Dias à Maltesa: Valeta e seu aglomerado Urbano
Texto & Fotos de Mário Menezes
E 594 dias depois voltei a embarcar num avião! Malta foi o destino. Tornou-se o 51º país estrangeiro que visitei, e agora o objetivo passa por chegar à centena!
Uma viagem marcada no início de Março de 2020, ainda antes da pandemia ter parado tudo. Inicialmente prevista para Dezembro desse ano, foi forçadamente alterada para Outubro de 2021. O que esteve para ser uma pequena escapadela Invernal num fim de semana prolongado, tornou-se numa semana de férias bem passada e com temperaturas de Verão. Há males que até vêm por bem!
Confesso que quando marquei a viagem, foi para aproveitar uma tarifa aérea promocional, de 65€, i/v, voos diretos, desde Lisboa, pouco conhecimento tinha deste pequeno país. Mesmo encontrá-lo no mapa não era fácil. Tinha-o como um destino, sobretudo de praia e o meu objetivo era conhecer a sua capital. Nada mais errado! Pesquisando, conclui que esta pequena nação tem uma História riquíssima e um património cultural gigantesco e as praias até são o seu parente pobre!
Malta é destino para passar, em tempo útil, no mínimo 6 dias. Desses dias, 3 poderão ser distribuídos por Valeta e seu aglomerado urbano e os restantes por Medina, Ilhas de Gozo e Comino e Popeye Island. Claro que também devemos reservar tempo para a praia.
Malta, uma pequena nação, é um arquipélago com várias ilhas, sendo habitadas apenas 3: Malta, a principal, a maior e que lhe dá o nome, Gozo e Comino as outras duas.
Malta, situa-se numa posição estratégica no meio do Mar Mediterrâneo. Dali desenvolve-se uma encruzilhada de rotas aéreas e marítimas, com interesses económicos e militares. Ao longo dos anos foi por isso alvo de várias disputas territoriais e fustigada por guerras, tendo um papel determinante na II Guerra Mundial e também envolvimento na “Guerra Fria”. Hoje Malta é aliada dos EUA que usam o seu território, para pousos e decolagens dos seus “caça” nas missões pelo Médio Oriente.
Malta, a sua História remonta ao tempo do período Neolítico (anterior a 5.000AC) em que já era habitada. Mas tarde, os Fenícios foram os primeiros a ocupá-la. Posteriormente os Gregos, os Cartagineses e os Romanos. Nesta altura a religião do Cristianismo foi implementada. Com a divisão do Império Romano, no ano 395, a zona leste da ilha de Malta, passou para o Império Bizantino, que a controlou até 870, quando foi conquistada pelos Árabes Muçulmanos, que influenciaram a cultura e a língua, daí a língua Maltesa derivar do Árabe, apesar de ser escrita com o nosso alfabeto. Com novas invasões de povos de origem Siciliana, a ilha Italiana da Sicília fica a menos de 100Km, o Cristianismo foi novamente implantado e se mantém até hoje. Notório pelas 365 igrejas e capelas existentes no arquipélago. Dizem os Malteses que é uma igreja para cada dia do ano!
Mais tarde, os Aragoneses (Espanhóis) também a invadiram, e os Portugueses também por lá passaram. E foi pelos Aragoneses, em 1530, que Malta foi cedida à Ordem Hospitalar de São João de Jerusalém, uma ordem religiosa e militar pertencente à Igreja Católica hoje conhecida como Ordem de Malta. E assim aparecem os Cavaleiros. Malta e os Cavaleiros de São João são indissociáveis! Também chamados de Cavaleiros Hospitalários ou os de Cavaleiros de Malta. Quem visita Malta, tanto ouve e vê acerca de Cavaleiros que até lhe custa perceber como uma nação no meio do mar foi dominada por quem andava a cavalo! Tem lógica, pois foram os Cavaleiros de São João, a Ordem de Malta, que governaram o país até o século XIX e fundaram Valeta, a sua capital. Os Franceses em seguida pela mão de Napoleão Bonaparte conquistaram o território. O Império de Napoleão entrou em decadência, talvez pela ambição desmedida do seu fundador, e em 1814 Malta passou para o domínio Britânico, onde permaneceu até 1964, sendo atualmente um país independente. Fruto desse domínio, o Inglês mantém-se como língua oficial. Maltês e Inglês, são as línguas faladas pela população nativa, além do Italiano ser falado em grande escala, dada a proximidade geográfica e às relações mantidas com a Sicília e sul da Península Itálica, origem de muitas famílias que escolheram Malta para viver e se estabelecerem.
