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11 Nov

ESLOVÉNIA, 4 DIAS MARAVILHOSOS!

 

Eslovénia, 4 dias maravilhosos!

Texto & Fotos de Mário Menezes

 

A minha primeira incursão pelos Balcãs ocorreu em Janeiro de 2014, onde de passagem para outras paragens, encontrei Belgrado, a Cidade Branca, fazendo jus ao nome. Os dois dias ali passados deixaram no ar o desejo de voltar a esta parte da Europa, conhecer melhor os países que fizeram parte da antiga Jugoslávia, sobretudo porque achei o povo muito afável, humilde e acolhedor. Belgrado foi dos locais onde melhor me senti na pele de viajante! O país assim chamado, outrora pouco aberto ao turismo de massas devido ao seu regime, era sobretudo procurado pelas suas maravilhas da natureza, nomeadamente os parques nacionais, a sua costa, e as suas ilhas banhadas pelo mar Adriático, onde além de sol e praia, se respira História. A Jugoslávia era maioritariamente visitada por turistas oriundos dos países vizinhos, Itália ou Áustria por exemplo, aproveitando o custo de vida muito favorável face aos seus países de origem.

Numa época em que viajar era algo ao alcance de pessoas abastadas, em Portugal contávamos pelos dedos duma mão quem já tinha andado de avião, e quem o tinha feito em turismo para o estrangeiro. Com Paris, Londres ou Roma tidos como destinos de eleição, fico surpreendido pelos Portugueses que conheço, que nesses tempos visitaram a Jugoslávia, bem como quaisquer países além da “Cortina de Ferro”, abstraindo a ideologias políticas, considero-as como pessoas bem informadas e com cultura geral muito acima da média, pois esses países eram fechados ao Ocidente por via dos regimes que os dominavam, e poucos de nós sabíamos ou estaríamos interessados em saber o que lá haveria para ver, e só os localizávamos no mapa porque eram países grandes. Tudo normal em tempos em que qualquer tipo informação não era acedida através de um smartphone, seria necessário nos deslocarmos a uma biblioteca ou possuir em casa uma enciclopédia. Posso dizer que apesar de tudo isso, tenho em casa uma enciclopédia com quase 50 anos e um Atlas com quase 25 anos, e ainda o consulto para preparar as viagens que faço!

Hoje os países dos Balcãs são destinos da moda, já sofrem as consequências do turismo de massas, oriundo de todos os continentes, catapultado pelas viagens de avião baratas, e unidos pelas autoestradas em larga escala, a toda a Europa. Eslovénia e Croácia, até já pertencem à União Europeia, possuem infraestruturas hoteleiras modernas, e por tudo isso sujeitas às leis de mercado, jamais serão destinos turísticos baratos! A quantidade de autoestradas que existem, impressionou-me sobretudo por se tratar de países que entraram há poucos anos na UE…”já tínhamos muito antes” informaram-me! Comparemos com Portugal, onde a A1 a ligar Lisboa e Porto, foi a primeira grande auto estrada que tivemos concluída ao fim de quase 6 anos aos após entrarmos na UE…

 

Liubliana vista desde a torre de observação do Castelo

 

Liubliana vista desde a torre de observação do Castelo

 

Liubliana vista desde a colina do Castelo

 

A História da Eslovénia remonta a tempos pré-históricos, pois existem registos de ocupação humana com mais de 250 mil anos naqueles territórios, conforme podemos observar, em diversos museus e monumentos, as peças arqueológicas lá expostas. Ao longo dos anos, fez parte do Império Romano, do Império Bizantino, da República de Veneza, do Ducado da Caríntia, do Sacro Império Romano-Germânico, do Império Austro-Húngaro, do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, do Reino da Jugoslávia, e por último da República Socialista Federativa da Jugoslávia desde 1945, após a II Guerra Mundial. A desintegração da Jugoslávia que se iniciou no início da última década do século passado, trouxe conflitos armados durante alguns anos, porém pela Eslovénia foram apenas por alguns dias, após em 25/6/1991, ter proclamado a sua independência. A Eslovénia era tida como a mais rica e mais ocidentalizada das suas antigas repúblicas, devido à sua localização geográfica, fazendo fronteira com a Áustria e com a Itália. Também era considerada como a antiga república que menos se revia nos valores políticos, económicos e sociais que caracterizavam a antiga Jugoslávia, e também pelas características étnicas da sua população, que possuía menos sérvios que as outras repúblicas vizinhas e a religião Católica sempre foi predominante. Os valores patrióticos desses países foram sempre diferentes, mesmo nos dias de hoje. Experimentem perguntar a um Esloveno e a um Croata acerca da ópera “Nikola Šubić Zrinski”, e a sua aria mais conhecida “U boj, u boj” que representa um enorme orgulho nacional para qualquer Croata, mas para um Esloveno é desconhecida!

A Eslovénia é um país montanhoso, na região dos Alpes onde o Monte Triglav, o seu ponto mais alto com 2864 m, tem vital importância, encontrando-se desenhado na sua bandeira nacional. Rios, lagos e grutas, também constam nas suas atrações da natureza, que são o seu principal motivo de romaria de turistas.

Tirando o facto das pessoas não serem tão simpáticas como em Belgrado, sobretudo em Liubliana, onde a influência Austríaca e Italiana é muito acentuada, o país superou as minhas expetativas.

 

Aqui segue um roteiro de 4 dias em que poderemos visitar o que de melhor a Eslovénia tem para nos oferecer.

 

 

Liubliana, Universidade

 

Liubliana, Tribunal distrital

 

Liubliana, torre de observação do Castelo

 

LIUBLIANA

 

Aqui cheguei pelas 2 horas da manhã do primeiro dia de outubro de 2022. Tempo chuvoso, mas com temperatura ótima para passear. Uma longa viagem de 7 horas de autocarro desde Bolonha (Itália) onde havia passado o dia anterior e para onde viajei desde Lisboa. Em Liubliana foi onde estabeleci residência temporária, para os 4 dias que passei na Eslovénia. O tempo destinado para explorar a capital Eslovena foi cerca de dia e meio.

