas, estas lagoas, tal como a Lagoa Rasa, são, como o nome indica, mais rasas. Não se situam em crateras e são de fácil acesso. Existem camas de flores cor-de-rosa, em volta de toda a Lagoa, e o reflexo das mesmas na água transmite-nos, uma vez mais, a sensação de estarmos num cenário de histórias de encantar.
Passando para as cascatas, visitei duas: O Salto do Cabrito e o Salto da Farinha. Ambas se fazem a pé com relativa facilidade. O Salto da Farinha é a minha favorita. Pelo caminho vamos encontrando bancos de piquenique e pequenas casinhas com telhados vermelhos, enquanto nos dirigimos para a cascata. Tudo está impecavelmente cuidado e arranjado, aliás, como em toda a ilha. Existem pequenas pontes com escadas de madeira, que nos levam à base da Cascata, que é qualquer coisa de transcendente. Uma das minhas preferências, sem dúvida.
Por outro lado, digam-me o quão maravilhoso pode ser, nos banharmos na rua, em termas com água a 38º, enquanto chuvisca? Em São Miguel é possível, e em vários sítios.
O meu preferido é a Caldeira Velha, paga-se um valor para entrar e para tomarmos banho, mas vale cada cêntimo. O cenário é semelhante ao Jurassic Park, entre palmeiras, arvoredo, tanques naturais e cascatas.
Temos ainda a Poça da Dona Beija, onde os tanques são semelhantes aos da Caldeira Velha, também se paga para entrar, mas o espaço não é tão natural e já existe mais mão do homem.
Por outro lado, as Termas da Ferraria são o sítio mais natural que podemos encontrar, ou seja, quando a maré está média será a altura ideal para visitar estas termas no meio do mar. A fonte de água quente brota diretamente para o mar, chegando a atingir temperaturas de 30º.
Podemos ainda nos banhar no Parque Terra Nostra. Este parque, para além da piscina enorme de água termal, tem ainda um hotel e um jardim botânico onde podemos encontrar uma das maiores coleções do mundo de camélias, tendo mais de 600 géneros diferentes, e também a maior coleção da Europa de Cicas. A fundação deste jardim botânico recua a 1780, quando o então Cônsul dos Estados Unidos na ilha de São Miguel, Thomas Hickling, mandou construir neste espaço a sua residência de Verão, então conhecida como Yankee Hall.
São Miguel tem ainda para visitar o Chá Gorreana, o Miradouro da Ponta do Sossego e o Miradouro da Ponta da Madrugada, bem como o lado nordeste, onde encontramos o Faial da Terra, entre outros.
A gastronomia é, também, um dos pontos fortes desta Ilha, fazendo referência aos restaurantes “Cais 20” e “Associação Agrícola de S. Miguel”.
Açores é, portanto, muito mais que uma viagem, é uma experiência que nos estimula todos os sentidos.
Mas, melhor que imaginar, é lá ir visitar.
Boas viagens!
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