Malta, em 2004 tornou-se um dos Estados membros da União Europeia e em 2008 adotou o Euro como moeda.
Tido como um dos países mais pobres da Europa, essa ideia é desvanecida por quem visita este país. O investimento imobiliário é brutal, o que se observa quando percorremos as suas estradas da frente costeira, como por exemplo em Sliema, e nos deparamos com grandes prédios com andares de luxo com vista para o mar. Até parece que estamos no Mónaco! Banca, offshores, casinos e jogos online são algumas das atividades económicas que sustentam o país. Muito dinheiro de origem duvidosa, sobretudo da Sicília e da Rússia ali desagua. O turismo também existe em grande escala. Um destino seguro. Os preços atrativos, comparativamente a outros destinos Europeus, o clima quente e pouco chuvoso, são os grandes impulsionadores.
Malta é também chamada de “Hollywood da Europa”. Por ali se filmaram várias obras da 7ª arte. O filme que mais me marcou, “O expresso da meia noite” cuja ação decorre na Turquia foi na realidade filmado pela capital Valeta e não só. Frequentar esses cenários, de filmagens no interior e no exterior, foi a forma divertida que encontrei para tratar as mazelas que esse filme me deixou, tal como fiz quando visitei Istanbul. “Gladiador”, ” O Conde de Monte Cristo”, “Munique”, “Tróia”, “O código Da Vinci” ou ” Um crime no expresso do Oriente” são outros exemplos de grandes produções cinematográficas tendo Malta como cenário. Sem esquecer “Popeye” um dos primeiros filmes com Robin Williams, e “A Lagoa Azul” com Brooke Shields a banhar-se nas águas da Ilha Comino.
Malta conjuga praia e cultura, com vantagem para esta última. Grande oferta hoteleira para todas as bolas, transportes públicos de qualidade, autocarros modernos com wi-fi levam-nos facilmente a todo o lado, e existe um projeto para um metropolitano subterrâneo. Vida noturna agitada com bares e discotecas da moda. Pubs que à boa maneira Britânica também servem refeições e os famosos pequenos almoços à Inglesa, que pela primeira vez na vida(!) pedi.
Malta possui boa gastronomia onde o coelho é rei, pois consta-se existirem por lá, mais de 100 pratos! A carne de cavalo também está presente em força. Mas (meu caso) para os não apreciadores, há o “pastizzi” e o “qassatat”, dois tipos de folhados típicos, recheados com queijo ricota, legumes ou frango, ideais para uma pausa ao lanche. Destaque também para o “bragjoli”, um guisado de bifes enrolados e recheados, e para o polvo Maltês que por lá se chama “qarnita”, cozinhado de várias formas, especialidades carregadas de aromas exóticos, notando-se a influência árabe. “Fish and chips” à Inglesa, comida Turca e Italiana, sobretudo pizzas e especialidades Sicilianas, também existem em abundância.
A marca de cerveja mais famosa é a “Cisk” e também existem vinhos Malteses.
Quanto aos souvenirs, não esquecer a Sereia Maltesa!
Ao falar de Malta, temos obrigatoriamente de referir os gatos, um dos animais prediletos dos Malteses. Tal como na Grécia e na Turquia, os gatos são presença habitual nas ruas. Animais acarinhados por todos, ou não tenha este país de influência Muçulmana. Consta-se que foi um gato que salvou a vida ao profeta Maomé, quando se atirou a uma cobra que se preparava para o atacar.