 

A capital tida como a mais bonita das capitais das antigas repúblicas Jugoslavas, é uma pequena cidade com menos de 300 mil habitantes, com o seu centro histórico, nas margens do rio Liublianica, afluente do rio Sava, o tal que se junta com o Danúbio em Belgrado. É pelo seu centro histórico, colorido, limpo e bem conservado, e pelas suas imediações, onde se concentram as principais atrações turísticas e que facilmente se percorre caminhando, que a nossa visita se cinge. Diversos edifícios com arquitetura similar ao de outras paragens da Europa Central, alguns reconhecidos pela UNESCO como Património Mundial, da autoria de Jože Plečnik, arquiteto nascido na cidade, e que deixou também a sua marca em Viena, Belgrado e Praga e isso diz muita coisa sobre a beleza de qualquer cidade. O centro histórico que já por diversas vezes foi reconstruído devido a terramotos, parece mesmo saído de um conto de fadas. Plečnik está para Liubliana, assim como Gaudí está para Barcelona!

 

Ponte Tripla (Tromostovje) é considerada como a obra-prima de Jože Plečnik, sendo um dos símbolos da cidade. Construída em 1931, atravessa o rio Liublianica, unindo a Praça Preseren, onde a Igreja Franciscana da Anunciação é o edifício mais importante, com a zona da cidade que se encontra junto da colina do castelo, a Cidade Velha. Trata-se de três pontes adjacentes, ou seja, três tabuleiros, com o central, o mais lago, e os dois mais estreitos, que o ladeiam, como se todos fundidos num só.

 

Liubliana, Ponte Tripla

 

Liubliana, Ponte Tripla, Praça Preseren e Igreja Franciscana da Anunciação

 

Liubliana, Ponte Tripla, Praça Preseren e Igreja Franciscana da Anunciação

 

Liubliana, Ponte Tripla (noite)

 

Liubliana, Ponte Tripla

 

Ponte do Dragão (Zmajski most) é outro símbolo de Liubliana. Da autoria de Jurij Zaninovic, contém 2 estátuas desses animais pré-históricos, em cada entrada, que segundo a tradição, protegem a cidade. Esta ponte permite acesso ao Mercado Central, que também foi projetado por Jože Plečnik. Liubliana é chamada a Cidade dos Dragões pois existem várias lendas, afirmando a mais conhecida que o Dragão de Liubliana teria sido morto pelo herói Grego Jasão e pelos Argonautas, com a ajuda da sua amante, Medeia, que fez um feitiço para o dragão dormir. Quando ele adormeceu, Jasão conseguiu amarrar a sua boca, mas, como acordou sufocado, o dragão acabou explodindo e as suas faíscas coloridas, iluminaram o céu ao longo de vários quilómetros. Outra lenda afirma que de madrugada, o dragão balança a sua cauda para as virgens que passam na ponte.

 

Liubliana , Ponte do Dragão

 

Liubliana , Ponte do Dragão

 

Liubliana, Ponte do Dragão

 

Ponte do Amor, que na realidade se chama Ponte do Carniceiro (Mesarski most) pois em tempos por ali se vendiam carnes, nasceu de um projeto de Jože Plečnik que sofreu alterações. Contém esculturas de Jakov Brdar e também conecta ao mercado Central, sendo conhecida pelos cadeados lá colocados, o que virou moda pelo Mundo fora.

 

Liubliana, Ponte do Amor

 

Ponte do Sapateiro (Čevljarski most) é outra obra de Jože Plečnik e completa a lista das mais importantes pontes da cidade, que ao todo são 17. É caracterizada pelos pilares gregos que suportam a iluminação.

Das margens do rio Liublianica, e das pontes que o atravessam, contempla-se o enquadramento do rio com a cidade. De noite com iluminação a cores, podemos fazer lindas fotos.

 

Liubliana, Ponte do Sapateiro

 

Por Liubliana, pontes existem em número considerável, e fontes também. São ao todo 40. Saindo da Ponte Tripla em direção à Cidade Velha, passamos pela Praça da Cidade (Mestni Trg) onde encontramos a Fonte Robba, da autoria de Francesco Robba, escultor Veneziano que viveu e trabalhou em Liubliana. É considerada a fonte barroca mais bonita da Europa Central. E como se trata da Praça da Cidade, ali existe o edifício da Câmara MunicipalA Catedral de Liubliana, que é oficialmente chamada Igreja de São Nicolau, também pode ser avistada dali. Deste ponto podemos iniciar um passeio por esta zona da cidade, percorrendo estas ruas e aceder ao castelo caminhando, subindo depois pela colina, ou então tomando o funicular ali próximo.

Todo o aglomerado urbano, circundado pelos Alpes Julianos ao longe, pode ser visto desde o alto da torre de observação do Castelo de Liubliana. Trata-se da principal atração turística da cidade, sendo visível de vários pontos desta. A sua torre de observação data de 1848, era habitada por um guarda que tinha de disparar um canhão para avisar a cidade em caso de perigo. Atualmente esta torre tem hasteadas a bandeira nacional Eslovena e a bandeira da cidade de Liubliana. A sua História é bem mais antiga, com origem numa fortaleza, com reminiscências ao final da Idade do Bronze e Idade do Ferro, quando apareceram os primeiros povoados na zona ribeirinha de Liubliana. Perdurou na época Romana, altura em que Liubliana se chamava de Emona. No século XIV torna-se propriedade dos Habsburgos que a destruíram, pois tinha sido residência do Ducado da Caríntia, tendo este sido assimilado pelo Império Habsburgo. Entre 1485 e 1495, o castelo foi reconstruído e equipado com torres para defender o império da invasão Otomana. Em meados do século XVII o castelo perdeu a sua função de fortaleza e residência, passou a ser usado como armazém militar. No tempo das Invasões Napoleónicas (1809-1813) foi usado como quartel e hospital militar. Do século XIX até ao fim da II Guerra Mundial foi usado como penitenciária. Atualmente é um local que funciona como centro cultural, onde ocorrem também eventos lúdicos, casamentos, por exemplo. O complexo inclui também um Museu de Marionetes, ou não sejam os teatros de marionetes tradicionais por estas paragens, um Museu sobre a História Eslovena, uma capela, um centro de exposições, lojas de vinhos e um restaurante chique.