Malta é um excelente destino, que superou largamente as minhas expectativas. Valeta e o seu aglomerado urbano, onde passei mais de metade do tempo, encantou-me, mas o melhor ainda estava para vir com a visita a locais mais distantes destas áreas, como por exemplo, as ilhas, e que serão o mote para novo relato de viagem.
Valeta
A segunda capital mais pequena da União Europeia em tamanho e a mais pequena em população, está englobada num aglomerado urbano constituído por outras cidades, onde normalmente os visitantes ficam alojados, que servem de passagem e também são de visita obrigatória, como por exemplo Sliema, Gżira, e obviamente as “Três cidades” que são Senglea, Vittoriosa (Birgu) e Cospicua.
Valeta encontra-se numa península e é uma cidade muralhada, sendo por isso bem percetível o seu limite geográfico. As suas muralhas e edifícios sobressaem ao longe, quando avistamos a cidade do avião desde o ar, desde o Mediterrâneo, quando nos deslocamos em tours às ilhas Gozo e Comino, ou nos ferries da rede de transportes públicos de ligação entre cidades, ou desde outros pontos de interesse turístico, como por exemplo, da Ilha Manoel em Gżira, da marginal de Sliema ou quando visitamos as “Três cidades”. As vistas de, e desde Valeta, são um dos cartões postal que este país apresenta ao Mundo.
Normalmente os turistas ficam alojados fora de Valeta, sobretudo em Sliema, St. Julian ou Pembroke, pelo que em Valeta é onde normalmente os dias começam, ou terminam. O terminal rodoviário à entrada da cidade é o ponto de partida e chegada de muitas carreiras de autocarros que servem os principais destinos turísticos da ilha de Malta. É também o destino predileto ao final do dia, para jantar em restaurantes típicos (convém marcar de véspera) das suas ruelas e observar as vistas panorâmicas à noite.
Valeta foi fundada no século XVI pelos Cavaleiros de São João. O Forte de St Elmo, nome que homenageia o Santo Padroeiro dos Marinheiros, foi erigido no local onde existiu uma torre em sua invocação, tornando-se assim um ponto estratégico na defesa da cidade e vigilância dos portos das proximidades. É para o Forte de St Elmo e para o Museu da Guerra que dele faz parte que todos os turistas se dirigem quando chegam a Valeta pela primeira vez. As vistas desde o Forte para o aglomerado urbano e para o Mar Mediterrâneo são encantadoras.
O Forte de St Elmo serviu de cenário a diversas produções cinematográficas. As celas da infame prisão de “Sagmalcilar” de “O Expresso da meia noite” podem ser observadas do alto. Cá fora, na Rua St Elmo Place é o local onde o filme tem a cena final.
O Museu da Guerra, que dele faz parte, é distribuído por vários pavilhões, contendo artefatos relacionados com as duas Guerras Mundiais, conflitos em que Malta teve papel preponderante. Também há referências à História Maltesa, “carregada” de guerras e conquistas. Referências à Idade do Bronze e objetos dessa época até à atualidade também podem ser encontrados por lá.
Junto à entrada para o Forte St Elmo, encontra-se o “Mediterranean Conference Center”. É atualmente um centro de conferências, que alberga um teatro. Foi construído no século XVI pela Ordem de Malta como um hospital, sendo conhecido como Sacra Enfermaria. O ambiente por lá vivido nesses tempos está recreado com figuras de cera. Foi neste edifício que foram filmadas várias partes do filme ” O Expresso da meia noite “. O local onde se encontra a Sacra Enfermaria e as suas obscuras masmorras serviu para os cenários da “Secção 13” destinada a criminosos loucos e irrecuperáveis, da infame prisão Turca. No resto do edifício existe o local onde foram levados a cabo os castigos corporais, a um prisioneiro que tentou a fuga, e o local das escadas por onde o Americano foge rumo à liberdade. Cenas do filme de 1978 que ainda me perturbam. Visitar os locais ajudou-me a recuperar desse “trauma” e ainda me diverti a reconstituir essas cenas e a fazer vídeos.