 

Liubliana, Museu Nacional da Eslovénia

 

Liubliana, Museu Nacional da Eslovénia, Declaração de Independência

 

Liubliana, Museu Nacional da Eslovénia

 

Liubliana, Museu e História Natural

 

Liubliana, Castelo, Museu sobre a História Eslovena

 

Liubliana, Castelo, Museu sobre a História Eslovena

 

Liubliana, Castelo, Museu sobre a História Eslovena

 

Liubliana, Castelo, Museu de Marionetes

 

Liubliana, Castelo, capela

 

Liubliana, Castelo visto desde a Ponte Tripla

 

Saindo da Cidade Velha, atravessando novamente o rio, chegamos à Praça do Congresso, onde o Parque Zvezda (Estrela) ocupa lugar no centro. Na periferia existem vários edifícios com destaque para a Universidade de Liubliana, a maior e mais antiga do país e uma das maiores da Europa. Mais à frente, encontramos a Praça da República, a maior praça de Liubliana, onde se encontra o Parlamento e diversos edifícios de arquitetura moderna. Neste local, foi feita a declaração de independência do país a 26/6/1991.  Nas suas proximidades encontramos um edifício, um palácio neorrenascentista construído entre 1883 e 1885, que engloba o Museu Nacional da Eslovénia e o Museu de História Natural. Longe de figurarem entre os mais importantes museus que visitei pelo Mundo fora não deixou de ser uma visita interessante, ainda mais aproveitando o dia em que a entrada era gratuita. Trata-se da maior instituição científica e cultural do país, exibe uma coleção bastante interessante de artefactos arqueológicos, vestígios encontrados por aquela zona do planeta considerados como importantes tesouros do património cultural do Mundo, como por exemplo a flauta Neandertal com 55 mil anos de idade e uma antiga múmia do Egito. À entrada existe uma exposição de fotografias que relatam a História contemporânea da Eslovénia, nomeadamente a sua Independência, acontecimento que mudou para sempre a vida dos Eslovenos, e também dos restantes habitantes do Velho Continente. A parte da História Natural, expõem diversas peças relacionadas com a biodiversidade, à semelhança de outros pelo Mundo fora.

 

Liubliana, Praça do Congresso

 

Liubliana, Praça do Congresso, edifício sede da Orquestra Filarmónica Eslovena

 

Liubliana, Praça do Congresso

 

Como qualquer país desta região da Europa, a Eslovénia possui um património artístico riquíssimo, sendo os espetáculos de ópera, ballet e música clássica uma das suas marcas. A Ópera de Liubliana é um dos locais mais importantes da cidade para assistir a estes espetáculos. Ali fica sediada a companhia nacional de ópera e ballet da Eslovénia. Este edifício construído em 1892, é por si só uma atração turística, pelo que visitar o seu interior e assistir a um espetáculo só nos enriquece. Estando em Liubliana é possível assistirmos a espetáculos desta natureza a preços bem simpáticos, e deste modo pude juntar mais um espetáculo aos que tenho assistido pelo Mundo fora. Desta vez foi um de ballet, apesar de se tratar de uma produção infantil, sem acompanhamento de orquestra, uma matinée, com menos de uma hora de duração, não deixou de ser proveitoso, sobretudo porque antes de viajar “fiz o trabalho de casa” e pesquisei online tudo o que dizia respeito ao ballet “Max und Moritz” cuja versão Eslovena que assisti se chama “Picko in Packo”.

 

Liubliana, bilhete de espetáculo de ballet, na Ópera

 

Liubliana, Ópera

 

Liubliana, Ópera (interior)

 

Liubliana, Ópera (interior)

 

Liubliana, Ópera

 

O edifício da Orquestra Filarmónica Eslovena fica localizado na Praça do Congresso, sendo considerado o local predileto para espetáculos de música clássica. Fazendo a Eslovénia fronteira com a Áustria e com influências deste país, e sabendo da sua importância no panorama musical, podemos fazer ideia da qualidade dos espetáculos.

Em Liubliana, à semelhança de Copenhaga existe um Tivoli. Não se trata de um parque de diversões, mas de jardim, a maior área verde da cidade, localizada a norte do centro histórico. Proporciona bonitas vistas sobre a cidade, junto de uma famosa mansão, o Castelo Tivoli. Construído no século XVII, em meados do século XIX, foi adquirido pelo imperador Austríaco Francisco José I, que em 1852 o doou ao marechal Habsburgo Joseph Radetzky. Foi Radetzky que o remodelou, dando-lhe a sua aparência atual. Ali passou grande parte de sua aposentadoria com a sua esposa Francisca von Strassoldo Grafenberg. Radetzky contribuiu grandemente para a construção deste parque urbano. Descendo a escadaria, encontramos uma fonte com a estátua “Deček z ribo”, que significa Menino com Peixe, uma imagem que está para Liubliana como o Manneken Pis está para Bruxelas. Além das de 4 cães que guardam o castelo, existem diversas estátuas pelo Tivoli, destacando-se a do poeta Esloveno, Oton Zupancic.

 

Liubliana, Castelo Tivoli

 

Liubliana, Castelo Tivoli e Deček z ribo

 

Liubliana, Tivoli

 

Liubliana, Tivoli, estátuas do poeta Oton Zupancic, à direita outra mais pequena

 

Liubliana, Tivoli, Deček z ribo

 

Liubliana, Tivoli

 

Faltou-me visitar a Metelkova, seguindo o conselho do António Ribeiro, ilustre amante de viagens, com dicas muito úteis e muito me têm ajudado no planeamento de viagens, nomeadamente esta e outras que virão! Trata-se de uma zona da cidade tida como um centro de artes, possui muitos murais e grafites, uma espécie de bairro alternativo, ao estilo da Christiania de Copenhaga, com vários bares com música dos estilos Metal e Punk, possuindo por isso uma atmosfera própria. Desisti da ideia pois já era de noite e quando me aproximei não me senti seguro. É um local que deve ser visitado de dia pois recentemente durante a noite é tido como abrigo de refugiados e toxicodependentes. Foi pena, pois as últimas horas de sol haviam sido passadas no Nebotičnik Skyscraper, uma esplanada no topo do edifício mais alto dos Balcãs, localizado a poucas centenas de metros do Parque Zvezda, proporciona lindas vistas panorâmicas, e à imagem de outras paragens, ali fiz o meu ritual de despedida desta lindíssima cidade de Liubliana.

 

Liubliana, Residência oficial do Presidente Esloveno

 

Liubliana, Praça da Cidade, Fonte Robba e Catedral

 

Liubliana, Parlamento Esloveno

 

Liubliana, Igreja Franciscana da Anunciação

 

Liubliana, Galeria Nacional

 

Liubliana, funicular de acesso ao Castelo

 

Liubliana, Fonte Robba

 

BLED

 

No município de Bled, a cerca de 60 Km de Liubliana, localiza-se o Lago Bled, uma das imagens de marca da Eslovénia e um dos seus destinos turísticos mais concorridos, figurando juntamente com Liubliana no topo. Trata-se de um lago, de origem glaciar, rodeado pelos Alpes Julianos, que contêm o Monte Triglav, visível desde as suas margens. O Lago possui cerca de 2,1 km de comprimento, 1,4 km de largura, 6 km de margens, e 30 m de profundidade máxima. Para percorrerem o trilho completo, darem a volta ao lago e visitarem o castelo, contem com um total de mais de 10 Km de caminhada.

 

Alpes Julianos vistos desde o Castelo de Bled

 

Alpes Julianos vistos desde o Castelo de Bled

 

Lendas não faltam na Eslovénia, e uma delas relata a origem do Lago Bled: jovens pastores, pastavam as suas ovelhas numa grande área verde. Havia por lá capela, para onde as ovelhas fugiam. Os pastores não se importavam e nunca impediram que as suas ovelhas, de certo modo, profanassem este lugar sagrado. Então, Deus decidiu criar um lago em volta da capela para a proteger, e assim, criou o Lago Bled e a Ilha de Bled, com a igreja que vemos emergir das suas águas cristalinas. A Ilha de Bled possui vários edifícios, sendo a Igreja da Peregrinação dedicada à Assunção de Maria construída perto do final do século XVII, o principal. Acede-se subindo uma escadaria de pedra com 99 degraus. Os interiores são decorados com pinturas, estimando-se serem do ano 1470. A igreja possui uma torre com 52 m, que possui um sino que todos os visitantes podem tocar, não sem antes formularem um desejo!

No lago não é permitida a navegação a embarcações motorizadas, pelo que os típicos barcos a remos, chamados de “pletnas” são utilizados para transporte dos turistas de e para a Ilha.

 

Cisne nas margens do Lago Bled…poderia muito bem ser O Lago dos Cisnes!

 

Castelo de Bled visto desde a Ilha de Bled, junto a um pletna, barco a remos de transporte de passageiros

 

Município de Bled e Alpes Julianos vistos desde o Castelo de Bled

 

Município de Bled e Alpes Julianos vistos desde o Castelo de Bled

 

Lago Bled, vista para o Castelo de Bled

 

Lago Bled, vista para a Ilha de Bled

 

Lago Bled, vista para a Ilha de Bled e Castelo de Bled

 

Lago Bled, Ilha de Bled e Alpes Julianos, vistos desde o Castelo de Bled

 

Na margem do Lago Bled, no topo de um penhasco, a 130 m de altitude, existe o Castelo de Bled, o castelo mais antigo da Eslovénia, que proporciona as melhores vistas sobre todo este local místico, lendário e mágico. Desde a margem do lago, acede-se ao mesmo, caminhando por trilhos em subida. Não se sabe ao certo quando foi construído, sabe-se apenas que já existia no ano de 1004. O Bispado de Brixen estava no poder, sendo o nome de Bled oriundo do nome Germânico “Veldes”. Ao longo do tempo tem sido um local importante de reuniões oficiais de políticos e governantes, sendo por isso considerado como a sala de visitas do país. Houve planos para o transformar num hotel, mas, entretanto, na década de 1920 sofreu um incêndio… A reconstrução levada a cabo, deixou-o mais moderno. Possui dois pátios ligados por uma escada, um poço, uma exposição dentro da torre, de onde podemos desfrutar das vistas para os Alpes Julianos, para o lago para o Município de Bled, um museu que expõe diverso material arqueológico, uma capela, uma loja de ferreiro, um restaurante com terraço e uma adega onde aproveitei para comprar um cálice de vinho Esloveno para beber, brindando e desfrutando da paisagem no ponto que é considerada a melhor vista sobre o Lago Bled!

 

Castelo de Bled

 

Castelo de Bled, interior

 

Castelo de Bled, interior

 

Castelo de Bled, entrada

 

Castelo de Bled, brindando com vinho Esloveno a este local mágico

 

O dia passado em Bled superou as minhas expectativas que eram altíssimas, daí ter posto o nome de Bled ao meu gatinho, que adotei semanas antes de viajar. Bled que veio ocupar o lugar do Zeus no meu coração…  Espero um dia voltar, mas no Inverno, e contemplar toda esta paisagem coberta de um manto branco. Desta vez, a minha visita, de um dia, num bate volta desde Liubliana, foi Outonal, sendo já visível a cor avermelhada das árvores.