As ruas e ruelas de Valeta possuem um património arquitetónico riquíssimo. Os compêndios turísticos relatam Valeta como um museu a céu aberto. Inúmeras igrejas, com maior destaque para a Co-Catedral de São João. Qual capela Sistina do Vaticano!!!!
A Co-catedral foi construída pelos Cavaleiros de S. João entre 1573 e 1578. A sua fachada possui reminiscências de um forte militar, mas o seu interior é totalmente decorado. As paredes e os tetos com pinturas, as capelas e até mesmo o chão da nave em que foram enterrados cavaleiros importantes, que é composto por inúmeras lápides de mármore com diferentes inscrições em latim. No interior estão guardadas duas obras mais emblemáticas de Michelangelo Merisi, conhecido no meio artístico como Caravaggio: “A Decapitação de S. João Baptista” e “São Jerónimo escrevendo”.
Pelas ruas e ruelas de Valeta passou a ação de “O Expresso da Meia Noite”. O mercado “Valletta Food Market” serviu como cenário do Grande Bazar de Istambul e as suas ruas circundantes, Merchants St. e St Paul St. foi por onde o Americano tentou fugir da polícia, tendo sido capturado e levado para a horrenda prisão. Hoje é um local completamente reformulado que contém restaurantes, bares e um supermercado. Um dos dias aproveitei para ali jantar, afinal não é todos os dias que janta no cenário do nosso filme preferido. E por sinal até foi comida Turca!
De todas as ruas de Valeta, a principal é a Republic St, por onde entramos, assim que chegamos de autocarro ao terminal de desembarque. Percorrendo o largo que contém a Fonte dos Tritões que à noite se ilumina, passando as Portas da cidade, encontramos o Parlamento de Malta, edifício que não é aberto a visitas turísticas.
Desviando a rota dessa rua onde as lojas de marcas internacionais marcam presença, para a nossa direita, passando junto das ruínas da antiga Ópera Real onde ainda se fazem espetáculos, encontramos um conjunto de edifícios governamentais, como os escritórios do Primeiro Ministro, a Bolsa de Malta e o Banco de Malta. E logo nessas proximidades, os Jardins “Barrakka” superiores que do alto nos oferecem vistas soberbas para a parte baixa de Valeta, para “3 Cidades”, para o Grande Porto de Malta e para muitos locais que serviram de cenário a várias produções cinematográficas. Mais em baixo, indo em direção ao Forte St Elmo, existem os Jardins “Barrakka” inferiores, que oferecem também belíssimas vistas do Grande Porto de Malta e do Mar Mediterrâneo.
Circulando pela muralha até ao lado contrário, desfrutamos das vistas sobre Floriana, onde se situa a Marina de Malta, povoado que se situa na entrada de Valeta, e depois para Sliema e para a Ilha Manoel em Gżira.
Pelas ruas e ruelas de Valeta destaca-se o Teatro Manoel, que é o segundo mais antigo teatro da Europa ainda hoje em utilização, a Catedral de São Paulo Anglicano e a Igreja Carmelita cuja cúpula oval de 42 metros de altura sobressai na paisagem.
Ao falar de Valeta ou de qualquer povoado Maltes, não poderia deixar de referir os típicos edifícios com as suas pequenas e coloridas varandas. Feitas de madeira cuja origem ainda é desconhecida. Há quem diga que foi herança dos Espanhóis. Outra teoria defende que foram os Árabes que as conceberam por forma a que as mulheres que não saiam de casa pudessem ver o mundo através da janela. Estas varandas coloridas sobressaem da cor amarela das casas típicas Maltesas que enchem as ruas e ruelas de Valeta, por onde passear é um enorme prazer a quem visita esta capital Europeia.
Três Cidades: Senglea, Vittoriosa (Birgu) e Cospicua
O aglomerado urbano de Valeta, situado para Leste desta, engloba entre vários povoados de visita obrigatória, a área chamada de “Cottonera”, também conhecida por “Três cidades”. Visíveis ao longe das Muralhas de Valeta e também dos Jardins “Barrakka”, as cidades de Senglea, Vittoriosa (Birgu) e Cospicua, com os seus edifícios e as zonas ribeirinhas sobressaem pelas formas das suas margens, fazendo parte da área de edificação natural do Grande Porto de Malta.
Estes locais necessitam no mínimo de meio dia serem visitados, mas dada a sua aparência ser muito idêntica à cidade de Valeta, com os edifícios de cor amarela, com as suas varandas típicas, ruas e ruelas, igrejas e fortalezas, o tempo aqui despendido acaba por ser menor, mesmo assim, não deixa de ser proveitoso.
Estas cidades foram construídas pelos Cavaleiros da Ordem de Malta.
A cidade de Vittoriosa, também chamada de Birgu, é acessível desde a cidade de Senglea, onde desembarcamos, caminhando. Estas cidades são de tamanho muito reduzido. Duas pequenas penínsulas. Birgu tem 0,5Km ² e Senglea menos da metade desse valor. Cospicua, que já é mais continental, com quase o dobro da área de Birgu, é a maior de todas, com quase 1km ², superando em área a cidade de Valeta.
Senglea é acessível de carreiras regulares de ferries desde Valeta, no terminal do Forte Lascaris, onde se desce de elevador desde os Jardins “Barrakka” superiores. Chegando no ferry podemos observar na entrada o que ainda existe do Forte de S. Miguel.
Birgu, é tida como a cidade mais encantadora. Foi capital de Malta até ao ano de 1565. A sua atração principal é o Forte St. Angelo. Este forte marca o centro do Grande Porto de Malta. Quando os Cavaleiros chegaram à Ilha, Birgu foi onde se instalaram e este forte tornou-se a sede do poder. Os Cavaleiros fizeram desta fortificação a principal. As vistas daqui para a Valeta, para as 3 Cidades e para a cidade de Kalkara, do lado oposto, são marcantes. Kalkara é onde se situam os estúdios de cinema.
No Forte St. Ângelo foram filmadas cenas do filme “O Expresso da meia noite”, nomeadamente a chegada do Americano no carro celular, à infame prisão Turca.
O Palácio do Inquisidor, que em tempos foi uma antiga prisão, é outro dos locais marcantes de Birgu.
Cospicua é a cidade mais nova. A Igreja da Imaculada Conceição é um dos edifícios de destaque, albergando uma coleção de pinturas do Polidoro Veneziano de Abruzzo. Subindo as suas ruas íngremes, é possível chegar à área mais alta e desfrutar da vista do Grande Porto.
Sliema e Gżira
A quem visita Malta é impossível não passar por Sliema. Localizada a oeste de Valeta, foi em tempos uma vila de pescadores. Atualmente é uma cidade onde os prédios com andares de luxo com vista para o Mar Mediterrâneo dominam a zona marginal. A elevada densidade populacional, a grande concentração de bares, restaurantes, lojas e hotéis, tornam-na o local mais apelativo para o turista ficar alojado. Sliema é um dos locais prediletos da vida noturna Maltesa.
De Sliema pode chegar-se a Valeta de ferry, uma curta viagem muito pitoresca, ou de autocarro. Também desse terminal de ferries em Sliema, partem vários tours a diversos pontos de Malta, destacando-se os cruzeiros às Ilhas de Gozo e Comino e às Três cidades. As vistas de Sliema para Valeta também são um ex libris desta cidade, encantando-nos quer de dia, quer de noite.
Percorrendo a marginal em direção a Valeta, chegamos a Gżira, onde se localiza a Ilha Manoel, que contém o Forte Manoel. Se o fizermos em sentido contrário, encontramos o Forte Tigné, outro dos diversos pontos de observação de Valeta.