 

Lago Bled visto desde o Castelo de Bled

 

Lago Bled visto desde o alto da escadaria da Ilha de Bled

 

Lago Bled visto desde o alto da escadaria da Ilha de Bled

 

Ilha de Bled, torre do sino da Igreja de Peregrinação dedicada à Assunção de Maria

 

Ilha de Bled, interior da Igreja de Peregrinação dedicada à Assunção de Maria

 

Ilha de Bled, interior da Igreja de Peregrinação dedicada à Assunção de Maria

 

POSTOJNA

 

Postojna é uma pequena cidade localizada na zona dos Alpes Dináricos entre Liubliana e a fronteira com a Itália, em direção a Trieste, distando cerca de 50 Km de ambas. A ferrovia que serve a cidade é a principal da Eslovénia, e possui em Postojna a estação mais alta do país, com 582 m!  Mas os cerca de 900 mil visitantes que anualmente chegam a Postojna, de comboio, de autocarro ou de automóvel, é pelo facto de nas suas imediações existir a maior gruta visitável da Europa. Números com tendência a crescer exponencialmente, o turismo de massas que nos está a impedir de desfrutar de muitos museus, monumentos e maravilhas da natureza, conforme desejaríamos. “Expectations vs reality”, um slogan que aparece nas redes sociais, foi por mim vivido neste dia. Paguei muito e necessitaria de mais tempo e espaço para ver as coisas com calma e ao meu ritmo! Mesmo em jeito de “fast food”, a visita não deixou de ser encantadora, num bate volta desde Liubliana que durou uma manhã e parte da tarde!

Gruta de Postojna encontra-se aberta ao público desde 1818, possui cerca de 20 km de galerias, dos quais, cerca de 5 km são visitados num tour normal.
O acesso ao interior da gruta é feito de comboio movido por locomotivas de tração elétrica, que percorre uma ferrovia com troços em via dupla, com cerca de 3,5 km. Faz lembrar o saudoso Comboio Fantasma da saudosa Feira Popular de Lisboa. Mas aqui não há sustos!!! Esta ferrovia possui mais de 140 anos de existência e foi a primeira instalada numa gruta subterrânea. Até 1956 as composições eram movidas por locomotivas com motores a gasolina.

 

Gruta de Postojna, entrada. O tom negro das formações calcárias causado pela queima de combustível dos Alemães durante a II Guerra Mundial

 

Postojna, entrada para a gruta

 

Gruta de Postojna, o Brilhante, uma coluna de cor branca que se tornou o símbolo da gruta

 

Gruta de Postojna

 

A visita, que dura cerca de uma hora, segue posteriormente em passo acelerado ao longo de cerca de 1,5 Km pelas suas galerias iluminadas, passando pelo ponto seu mais baixo, localizado 110 m abaixo no nível da entrada, terminando num hall, que possui capacidade para albergar cerca de 10 mil pessoas. Esta ala, possui uma acústica excelente, sendo por diversas vezes utilizada para eventos musicais, onde atuam orquestras sinfónicas, tenores e solistas famosos. Ao lado, fica a mais antiga estação de correios subterrânea. Há mais de 100 anos que é possível enviar um cartão-postal escrito à mão desde o subsolo com o carimbo dos correios da Gruta de Postojna.

Durante o percurso, em passo acelerado, destaca-se a Ponte Russa que foi construída por prisioneiros Russos durante a I Guerra Mundial, o Brilhante, uma coluna branca que se tornou o símbolo da gruta e o Salão dos Tubos, uma galeria em que estalagmites brancas e vermelhas se unem a estalactites tão finas como esparguete. Colunas com variados formatos e cores, dependendo da composição da água descendente da superfície e da quantidade de calcário que esta dissolve quando flui pelos compartimentos subterrâneos.  À entrada da gruta, o tom negro das formações calcárias deriva do facto das mesmas estarem cobertas de fuligem pois durante a II Guerra Mundial, um conjunto de combatentes Eslovenos naquela zona queimou o combustível dos Alemães que ocupavam o país.

 

Gruta de Postojna, comboio

 

Além das muitas estalactites e estalagmites que se podem observar, sabendo que foram esculpidas gota a gota durante cerca de 14 mil anos, crescendo cerca de 1mm em 30 anos, a gruta é habitat natural de diversas espécies que podem ser vistas num “vivarium” localizado num edifício próximo da entrada. O proteus, também conhecido como “bebé do dragão”, é chamado pelos Eslovenos de “peixe-humano” é de todas a espécie mais famosa! Uma salamandra cega, que nada como uma enguia e pode passar dez anos sem comida. Encontra-se no subsolo, pelas regiões dos Balcãs, vive por mais de cem anos, mas apenas se reproduz um ou duas vezes por década. O proteus é um ícone da Eslovênia, inclusivamente aparecia nas moedas de Tolar, unidade monetária que circulava antes Euro. Há centenas de anos, quando as enchentes expulsavam estas criaturas para fora das grutas, eram tidas como bebés de dragões.

A temperatura no interior da gruta não ultrapassa os 10ºc durante todo o ano, pelo que convém ir agasalhado. Atenção aos chapéus ou gorros na cabeça pois na viagem de comboio, com a deslocação do ar, já muitos têm voado de muitas cabeças e nunca foram recuperados.

 

Gruta de Postojna

 

MARIBOR

 

Aproveitei para conhecer a segunda cidade da Eslovénia no caminho para Zagreb (Croácia). Aqui cheguei a meio da manhã, de comboio desde Liubliana e saí ao final da tarde.  A visita a Maribor apesar de ter “sacrificado” algumas horas a Zagreb, tornou-se uma escolha acertada. A cidade é bastante acolhedora, e os seus habitantes são bem mais afáveis que os da capital.

Maribor é uma pequena cidade com cerca de 100 mil habitantes, às margens do Rio Drava e nas proximidades dos Alpes, sendo por isso um destino de desportos de Inverno. A estância de ski de Mariborsko Pohorje, a maior da Eslovénia fica a poucos quilómetros. As suas pistas podem ser vistas ao longe desde a Pirâmide (Piramida), uma colina com 386 m de altitude, onde facilmente podemos aceder caminhando desde o centro histórico. Atravessando o Parque da cidade (Mestni park) subindo depois através de trilhos chegamos ao topo onde poderemos apreciar a vista sobre a Maribor e suas áreas circundantes. Até 1784 esta colina foi o local do Castelo de Maribor que foi demolido por volta de 1790. Mais tarde, os seus escombros foram usados para construir um obelisco de pedra em forma de pirâmide, daí o nome atual. Em 1821 a pirâmide foi substituída por uma capela contendo uma estátua da Virgem Maria, existe também uma vinha nas encostas abaixo da capela. A Eslovénia é um paraíso vinícola e Maribor faz jus a isso. A Pirâmide não foi nem a primeira paragem nem a última em Maribor, mas foi o local escolhido para me despedir da Eslovénia, um ritual que vou cumprindo em muitos pontos pelo Mundo fora.

 

Maribor, margens do Rio Drava

 

Maribor, margens do Rio Drava

 

Maribor, margens do Rio Drava

 

Saindo da Estação, o centro histórico encontra-se a curta distância e para explorar a cidade é impossível não passar por ali. Se Liubliana é pequena e nem precisamos de utilizar transportes públicos para aceder aos seus pontos principais, Maribor é ainda mais pequena. O Castelo de Maribor fica no coração da cidade, junto da Basílica de Nossa Senhora da Piedade, uma igreja Franciscana. O castelo é uma mansão de arquitetura barroca contendo um museu regional. É composto por duas partes: o tribunal administrativo do Príncipe Provincial, construído entre 1478 e 1481 e uma parte do sistema de fortificação da cidade, o bastião do castelo. Em 1620 o castelo passou para propriedade dos Condes de Krislov que o transformaram num castelo residencial, incluindo a construção de um salão de cavaleiros e a Capela de Nossa Senhora do Loreto. Em 1727, o castelo passou a ser propriedade dos Condes de Brandis, que lhe acrescentaram uma nova escadaria, construíram um bastião e concluíram a Sala dos Cavaleiros. Em 1871, o castelo foi cortado ao meio com o traçado da atual Rua do Castelo (Grajska ulica). Em 1933, o castelo foi adquirido pela Câmara Municipal e o Museu Regional de Maribor para lá se mudou em 1938. Dos diversos objetos expostos no museu, uma farda usada por Josip Broz Tito destaca-se! Na Capela da Nossa Senhora do Loreto, a imagem de Nossa Senhora é de cor preta. Curioso, pois a cor preta, na sociedade, em geral é associada a algo negativo, e a nível religioso também! Fumo preto no Vaticano ou a imagem de Judas pintada de negro no Mural de Da Vinci, são alguns exemplos. Esta estátua é das poucas imagens de cor preta de Nossa Senhora que existem pelo Mundo fora, sendo uma cópia da que está exposta no Santuário da Santa Casa de Loreto, perto de Ancona (Itália). A Virgem Negra como é chamada a Nossa Senhora do Loreto, é a padroeira dos viajantes em transporte aéreo e todos desejamos que nos proteja quando voamos! Também existe uma por cá…em Lisboa na Igreja do Loreto.

 

Maribor, capela contendo uma estátua da Virgem Maria na Piramida

 

Maribor, Castelo (interior)

 

Maribor, Castelo (interior)

 

Maribor, Castelo e Monumento da Libertação

 

Maribor, Castelo, Capela de Nossa Senhora do Loreto

 

Maribor, Castelo, Museu Regional

 

Maribor, Castelo, Museu Regional, farda usada por Tito

 

Maribor, Castelo, Museu Regional

 

Maribor, Castelo, Museu

 

Maribor, Castelo

O futebol é o desporto rei na Eslovénia. Maribor viu nascer Zlatko Zahovič, uma das suas maiores estrelas. Em Portugal jogou nos dois maiores clubes, mas foi no Vitória de Guimarães em 1993 que se deu a conhecer. O seu filho, Luka Zahovič nasceu na “Cidade Berço”. Luka, fez formação no Benfica durante 6 anos, tendo sido dos primeiros jovens a pisar a Academia do Seixal, mas iniciou a carreira profissional no Nogometni klub Maribor Branik o clube com mais pergaminhos na Eslovénia. O NK Maribor conta presenças na Liga dos Campeões, chegando por duas vezes à fase de grupos, tendo na época 2014/2015 defrontado o Sporting na mesma. Em Maribor o jogo terminou empatado a uma bola, com Luka Zahovic, na altura com 18 anos de idade a apontar o tento da igualdade já perto do final, e comemorando de forma efusiva. Na flash interview, Luka explicou em Português perfeito a alegria que sentia por marcar ao Sporting.

Quando viajo, visitar estádios de futebol históricos é uma tradição. Ao contrário da maior parte das cidades, em que os estádios se encontram na sua periferia, em Maribor o principal estádio situa-se no centro da cidade. Estádio Ljudski vrt, o estádio mais moderno da Eslovénia. Um recinto multiuso. Aqui além do NK Maribor, também joga a Seleção Nacional Eslovena de futebol. O estádio é um ponto turístico da cidade, inaugurado em 1952, sofreu ao longo dos anos diversas remodelações para se tornar num recinto moderno. Os seus cerca de 11.500 lugares são totalmente cobertos, sendo a bancada oeste, onde se encontra colocada a imprensa, sido renomeada de “Marcos Tavares” homenageando o futebolista Brasileiro que vestiu as cores do clube por vários anos.  A forma da cobertura dessa bancada, contrastando com as outras, é um marco arquitetónico importante.

 

Maribor, Estádio Ljudski vrt

 

Maribor, Estádio Ljudski vrt (interior) apontandop para a Baliza onde Luka Zahovič marcou ao Sporting

 

Maribor, Estádio Ljudski vrt

 

A cerca de 1km do estádio, localiza-se a Praça principal de Maribor, onde no centro se encontra a Coluna da Peste, erguida em agradecimento pelo fim de uma epidemia de peste que em 1680 matou cerca de um terço da população da cidade. Caminhando mais um pouco chegamos à Casa da Videira Velha um local dedicado às regiões vinícolas, de Maribor, da região Štajerska (Baixa Estíria) e da Eslovénia. À entrada encontramos a videira mais antiga do Mundo! A árvore cresce há mais de 450 anos e ainda dá frutos todos os anos. Foi plantada no final da Idade Média, quando Maribor foi cercada pelos Otomanos. Apesar das batalhas travadas em seu redor, ela sobreviveu pois fez parte das muralhas da cidade. Sobreviveu também aos incêndios no final da Idade Média, ao piolho da videira que fez murchar a maioria das videiras na Europa, às Invasões Napoleónicas e às duas Guerras Mundiais nomeadamente quando a cidade foi ocupada e bombardeada pelos Nazis.