Continuando a viajar para Oeste, encontramos as zonas balneares de Sliema, servidas por um passeio marítimo chamado “Sliema Promenade”.
Em Gżira, o Forte Manoel proporciona belíssimas vistas sobre Valeta e sobre Sliema. De momento encontra-se em obras e também devido às restrições causadas pela pandemia, encerrado ao público. Mas é sempre possível subir nos morros adjacentes e tirar belas fotografias para a posteridade.
Nascido em Portugal, António Manoel de Vilhena foi um dos Grão-Mestre Soberanos da Ordem dos Hospitalários, que governou o arquipélago de Malta. A sua sepultura na Co-Catedral de S. João é considerada a maior e mais sumptuosa de todas as sepulturas dos grão-mestres da Ordem de Malta. O Forte Manoel em Gżira e o Teatro Manoel em Valeta foram mandados construir durante o seu mandato. Os Portugueses estão em todo o lado!
Da Baía de St. Julian a Paceville
Mais afastado de Sliema, as zonas balneares da Baía de St Julian, de St. George e de Spinola.
Nas proximidades situa-se Paceville, outro dos locais prediletos da vida noturna Maltesa, talvez o mais “pesado”. Bares, discotecas, clubes gay, bares de strip e prostituição de forma dissimulada, coabitam em perfeita harmonia. A zona de Paceville, outrora o mais recomendado para sair à noite, de momento não é tida como segura. A criminalidade associada à vida noturna e aos negócios do sexo e da droga, controladas pelas máfias do Leste Europeu marcam presença. Muito cuidado aos convites para entrar em certos bares suspeitos de praticarem prostituição, pois o turista pode ter surpresas desagradáveis, sofrer atos de violência ou de extorsão. Aliás, é uma regra de ouro para qualquer viajante, neste tipo de países, recusar qualquer abordagem para entrar em locais desta natureza.
Links:
Voos: A Air Malta voa diretamente de Lisboa para Malta. Mais recentemente a Ryanair inclui malta nos seus voos diretos. Os voos da Air Malta são vendidos também no site da Ryanair.
Alojamento económico: Em Pembroke, a cerca de 2km de Paceville, o Sprachcaffe-Malta oferece alojamento económico. É um hostel que também funciona como escola de línguas, tem um ambiente jovem e acolhedor. O staff jovem e atencioso. Regularmente são levados a cabo eventos no seu interior, convívios e festas, aproveitando a estada de hóspedes, estudantes, turistas e residentes estrangeiros em Malta. Possui piscina e atividades ao ar livre. Existe a poucos metros uma paragem de autocarro, “Pembroke park and ride” com carreiras de acesso direto ao aeroporto, Valeta ou Sliema, entre outros locais.
Transportes públicos: A rede de autocarros é moderna e bastante eficiente. À chegada, no aeroporto, por 21€ é possível adquirir um passe para 7 dias, o “Tallinja card”, com viagens ilimitadas. Sem passe, nos autocarros é possível pagar com moedas ou cartão de crédito.
Restaurante típico: Nas ruelas de Valeta, cujo ambiente nos reporta ao nosso Bairro Alto de Lisboa, existem muitos restaurantes típicos. Posso recomendar o “Aaron ́s kitchen” e experimentar os pratos típicos Malteses, “bragjoli” e “qarnita”. Também tem pratos de coelho, mas dispenso…. Atenção que é necessário reservar mesa, neste como em muitos restaurantes similares, com antecedência pois o espaço é pequeno, tanto na esplanada como no interior.
Expresso da meia noite (1978) – trailer
inicial filmada no “Mediterranean Conference center em Valeta
Expresso da meia noite (1978) – Cenas da fuga, filmadas no “Food Market” e nas ruas circundantes em Valeta
Expresso da meia noite (1978) – Cenas “secção 13” da prisão, filmadas no “Mediterranean Conference center”, na Sacra Enfermaria em Valeta
Expresso da meia noite (1978) – final, filmadas no “Mediterranean Conference center” e na Rua St Elmo Place em Valeta
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