 

Maribor, videira mais antiga do mundo à entrada da Casa da Videira Velha

 

Maribor, Videira mais antiga do Mundo, na entrada da Casa da Videira Velha

 

Maribor, vinhas na colina junto da Piramida

 

Maribor vista desde o Castelo

 

Maribor, abrigo nuclear

 

Maribor, Basílica de Nossa Senhora da Piedade (interior)

 

Maribor, Basílica de Nossa Senhora da Piedade

 

Maribor, Centro da cidade e Basílica de Nossa Senhora da Piedade

 

Maribor, Coluna da Peste

 

Maribor, estação de comboios central

 

Maribor, Grajska ulica (Rua do Castelo)

 

Maribor

 

Vinhos é apenas uma parte da gastronomia da Eslovénia. Além das influências Balcânicas, as influências Austríacas e Italianas são notórias. Pizzas, pastas, escalopes de vitela e de porco (schnitzel) é frequente encontrar nas cartas dos restaurantes. A carne de porco é consumida em larga escala! A kranjska klobasa é a salsicha nacional, especialidade local de Liubliana, já com mais de 100 anos de existência. A salsicha é feita com carne de porco, bacon incluído, condimentada com sal marinho, tradicionalmente oriundo das salinas de Sečovlje, alho, salitre e pimenta preta. As sopas mais tradicionais são a ričet, uma sopa grossa, contendo cevada, feijão, batata, cenoura, salsa, aipo, alho francês, tomate, cebola e alho, e a jota, popular na Península da Ístria, sendo feita de feijão, repolho fermentado (chucrute) e nabo, batatas, bacon e entrecosto. Em pleno centro histórico, aconselho uma paragem na Klobasarna para uma refeição rápida e ao mesmo tempo reconfortante com estas iguarias.

 

Vinho Esloveno

 

Vinho Esloveno

 

Pljeskavica

 

Em Liubliana aconselho vivamente o restaurante Sarajevo ́84 onde as especialidades Bósnias fazem furor. Ali jantei por duas vezes! Além de serem bem servidos, a decoração irá transportar-vos no tempo até à antiga Jugoslávia! Čevapčiči prato nacional da Bósnia e Herzegovina é consumido em larga escala pelos Balcãs. Trata-se de rolinhos de carne moída, moldada em pequenas salsichas com cerca de 2,5 cm de diâmetro e 5 cm de comprimento, tradicionalmente de carne de vaca e borrego, misturada com cebola e alho salteados, clara de ovos, sal e paprika. Depois de moldados e deixados por várias horas no frigorífico, são colocados em espetos, os “kabobs” de forma transversal e podem ser cozinhados grelhados no carvão, num grelhador elétrico, no forno, ou ainda fritos num tabuleiro com gordura, até ficarem escuros. São normalmente servidos dentro de um somun (tipo pita) acompanhados de cebola picada, malaguetas frescas e ajvar relish, um condimento à base de pimentos vermelhos assados, berinjela grelhada e alho. A sudzukica, uma salsicha fabricada com carne bovina e diversos condimentos, também é uma especialidade muito apreciada, podendo ser consumida justamente com čevapčiči, fazendo deste modo um prato misto de carnes. A pljeskavica é um tipo de hamburger, muito popular pelos Balcãs. Um grelhado que consiste em uma mistura de carne picada de porco, vaca e cordeiro. É servido com cebola, kajmak (natas fervidas), e urnebes, uma mistura de queijo branco, kajmak, malagueta, sal e outras especiarias.

 

Bosanaki ionec

 

Begova čorba

 

Baclava

 

As sopas tradicionais Bósnias, os “goulash Bósnios” são muitíssimo saborosos e ricos. É o caso da bosanaki ionec que há centenas de anos está nas mesas de ricos e pobres. Enquanto os ricos preparavam o prato com mais carne e outros ingredientes caros, os pobres usavam o que estava disponível. Os ingredientes típicos são carne bovina, cordeiro, repolho, batatas, tomates, cenouras, salsa, alho e grãos de pimenta. Muitos vegetais ou carnes diferentes podem ser usados. Trata-se de um guisado que é preparado por camadas de carne e legumes alternando-as até que a panela esteja cheia. Originalmente eram utilizados potes de cerâmica colocados numa lareira ou em uma cova no chão. A begova čorba, é uma sopa de legumes com frango também muito popular, levando ingredientes como ovo, arroz e natas.

Sobremesa aconselho o baclava, que ali é divinal! E quando pedirem o café, serão surpreendidos por algo típico e ancestral, o café Bósnio, que é tradicionalmente servido derramando-o de uma pequena caneca de bronze numa pequena xícara chamada fildzan. O café também é acompanhado por uma tigela de açúcar com cubos e alguns doces turcos, tradicionais.

 

Pljeskavica

 

Kremna rezina

 

kranjska klobasa e sopa ričet e vinho Esloveno

 

Quem visita o Lago Bled, não pode deixar de provar o Kremna rezina. A maioria dos locais chamam-lhe de kremšnita, derivado da palavra alemã “cremeschnitte”, traduzindo significa “fatia de creme”. O bolo é associado à antiga monarquia Austro Húngara, no entanto, sua origem exata é desconhecida. É muito popular em toda a Europa Central e nos Balcãs em várias formas, todas incluindo uma base de massa folhada e creme de nata. A receita deste bolo foi trazida para o Hotel Park, localizado na margem do Lago Bled, em 1953 por Ištvan Lukačević, chefe da confeitaria do hotel. Lukačević, era originário da Sérvia, onde um bolo semelhante já era conhecido.
Pelos Balcãs, o burek é uma das especialidades prediletas, podendo ser consumido ao pequeno almoço ou para fazer uma pausa. Originário da Turquia, trata-se de um folhado tradicional de massa enrolada, fina, recheado com carne, legumes ou queijo.
Vinhos e cervejas existem diversas marcas, e provar é obrigatório. Na Eslovénia a marca de cerveja líder é a Union.  A rakija, é semelhante à palinka, e convém não abusar! Rakija é uma bebida consumida em larga escala por esses países. Além da rakia existem outras bebidas espirituosas de alta graduação alcoólica (40%) inclusivamente feitas com pimenta, pelo que duvido que haja valentões que abusem destas últimas!!

 

Čevapčiči e udzukica, acompanhado com somun, cebola e ajvar relish

 

Cerveja Bósnia

 

Café Bósnio

 

Burek

 

Para viajar para de, e para Eslovénia, desde Portugal não existem voos diretos, pelo menos low cost não existem de momento. É possível viajar diretamente de Lisboa para Itália, por exemplo para Bolonha na Ryanair (minha opção) ou na Easyjet para Veneza (rota mais recente) e daqui seguir de autocarro para Liubliana. A viagem entre Bolonha (Itália) e Liubliana, ao início da noite, apesar de ser em auto estrada, dura cerca de 7 horas, pois efetua passagens e paragens em Veneza e Udine (Itália). Através das plataformas Flixbus ou Get by bus é possível marcar viagens de autocarro nacionais e internacionais, e em quaisquer situações, comigo funcionou perfeitamente. A plataforma Get by bus é muito usada em viagens de autocarro nos países dos Balcãs. De Maribor para Zagreb (Croácia) a minha opção foi o autocarro Flixbus. A viagem dura cerca de 2 horas, com paragem para controle fronteiriço. Autocarros modernos, bastante confortáveis, pontuais e com excelente serviço. Em Liubliana e em Maribor a estação de comboio e o terminal rodoviário, centrais, estão a curta distância.

 

Para viajar dentro da Eslovénia é possível fazê-lo de comboio, sendo a Slovenske železnice a companhia Estatal. Entre Liubliana e Maribor foi esta a minha opção e viajei num comboio rápido muito idêntico ao nosso Alfa pendular! Como visitei Maribor a caminho de Zagreb, deixei a bagagem guardada num cacifo na estação ferroviária.

 

Postojna, estação ferroviária mais alta da Eslovénia

 

Postojna, estação ferroviária mais alta da Eslovénia

 

Para visitar Bled e Postojna é possível desde Liubliana fazê-lo de comboio ou de autocarro, no entanto nestes destinos, as paragens de autocarro ficam bem mais perto dos locais turísticos que as estações ferroviárias, e existem maior número de carreiras diárias, de autocarro que de comboio. No regresso a Liubliana, da visita ao Lago Bled esperei cerca de 2 horas pelo autocarro, tal era o afluxo de visitantes! Na ida a Postojna escolhi o autocarro e no regresso a Liubliana escolhi o comboio. Aproveitei para conhecer a estação mais alta da Eslovénia. Desci em “Ljubljana Tivoli”, estação de comboio que antecede a estação central, e aproveitei o resto do dia para visitar essa parte da cidade.

 

Comboio rápido com destino a Maribor. Quase igual ao nosso Alfa Pendular, também é de fabrico Italiano

 

Liubliana, centro histórico

 

Liubliana, Catedral

 

Liubliana, Câmara Municipal

 

Liubliana vista do Nebotičnik Skyscraper

 

Em relação ao alojamento económico em Liubliana, dado os preços serem elevados, considero o The Fuzzy Log como uma escolha acertadíssima. Localizado a curta distância da estação de comboios e autocarros centrais, para quem chega à cidade de madrugada é perfeito. Desde o hotel, a pé, acedemos rapidamente a todos os pontos turísticos da cidade. É um alojamento com sistema de cápsula baseado no estilo Nipónico, mas obviamente ainda aquém dos capsule hotel do país do Sol Nascente…Padrões levados ao extremo por aquelas paragens, que nem daqui a 100 anos veremos na Europa. Por exemplo, no Japão, ninguém entra com sapatos de rua na zona das cápsulas e há chinelos para ir ao WC,  diariamente a roupa de cama é trocada e fornecido também um kit com um pijama, os pisos são divididos por géneros, aqui os pisos, mesmo com privacidade, são mistos e possuem balneários mistos com WC mistos que viraram moda na Europa e virarão também em Portugal, e as washlets teimam em chegar à Europa em larga escala em prol dos lobbies dos fabricantes de papel higiénico. No entanto, considerando os padrões Europeus, o The Fuzzy Log é um local muito acolhedor, interessante, limpo e confortável. A prova que é caro, é que para dormir em Liubliana, paguei o mesmo que em 2019, num capsule hotel, de Shinjuku (Tóquio) e quase o dobro de um em Hiroshima em plena altura do “Snow fest”. Ao contrário dos capsule hotel Nipónicos, o The Fuzzy Log, oferece um excelente pequeno almoço buffet. À mesa acabei por fazer amizade com Portugueses. Um deles, o Manuel, meu colega de profissão e que trabalhou com colega meu do ISEL…o Mundo é pequeno!!!!  O Manuel já se tornou seguidor dos Amantes de Viagens e na altura seguiu o meu conselho, e visitou Postojna!

 

Maribor e a estância de ski de Mariborsko Pohorje vistas desde a Piramida…o estádio não passa despercebido

 

Maribor vista desde o Castelo

 

Deixei a Eslovénia e seguiram-se 9 dias pela Croácia. A Eslovénia é um lindo país, que há muito desejava visitar! Ainda mais porque já tinha feito amizade com pessoas de origem Eslovena, em 2016 quando visitei o Canadá e tão bem me receberam na sua casa! Recentemente nos reencontramos por cá, estivemos à mesa, saboreando um choco frito!

 

Liubliana vista do Nebotičnik Skyscraper (noite)

 

Liubliana, Praça Preseren e Igreja Franciscana da Anunciação(noite)

 

O meu gato BLED!!!!!

 

Texto dedicado à Jayne Evans, minha amiga Canadiana de origem Eslovena.

 

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Chamo-me João Almeida, moro em Sintra (Portugal), e sou um AMANTE DE VIAGENS. Uma paixão que existe faz longos anos. A minha missão com esta página é de ajudá-lo a realizar o seu próximo destino! Saiba mais sobre mim e sobre o site.

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